Comentário Bíblico
Adventista
Foi-lhes tirado o domínio - (cba)
Daniel 7:12
O território de Babilônia foi dominado pela Pérsia, mas os súditos de Babilônia não foram aniquilados. Da mesma forma, quando a Macedônia conquistou a Pérsia e quando fosse Deus na Terra, único soberano dos fiéis de Cristo, chefe de reis, com plenitude de poder, a quem foi conferida pelo Deus onipotente a direção não só do reino terreno, mas também do celestial. [ ... ] O Papa tem tamanha autoridade e tanto poder que pode modificar, explicar ou interpretar até as leis divinas. [ ... ] O Papa pode mudar a lei divina, visto que seu poder não é de homem, mas de Deus, e ele atua como vice-regente de Deus na Terra com amplo poder de atar e soltar suas ovelhas. [ ... ] Qualquer coisa que se diga que faz o próprio Senhor Deus, e o Redentor, isso faz Seu vicário, contanto que não faça nada contrário à fé" (traduzido de Lucius Ferraris, "Papa II", Prompta Bibliotheca, vo!. 6, p. 25-29).
Magoará - (cba)
Daniel 7:12
Este fato é descrito anteriormente nas palavras: "este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles" (Daniel 7:21). A frase retrata perseguição contínua e implacável. O papado reconhece que perseguiu e defende esse fato como um exercício legítimo de poder supostamente dado a ele por Cristo. A Catholic Encyclopedia diz: "Na bula 'Ad exstirpanda' (1252), Inocêncio IV diz: 'quando aqueles condenados como culpados de heresia forem entregues ao poder civil pelo bispo ou seu representante, ou a Inquisição, o magistrado-chefe da cidade deve levá-los imediatamente e, dentro de cinco dias no máximo, executar as leis contra eles.' [ ... ] Não pode restar nenhuma dúvida quanto a quais regulamentos civis se indicam, pois as passagens que ordenam queimar os hereges impenitentes foram inseridas nos decretos papais das constituições imperiais 'Commissis nobis' e 'Inconsutibilem tunicam'. A bula mencionada 'Ad exstirpanda' permaneceu dali em diante como documento fundamental da Inquisição, renovada ou reforçada por vários papas, como Alexandre IV (1254-1261), Clemente IV (1265-1268), Nicolau IV (1288-1292), Bonifácio VIII (1294-1303) e outros. As autoridades civis, portanto, eram obrigadas pelos papas, sob pena de excomunhão, a executar as sentenças legais que condenavam hereges impenitentes à fogueira" (José Bléitzer, art. "Inquisition", vol. 8, p. 34).
Cuidará - (cba)
Daniel 7:12
Do aramaico sebar, "esforçarse", "tentar" (NVI). Indica-se tentativa deliberada (ver GC, 446).
Tempos - (cba)
Daniel 7:12
Do aramaico zimnin (singular, zeman), um termo que denota tempo fixo, como em Daniel 3:7,8; Daniel 4:36; Daniel 6:10,13, ou um período de tempo, como em Daniel 2:16; e Daniel 7:12. Em Daniel 2:21, há uma sugestão quanto ao significado da expressão "mudar os tempos", em que se usam juntas outra vez as mesmas palavras aramaicas para "mudança" e "tempos". Porém, Daniel ali atribui a Deus a prerrogativa de "mudar tempos". Só Deus tem o destino das nações sob Seu controle. É Ele que "remove reis e estabelece reis" (Daniel 2:21). "Em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, [está] a força de um Ser todo misericordioso, a executar, silenciosamente, pacientemente, os conselhos de Sua própria vontade" (Ed, 173). É Deus que também determina o "tempo" (aramaico zeman) quando os santos possuirão o reino (Daniel 7:22). O esforço do chifre pequeno para mudar os "tempos" indicaria uma tentativa deliberada de exercer a prerrogativa de Deus de dirigir o curso da história humana.
- 7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da trombeta, da flauta, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda a sorte de música, se prostraram todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonozor tinha levantado. 8 Ora, nesse tempo se chegaram alguns homens caldeus, e acusaram os judeus. Daniel 3:7,8 36 No mesmo tempo voltou a mim o meu entendimento; e para a glória do meu reino voltou a mim a minha majestade e o meu resplendor. Buscaram-me os meus conselheiros e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino, e foi-me acrescentada excelente grandeza. Daniel 4:36 10 Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de joelhos e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. 13 Então responderam ao rei, dizendo-lhe Esse Daniel, que é dos exilados de Judá, e não tem feito caso de ti, ó rei, nem do interdito que assinaste; antes três vezes por dia faz a sua oração. Daniel 6:10,13 16 Ao que Daniel se apresentou ao rei e pediu que lhe designasse o prazo, para que desse ao rei a interpretação. Daniel 2:16 12 Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo. Daniel 7:12 21 Ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; é ele quem dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos entendidos. Daniel 2:21 22 até que veio o ancião de dias, e foi executado o juízo a favor dos santos do Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. Daniel 7:22
Lei - (cba)
Daniel 7:12
Do aramaico dath, termo empregado para se referir tanto à lei humana (Daniel 2:9,13,15; Daniel 6:8,12,15) quanto à divina (Esdras 7:12,14,21,25,26). Neste caso, é evidente que se refere à lei divina, visto que a lei humana é mudada segundo a vontade das autoridades, e tais mudanças dificilmente seriam o tema da profecia. Ao indagar sobre como o papado se esforçou para mudar a lei divina, encontramos a resposta na grande apostasia dos primeiros séculos da era cristã que introduziu inúmeras doutrinas e práticas contrárias à vontade de Deus, conforme revelada nas Escrituras Sagradas. A mudança mais audaciosa tem que ver com o dia semanal de adoração. A igreja romana admite abertamente a responsabilidade de introduzir a adoração no domingo, afirmando que tem o direito de fazer tais mudanças (ver CC, 446). Um catecismo autorizado para sacerdotes diz: "Mas a Igreja de Deus [isto é, a igreja romana] em sua sabedoria ordenou que a celebração do sábado deve ser transferida para o 'dia do Senhor"' ( Catechism of the Council of Ti·ent, tradução de Donovan, 1829 ed., p. 358). Esse catecismo foi escrito por ordem do Concílio de Trento e publicado sob o pontificado de Pio V.
- 9 se não me fizerdes saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo. portanto dizei-me o sonho, para que eu saiba que me podeis dar a sua interpretação. 13 saiu, pois, o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos. 15 pois disse a Arioque, capitão do rei: Por que é o decreto do rei tão urgente? Então Arioque explicou o caso a Daniel. Daniel 2:9,13,15 8 Agora pois, ó rei, estabelece o interdito, e assina o edital, para que não seja mudado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar. 12 Depois se foram à presença do rei e lhe perguntaram no tocante ao interdito real: Porventura não assinaste um interdito pelo qual todo homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem por espaço de trinta dias, exceto a ti, ó rei, fosse lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que não se pode revogar. 15 Nisso aqueles homens foram juntos ao rei, e lhe disseram: Sabe, ó rei, que é lei dos medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode mudar. Daniel 6:8,12,15 12 Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu: Saudações. 14 Porquanto és enviado da parte do rei e dos seus sete conselheiros para indagares a respeito de Judá e de Jerusalém, conforme a lei do teu Deus, a qual está na tua mão; 21 E eu, o rei Artaxerxes, decreto a todos os tesoureiros que estão na província dalém do Rio, que tudo quanto vos exigir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu, prontamente se lhe conceda, 25 E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Deus, que possuis, constitui magistrados e juízes, que julguem todo o povo que está na província dalém do Rio, isto é, todos os que conhecem as leis do teu Deus; e ensina-as ao que não as conhece. 26 E todo aquele que não observar a lei do teu Deus e a lei do rei, com zelo se lhe execute a justiça: quer seja morte, quer desterro, quer confiscação de bens, quer prisão. Esdras 7:12,14,21,25,26
Na época do NT, os cristãos observavam o sábado, o sétimo dia da semana (ver com. de Atos 17:2). A transição do sábado para o domingo foi um processo gradual que começou antes de 150 d.C. e continuou por cerca de três séculos. As primeiras referências históricas à observância do domingo por cristãos professas ocorrem na Epístola de Barnabé (cap. 15) e na obra de Justino Mártir (First Apology, cap. 67), que datam de cerca de 150 d.C. Ambas condenam a observância do sábado e instam a que se observe o domingo. As primeiras referências autênticas ao domingo como o "dia do Senhor" vêm do livro apócrifo Evangelho Segundo Pedro e de Clemente de Alexandria (Miscelânias, Daniel 7:14) do fim do 2° século.
- 2 Ora, Paulo, segundo o seu costume, foi ter com eles; e por três sábados discutiu com eles as Escrituras, Atos 17:2 14 E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído. Daniel 7:14
Antes da revolta judaica, sob a liderança de Bar Kokhba, 132-135 d.C., o império romano reconhecia o judaísmo como uma religião legal, e o cristianismo, como uma seita judaica. Mas, como resultado dessad revolta, os judeus e o judaísmo foram desacreditados. Para evitar a perseguição que se seguiu a partir de então, os cristãos buscaram por todos os meios possíveis deixar claro que não eram judeus. Repetidas referências de escritores cristãos dos três séculos seguintes à observância do sábado como uma prática "judaizante", juntamente com o fato de não haver nenhuma referência histórica à observância cristã do domingo como dia sagrado antes da revolta judaica, apontam o período de 135 a 150 d.C. como o tempo quando os cristãos começaram a atribuir a santidade do sábado ao primeiro dia da semana.
Porém, a observância do domingo não substituiu de imediato a do sábado, mas a acompanhou e a complementou. Por vários séculos, os cristãos observaram ambos os dias. No começo do 3° século, por exemplo, Tertuliano observou que Cristo não invalidou o sábado. Pouco depois, no livro apócrifo Epístola dos Apóstolos (ii. 36), advertiam-se os cristãos a "observarem o sábado e a festa do dia do Senhor".
No início do 4° século, o domingo tinha alcançado uma clara preferência oficial sobre o sábado. Em seu Commentary on Psalm 92, Eusébio, principal historiador da igreja desse período, escreveu: "tudo o que era dever fazer no sábado foi transferido para o dia do Senhor, como mais propriamente pertencente a ele, porque esse dia tem primazia e é mais honroso que o sábado judaico."
A primeira ação oficial da Igreja Católica que expressa preferência pelo domingo foi tomada no Concílio de Laodiceia, no 4° século. O cânon 29 desse concílio estipula que os "cristãos não devem judaizar e ficar sem trabalhar no sábado; mas devem honrar o dia do Senhor [domingo] de forma especial e, sendo cristãos, devem, se possível, não fazer nenhuma obra nesse dia; contudo, se forem encontrados judaizando, serão excluídos de Cristo". Esse concílio dispôs que houvesse culto no dia de sábado, mas designou que esse dia fosse um dia de trabalho. É digno de nota que esta, a primeira lei eclesiástica que ordena a observância do domingo, especifique o "judaizar" como a razão de se evitar a observância do sábado. Além disso, a rígida proibição da observância do sábado é evidência de que muitos ainda estavam "judaizando" nesse dia. De fato, escritores do 4° e 5° séculos repetidamente advertem seus companheiros cristãos contra essa prática. Por exemplo, por volta do ano 400, Crisóstomo observou que muitos ainda observavam o sábado da forma judaica, e, portanto, "judaizavam".
Registros da época também revelam que as igrejas em Alexandria e Roma foram as principais responsáveis por promover a observância do domingo. Por volta de 440 d.C., o historiador da igreja Sócrates escreveu que "embora quase todas as igrejas do mundo celebrem os mistérios sagrados no sábado, toda semana, os cristãos de Alexandria e de Roma, devido a uma antiga tradição, pararam de fazer isso" (Ecclesiastical History, Daniel 7:22). Por volta da mesma época, Sozomeno escreveu que "o povo de Constantinopla, e de quase todo lugar, se reúne aos sábados, bem como no primeiro dia da semana, costume que nunca se observa em Roma ou Alexandria".
Três fatos estão claros: (1) O conceito da santidade do domingo entre os cristãos se originou, basicamente, na tentativa de se evitar práticas que tenderiam a identificálos com os judeus e, assim, atrair perseguição. (2) A igreja em Roma logo desenvolveu uma preferência pelo domingo; e a importância cada vez maior dada ao domingo na igreja primitiva, em detrimento do sábado, seguiu muito de perto o crescimento gradual do poder de Roma. (3) Finalmente, a influência romana prevaleceu para fazer da observância do domingo uma lei da igreja, como fez com muitas outras práticas, como a adoração a Maria, a veneração de santos e anjos, o uso de imagens e oração pelos mortos. A alegada santidade do domingo está sobre a mesma base dessas outras práticas não bíblicas introduzidas na igreja pelo bispo de Roma.
Um tempo, dois tempos e metade de um tempo - (cba)
Daniel 7:12
O termo aramaico 'iddan, aqui traduzido como "tempo", ocorre também em Daniel 4:16,23,25,32, em que a palavra, sem dúvida, significa "um ano" (ver com. de Daniel 4:16). A palavra traduzida como "tempos", também de 'iddan, era apontada pelos massoretas como plural, mas eruditos concordam que deveria ser apontada como dual, indicando assim "dois tempos". A palavra mais traduzida como "metade", pelag, também pode ser traduzida como "meio" (NVI).
- 16 Seja mudada a sua mente, para que não seja mais a de homem, e lhe seja dada mente de animal; e passem sobre ele sete tempos. 23 E quanto ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu, e que dizia: Cortai a árvore, e destruí-a; contudo deixai na terra o tronco com as suas raízes, numa cinta de ferro e de bronze, no meio da tenra relva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos; 25 serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu, e passar-se-ão sete tempos por cima de ti; até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. 32 E serás expulso do meio dos homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer. Daniel 4:16,23,25,32 16 Seja mudada a sua mente, para que não seja mais a de homem, e lhe seja dada mente de animal; e passem sobre ele sete tempos. Daniel 4:16
Ao se comparar essa passagem com outras profecias paralelas que se referem ao mesmo período, mas que o designam de outra maneira, pode-se calcular o total de tempo compreendido. Em Apocalipse 12:14, o período é denominado como "um tempo, tempos e metade de um tempo". Um pouco antes, faz-se menção ao mesmo período com a designação "mil duzentos e sessenta dias" (Apocalipse 12:6). Em Apocalipse 11:2,3, a expressão "mil duzentos e sessenta dias" corresponde a "quarenta e dois meses". Assim, fica claro que um período de três tempos e meio equivale a 42 meses, que, por sua vez, equivalem a 1.260 dias, e que um "tempo" representa 12 meses ou 360 dias, período que corresponde a um ano profético. Contudo, um ano profético de 360 dias, ou 12 meses de 30 dias, não deve ser confundido com um ano judaico, que era um ano lunar de extensão variável (com meses de 29 dias e de 30 dias) nem com o calendário solar de 365 dias (ver vol. 2, p. 96, 97). Um ano profético significa 360 dias proféticos, mas um dia profético representa um ano solar.
- 14 E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. Apocalipse 12:14 6 E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. Apocalipse 12:6 2 Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. 3 E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias. Apocalipse 11:2,3
Essa distinção deve ser explicada da seguinte forma: um ano profético de 360 dias não é literal, mas simbólico; portanto, seus 360 dias são proféticos, não dias literais. Pelo princípio dia-ano, conforme ilustrado em Números 14:34 e Ezequiel 4:6, um dia na profecia simbólica significa um ano literal. Assim, um ano profético, ou "tempo", representa 360 anos literais e naturais. Da mesma forma, um período de 1.260 ou 2.300 dias ou qualquer outro número de dias proféticos significa a mesma quantidade de anos literais e reais (isto é, anos solares completos marcados pelas estações, controladas pelo sol). Embora o número de dias em cada ano lunar variasse, o calendário judaico era corrigido pela adição ocasional de um mês extra (ver vol. 2, p. 89), de modo que, para os escritores bíblicos, uma longa série de anos sempre era igual ao mesmo número de anos solares naturais (sobre a aplicação histórica do princípio dia-ano, ver p. 26-64).
- 34 Segundo o número dos dias em que espiastes a terra, a saber, quarenta dias, levareis sobre vós as vossas iniqüidades por quarenta anos, um ano por um dia, e conhecereis a minha oposição. Números 14:34 6 E quando tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o teu lado direito, e levarás a iniqüidade da casa de Judá; quarenta dias te dei, cada dia por um ano. Ezequiel 4:6
A validade do princípio dia-ano tem sido demonstrada pelo cumprimento preciso de várias profecias calculadas por meio desse método, principalmente os 1.260 dias e as 70 semanas. Um período de três anos e meio literais seria insuficiente para o cumprimento do requisito das profecias de 1.260 ~ IP dias com respeito ao papado. Mas, quando pelo princípio dia-ano o período se estende a 1.260 anos, a profecia tem um cumprimento singular.
Em julho de 1790, trinta bispos católicos romanos compareceram diante dos líderes do governo revolucionário da França para protestar pela legislação que tornava independentes os clérigos franceses da jurisdição do papa e os fazia responsáveis diretos perante o governo. Perguntaram se os líderes da revolução deixariam todas as religiões livres "com exceção daquela que uma vez foi suprema, que foi mantida pela piedade de nossos pais e por todas as leis do Estado, e que tem sido por mil e duzentos anos a religião nacional?" (A. Aulard, Christianity and the French Revolution, p. 70).
O período profético do "chifre pequeno" começou em 538 d.C., quando os ostragados abandonaram o cerco a Roma, e o bispo de Roma, liberto do controle ariano, ficou livre para exercer as prerrogativas do decreto de Justiniano, de 533, e a partir de então aumentar a autoridade da "Santa Sé" (ver com. de Daniel 7:8). Exatamente 1.260 anos depois (1798), as vitórias espetaculares do exército de Napoleão, na Itália, colocaram o papa à mercê do governo revolucionário francês, que então o advertiu de que a religião romana seria sempre inimiga irreconciliável da República; e acrescentou: "existe uma coisa ai nda mais essencial para alc ançar o fim desejado, e essa é destruir, se possível, o centro da unidade da igreja romana; e depende de vossa senhoria, que reúne em sua pessoa as qualidades mais distintas do general e do hábil político, alcançar essa meta se a considera factível" (ibid., p. 158). Em resposta a essas instruções, e por ordem de Napoleão, o General M. Berthier invadiu Roma com um exército francês, proclamou que o governo político do papado chegara ao fim, e levou o papa prisioneiro para a França, onde morreu no exílio.
A derrota do papado, em 1798, marcou o clímax de uma longa série de eventos relacionada com seu declínio progressivo, e foi também a conclusão do período profético de 1.260 anos (ver Nota Adicional a Daniel 7).
Nota Adicionala Daniel 7 - (cba)
Daniel 7:1-28
O desenvolvimento da grande apostasia que culminou com o papado foi um processo gradual ao longo de séculos. O mesmo se deu com o declínio desse poder.
Com respeito ao futuro, Jesus advertiu Seus discípulos: "Vede que ninguém vos engane", pois "levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos", "operando grandes sinais e prodígios" para recomendar suas pretensões más, a fim de "enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:4,11,24).
Paulo declarou que surgiriam "homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" (Atos 20:30). O resultado seria uma "apostasia" durante a qual se revelaria o poder ao qual se refere como "homem da iniquidade" e "mistério da iniquidade", e se oporia à verdade, se exaltaria sobre Deus e usurparia a autoridade de Deus sobre a igreja (2 Tessalonicenses 2:3,4). Essa entidade, que segundo a advertência de Paulo já estava operando de forma limitada (Daniel 7:7), operaria "segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira" (Daniel 7:9). Seu crescimento sutil seria camuflado de forma tão astuta que somente os que sinceramente cressem e amassem a verdade estariam seguros frente a suas declarações enganosas (Daniel 7:10-12).
- 30 e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Atos 20:30 3 Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, 4 aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. 2 Tessalonicenses 2:3,4 7 Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Daniel 7:7 9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente. Daniel 7:9 10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos. 11 Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo fogo. 12 Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo. Daniel 7:10-12
Antes do fim do 1 o século, o apóstolo João escreveu que "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João 4:1); e, um pouco mais tarde, ele disse que "muitos enganadores têm saído pelo mundo fora" (2 João 1:7). Isso, disse ele, é o "espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4:3).
- 1 Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. 1 João 4:1 7 Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o anticristo. 2 João 1:7 3 e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo. 1 João 4:3
Essas previsões advertiam sobre a presença de forças si ni stras já operantes na igreja, forças que pressagiavam heresia, cisma e apostasia de grandes proporções. Pretendendo possuir privilégios e autoridade que pertencem apenas a Deus, porém, operando mediante princípios satânicos e por meio de métodos satânicos, esse instrumento, ao final, enganaria a maioria dos cristãos para que aceitassem sua liderança e, assim, controlaria a igreja (ver Atos 20:29,30; 2 Tessalonicenses 2:3-12).
- 29 Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, 30 e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Atos 20:29,30 3 Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, 4 aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. 5 Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco? 6 E agora vós sabeis o que o detém para que a seu próprio tempo seja revelado. 7 Pois o mistério da iniqüidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; 8 e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; 9 a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, 10 e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. 11 E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; 12 para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça. 2 Tessalonicenses 2:3-12
Nos tempos apostólicos, cada congregação local escolhia seus próprios oficiais e regulava sua própria conduta. Contudo, a igreja universal era "um corpo" em virtude da operação invisível do Espírito Santo, e da direção dos apóstolos, que unia crentes em todos os lugares em "um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (ver Efésios 4:3-6). Líderes das igrejas locais deveriam ser homens "cheios do Espírito" (Atos 6:3), escolhidos, qualificados e dirigidos pelo Espírito Santo (ver Atos 13:2), apontados (Atos 6:5) e ordenados pela igreja (Atos 13:3).
- 3 procurando diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz. 4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5 um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos. Efésios 4:3-6 3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Atos 6:3 2 Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2 5 O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, Atos 6:5 3 Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Atos 13:3
No entanto, à medida que a igreja abandonou seu "primeiro amor" (Apocalipse 2:4), perdeu sua pureza de doutrina, seus elevados padrões de conduta pessoal e o laço invisível de união provido pelo Espírito Santo. Na adoração, o forma lismo assumiu o lugar da simplicidade. A popularidade e o poder pessoal passaram a determinar cada vez mais as escolhas dos líderes, que assumiram mais autoridade sobre a igreja local e, depois, buscaram estender sua autoridade sobre as igrejas vizinhas.
A administração da igreja local sob a direção do Espírito Santo, finalmente, foi substituída pelo auto ritarismo eclesiástico nas mãos de um único oficial, o bispo, a quem cada membro da igreja estava sujeito pessoalmente e pelo qual tinha acesso à salvação. Daí em diante, a liderança pensou apenas em governar a igreja em vez de servi-la, e o "maior" já não se considerava "servo de todos". Assim, gradualmente se desenvolveu o conceito de uma hierarquia sacerdotal que se interpôs entre o cristão, como indivíduo, e o Senhor.
De acordo com escritos atribuídos a Inácio de Antioquia, que morreu por volta de 117 d.C., a presença do bispo era essencial à celebração de ritos religiosos e à direção de questões da igreja. Irineu, falecido por vo,lta do ano 200, catalogava os bispos das diferentes igrejas de acordo com a idade e importância das igrejas que presidiam. Dava honra especial às igrejas fundadas pelos apóstolos e defendia que todas as outras deveriam concordar com a igreja de Roma quanto a questões de fé e doutrina. Tertuliano, falecido em 225, ensinava a supremacia do bispo sobre os presbíteros, anciãos escolhidos pela igreja local.
Cipriano, que morreu por volta de 258, é considerado o fundador da hierarquia católica romana. Ele defendia a teoria de que há apenas uma igreja verdadeira e que, fora dela, não há salvação. Defendeu a ideia de que Pedro tinha fundado a igreja em Roma e de que o bispo da igreja de Roma deveria, portanto, ser honrado sobre os outros bispos, e suas opiniões e decisões deveriam prevalecer sempre. Enfatizou a importância da sucessão apostólica direta, afirmou que o sacerdócio do clero era literal e que nenhuma igreja deveria celebrar ritos religiosos ou conduzir suas questões sem a presença e o consentimento do bispo.
Fatores que contribuíram para a ascensão e, finalmente, a supremacia do bispo de Roma foram: (1) Como capital do império e metrópole do mundo civilizado, Roma era o lugar natural para a sede da igreja universal. (2) A igreja de Roma era a única no Ocidente que afirmava ter origem apostólica, o que, naquele tempo, fazia parecer natural que o bispo de Roma tivesse prioridade sobre os demais. Roma ocupava uma posição bastante honrosa mesmo antes do ano 100 d.C. (3) A mudança da capital política de Roma para Constantinopla, por Constantino (330), deixou o bispo de Roma relativamente livre do controle imperial; e, a partir de então, o imperador quase sempre apoiou as reivindicações do bispo de Roma contra as dos outros bispos. (4) Em parte, o imperador Justiniano apoiou fortemente o bispo de Roma e fez avançar seus interesses por meio de um edito imperial que reconhecia sua supremacia sobre as igrejas do Oriente e do Ocidente, edito que não pôde se tornar plenamente efetivo até o declínio do domínio ostrogodo sobre Roma, em 538. (5) O êxito da igreja de Roma em resistir a vários movimentos chamados éticos, em especial o gnosticismo e montanismo, lhe rendeu grande reputação de ortodoxia. Certas facções que em outras partes estavam em contendas, com frequência, apelavam ao bispo de Roma para que fosse o árbitro de suas diferenças. (6) Controvérsias teológicas, que dividiram e enfraqueceram a igreja no Oriente, deixaram a igreja de Roma livre para se dedicar a problemas mais práticos e para tirar vantagem de oportunidades que surgiram para estender sua autoridade. (7) Repetidos casos de êxito em evitar ou mitigar ataques bárbaros contra Roma aumentaram o prestígio político do papado e, com frequência, na ausência de liderança civil, o papa cumpriu na cidade as funções essenciais de um governo secular. (8) Invasões islâmicas constituíram um obstáculo para a igreja no Oriente, eliminando o único rival importante de Roma. (9) Os invasores bárbaros do Ocidente já estavam, em sua maioria, nominalmente convertidos ao cristianismo, e essas invasões livravam o papa do controle imperial. (lO) Com a conversão de Clóvis (496), rei dos francos, o papado fundou um exército forte para defender seus interesses e ajudar efetivamente a converter outras tribos bárbaras.
Professando o cristianismo, Constantino, o Grande (que morreu por volta de 337), vinculou a igreja ao estado, subordinando a igreja ao poder civil, e fez da igreja um instrumento da política do estado. Sua reorganização da ad ministração política do império romano se tornou o padrão para a administração eclesiástica da igreja romana, e assim da hierarquia católica romana. Por volta de 343, o Concílio de Sárdica atribuiu ao bispo de Roma jurisdição sobre os bispos metropolitanos ou arcebispos. O papa Inocêncio I (que morreu por volta de 417) reivindicava jurisdição suprema sobre todo o mundo cristão, mas não foi capaz de exercer esse poder.
Agostinho (que morreu por volta de 430), um dos grandes pais da igreja e fundador da teologia medieval, defendia que Roma sempre tivera supremacia sobre as igrejas. Sua obra clássica A Cidade de Deus ressalta o ideal católico de uma igreja universal que controlasse um estado universal, e isso forneceu a base teórica para o papado na Idade Média.
Leão I, o Grande, que morreu em 461 , foi o primeiro bispo de Roma a proclamar que Pedro tinha sido o primeiro papa, a afirmar a sucessão do papado a partir de Pedro, a sustentar que a primazia havia sido legada diretamente por Jesus Cristo e a obter êxito em aplicar esses princípios à administração papal. Leão I conferiu à teoria do poder papal sua forma definitiva e fez desse poder uma realidade. Foi ele que obteve um edito do imperador declarando que as decisões papais teriam força de lei. Com o apoio imperial, ele se colocou acima dos concílios da igreja, assumindo o direito de definir doutrinas e ditar decisões. Seu êxito em persuadir Átila a não entrar em Roma (452) e sua tentativa de deter Genserico (455) aumentaram seu prestígio e o do papado. Leão I, o Grande, foi definitivamente um líder secular bem como espiritual para o povo cristão. Pretensões ao poder papal feitas por papas posteriores se basearam em grande parte na suposta autoridade de documentos falsificados conhecidos como "fraudes piedosas", como a chamada Doação de Constantino.
A conversão de Clóvis, líder dos francos, à fé romana, por volta do ano 496, quando a maioria dos invasores bárbaros ainda era ariana, deu ao papa um forte aliado político disposto a lutar as batalhas da igreja. Por mais de 12 séculos, a espada da França, a "filha mais velha" do papado, foi uma agente eficaz para a conversão de homens à igreja de Roma e para manter a autoridade papal.
O pontificado do papa Gregório I, o Grande (que morreu em 604), o primeiro dos prelados medievais da igreja, marca a transição dos tempos antigos para os medievais. Gregório ousadamente assumiu o papel, embora não o título, de imperador no Ocidente. Ele lançou as bases para o poder papal na Idade Média, e é de sua administração em particular que datam posteriores reivindicações absolutistas do papado. Grandes esforços missionários iniciados por Gregório, o Grande, ampliaram em muito a influência e a autoridade de Roma.
Quando, mais de um século depois, os lombardos ameaçaram invadir a Itália, o papa apelou a Pepino, rei dos francos, para auxiliá-lo. Respondendo ao pedido, Pepino derrotou por completo os lombardos e, em 756, entregou ao papa o território que tinha tirado deles. Essa dádiva, comumente conhecida como Doação de Pepino, marca a origem dos estados papais e o início formal do governo temporal do papado.
No 7° e no 8° séculos, em termos gerais, o poder papal esteve em baixa. O grande papa seguinte e um dos maiores foi Gregório VII (que morreu em 1085). Ele proclamou que a igreja romana jamais tinha errado e jamais poderia errar, que o papa é juiz supremo, que não pode ser julgado por ninguém, que não há apelo à sua decisão, que ele somente tem direito à homenagem de todos os príncipes e que apenas ele pode depor reis e imperadores.
Por dois séculos, houve uma luta constante entre papa e imperador pela supremacia. Às vezes um, às vezes outro alcançou êxito temporário. O pontificado de Inocêncio III (que morreu em 1216) encontrou o papado no apogeu de seu poder, e durante o século seguinte esteve no zênite de sua glória. Afirmando ser o vicário de Cristo, Inocêncio III exerceu todas as prerrogativas reivindicadas por Gregório mais de um século antes.
Um século depois de Inocêncio III, o papa medieval ideal Bonifácio VIII (que morreu em 1303) tentou governar como seus ilustres predecessores tinham feito , porém não obteve o mesmo êxito. Ele foi o último papa a tentar exercer autoridade universal conforme instituída por Gregório VII e mantida por Inocêncio III. A decadência do poder do papado se tornou completamente evidente durante o chamado cativeiro babilônico (1309-1377), quando os franceses transferiram à força a sede do papado de Roma para Avignon, na França. Logo depois do retorno a Roma, começou o que se conhece como o Grande Cisma (1378-1417). Durante esse tempo, houve ao menos dois e, às vezes, três papas rivais, cada um denunciando e excomungando seus rivais e afirmando ser o verdadeiro papa. Como resu ltado, o papado sofreu perda irreparável de prestígio aos olhos da Europa. Bem antes da época da Reforma, se levantaram muitas vozes dentro e fora da Igreja Católica criticando suas declarações arrogantes e seus muitos abusos de poder tanto secular quanto espiritual. Além disso, o renascimento cultural (Renascença), na Europa Ocidental, a era da descoberta, o crescimento de estados nacionais fortes, a invenção da imprensa e vários outros fatores contribuíram para a perda gradativa do poder papal. Por volta da época de Martinho Lutero, muito havia sido feito para minar a autoridade do bispo de Roma.
Durante a Reforma, que se entende ter começado em 1517, com a divulgação das Noventa e Cinco Teses, o poder papal foi expulso de grandes regiões da Europa do norte. Esforços do papado para combater a Reforma resultaram na criação da Inquisição, do lndex e na organização da ordem jesuíta. Os jesuítas se tornaram o exército intelectual e espiritual da igreja para extermínio do protestantismo. Por aproximadamente três séculos, a igreja de Roma travou uma luta vigorosa que gradualmente se enfraqueceu diante das forças que batalhavam pela liberdade civil e religiosa.
Finalmente, durante a Revolução Francesa, a Igreja Católica foi proscrita da França, a primeira nação da Europa a patrocinar a causa católica. Por mais de 12 séculos, a França havia defendido as declarações e lutado nas bata-lhas da igreja. Foi a nação onde os princípios papais tinham sido testados de forma mais plena do que em qualquer outro lugar, e achados em falta. Em 1798, o governo francês ordenou que o exército que estava na Itália, sob o comando do general Berthier, levasse o papa prisioneiro. Embora o papado tivesse continuado, seu poder foi tirado e, desde então, nunca mais exerceu o mesmo tipo ou medida de poder que teve outrora. Em 1870, os estados papais foram completamente absorvidos ao reino unido da Itália, e o poder temporal que o papado tinha exercido por mais de mil anos chegara ao fim. O papa tonou-se voluntariamente "prisioneiro do Vaticano" até que seu poder temporal foi restaurado, em 1929 (ver com. de Daniel 7:25).
Esse breve resumo demonstra que a ascensão do poder papal foi um processo gradual que se alongou por séculos. O mesmo se deu com seu declínio. É possível dizer que o pri meiro processo se desenvolveu desde cerca de 100 d.C. a 756; o segundo, de cerca de 1303 a 1870 d.C. O papado esteve no auge de seu poder desde a época de Gregório VII (1073-1085) até Bonifácio VIII (1294-1303). Está claro que não é possível dar datas que marquem uma transição precisa da irrelevância à supremacia, ou entre a supremacia e a relativa irrelevância. Da mesma forma, como se dá em todos os processos históricos, o surgimento e a queda do papado foram acontecimentos graduais.
Porém, por volta de 538 d.C. o papado estava completamente form ado e operante em diversos aspectos e, em cerca de 1798 - 1.260 anos depois, ele tinha perdido praticamente todo o poder que acumulou ao longo de séculos. A profecia atribuiu 1.260 anos ao papado para uma demonstração de seus princípios, políticas e objetivos. Desse modo, essas duas datas deveriam ser consideradas como marco do início e do final do período profético do poder papal.
Comentário Bíblico
Ellen G. White e Outros
foi-lhes tirado o domínio; todavia, foi-lhes dada prolongação de vida
Daniel 7:12
Os povos que formavam os impérios anteriores permanecem, mesmo depois do fim destes.
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Daniel 7:9-14
Estes versos são para consolo e apoio do povo de Deus durante as perseguições que lhes sobreviriam. Muitas profecias do Novo Testamento sobre o juízo vindouro aludem a esta visão, especialmente .
Aqui o Messias é chamado de Filho do homem; Ele foi feito semelhança da carne pecadora e encontrado como homem, porém, jamais deixou de ser o Filho de Deus. O maior sucesso anunciado nesta passagem é a gloriosa Vinda de Cristo, para destruir todo o poder do anticristo, e tornar o seu reino universal na terra. Até que chegue o tempo solene de manifestar a glória de Deus a todo o mundo, em seu trato com as criaturas, podemos esperar que o destino de cada um de nós seja determinado na hora de nossa morte; e, antes que chegue o final, o Pai entregará ao seu Filho, que esteve em carne, nosso Mediador e Juiz, a herança das nações e seus súditos dispostos.
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- Análise em Cadeia 4 O primeiro era como leão, e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em dois pés como um homem; e foi-lhe dado um coração de homem. 5 Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne. 6 Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a um leopardo, e tinha nas costas quatro asas de ave; tinha também este animal quatro cabeças; e foi-lhe dado domínio. Daniel 7:4-6 7 Vi-o chegar perto do carneiro; e, movido de cólera contra ele, o feriu, e lhe quebrou os dois chifres; não havia força no carneiro para lhe resistir, e o bode o lançou por terra, e o pisou aos pés; também não havia quem pudesse livrar o carneiro do seu poder. Daniel 8:7
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