Daniel
Por Temas
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Vídeos
Lista de Videos sobre cada capítulo do Livro.
Informações sobre o Livro
Daniel
Um companheiro do livro de Apocalipse.
Autor
Daniel, como Ezequiel, esteve cativo em Babilônia. Foi trazido perante o rei Nabucodonosor em sua juventude e instruído na língua e nas ciências babilônicas (caldaicas), Dan 1:17-18O nome Daniel significa "Deus é meu juíz". Esse é também um tema importante do livro. Ainda jovem, ele foi levado cativo para Babilônia em 605 a.C., quando este reino dominou a nação de Judá. Leais a Deus, Daniel e seus amigos judeus foram abençoados com sabedoria especial para que ocupassem posições elevadas no governo babilônico. Ele continuou a ser um grande administrador no início do domínio medo-persa, depois da conquista de Babilônia em 539 a.C.
Diversas vezes, Daniel refere-se a si mesmo na primeira pessoa. Isso indica que ele registrou as próprias experiências ( 7:15; 8:15,27; 9:2, 10:2,7; 12:5 ). É provavél que tenha terminado a obra na década de 530 a.C., durante o reinado de Ciro (comparar com Daniel 1:21 ; Daniel 10:1 ; ver mais detalhes a seguir no tópico "Quando foi escrito"). Jesus se refere a Daniel como o autor do livro ( Mt 24:15 , em referência a Dn 9:27 ; comparar com 11:31 ; 12:11 ).
Sua vida é similar à de José - foi elevado ao cargo mais alto do reino ( 2:48 ), manteve sua vida espiritual em meio a uma corte pagã, 6:10 .
Quando foi escrito
Muitos eruditos supõem que o livro foi escrito em nome de Daniel por alguém que viveu muito tempo depois. Pensam que a obra foi composta no segundo século a.C., em resposta à perseguição dos judeus pelo rei selêucia (grego), Antíoco IV Epifânio, que reinou de 175 a.C. a 164 a.C. Esses eruditos consideram o símbolo do "chifre pequeno" de Daniel 7 e 8 uma referência a Antíoco. Tal idéia já havia sido sugerida pelo livro apócrifo de 1 Macabeus, que usa o vocabulário de Daniel, predizendo um ato do "chifre pequeno"( Dn. 9:27 ; 11:31 ; 12:11 ), para descrever o que Antíoco fez (1 Macabeus 1:54). Aqueles que aceitam a autoria tradia de Daniel creem que as predições precisas no livro eram, na verdade, eventos históricos narrados depos de acontecidos como se fossem profecias, a fim de que os judeus do segundo século a.C. cressem que o autor havia recebido as mensagens de DEus. Dessa forma, os eruditos tentam evitar o ensino bíblico de que o Senhor conhece o futuro distante e o revelou para os seres humanos nas Escrituras. Também evitam identificar o poder maligno do "chifre pequeno" com Roma, que veio após o império grego/macedônico, o qual sucedeu a Medo-Pérsia, precedida, por sua vez, por Babilônia (ver notas sobre Dn. 2; 7-8).Essa teoria influente coloca em cheque a credibilidade do livro de Daniel como um relato autêntico e preciso de revelações divinas. Todavia, as evidências a seguir apoiam a datação anterior de Danie e mostram que a teoria do 2 século esta equivocada.
Em Daniel 7, o "chifre pequeno" surge de um quarto grande império que deve ser identificado como Roma. Antíoco governou uma parte do império grego (um terço) antes de Roma assumir o controle. Portanto, ele não poderia ser o "chifre pequeno". A fim de superar essa dificuldade, os eruditos afirmam que os quatro impérios de Daniel 2 e 7 são Babilônia, Média, Pérsia e Grécia/Macedônia. Entretanto, Ciro já havia unido a Média e a Pérsia na época em que consquistara Babilônia. Isso explica por que Daniel se refere a um só reino medo-persa ( Daniel:5:28 ; Daniel:6:8,12,15 ; Daniel:8:20 ; comparar com Ester:1:3,14,18,19 ; Ester:10:2 ). De maneira semelhante o documento babilônico conhecido como "Profecia Dinástica" lista o domínio de Babilônia por Elão (isto é, Pérsia), mas não cita o governo da Média em separado. Os quatro impérios de Daniel só podem ser Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia/Macedônia e Roma.
Em Daniel 7-8, o "chifre pequeno" é retratado como um império extraordinariamente grande que demove o anterior e expande suas fronteiras em várias direções. Antíoco não se encaixa nem um pouco nessa descrição. Ele governou somente uma parte do império grego, não demoveu um império anterior, falhou na tentativa de conquistar o Egito e perdeu a Palestina para os judeus macabeus.
Cerca de dois séculos depois da morte de Antíoco, Jesus falou sobre a atividade blasfema do "chifre pequeno" de Daniel como algo do futuro ( Mateus:24:15,16 ; comparar com Daniel:8:12,13 ; Daniel:9:27 ; Daniel:11:31 ; Daniel:12:11 ). Décadas depois, a atuação desse poder ainda pertencia ao futuro segundo a perspectiva de 2 Tessalonicenses 2 e Apocalipse 11-13 (comparar com Daniel:7:25 ).
Os 1.080 dias da perseguição de Antíoco e da profanação do templo de Jerusalém, seguidos da dedicação do templo pelos judeus, pouco depois, não se encaixam em nenhum dos períodos de tempo profético apresentados por Daniel. Os eruditos tentam adequar a mensagem, dizendo que os 2.300 dias (literalmente "tarde manhãs") de Daniel:8:14 se referem a 1.150 dias literais, durante os quais 2.300 holocaustos seríam normalmente oferecidos pela manhã e pela tarde. No entanto, mesmo se o número 2.300 se referisse a holocaustos oferecidos no templo de Jerusalém, o que não é o caso (ver nota sobre Daniel:8:14 - 2.300 dias completos, não metades de dias), esses sacrifícios eram oferecidos pela manhã e pela tarde ( BIB|exo|29:38-42|Êxodo:29:38-42 ; BIB|num:28:1-8|Números:28:1-8 , não de tarde e depois de manhã.
Os livros de Macabeus exaltam os macabeus, que lideraram os judeus na vitória sobre Antíoco e deram início a uma linhagem de governantes. Pegar emprestada a linguagem usada por Daniel a respeito do "chifre pequeno" para descrever o que Antíoco fizera no altar do templo de Jerusalém (instituiu a "Abominação da Desolação"; 1 Macabeus 1:54; comparar com Daniel:9:27 ; Daniel:11:31 ; Daniel:12:11 ) era uma forma inteligente de exaltar os macabeus ao fazer o inimigo derrotado parecer muito maior do que realmente era. Isso não quer dizer que Antíoco foi de fato o cumprimento do símbolo do "chifre pequeno".
Mesmo se o livro de Daniel tivesse sido escrito no 2 século a.C., ainda continuaria predizendo com exatidão acontecimentos muito prosteriores a essa época, inclusive a data precisa da vinda do Messias (Jesus; ver notas sobre Daniel:9:25-27 ). Isso reforça o fato de que Deus é capaz de ver o futuro distante e revelar o que irá ocorrer.
O aramaico de Daniel 2:4-7:28 pertence à fase imperial do idioma, quando era o meio de comunicação oficial de todo o império medo-persa. Na época de Antíoco, durante o período grego, já haviam acontecido mudanças perceptíveis no aramaico.
Textos cuneiformes descobertos por arqueólogos revelaram que Belsazar governou junto do pai, Nabonido, na fase final do império babilônico. Isso confirma a veracidade de Daniel 5, que aponta Belsazar como o último rei de Babilônia. Os historiadores gregos registram apenas o reinado de Nabonido, sem mencionar o papel de Belsazar. Portanto, Daniel parece haver preservado o conhecimento de uma informação que pode ter se perdido na história posterior e que um escritor do 2 século a.C. talvez não tivesse (sobre uma compreensão das várias formas que os estudiosos das Escrituras compreendem as profecias bíblicas, ver a Introdução a Apocalipse, "Abordagens de interpretação").
Tema Principal
A soberania de Deus sobre os assuntos dos homens em todas as épocas. As confissões do rei pagão deste fato constituem os versículos chave deste livro, 2:47 ; 4:37 ; 6:26 .Conteúdo, temas e estruturas literária
O Senhor usou Daniel, seus amigos e os milagres a eles associados para impressionar uma série de reis do fato de que Ele sempre está no controle e os soberanos lhe devem prestar contas. Um tema central do livro é a soberania divina sobre as nações, mesmo quando Seu povo é oprimido. Por fim, ele sempre livra aqueles que Lhe são leais. Este tema é apresentado de modo muito claro em 2:20-23 e enfatizado nos capítulos 4 e 5 por meio da repetição do seguinte conceito: O Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens” ( 4:17 ; comparar com os versos 25, 32 ; 5:21 ). Os capítulos 4 e 5 formam o centro de uma estrutura simétrica (quiástica):
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A. Problema: O templo de Deus e o povo são conquistados (cap. 1)
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B. Nabucodonosor sonha com quatro reinos (cap. 2)
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C. Os amigos de Daniel são livrados da fornalha ardente (cap.3)
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D. Nabucodonosor é humilhado por uma sentença divina; Belsazar é humilhado por uma sentença divina (caps. 4-5);
Os capítulos 1:1-2:4a e 8-12 foram escritos em hebraico. Entretanto, os capítulos 2:4b – 7:28 estão em aramaico, usado desde o momento em que se diz: "Os caldeus disseram ao rei em aramaico" (2:4). Nabucodonosor pertencia ao povo caldeu, do sul da Mesopotâmia (atual Iraque), que havia conquistado Babilônia. O aramaico havia se um idioma internacional. Ao usá-lo, Daniel revela que a mensagem de 2:4-7:28 era dirigida tanto aos gentios quanto aos judeus (comparar com Jr 10:11, único versículo de outro profeta também em aramaico).
De outro ângulo, o livro de Daniel pode ser dividido em duas partes: narrativas (cap. 1-6) e visões (cap. 7-12). A estrutura vista anteriormente mostra que existe uma forte relação temática entre as partes: ambas demonstram a sobrerania do Senhor, exercida em favor de seu povo fiel e contra os opressores. Assim como Deus humilhou governantes e livrou Daniel e seus amigos na Babilônia antiga (narrativas), ele humilhará os poderes humanos e livrará seu povo futuramente da história (visões). Essa mensagem é um incentivo maravilhoso para as pessoas leais a Deus quando enfrentam dificuldades.
As narrativas e visões de Daniel também se unificam pelo seguinte fato: o sonho de Nabucodonosor e sua interpretação profética por Daniel, na narrativa do capítulo 2, estabelecem as bases para suas visões. Nabucodonosor teve um vislumbre do futuro desde seus dias até a segunda vinda de Cristo. As visões de Daniel e sua interpretações nos cap. 7, 8-9 e 10-12 abrangem repetidas vezes o mesmo escopo temporal (embora os cap. 8 e 10 comecem com a Medo-Pérsia), a fim de acrescentar progressivamente informações adicionais.
As narrativas dos seis primeiros capítulos fornecem muitas informações contextuais para as visões: Daniel, muitos do seu povo e até mesmo os utensílios do templo de Jerusalém haviam sido levados para Babilônia. Deus abençoara Daniel e seus amigos. Salvara a vida deles. Mesmo assim, eles ainda presisavam de libertação de Babilônia, e o templo necessitava ser restaurado. Portanto, as narrativas oferecem um panorama de situação de vida da época, revelando problemas para os quais as visões apresentam soluções de longo prazo.
Outros profetas, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e Zacarias também transmitiram mensagens de Deus, enxergaram além de seu contexto imediato no templo e no espaço, predisseram o destino de nações e receberam algumas visões simbólicas que exigiam interpretação. No entanto, Daniel vie sistemas elaborados de símbolos que retratam a sucessão dos poderes humanos desde seus dias, passando pela primeira vinda de Cristo até chegar à segunda vinda, quando o reino eterno de Deus será estabelecido sobre a Terra. Ele também teve visões de grandes períodos de tempo envolvidos na história da salvação, inclusive a data precisa do ministério terreno de Cristo. A estrutura narrativa analisada anteriormente e a necessidade de seres celestiais explicam a Daniel suas visões salientam os contrastes entre o que acontece aqui e agora e aquilo que ainda ocorrerá. Seu livro predizia acontecimentos em um futuro tão distante que suas profecias só seriam compreendidas de maneira adequada muito tempo depois, confirmando que Deus conhece o futuro e controla o destino da humanidade.
Uma visão abrangente da história futura até a restauração mundial que será realizada por Cristo no fim dos tempos caracteriza de modo similar um livro bastante simbólico do NT: o Apocalipse. Esse nome é extraído da palavra grega apokalupsis (Ap. 1:1), que significa "revelação". O livro de Daniel, assim como o de Apocalipse, é caracterizado pelos eruditos como "apocalíptico", ou seja, apresenta revelações divinas. Na Bíblia hebraica, Daniel não fica junto dos outros livros proféticos. Em vez disso, é situado na seção de Escritos, ao lado dos livros de sabedoria e história a respeito da época do exílio babilônico e do período posterior. É provável que essa organização resulte da natureza incomum do livro de Daniel e do contexto de sua narrativa: Daniel era um sábio em Babilônia durante o exílio (Dan. 2:48).
Seção I.
É principalmente uma narrativa biográfica pessoal e uma história local. Contém eventos comovedores e incomparáveis de intervenções divinas no antigo Testamento.O livro se refere a seis conflitos morais nos quais participaram Daniel e seus companheiros.
Primeiro conflito. Entre a intemperança pagã e a abstinência escrupulosa a bem da saúde.
A abstinência obtém a vitória, 1:8-15.
Segundo conflito. Entre a magia pagã e a sabedoria celestial na interpretação de sonhos.
A sabedoria divina obtém a vitória, 2:1-47.
Terceiro conflito. A idolatria pagã confrontada pela lealdade a Deus.
A lealdade a Deus obtém a vitória, 3:1-30.
Quarto conflito. O orgulho de um rei pagão confrontado pela soberania divina.
Deus é vencedor - O rei foi lançado fora a comer erva, 4:4-37.
Quinto conflito. O grande sacrilégio contra as coisas sagradas. A reverência obtém a vitória - a escritura na parede. Belsazar é destronado, 5:1-30.
Sexto conflito. Entre o complô perverso e a providência de Deus para com os seus santos.
A providência obtém a vitória. Deus fecha a boca dos leões, 6:1-28.
SEÇÃO II.
Visões e profecias que relatam como a poderosa mão de Deus muda o cenário no panorama da história, caps. 7-12.Interpretação. O livro de Daniel é companheiro do livro de Apocalipse; ambos contém muita linguagem figurada de difícil interpretação.
Dois fatos são geralmente reconhecidos pela maioria dos eruditos:
- As profecias representam uma revelação parcialmente velada de eventos futuros da história secular e sagrada.
- As visões assinalam o triunfo final do reino de Deus sobre todos os poderes satânicos e do mundo.
Porções Seletas
- O propósito de Daniel, 1:8.
- A pedra do monte, 2:44-45.
- A resposta dos três jovens hebreus, 3:16-18.
- A festa de Belsazar, cap. 5.
- Daniel na cova dos leões, 6:1-24.
- A visão do juízo, 7:9-14.
- A promessa aos ganhadores de almas, 12:3.
Esboço
- Narrativas dos exilados judeus e de reis gentios (1:1 - 6:28)
- Na corte babilônica (1:1 - 5:31)
- Na corte medo-persa (6:1-28)
- Profecias de Daniel para um futuro distante (7:1 - 12:13)
- O julgamento de Deus sobre seu povo e contra os rebeldes (7:1-28)
- A reputação e o santuário de Deus são justificados (8:1 - 9:27)
- Livramento final do povo de Deus (10:1 - 12:13)