Comentário Bíblico
Adventista
Ventos - (cba)
Daniel 7:2
Do aramaico ru.ach, equivalente ao heb. ru.ach, que tem uma variedade de significados, como ar e "vento" (Êxodo 10:13; Jeremias 2:24), "hálito" (Jó 19:17), "espírito" humano (Salmos 32:2) e "Espírito" divino (Salmos 51:12, KJV). Num sentido metafórico, a palavra também é usada para falar de coisas vãs e vazias (Jeremias 5:13). Quando empregada numa visão simbólica, como neste caso, a palavra parece indicar atividade ou alguma forma de energia, determinada exatamente pelo contexto. Por exemplo, o "vento" da visão simbólica de Ezequiel, que fez reviver os ossos secos, represen tava a energia divina revivendo a inerte nação de Israel (Ezequiel 37:9-14). Os "ventos" de Daniel, que agitavam o grande mar, fazendo com que emergissem quatro animais, ou impé rios, representavam esses movimentos diplomáticos, bélicos, políticos ou ele outra natureza, que moveriam a história desse período.
- 13 Então estendeu Moisés sua vara sobre a terra do Egito, e o Senhor trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e, quando amanheceu, o vento oriental trouxe os gafanhotos. Êxodo 10:13 24 asna selvagem acostumada ao deserto e que no ardor do cio sorve o vento; quem lhe pode impedir o desejo? Dos que a buscarem, nenhum precisa cansar-se; pois no mês dela, achá-la-ão. Jeremias 2:24 17 O meu hÁlito é intolerável à minha mulher; sou repugnante aos filhos de minhã mae. Jó 19:17 2 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo. Salmos 32:2 12 Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário. Salmos 51:12 13 E até os profetas se farão como vento, e a palavra não está com eles; assim se lhes fará. Jeremias 5:13 9 Então ele me disse: Profetiza ao fôlego da vida, profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. 10 Profetizei, pois, como ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo. 11 Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados. 12 Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei sair, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. 13 E quando eu vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu, sabereis que eu sou o Senhor. 14 E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o falei e o cumpri, diz o Senhor. Ezequiel 37:9-14
Os "quatro ventos", dos quatro pontos cardeais, sem dúvida, representam a atividade política em várias partes ela Terra (Jeremias 49:36; Daniel 8:8; Daniel 11:4; Zacarias 2:6; Zacarias 6:5).
- 36 E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro cantos dos céus, e os espalharei para todos estes ventos; e não haverá nação aonde não cheguem os fugitivos de Elão. Jeremias 49:36 8 O bode, pois, se engrandeceu sobremaneira; e estando ele forte, aquele grande chifre foi quebrado, e no seu lugar outros quatro também notáveis nasceram para os quatro ventos do céu. Daniel 8:8 4 Mas, estando ele em pé, o seu reino será quebrado, e será repartido para os quatro ventos do céu; porém não para os seus descendentes, nem tampouco segundo o poder com que reinou; porque o seu reino será arrancado, e passará a outros que não eles. Daniel 11:4 6 Ah, ah! fugi agora da terra do norte, diz o Senhor, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor. Zacarias 2:6 5 Respondeu-me o anjo: Estes estão saindo aos quatro ventos do céu, depois de se apresentarem perante o Senhor de toda a terra. Zacarias 6:5
Agitavam - (cba)
Daniel 7:2
Do aramaico guach. A forma do verbo sugere ação continuada.
Mar Grande - (cba)
Daniel 7:2
Não se especifica nenhum corpo de d'água, como o Mar Mediterrâneo. O mar simboliza as nações do mundo - o "grande mar" da humanidade em todas as eras (ver Apocalipse 17:15; Isaías 17:12; Jeremias 46:7).
- 15 Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas. Apocalipse 17:15 12 Ai do bramido de muitos povos que bramam como o bramido dos mares; e do rugido das nações que rugem como o rugido de impetuosas águas. Isaías 17:12 7 Quem é este que vem subindo como o Nilo, como rios cujas águas se agitam? Jeremias 46:7
Nota Adicionala Daniel 7 - (cba)
Daniel 7:1-28
O desenvolvimento da grande apostasia que culminou com o papado foi um processo gradual ao longo de séculos. O mesmo se deu com o declínio desse poder.
Com respeito ao futuro, Jesus advertiu Seus discípulos: "Vede que ninguém vos engane", pois "levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos", "operando grandes sinais e prodígios" para recomendar suas pretensões más, a fim de "enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:4,11,24).
Paulo declarou que surgiriam "homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" (Atos 20:30). O resultado seria uma "apostasia" durante a qual se revelaria o poder ao qual se refere como "homem da iniquidade" e "mistério da iniquidade", e se oporia à verdade, se exaltaria sobre Deus e usurparia a autoridade de Deus sobre a igreja (2 Tessalonicenses 2:3,4). Essa entidade, que segundo a advertência de Paulo já estava operando de forma limitada (Daniel 7:7), operaria "segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira" (Daniel 7:9). Seu crescimento sutil seria camuflado de forma tão astuta que somente os que sinceramente cressem e amassem a verdade estariam seguros frente a suas declarações enganosas (Daniel 7:10-12).
- 30 e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Atos 20:30 3 Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, 4 aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. 2 Tessalonicenses 2:3,4 7 Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Daniel 7:7 9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como lã puríssima; o seu trono era de chamas de fogo, e as rodas dele eram fogo ardente. Daniel 7:9 10 Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades assistiam diante dele. Assentou-se para o juízo, e os livros foram abertos. 11 Então estive olhando, por causa da voz das grandes palavras que o chifre proferia; estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo destruído; pois ele foi entregue para ser queimado pelo fogo. 12 Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio; todavia foi-lhes concedida prolongação de vida por um prazo e mais um tempo. Daniel 7:10-12
Antes do fim do 1 o século, o apóstolo João escreveu que "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João 4:1); e, um pouco mais tarde, ele disse que "muitos enganadores têm saído pelo mundo fora" (2 João 1:7). Isso, disse ele, é o "espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4:3).
- 1 Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. 1 João 4:1 7 Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o anticristo. 2 João 1:7 3 e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo. 1 João 4:3
Essas previsões advertiam sobre a presença de forças si ni stras já operantes na igreja, forças que pressagiavam heresia, cisma e apostasia de grandes proporções. Pretendendo possuir privilégios e autoridade que pertencem apenas a Deus, porém, operando mediante princípios satânicos e por meio de métodos satânicos, esse instrumento, ao final, enganaria a maioria dos cristãos para que aceitassem sua liderança e, assim, controlaria a igreja (ver Atos 20:29,30; 2 Tessalonicenses 2:3-12).
- 29 Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, 30 e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Atos 20:29,30 3 Ninguém de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, 4 aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus. 5 Não vos lembrais de que eu vos dizia estas coisas quando ainda estava convosco? 6 E agora vós sabeis o que o detém para que a seu próprio tempo seja revelado. 7 Pois o mistério da iniqüidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora; 8 e então será revelado esse iníquo, a quem o Senhor Jesus matará como o sopro de sua boca e destruirá com a manifestação da sua vinda; 9 a esse iníquo cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás com todo o poder e sinais e prodígios de mentira, 10 e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para serem salvos. 11 E por isso Deus lhes envia a operação do erro, para que creiam na mentira; 12 para que sejam julgados todos os que não creram na verdade, antes tiveram prazer na injustiça. 2 Tessalonicenses 2:3-12
Nos tempos apostólicos, cada congregação local escolhia seus próprios oficiais e regulava sua própria conduta. Contudo, a igreja universal era "um corpo" em virtude da operação invisível do Espírito Santo, e da direção dos apóstolos, que unia crentes em todos os lugares em "um só Senhor, uma só fé, um só batismo" (ver Efésios 4:3-6). Líderes das igrejas locais deveriam ser homens "cheios do Espírito" (Atos 6:3), escolhidos, qualificados e dirigidos pelo Espírito Santo (ver Atos 13:2), apontados (Atos 6:5) e ordenados pela igreja (Atos 13:3).
- 3 procurando diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz. 4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; 5 um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos. Efésios 4:3-6 3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Atos 6:3 2 Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Atos 13:2 5 O parecer agradou a todos, e elegeram a Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, Atos 6:5 3 Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Atos 13:3
No entanto, à medida que a igreja abandonou seu "primeiro amor" (Apocalipse 2:4), perdeu sua pureza de doutrina, seus elevados padrões de conduta pessoal e o laço invisível de união provido pelo Espírito Santo. Na adoração, o forma lismo assumiu o lugar da simplicidade. A popularidade e o poder pessoal passaram a determinar cada vez mais as escolhas dos líderes, que assumiram mais autoridade sobre a igreja local e, depois, buscaram estender sua autoridade sobre as igrejas vizinhas.
A administração da igreja local sob a direção do Espírito Santo, finalmente, foi substituída pelo auto ritarismo eclesiástico nas mãos de um único oficial, o bispo, a quem cada membro da igreja estava sujeito pessoalmente e pelo qual tinha acesso à salvação. Daí em diante, a liderança pensou apenas em governar a igreja em vez de servi-la, e o "maior" já não se considerava "servo de todos". Assim, gradualmente se desenvolveu o conceito de uma hierarquia sacerdotal que se interpôs entre o cristão, como indivíduo, e o Senhor.
De acordo com escritos atribuídos a Inácio de Antioquia, que morreu por volta de 117 d.C., a presença do bispo era essencial à celebração de ritos religiosos e à direção de questões da igreja. Irineu, falecido por vo,lta do ano 200, catalogava os bispos das diferentes igrejas de acordo com a idade e importância das igrejas que presidiam. Dava honra especial às igrejas fundadas pelos apóstolos e defendia que todas as outras deveriam concordar com a igreja de Roma quanto a questões de fé e doutrina. Tertuliano, falecido em 225, ensinava a supremacia do bispo sobre os presbíteros, anciãos escolhidos pela igreja local.
Cipriano, que morreu por volta de 258, é considerado o fundador da hierarquia católica romana. Ele defendia a teoria de que há apenas uma igreja verdadeira e que, fora dela, não há salvação. Defendeu a ideia de que Pedro tinha fundado a igreja em Roma e de que o bispo da igreja de Roma deveria, portanto, ser honrado sobre os outros bispos, e suas opiniões e decisões deveriam prevalecer sempre. Enfatizou a importância da sucessão apostólica direta, afirmou que o sacerdócio do clero era literal e que nenhuma igreja deveria celebrar ritos religiosos ou conduzir suas questões sem a presença e o consentimento do bispo.
Fatores que contribuíram para a ascensão e, finalmente, a supremacia do bispo de Roma foram: (1) Como capital do império e metrópole do mundo civilizado, Roma era o lugar natural para a sede da igreja universal. (2) A igreja de Roma era a única no Ocidente que afirmava ter origem apostólica, o que, naquele tempo, fazia parecer natural que o bispo de Roma tivesse prioridade sobre os demais. Roma ocupava uma posição bastante honrosa mesmo antes do ano 100 d.C. (3) A mudança da capital política de Roma para Constantinopla, por Constantino (330), deixou o bispo de Roma relativamente livre do controle imperial; e, a partir de então, o imperador quase sempre apoiou as reivindicações do bispo de Roma contra as dos outros bispos. (4) Em parte, o imperador Justiniano apoiou fortemente o bispo de Roma e fez avançar seus interesses por meio de um edito imperial que reconhecia sua supremacia sobre as igrejas do Oriente e do Ocidente, edito que não pôde se tornar plenamente efetivo até o declínio do domínio ostrogodo sobre Roma, em 538. (5) O êxito da igreja de Roma em resistir a vários movimentos chamados éticos, em especial o gnosticismo e montanismo, lhe rendeu grande reputação de ortodoxia. Certas facções que em outras partes estavam em contendas, com frequência, apelavam ao bispo de Roma para que fosse o árbitro de suas diferenças. (6) Controvérsias teológicas, que dividiram e enfraqueceram a igreja no Oriente, deixaram a igreja de Roma livre para se dedicar a problemas mais práticos e para tirar vantagem de oportunidades que surgiram para estender sua autoridade. (7) Repetidos casos de êxito em evitar ou mitigar ataques bárbaros contra Roma aumentaram o prestígio político do papado e, com frequência, na ausência de liderança civil, o papa cumpriu na cidade as funções essenciais de um governo secular. (8) Invasões islâmicas constituíram um obstáculo para a igreja no Oriente, eliminando o único rival importante de Roma. (9) Os invasores bárbaros do Ocidente já estavam, em sua maioria, nominalmente convertidos ao cristianismo, e essas invasões livravam o papa do controle imperial. (lO) Com a conversão de Clóvis (496), rei dos francos, o papado fundou um exército forte para defender seus interesses e ajudar efetivamente a converter outras tribos bárbaras.
Professando o cristianismo, Constantino, o Grande (que morreu por volta de 337), vinculou a igreja ao estado, subordinando a igreja ao poder civil, e fez da igreja um instrumento da política do estado. Sua reorganização da ad ministração política do império romano se tornou o padrão para a administração eclesiástica da igreja romana, e assim da hierarquia católica romana. Por volta de 343, o Concílio de Sárdica atribuiu ao bispo de Roma jurisdição sobre os bispos metropolitanos ou arcebispos. O papa Inocêncio I (que morreu por volta de 417) reivindicava jurisdição suprema sobre todo o mundo cristão, mas não foi capaz de exercer esse poder.
Agostinho (que morreu por volta de 430), um dos grandes pais da igreja e fundador da teologia medieval, defendia que Roma sempre tivera supremacia sobre as igrejas. Sua obra clássica A Cidade de Deus ressalta o ideal católico de uma igreja universal que controlasse um estado universal, e isso forneceu a base teórica para o papado na Idade Média.
Leão I, o Grande, que morreu em 461 , foi o primeiro bispo de Roma a proclamar que Pedro tinha sido o primeiro papa, a afirmar a sucessão do papado a partir de Pedro, a sustentar que a primazia havia sido legada diretamente por Jesus Cristo e a obter êxito em aplicar esses princípios à administração papal. Leão I conferiu à teoria do poder papal sua forma definitiva e fez desse poder uma realidade. Foi ele que obteve um edito do imperador declarando que as decisões papais teriam força de lei. Com o apoio imperial, ele se colocou acima dos concílios da igreja, assumindo o direito de definir doutrinas e ditar decisões. Seu êxito em persuadir Átila a não entrar em Roma (452) e sua tentativa de deter Genserico (455) aumentaram seu prestígio e o do papado. Leão I, o Grande, foi definitivamente um líder secular bem como espiritual para o povo cristão. Pretensões ao poder papal feitas por papas posteriores se basearam em grande parte na suposta autoridade de documentos falsificados conhecidos como "fraudes piedosas", como a chamada Doação de Constantino.
A conversão de Clóvis, líder dos francos, à fé romana, por volta do ano 496, quando a maioria dos invasores bárbaros ainda era ariana, deu ao papa um forte aliado político disposto a lutar as batalhas da igreja. Por mais de 12 séculos, a espada da França, a "filha mais velha" do papado, foi uma agente eficaz para a conversão de homens à igreja de Roma e para manter a autoridade papal.
O pontificado do papa Gregório I, o Grande (que morreu em 604), o primeiro dos prelados medievais da igreja, marca a transição dos tempos antigos para os medievais. Gregório ousadamente assumiu o papel, embora não o título, de imperador no Ocidente. Ele lançou as bases para o poder papal na Idade Média, e é de sua administração em particular que datam posteriores reivindicações absolutistas do papado. Grandes esforços missionários iniciados por Gregório, o Grande, ampliaram em muito a influência e a autoridade de Roma.
Quando, mais de um século depois, os lombardos ameaçaram invadir a Itália, o papa apelou a Pepino, rei dos francos, para auxiliá-lo. Respondendo ao pedido, Pepino derrotou por completo os lombardos e, em 756, entregou ao papa o território que tinha tirado deles. Essa dádiva, comumente conhecida como Doação de Pepino, marca a origem dos estados papais e o início formal do governo temporal do papado.
No 7° e no 8° séculos, em termos gerais, o poder papal esteve em baixa. O grande papa seguinte e um dos maiores foi Gregório VII (que morreu em 1085). Ele proclamou que a igreja romana jamais tinha errado e jamais poderia errar, que o papa é juiz supremo, que não pode ser julgado por ninguém, que não há apelo à sua decisão, que ele somente tem direito à homenagem de todos os príncipes e que apenas ele pode depor reis e imperadores.
Por dois séculos, houve uma luta constante entre papa e imperador pela supremacia. Às vezes um, às vezes outro alcançou êxito temporário. O pontificado de Inocêncio III (que morreu em 1216) encontrou o papado no apogeu de seu poder, e durante o século seguinte esteve no zênite de sua glória. Afirmando ser o vicário de Cristo, Inocêncio III exerceu todas as prerrogativas reivindicadas por Gregório mais de um século antes.
Um século depois de Inocêncio III, o papa medieval ideal Bonifácio VIII (que morreu em 1303) tentou governar como seus ilustres predecessores tinham feito , porém não obteve o mesmo êxito. Ele foi o último papa a tentar exercer autoridade universal conforme instituída por Gregório VII e mantida por Inocêncio III. A decadência do poder do papado se tornou completamente evidente durante o chamado cativeiro babilônico (1309-1377), quando os franceses transferiram à força a sede do papado de Roma para Avignon, na França. Logo depois do retorno a Roma, começou o que se conhece como o Grande Cisma (1378-1417). Durante esse tempo, houve ao menos dois e, às vezes, três papas rivais, cada um denunciando e excomungando seus rivais e afirmando ser o verdadeiro papa. Como resu ltado, o papado sofreu perda irreparável de prestígio aos olhos da Europa. Bem antes da época da Reforma, se levantaram muitas vozes dentro e fora da Igreja Católica criticando suas declarações arrogantes e seus muitos abusos de poder tanto secular quanto espiritual. Além disso, o renascimento cultural (Renascença), na Europa Ocidental, a era da descoberta, o crescimento de estados nacionais fortes, a invenção da imprensa e vários outros fatores contribuíram para a perda gradativa do poder papal. Por volta da época de Martinho Lutero, muito havia sido feito para minar a autoridade do bispo de Roma.
Durante a Reforma, que se entende ter começado em 1517, com a divulgação das Noventa e Cinco Teses, o poder papal foi expulso de grandes regiões da Europa do norte. Esforços do papado para combater a Reforma resultaram na criação da Inquisição, do lndex e na organização da ordem jesuíta. Os jesuítas se tornaram o exército intelectual e espiritual da igreja para extermínio do protestantismo. Por aproximadamente três séculos, a igreja de Roma travou uma luta vigorosa que gradualmente se enfraqueceu diante das forças que batalhavam pela liberdade civil e religiosa.
Finalmente, durante a Revolução Francesa, a Igreja Católica foi proscrita da França, a primeira nação da Europa a patrocinar a causa católica. Por mais de 12 séculos, a França havia defendido as declarações e lutado nas bata-lhas da igreja. Foi a nação onde os princípios papais tinham sido testados de forma mais plena do que em qualquer outro lugar, e achados em falta. Em 1798, o governo francês ordenou que o exército que estava na Itália, sob o comando do general Berthier, levasse o papa prisioneiro. Embora o papado tivesse continuado, seu poder foi tirado e, desde então, nunca mais exerceu o mesmo tipo ou medida de poder que teve outrora. Em 1870, os estados papais foram completamente absorvidos ao reino unido da Itália, e o poder temporal que o papado tinha exercido por mais de mil anos chegara ao fim. O papa tonou-se voluntariamente "prisioneiro do Vaticano" até que seu poder temporal foi restaurado, em 1929 (ver com. de Daniel 7:25).
Esse breve resumo demonstra que a ascensão do poder papal foi um processo gradual que se alongou por séculos. O mesmo se deu com seu declínio. É possível dizer que o pri meiro processo se desenvolveu desde cerca de 100 d.C. a 756; o segundo, de cerca de 1303 a 1870 d.C. O papado esteve no auge de seu poder desde a época de Gregório VII (1073-1085) até Bonifácio VIII (1294-1303). Está claro que não é possível dar datas que marquem uma transição precisa da irrelevância à supremacia, ou entre a supremacia e a relativa irrelevância. Da mesma forma, como se dá em todos os processos históricos, o surgimento e a queda do papado foram acontecimentos graduais.
Porém, por volta de 538 d.C. o papado estava completamente form ado e operante em diversos aspectos e, em cerca de 1798 - 1.260 anos depois, ele tinha perdido praticamente todo o poder que acumulou ao longo de séculos. A profecia atribuiu 1.260 anos ao papado para uma demonstração de seus princípios, políticas e objetivos. Desse modo, essas duas datas deveriam ser consideradas como marco do início e do final do período profético do poder papal.
Comentário Bíblico
Ellen G. White e Outros
quatro ventos
Daniel 7:2
Esta expressão pode se referir aos quatro pontos cardeais (comparar com Daniel 8:8; Jeremias 49:36; Zacarias 2:6). Os ventos de todas as direções agitam o mar para causar turbulência. Presume-se que a imagem represente conflito (ex. Apocalipse 7:1).
- 8 O bode, pois, se engrandeceu sobremaneira; e estando ele forte, aquele grande chifre foi quebrado, e no seu lugar outros quatro também notáveis nasceram para os quatro ventos do céu. Daniel 8:8 36 E trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro cantos dos céus, e os espalharei para todos estes ventos; e não haverá nação aonde não cheguem os fugitivos de Elão. Jeremias 49:36 6 Ah, ah! fugi agora da terra do norte, diz o Senhor, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor. Zacarias 2:6 1 Depois disto vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. Apocalipse 7:1
mar Grande
Daniel 7:2
O Mediterrâneo (ex. Números 34:6,7; Juízes 1:4; Ezequiel 47:10,15,19,20), representando o ambiente humano trubulento do qual surgem os impérios (comparar com Isaías 17:12; Apocalipse 17:15).
- 6 Para o ocidente, o Mar Grande vos será por limite; o próprio mar será o vosso limite ocidental. 7 Este será o vosso limite setentrional: desde o Mar Grande marcareis para vós até o Monte Hor; Números 34:6,7 4 Subiu, pois, Judá; e o Senhor lhes entregou nas mãos os cananeus e os perizeus; e bateram deles em Bezeque dez mil homens. Juízes 1:4 10 Os pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe será, segundo a sua espécie, como o peixe do Mar Grande, em multidão excessiva. 15 E este será o termo da terra: da banda do norte, desde o Mar Grande, pelo caminho de Hetlom, até a entrada de Zedade; 19 E a fronteira meridional será desde Tamar até as águas de Meribote-Cades, ao longo do Ribeiro do Egito até o Mar Grande. Essa será a fronteira meridional. 20 E a fronteira do ocidente será o Mar Grande, desde o termo do sul até a entrada de Hamate. Essa será a fronteira do ocidente. Ezequiel 47:10,15,19,20 12 Ai do bramido de muitos povos que bramam como o bramido dos mares; e do rugido das nações que rugem como o rugido de impetuosas águas. Isaías 17:12 15 Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas. Apocalipse 17:15
A Bandeira do Messias, um Cordeiro
Daniel 7:2-7
A Daniel teve uma visão de feras ferozes, representando os poderes da Terra. Mas a bandeira do reino do Messias é um cordeiro. Enquanto os reinos terrestres governam pela ascendência do poder físico, Cristo deve banir toda arma carnal, todo instrumento de coerção. Seu reino deveria ser estabelecido para elevar e enobrecer a humanidade caída ( Carta 32, 1899 ).
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Daniel 7:1-8
Esta visão contém as mesmas representações proféticas do sonho de Nabucodonosor. O grande mar agitado pelos ventos representa a terra e os seus moradores, turbados pelos príncipes e conquistadores ambiciosos. Os quatro animais significam os mesmos quatro impérios representados pelas quatro partes da estátua de Nabucodonosor. Os fortes conquistadores não são mais do que instrumentos da vingança de Deus em um mundo culpável. O animal selvagem representa os traços odiosos no caráter de cada um destes. Entretanto, o domínio dado a cada um tem limite; o seu furor será para louvor do Senhor, e Ele mesmo refreará o restante da ira deles.
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- Análise em Cadeia 1 Depois disto vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. Apocalipse 7:1 15 Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas. Apocalipse 17:15 7 Depois disto, eu continuava olhando, em visões noturnas, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. 13 Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como filho de homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. Daniel 7:7,13
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