Comentário Bíblico
Adventista
Tira a sandália - (cba)
Atos 7:33
Em Êxodo 3, esta ordem vem antes de Deus se identificar a Moisés, que nem precisaria dessa instrução quando reconheceu a presença divina. Ao falar desta experiência, Estêvão enfatizou seu respeito verdadeiro pelos lugares sagrados, demonstrando que a presença do Senhor não se limitava à área do templo de Jerusalém (ver com. de Êxodo 3:5).
Nota Adicional 1 a Atos 7 - (cba)
Atos 7:1-60
O discurso de Estêvão apresenta algumas dificuldades de propósito, do assunto que apresenta e de questões factuais. Ao abordar esses problemas, é necessário ter em mente alguns pontos:
(1) O discurso é relatado não como Lucas compreendeu e interpretou 30 anos depois, ao escrever Atos, mas provavelmente conforme lhe foi contado por um ou mais ouvintes, como Saulo (Paulo) ou um dos sacerdotes convertidos (Atos 6:7). Além disso, Deus pode ter dado a Lucas o conhecimento direto do sermão.
(2) O discurso não foi concluído, pois os ouvintes arremeteram enfurecidos contra Estêvão, arrastaram-no para fora da cidade e o apedrejaram até a morte.
(3) O discurso de Estêvão foi de natureza histórica, assim como os de Pedro antes dele (At 2; 3) e os de Paulo posteriormente (At 13; 22; 26); e, por isso, registra pouco de seu pensamento teológico. A teologia de Estêvão, conforme se desenvolvera até a ocasião, deve ser compreendida dentro dos desdobramentos da história que ele traçou e por meio das acusações de seus inimigos.
(4) Sem dúvida, seu discurso foi uma continuação da mensagem evangelística proferida pelos sete depois de serem ordenados (Atos 6:7-10) e da apresentação do evangelho que Estêvão vinha fazendo nas sinagogas dos helenistas (ver com. de Atos 7:9). Portanto, sua defesa dava como certos muitos elementos que ajudariam hoje na análise e avaliação da mesma; assim, ele não sentiu necessidade de explicá-los.
- 7 E divulgava-se a palavra de Deus, de sorte que se multiplicava muito o número dos discípulos em Jerusalém e muitos sacerdotes obedeciam à fé. 8 Ora, Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. 9 Levantaram-se, porém, alguns que eram da sinagoga chamada dos libertos, dos cireneus, dos alexandrinos, dos da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão; 10 e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava. Atos 6:7-10 9 Os patriarcas, movidos de inveja, venderam José para o Egito; mas Deus era com ele, Atos 7:9
(5) Algumas das dificuldades históricas e exegéticas que o discurso parece apresentar são: o problema de Abraão só sair de Harã depois da morte de Tera (Atos 7:4); as 75 pessoas que totalizariam o clã de hebreus com José no Egito (Atos 7:14); a terra que ele diz que Abraão comprou em Siquém (Atos 7:16); o enterro de Jacó nesse local (Atos 7:15,16); a citação extraída de Amós 5:26,27, na qual Estêvão diz “Babilônia” em lugar de “Damasco”; e o nome das divindades pagãs mencionadas (Atos 7:43). Elas podem ser atribuídas, parcial ou totalmentc, a nossa falta de informações que eram do conhecimento de Estêvão.
- 4 Então saiu da terra dos caldeus e habitou em Harã. Dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais. Atos 7:4 14 Então José mandou chamar a seu pai Jacó, e a toda a sua parentela - setenta e cinco almas. Atos 7:14 16 e foram transportados para Siquém e depositados na sepultura que Abraão comprara por certo preço em prata aos filhos de Emor, em Siquém. Atos 7:16 15 Jacó, pois, desceu ao Egito, onde morreu, ele e nossos pais; 16 e foram transportados para Siquém e depositados na sepultura que Abraão comprara por certo preço em prata aos filhos de Emor, em Siquém. Atos 7:15,16 26 Sim, levastes Sicute, vosso rei, e Quium, vosso deus-estrela, imagens que fizestes para vos mesmos. 27 Portanto vos levarei cativos para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é o Deus dos exércitos. Amós 5:26,27 43 Antes carregastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus Renfã, figuras que vós fizestes para adorá-las. Desterrar-vos-ei pois, para além da Babilônia. Atos 7:43
Três objetivos relativamente óbvios podem ser inferidos do discurso de Estêvão:
1. Conseguir a aprovação ou diminuir a desaprovação ao mostrar ao Síncdrio que ele tinha familiaridade com a história dos hebreus e fornecer bases para sua ortodoxia.
2. Demonstrar historicamente como Deus havia procurado orientar os hebreus e como eles foram insistentes em rejeitar a liderança divina por meio de Moisés, dos profetas e do esperado Messias.
3. Mostrar a natureza e o sentido da adoração que Deus ordenara aos patriarcas e ao povo escolhido e sua relação, conforme deveria ser reconhecida, com a obra recém-iniciada por Cristo à destra de Deus. Este objetivo pode ser considerado o mais importante, embora ele seja apresentado eom menos clareza. É importante observar quatro fatos em relação a isso:
a. Quando os diáeonos, dos quais Estêvão fazia parte e se destacou como o evangelista principal, começaram seu ministério público, observou-se pela primeira vez que “muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (Atos 6:7). Este resultado deve ter surgido por causa de uma ênfase particular na apresentação do evangelho por Estêvão e pelos outros diáeonos.
b. A séria acusação feita contra Estêvão, de que seu ensino era contrário ao “lugar santo” isto é, ao templo, à “lei” e aos “costumes” (Atos 6:13,14).
c. Estêvão destaca o chamado de Abraão e o cuidado providencial de Deus a jacó e seus descendentes (Atos 7:2-17); a libertação dos hebreus do Egito sob a liderança de Moisés: (Atos 7:18-36); o testemunho de Moisés de que viria um profeta futuro para a assembléia no deserto (Atos 7:37,38); a falsa adoração e os sacrifícios não consagrados dos hebreus (Atos 7:39-43); e tabernáculo do deserto, construído segundo o modelo mostrado a Moisés (Atos 7:44,45); o tem pio de Salomão (Atos 7:46,47) e o fato de Deus não ter necessidade de templos feitos por mão: humanas (Atos 7:48-50). A ênfase na adoração sugere que Estêvão se encaminhava para o tem. do ministério de Cristo no Céu.
- 2 Estêvão respondeu: Irmãos e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando ele na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, 3 e disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar. 4 Então saiu da terra dos caldeus e habitou em Harã. Dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que vós agora habitais. 5 E não lhe deu nela herança, nem sequer o espaço de um pé; mas prometeu que lha daria em possessão, e depois dele à sua descendência, não tendo ele ainda filho. 6 Pois Deus disse que a sua descendência seria peregrina em terra estranha e que a escravizariam e maltratariam por quatrocentos anos. 7 Mas eu julgarei a nação que os tiver escravizado, disse Deus; e depois disto sairão, e me servirão neste lugar. 8 E deu-lhe o pacto da circuncisão; assim então gerou Abraão a Isaque, e o circuncidou ao oitavo dia; e Isaque gerou a Jacó, e Jacó aos doze patriarcas. 9 Os patriarcas, movidos de inveja, venderam José para o Egito; mas Deus era com ele, 10 e o livrou de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa. 11 Sobreveio então uma fome a todo o Egito e Canaã, e grande tribulação; e nossos pais não achavam alimentos. 12 Mas tendo ouvido Jacó que no Egito havia trigo, enviou ali nossos pais pela primeira vez. 13 E na segunda vez deu-se José a conhecer a seus irmãos, e a sua linhagem tornou-se manifesta a Faraó. 14 Então José mandou chamar a seu pai Jacó, e a toda a sua parentela - setenta e cinco almas. 15 Jacó, pois, desceu ao Egito, onde morreu, ele e nossos pais; 16 e foram transportados para Siquém e depositados na sepultura que Abraão comprara por certo preço em prata aos filhos de Emor, em Siquém. 17 Enquanto se aproximava o tempo da promessa que Deus tinha feito a Abraão, o povo crescia e se multiplicava no Egito; Atos 7:2-17 18 até que se levantou ali outro rei, que não tinha conhecido José. 19 Usando esse de astúcia contra a nossa raça, maltratou a nossos pais, ao ponto de fazê-los enjeitar seus filhos, para que não vivessem. 20 Nesse tempo nasceu Moisés, e era mui formoso, e foi criado três meses em casa de seu pai. 21 Sendo ele enjeitado, a filha de Faraó o recolheu e o criou como seu próprio filho. 22 Assim Moisés foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras. 23 Ora, quando ele completou quarenta anos, veio-lhe ao coração visitar seus irmãos, os filhos de Israel. 24 E vendo um deles sofrer injustamente, defendeu-o, e vingou o oprimido, matando o egípcio. 25 Cuidava que seus irmãos entenderiam que por mão dele Deus lhes havia de dar a liberdade; mas eles não entenderam. 26 No dia seguinte apareceu-lhes quando brigavam, e quis levá- los à paz, dizendo: Homens, sois irmãos; por que vos maltratais um ao outro? 27 Mas o que fazia injustiça ao seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu senhor e juiz sobre nós? 28 Acaso queres tu matar-me como ontem mataste o egípcio? 29 A esta palavra fugiu Moisés, e tornou-se peregrino na terra de Madiã, onde gerou dois filhos. 30 E passados mais quarenta anos, apareceu-lhe um anjo no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo no meio de uma sarça. 31 Moisés, vendo isto, admirou-se da visão; e, aproximando-se ele para observar, soou a voz do Senhor; 32 Eu sou o deus de teus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. E Moisés ficou trêmulo e não ousava olhar. 33 Disse-lhe então o Senhor: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa. 34 Vi, com efeito, a aflição do meu povo no Egito, ouvi os seus gemidos, e desci para livrá-lo. Agora pois vem, e enviar-te-ei ao Egito. 35 A este Moisés que eles haviam repelido, dizendo: Quem te constituiu senhor e juiz? a este enviou Deus como senhor e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera na sarça. 36 Foi este que os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto por quarenta anos. Atos 7:18-36 37 Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta como eu. 38 Este é o que esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para vo-las dar; Atos 7:37,38 39 ao qual os nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram, e em seus corações voltaram ao Egito, 40 dizendo a arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque a esse Moisés que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. 41 Fizeram, pois, naqueles dias o bezerro, e ofereceram sacrifício ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos. 42 Mas Deus se afastou, e os abandonou ao culto das hostes do céu, como está escrito no livro dos profetas: Porventura me oferecestes vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, ó casa de Israel? 43 Antes carregastes o tabernáculo de Moloque e a estrela do deus Renfã, figuras que vós fizestes para adorá-las. Desterrar-vos-ei pois, para além da Babilônia. Atos 7:39-43 44 Entre os nossos pais no deserto estava o tabernáculo do testemunho, como ordenara aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto; 45 o qual nossos pais, tendo-o por sua vez recebido, o levaram sob a direção de Josué, quando entraram na posse da terra das nações que Deus expulsou da presença dos nossos pais, até os dias de Davi, Atos 7:44,45 46 que achou graça diante de Deus, e pediu que lhe fosse dado achar habitação para o Deus de Jacó. 47 Entretanto foi Salomão quem lhe edificou uma casa; Atos 7:46,47 48 mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: 49 O céu é meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual o lugar do meu repouso? 50 Não fez, porventura, a minha mão todas estas coisas? Atos 7:48-50
d. O sermão de Estêvão se relaciona com a profecia das 70 semanas (Daniel 9:24-27), que começou em 457 a.C. Na última semana, o Messias seria morto e já não estaria. Con isso, o sistema de sacrifícios terreno típico chegaria ao fim como meio eficaz de intereces são, resultando no encerramento do sacerdócio terreno. Este Comentário aceita o ponto de vista de que a crucifixão ocorreu em 31 d.C., “na metade da semana”. Portanto, a última das 70 semanas proféticas deveria terminar em 34 d.C. Logc o ministério de Estêvão pode ser visto como um símbolo dramático do apelo de Deu a Seu povo eseolhido durante a última semana profética, antes que o evangelho foss levado aos gentios. Consequentemente, parece razoável datar o martírio de Estêvão cr 34 d.C., pois sua morte pode ser considerada o ato final de rejeição do evangelho pelo judeus como nação.
Quando o discurso de Estêvão é interpretado nesse contexto, passa a ser considerado ur episódio dramático e vital num período crítico da história da igreja primitiva.
Nota Adicional 2 a Atos 7 - (cba)
Atos 7:1-60
O jovem Saulo, apresentado em Atos 7:58, desempenha um papel tão importante no cem rio do NT que desperta atenção detalhada desde a primeira menção a seu nome. Detalhe biográficos diretos são escassos, mas as referências indiretas permitem uma reconstruçã parcial do início de sua vida.
Além da menção passageira a sua mãe (Gálatas 1:15, ARC) e das referências gerais a sei antepassados hebreus (Atos 24:14; Gálatas 1:14; 2 Timóteo 1:3), as Escrituras não dão pistas quanto s parentesco de Saulo. Sabe-se que ele não foi filho único, pois Atos 23:16 apresenta “o filf da irmã de Paulo”. É possível que sua família o tenha considerado apóstata quando se to nou cristão e se afastado dele, cortando todos os laços (ver Filipenses 3:8). A menção a eles poder ser dolorosa para o apóstolo, embora Romanos 16:7 possa ser compreendido com o sentic de que alguns de seus parentes eram cristãos.
- 15 Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, Gálatas 1:15 14 Mas confesso-te isto: que, seguindo o caminho a que eles chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas, Atos 24:14 14 e na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. Gálatas 1:14 3 Dou graças a Deus, a quem desde os meus antepassados sirvo com uma consciência pura, de que sem cessar faço menção de ti em minhas súplicas de noite e de dia; 2 Timóteo 1:3 16 Mas o filho da irmã de Paulo tendo sabido da cilada, foi, entrou na fortaleza e avisou a Paulo. Atos 23:16 8 sim, na verdade, tenho também como perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo, Filipenses 3:8 7 Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e meus companheiros de prisão, os quais são bem conceituados entre os apóstolos, e que estavam em Cristo antes de mim. Romanos 16:7
Uma tradição do 2° século, registrada pela primeira vez por Jerônimo, afirma que os pais de Saulo viviam originalmente em Giscala, na Galileia. Por volta do ano 4 a.C., eles teriam sido capturados e levados como escravos para Tarso, a principal cidade da Cilícia, na Ásia Menor, onde conquistaram a liberdade, prosperaram e se tornaram cidadãos romanos. Mais tarde, tiveram um filho ali, Saulo.
A vida de Saulo começou em Tarso (Atos 22:3), onde foi circuncidado no oitavo dia (Filipenses 3:5) e, segundo o costume, recebeu um nome (ver com. de Lucas 1:59). Como era da tribo de Benjamim (Romanos 11:1; Filipenses 3:5), pode ter recebido o nome em homenagem ao primeiro rei de Israel, que vinha da mesma casa.
- 3 Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, conforme a precisão da lei de nossos pais, sendo zeloso para com Deus, assim como o sois todos vós no dia de hoje. Atos 22:3 5 circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei fui fariseu; Filipenses 3:5 59 Sucedeu, pois, no oitavo dia, que vieram circuncidar o menino; e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. Lucas 1:59 1 Pergunto, pois: Acaso rejeitou Deus ao seu povo? De modo nenhum; por que eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Romanos 11:1
Desde o nascimento, ele possuía alguns privilégios invejáveis. Era cidadão romano (Atos 22:28). No primeiro século d.C., a cidadania romana era um tesouro bem guardado, e é provável que a família de Saulo tivesse certa distinção e riqueza acima da média. O detentor dessa cidadania tinha todos os motivos para se sentir orgulhoso e, naturalmente, teria uma inclinação favorável ao governo de Roma imperial. Além disso, Saulo demonstrava lealdade a sua distinta cidade. Era um cidadão de Tarso (Atos 21:39). Isso quer dizer que não era mero residente, mas possuía direitos de cidadão. É provável que desfrutasse dessa condição por causa dos serviços prestados por sua família à cidade.
- 28 Tornou o comandante: Eu por grande soma de dinheiro adquiri este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento. Atos 22:28 39 Mas Paulo lhe disse: Eu sou judeu, natural de Tarso, cidade não insignificante da Cilícia; rogo-te que me permitas falar ao povo. Atos 21:39
No entanto, acima desses privilégios sociais, Paulo valorizava sua herança racial e religiosa. Ele se gloriava na descrição “hebreu de hebreus” (Filipenses 3:5; 2 Coríntios 11:22) e era zeloso de suas tradições ancestrais. Isso era totalmente compatível com seu orgulho pelas cidadanias romana e de Tarso, pois, até 70 d.C., quando Vespasiano aboliu os direitos legais dos judeus, estes tinham permissão para preservar sua nacionalidade distinta, mesmo dentro de um contexto romano pagão. À satisfação por sua herança religiosa, ele acrescentava o orgulho especial de ser fariseu. Ele era “fariseu conforme a seita mais severa da [...] religião” (Atos 26:5; Atos 23:6; Filipenses 3:5). Alguns comentaristas sugerem que o farisaísmo foi herdado de seu pai, mas também é possível que ele tenha se tornado fariseu por causa do ensino recebido de Gamaliel (ver com. de Atos 5:34).
- 5 circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei fui fariseu; Filipenses 3:5 22 São hebreus? também eu; são israelitas? também eu; são descendência de Abraão? também eu; 2 Coríntios 11:22 5 pois me conhecem desde o princípio e, se quiserem, podem dar testemunho de que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu. Atos 26:5 6 Sabendo Paulo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no sinédrio: Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus; é por causa da esperança da ressurreição dos mortos que estou sendo julgado. Atos 23:6 34 Mas, levantando-se no sinédrio certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, acatado por todo o povo, mandou que por um pouco saíssem aqueles homens; Atos 5:34
Ainda jovem, provavelmente por volta dos 12 anos de idade, Paulo foi enviado para Jerusalém (Atos 26:4), onde foi educado pelo célebre Gamaliel I (Atos 22:3; ver com. de Atos 5:34). Ele foi instruído “segundo a exatidão da lei”, passando a ser “zeloso para com Deus” e “extremamente zeloso das tradições de [seus] pais” (Atos 22:3; Atos 24:14; Gálatas 1:14). Parece que se tornou um adepto mais fanático do farisaísmo do que seu mestre (ver com. de Atos 5:34). Assim se lançaram os alicerces para sua enérgica cruzada posterior contra os cristãos (Atos 8:1,3; Atos 22:4,5; Atos 26:9-12). Com essa história de vida e neste contexto, Saulo entra na narrativa do livro de Atos (Atos 7:58). Sendo um membro da facção mais rígida do judaísmo, ele conferiu o peso e o consentimento de sua presença à morte de Estevão, que parecia um crítico do judaísmo. Sua presença ali sugere que ele continuava morando em Jerusalém. Portanto, conhecia muito bem o ministério e a morte de Cristo, bem como o testemunho apostólico que se seguiu, cada vez mais poderoso. Contudo, como ele só menciona seu encontro sobrenatural com Jesus na estrada de Damasco (Atos 22:7,8; Atos 26:14,15; 1 Coríntios 15:8), é improvável que ele O tenha conhecido pessoalmente. Paulo estava bem preparado para perseguir os cristãos, e não havia nada de anormal em sua participação na morte do primeiro mártir.
- 4 A minha vida, pois, desde a mocidade, o que tem sido sempre entre o meu povo e em Jerusalém, sabem-na todos os judeus, Atos 26:4 3 Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, conforme a precisão da lei de nossos pais, sendo zeloso para com Deus, assim como o sois todos vós no dia de hoje. Atos 22:3 34 Mas, levantando-se no sinédrio certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, acatado por todo o povo, mandou que por um pouco saíssem aqueles homens; Atos 5:34 14 Mas confesso-te isto: que, seguindo o caminho a que eles chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas, Atos 24:14 14 e na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. Gálatas 1:14 1 Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samária. 3 Saulo porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão. Atos 8:1,3 4 E persegui este Caminho até a morte, algemando e metendo em prisões tanto a homens como a mulheres, 5 do que também o sumo sacerdote me é testemunha, e assim todo o conselho dos anciãos; e, tendo recebido destes cartas para os irmãos, seguia para Damasco, com o fim de trazer algemados a Jerusalém aqueles que ali estivessem, para que fossem castigados. Atos 22:4,5 9 Eu, na verdade, cuidara que devia praticar muitas coisas contra o nome de Jesus, o nazareno; 10 o que, com efeito, fiz em Jerusalém. Pois havendo recebido autoridade dos principais dos sacerdotes, não somente encerrei muitos dos santos em prisões, como também dei o meu voto contra eles quando os matavam. 11 E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, obrigava-os a blasfemar; e enfurecido cada vez mais contra eles, perseguia-os até nas cidades estrangeiras. 12 Indo com este encargo a Damasco, munido de poder e comissão dos principais sacerdotes, Atos 26:9-12 58 e, lançando-o fora da cidade o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um mancebo chamado Saulo. Atos 7:58 7 Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 8 Eu respondi: Quem és tu, Senhor? Disse-me: Eu sou Jesus, o nazareno, a quem tu persegues. Atos 22:7,8 14 E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me dizia em língua hebráica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. 15 Disse eu: Quem és, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; Atos 26:14,15 8 e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo. 1 Coríntios 15:8
Existe um debate considerável centrado na mudança de nome que ocorre no meio do livro. Atos 13:9 fala de “Saulo, também chamado Paulo”, ou, numa tradução alternativa, “Saulo, ou então Paulo”. Por que um segundo nome depois de “Saulo” ser usado 18 vezes entre Atos 7:58 e Atos 13:9? Desde os dias de Jerônimo, o nome recém-apresentado tem sido ligado ao de Sérgio Paulo, deputado (procônsul) de Chipre. Sugere-se que Sardo adotou o nome de Paulo nesta ocasião para homenagear a conversão do político à fé cristã. Tal explicação parece improvável, pois há fortes razões para concluir que Sardo tinha mais de um nome desde seus primeiros anos.
- 9 Todavia Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos nele, Atos 13:9 58 e, lançando-o fora da cidade o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas vestes aos pés de um mancebo chamado Saulo. Atos 7:58
Sardo nasceu em um mundo multilíngue. A população heterogênea falava um conjunto surpreendente de idiomas, mas cada grupo tinha a própria língua nativa. Sobreposta a todos os idiomas se encontravam o grego, a língua franca do mundo civilizado, e o latim, a língua oficial do império romano. Como resultado, muitas pessoas falavam não se a língua nativa, mas também grego e latim. Por causa disso, vários indivíduos tinham mais de um nome, ou formas diferentes do mesmo nome, usadas segundo a língua ou a sociedade no qual se encontravam. Em outros casos, tinham nomes sem conexão linguística uir com o outro, ou seja, que não eram traduções de uma língua para a outra.
O caso de Paulo pode ter sido assim: na circuncisão, ele recebeu um nome judaico Saulo. Mas, como vivia em uma comunidade gentílica, também era chamado pelo nome latino comum Paulus. É possível citar diversos exemplos de nomes duplos, como Beltessazar Daniel, Ester-Hadassa, João Marcos (cf. Atos 1:23; Atos 13:1; Colossenses 4:11). Lucas demonstra conhece, os dois nomes do apóstolo: Saulo e Paulo. Antes de Atos 13:9, ele é retratado num ambiente hebraico e, por isso, usa seu nome hebraico, Saulo. Então, em Atos 13:9, Lucas o descreve face a face com um oficial romano, que naturalmente lhe faria perguntas como: “Qual é seu nome?”, “Onde fica sua casa?” A questionamentos como esses, um cidadão romano nãc respondería: "Saulo, fariseu de Jerusalém”, mas, sim, “Paulo, cidadão romano de Tarso’ Portanto, a revelação feita por Lucas do outro nome de seu personagem é oportuna; é ver dadeira diante das circunstâncias e não carece de grandes explicações. A partir de então, o autor de Atos usa o nome gentílico, com exceção de três outras referências a “Saulo” (Atos 22:7,13; Atos 26:14), mostrando como Lucas registrou com precisão os discursos de Paulo. Tudo isso é bem apropriado, uma vez que o ministério de Paulo na segunda metade de Atos se volta para os não judeus. Logo, o nome Paulo está ligado a seu trabalho aos gentios. O própri apóstolo dá o mais forte apoio a essa ideia ao usar apenas a forma “Paulo” em suas epístola (Romanos 1:1; 1 Coríntios 1:12; 2 Coríntios 10:1; Gálatas 5:2; Colossenses 4:18; etc.).
- 23 E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. Atos 1:23 1 Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Atos 13:1 11 e Jesus, que se chama Justo, sendo unicamente estes, dentre a circuncisão, os meus cooperadores no reino de Deus; os quais têm sido para mim uma consolação. Colossenses 4:11 9 Todavia Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos nele, Atos 13:9 7 Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 13 vindo ter comigo, de pé ao meu lado, disse-me: Saulo, irmão, recobra a vista. Naquela mesma hora, recobrando a vista, eu o vi. Atos 22:7,13 14 E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me dizia em língua hebráica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. Atos 26:14 1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, Romanos 1:1 12 Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo. 1 Coríntios 1:12 1 Ora eu mesmo, Paulo, vos rogo pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas quando ausente, ousado para convosco; 2 Coríntios 10:1 2 Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. Gálatas 5:2 18 Esta saudação é de próprio punho, de Paulo. Lembrai-vos das minhas cadeias. A graça seja convosco. Colossenses 4:18
Outra interpretação merece ser levada em conta. A palavra latina paulus (cujo equivalent grego é pauros) significa “pequeno ’ ou “baixo” e é considerada uma descrição da estatura de Saulo. Esta ideia recebe algum apoio das obras apócrifas Atos de Paulo e Tecla, que datar de 160-180 d.CL; e, embora não seja totalmente confiável, pode refletir uma tradição genuín ligada à aparência pessoal do grande apóstolo. Uma passagem relevante diz: “Um homem de estatura baixa, calvo, pernas arqueadas, de constituição forte, com as sobrancelhas uri das, nariz um pouco comprido, cheio de graça. As vezes, parecia homem e, às vezes, tinha aparência de um anjo” (The Ante-Nicene Fathers, vol. 8, p. 487). Todavia, deve-se reconhr cer que tal explicação envolve aceitar que o nome Paulo Leria surgido posteriormente, um vez que só poderia ser dado depois que as características físicas se tornassem evidenciada:
Qualquer que seja a origem do nome alternativo de Saulo, tratava-se de um nome roman apropriado para o objetivo do apóstolo de levar o evangelho até a capital do império (ver con de Atos 19:21; Romanos 1:15). Além disso, quando Lucas aborda o principal assunto de seu livro ministério de Paulo aos gentios, faz uso consistente do nome romano do apóstolo.
- 21 Cumpridas estas coisas, Paulo propôs, em seu espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, porque dizia: Depois de haver estado ali, é-me necessário ver também Roma. Atos 19:21 15 De modo que, quanto está em mim, estou pronto para anunciar o evangelho também a vós que estais em Roma. Romanos 1:15
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Atos 7:30-41
Os homens se enganam se pensam que Deus não pode fazer o que vê que é bom em alguma parte; pode levar o seu povo ao deserto, e ali falar-lhes de consolo. Apareceu a Moisés em uma chama de fogo; porém, o arbusto não se consumia, o qual representava o estado de Israel no Egito, onde, ainda que estivessem no fogo da aflição, não foram consumidos. Isto também pode ser visto como símbolo da assunção da natureza humana por meio de Cristo, e da união das naturezas divina e humana. A morte de Abraão, Isaque e Jacó não podem romper a relação do pacto entre Deus e eles. Nosso Salvador prova através disto, o estado futuro (Mateus 22:31). Abraão morreu, mas Deus ainda é o seu Deus, portanto Abraão ainda vive. Bem, esta é a vida e a imortalidade que é trazida à luz pelo Evangelho.
Estêvão mostra aqui que Moisés foi um tipo eminente de Cristo, como libertador de Israel. Deus se compadece dos problemas de sua Igreja e dos gemidos de seu povo quando sofre perseguições; e a libertação deles brota de sua compaixão. Esta libertação tipifica a que Cristo proporcionou quando desceu do céu por nós, os homens, e para nossa salvação. Este Jesus, a quem agora rejeitaram, como seus pais rejeitaram a Moisés, é o mesmo que Deus levantou para ser Príncipe e Salvador. Nada se diminui da justa honra de Moisés, ao dizer que ele foi somente um instrumento cujo brilho é infinitamente superado por Jesus. Ao afirmar que Jesus deveria mudar os costumes da lei cerimonial, Estêvão estava muito longe de blasfemar contra Moisés, a quem, na realidade, honrava. Demonstrou como se cumpriu a profecia de Moisés, que era tão clara. Deus, que lhes deu estes costumes através de seu servo Moisés, podia mudar o costume por meio de seu Filho Jesus. Porém, Israel rejeitou Moisés, e desejava voltar para a escravidão, mostrando que muitos homens não obedecerão a Jesus porque amam este mundo mau e se regozijam em suas obras e inventos.
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- Análise em Cadeia 5 Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira os sapatos dos pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa. Êxodo 3:5 15 Então respondeu o príncipe do exército do Senhor a Josué: Tira os sapatos dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E Josué assim fez: Josué 5:15 1 Guarda o teu pé, quando fores à casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos; pois não sabem que fazem mal. Eclesiastes 5:1 18 e essa voz, dirigida do céu, ouvimo-la nós mesmos, estando com ele no monte santo. 2 Pedro 1:18