Comentário Bíblico
Adventista
Nota Adicional a Atos 16 - (cba)
Atos 16:1-40
A narrativa de Lucas em Atos 16:6-8 dá origem a dois problemas relacionados entre si. O primeiro diz respeito à rota de Paulo pela região central da Ásia Menor e o segundo está ligado à identidade das igrejas da Galácia. O estudo desses dois questionamentos resultou na criação das teorias do norte e do sul da Galácia. Sir William Ramsay, o principal defensor da teoria meridional, diz que a epístola de Paulo aos gálatas se dirigia às igrejas fundadas no sul da Galácia durante a primeira viagem missionária. J. B. Lightfoot, Kirsopp Lake e outros acreditam que a carta foi escrita para as igrejas que surgiram como fruto do ministério de Paulo no norte da Galácia durante a segunda viagem missionária, conforme o registro de Atos 16:6-8. Não é possível encontrar uma resposta definitiva para esses problemas, mas é possível obter uma compreensão mais clara das questões envolvidas ao se considerar certas expressões-chaves da passagem:
1. A região frígio-gálata (Atos 16:6), do gr. phrugia kai galatikê chora. O sentido desta expressão já foi alvo de muito debate, e visões divergentes continuam a ser defendidas pelos eruditos. Contudo, o peso das evidências contextuais e gramaticais parece sugerir que Lucas estava se referindo a dois distritos ligados: a Frigia e uma área mais indefinida habitada pelos gálatas. A história da Frigia remonta ao segundo milênio a.C., quando invasores frígios desceram dos Bálcãs, dominaram uma parte do povo heteu no oeste da Ásia Menor e estabeleceram o próprio distrito étnico. Cerca de mil anos depois, em 278 a.C., os gauleses invadiram a Ásia Menor a partir do norte, destruíram o que restava da Frigia e lançaram as bases do que passou a ser conhecido posteriormente como Galácia (ver com. de Atos 16:6). Na época de Lucas, a província romana da Galácia se estendia pela região central da Ásia Menor na direção norte-sul, incluindo áreas que não correspondiam à Galácia no sentido original do termo. O fato de Lucas não se referir a essa divisão política pode ser inferido pelo uso da palavra chora, de sentido mais genérico, para denotar “terra”, “país” ou “região '. Não era, portanto, um termo técnico usado para definir áreas políticas específicas. Portanto, parece provável que, depois de visitar Listra, Icônio e outras cidades da Licaônia (Atos 16:1-4; Atos 14:6), Paulo e seu grupo se dirigiram para o oeste, rumo à Frigia, e para o norte, rumo à região conhecida localmente como Galácia. Em ambas, pregaram as boas-novas a habitantes pagãos, fundando grupos de crentes que se transformaram nas igrejas gálatas (AA, 207, 208).
- 6 Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia; Atos 16:6 1 Chegou também a Derbe e Listra. E eis que estava ali certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego; 2 do qual davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio. 3 Paulo quis que este fosse com ele e, tomando-o, o circuncidou por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego. 4 Quando iam passando pelas cidades, entregavam aos irmãos, para serem observadas, as decisões que haviam sido tomadas pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. Atos 16:1-4 6 eles, sabendo-o, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e a região circunvizinha; Atos 14:6
2. Ásia. Há várias interpretações para este termo. Mas, no contexto, elas podem ser reduzidas a duas: (1) a província romana da Ásia, que abrangia o extremo oeste da península da Ásia Menor; e (2) a região litorânea dessa província, margeando as praias orientais do mar Egeu, onde ficavam cidades gregas como Efeso, Esmirna, Pérgamo e Laodiceia (cf. Ap 1-3). Na tentativa de decidir qual das duas é a proposta por Lucas, depara-se com uma questão gramatical na narrativa que precisa ficar clara. É possível que a construção grega em Atos 16:6 sugira que Paulo e seus companheiros foram pregar na região frígio-gálata ;porque haviam sido impedidos de pregar na Ásia pelo Espírito (ver com. de Atos 16:6). Tal interpretação situa a proibição depois que deixaram a área das cidades nas quais já haviam fundado igrejas, subentendendo que a Galácia se referiría a uma região diferente. Segundo essa interpretação, eles teriam o plano de passar da região onde haviam trabalhado antes para a Ásia. Nesse caso, “Ásia” poderia se referir à província, uma vez que sua fronteira ficava perto das cidades que haviam acabado de visitar (Atos 16:1,2,4). A objeção de que, em seguida, eles passaram pela província da Ásia ao ir a Trôade (Atos 16:8) pode ser desfeita ao se perceber que a orientação do Espírito impediu a pregação da palavra na região (Atos 16:6), mas não os proibiu de passar por ali. Em contrapartida, Laodiceia, a mais oriental das cidades gregas, também estava próxima dos viajantes e pode ser que Paulo tivesse o plano de visitá-la. Parece que a limitação linguística fazia seu plano regular se concentrar em regiões de fala grega, em vez de tentar se lançar na tarefa de propagar o evangelho por meio de intérpretes em idiomas nos quais ele era incapaz de se comunicar. Além disso, qualquer que tenha sido sua rota exata, com certeza não passou por aquelas cidades gregas nessa ocasião. Portanto, a segunda alternativa é uma interpretação aceitável. Atos 2:9,10 favorece esta ideia, ao deixar claro que a Ásia e a Frigia eram regiões separadas, ao passo que a província da Ásia, sem dúvida, incluía parte da Frigia. Portanto, os evangelistas cumpriram a ordem divina passando pela fronteira oriental da província romana da Ásia sem parar para pregar ou não entrando na região urbana grega densamente povoada que se espalhava rumo ao interior desde o mar Egeu.
- 6 Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia; Atos 16:6 1 Chegou também a Derbe e Listra. E eis que estava ali certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego; 2 do qual davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio. 4 Quando iam passando pelas cidades, entregavam aos irmãos, para serem observadas, as decisões que haviam sido tomadas pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. Atos 16:1,2,4 8 Então, passando pela Mísia, desceram a Trôade. Atos 16:8 9 Nós, partos, medos, e elamitas; e os que habitamos a Mesopotâmia, a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a Ásia, 10 a Frígia e a Panfília, o Egito e as partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, Atos 2:9,10
3. Mísia (Atos 16:7). Era o promontório no extremo noroeste da Ásia Menor, que fazia fronteira com o Helesponto e com o mar de Mármara (Propontis) ao norte, e com o Egeu, a oeste. Ficava dentro dos limites da província da Ásia. Lucas usa a expressão kata tên Musian, que pode ser traduzida por “em frente à Mísia", mostrando que ele estava nas redondezas da Mísia, sem necessariamente ter entrado. Isso está em harmonia com a declaração de Paulo de que desejava ir à Bitínia, adjacente à Mísia, a leste. Parece que o grupo de cristãos saíra do oeste, da região frígio-gálata, até perto da junção entre a Bitínia e a Mísia, com a intenção de evangelizar primeiramente a Bitínia. Mais uma vez, o Espírito interveio, a entrada na Bitínia foi proibida e o grupo se dirigiu ao oeste, passando perto da fronteira sul da Mísia, entrando, por fim, no distrito, a caminho de Trôade, seu porto principal.
E importante então concentrar a atenção no problema com a Galácia. Os que defendem a teoria do sul da Galácia acreditam que, durante a primeira viagem missionária, o trabalho de Paulo dentro e em torno das cidades de Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe fundou igrejas que pocleriam ser legitimamente chamadas de “gálatas”, uma vez que todas se localizavam dentro das fronteiras da província romana da Galácia. Mas é difícil harmonizar tal teoria com a linguagem cuidadosa de Lucas. Ele fala de Antioquia da Pisídia (ver com. de Atos 13:14), não localiza Icônio dentro de nenhuma região política (Atos 13:51; Atos 14:1) e, especificamente, identifica Listra e Derbe como cidades licaônicas (Atos 14:6). Em nenhuma parte, ele relaciona qualquer dessas cidades à Galácia. Em contrapartida, ele faz menção específica à “Galácia” na segunda viagem missionária e parece distingui-la de todas as áreas mencionadas até então. Conforme já demonstrado, Paulo saiu da Licaônia e foi para a Frigia, um distrito distinto da Galácia (Atos 16:6; Atos 18:23), embora os dois, possivelmente, tivessem uma ligação íntima. Logo, parece provável que as “igrejas da Galácia” (Gálatas 1:2) sejam as fundadas pelo apóstolo depois de sair da Frigia e antes de chegar à fronteira da Bitínia e da Mísia. Alguns argumentam que a teoria do norte da Galácia estendería as viagens de Paulo aos distritos setentrionais da província da Galácia, em torno da capital Ancyra (atual Ancara). Tal extensão é possível, mas não necessária. É razoável limitar o trabalho de Paulo a uma região logo ao sul da Bitínia, levando à adoção de uma versão modificada da teoria do norte da Galácia. A divergência de opiniões em relação a este problema não é vital para a integridade do livro de Atos. Entretanto, é útil ter uma ideia tão clara quanto possível da localização das igrejas às quais Paulo escreveu a importante epístola aos Gálatas.
- 14 Mas eles, passando de Perge, chegaram a Antioquia da Psídia; e entrando na sinagoga, no dia de sábado, sentaram-se. Atos 13:14 51 Mas estes, sacudindo contra eles o pó dos seus pés, partiram para Icônio. Atos 13:51 1 Em Icônio entraram juntos na sinagoga dos judeus e falaram de tal modo que creu uma grande multidão tanto de judeus como de gregos. Atos 14:1 6 eles, sabendo-o, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e a região circunvizinha; Atos 14:6 6 Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia; Atos 16:6 23 E, tendo demorado ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela região da Galácia e da Frígia, fortalecendo a todos os discípulos. Atos 18:23 2 e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia: Gálatas 1:2
Com a chegada do apóstolo a Trôade, a incerteza em relação a sua rota desaparece. A maior e mais frutífera parte da segunda viagem missionária estava à frente, e a Europa se encontrava prestes a receber o evangelho.
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Atos 16:6-15
O itinerário dos ministros e o seu labor na dispensação dos meios da graça, estão submetidos particularmente à condução e à direção divina. Devemos seguir a providência, e se ela não nos permitir realizar alguma coisa que procuremos fazer, devemos submetermo-nos e crer que é para o melhor. O povo necessita de muita ajuda para as suas almas, e é o seu dever buscá-la e convidar dentre os ministros aqueles que possam ajudá-los. Os chamados de Deus devem ser atendidos com presteza.
Os adoradores de Deus deveriam ter uma assembléia solene no dia de repouso.
Aqueles que não têm igreja disponível devem agradecer pelos lugares mais privados e recorrer a eles sem abandonar as reuniões, de acordo com as suas oportunidades.
Entre os ouvintes de Paulo havia uma mulher chamada Lídia. Tinha um trabalho honesto, que o historiador registra para elogio dela. Mesmo que desempenhasse esse trabalho, encontrava tempo para fazer aquilo que beneficiava a sua alma. Dizer que temos um negócio para administrar não nos escusará dos deveres religiosos; não temos também um Deus para servir e almas para cuidar? A religião não nos tira de nossos trabalhos no mundo, mas nos dirige neles. O orgulho, o préjulgamento e o pecado deixam de fora as verdades de Deus, até que a sua graça lhes abra caminho para o entendimento e para os afetos; somente o Senhor pode abrir os nossos corações, para que recebamos e creiamos em sua Palavra. Devemos crer em Jesus Cristo; não há acesso a Deus Pai, senão através do Filho como Mediador.
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- Análise em Cadeia 6 E nós, depois dos dias dos pães ázimos, navegamos de Filipos, e em cinco dias fomos ter com eles em Trôade, onde nos detivemos sete dias. Atos 20:6 1 Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos: Filipenses 1:1 2 mas, havendo anteriormente padecido e sido maltratados em Filipos, como sabeis, tivemos a confiança em nosso Deus para vos falar o evangelho de Deus em meio de grande combate. 1 Tessalonicenses 2:2 21 e pregam costumes que não nos é lícito receber nem praticar, sendo nós romanos. Atos 16:21 9 De noite apareceu a Paulo esta visão: estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. 10 E quando ele teve esta visão, procuravamos logo partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciarmos o evangelho. Atos 16:9,10 5 Quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, Paulo dedicou- se inteiramente à palavra, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. Atos 18:5 21 Cumpridas estas coisas, Paulo propôs, em seu espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, porque dizia: Depois de haver estado ali, é-me necessário ver também Roma. 29 A cidade encheu-se de confusão, e todos à uma correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem. Atos 19:21,29 1 Depois que cessou o alvoroço, Paulo mandou chamar os discípulos e, tendo-os exortado, despediu-se e partiu para a Macedônia. 3 Depois de passar ali três meses, visto terem os judeus armado uma cilada contra ele quando ia embarcar para a Síria, determinou voltar pela Macedônia. Atos 20:1,3 2 E, embarcando em um navio de Adramítio, que estava prestes a navegar em demanda dos portos pela costa da Ásia, fizemo-nos ao mar, estando conosco Aristarco, macedônio de Tessalônica. Atos 27:2 26 Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Romanos 15:26