Comentário Bíblico
Adventista
Uma mulher cananeia - (cba)
Mateus 15:22
Os fenícios pertenciam a uma antiga etnia cananeia; na verdade, eles se chamavam cananeus (ver com. de Gênesis 10:6,18). Foram os gregos que os chamaram de fenícios, aparentemente a partir do nome de um corante roxo (gr. phoinix) que os gregos compravam deles durante os primeiros tempos do comércio fenício na região do Egeu. Os cananeus eram de ascendência camita, mas logo, durante sua residência no território da Palestina, adotaram a língua semítica e absorveram tanto da cultura semita que se pensava que eles eram de origem semita. Os judeus eram semitas, e há grandes semelhanças entre a linguagem e as características gerais da cultura dos hehreus e dos povos cananeus.
Essa foi a quarta ocasião registrada nos evangelhos em que Jesus ministrou aos não judeus. A primeira foi em Sicar, em Samaria (João 4:5-42); a segunda, em Cafarnaum (Lc:7:1-10@); e a terceira, nas proximidades de Gergesa (Marcos 5:1-20). Naturalmente, os samaritanos eram parcialmente israelitas e, embora o ministério de Jesus por eles não fosse bem visto, não trouxe sobre Ele a censura que o trabalho pelas nações totalmente pagãs o traria. O centurião era amigável para com os judeus e acreditava que eles tinham a verdadeira religião. O milagre que Cristo operou por ele foi de acordo com o pedido dos líderes dos próprios judeus. A cura dos endemoniados de Gerasa (ou Gergesa) não poderia ser interpretada pelos judeus como um contato intencional da parte de Cristo com os pagãos. Ao contrário, podiam entender isso como um impulso emergencial de Cristo, como autodefesa. Além disso, recusou-Se a permitir que os homens libertos dos demônios se associassem a Ele como discípulos. Mesmo neste episódio, com a mulher siro-fenícia, Jesus não foi trabalhar abertamente pelo povo da região (Marcos 7:24). Ela foi a Ele e insistiu em seu pedido.
- 5 Chegou, pois, a uma cidade de Samária, chamada Sicar, junto da herdade que Jacó dera a seu filho José; 6 achava-se ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-se assim junto do poço; era cerca da hora sexta. 7 Veio uma mulher de Samária tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá- me de beber. 8 Pois seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. 9 Disse-lhe então a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se comunicavam com os samaritanos.) 10 Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe terias pedido e ele te haveria dado água viva. 11 Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o poço é fundo; donde, pois, tens essa água viva? 12 És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado?. 13 Replicou-lhe Jesus: Todo o que beber desta água tornará a ter sede; 14 mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. 15 Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la. 16 Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido e vem cá. 17 Respondeu a mulher: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; 18 porque cinco maridos tiveste, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. 19 Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. 20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. 21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22 Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24 Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. 25 Replicou-lhe a mulher: Eu sei que vem o Messias (que se chama o Cristo); quando ele vier há de nos anunciar todas as coisas. 26 Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo. 27 E nisto vieram os seus discípulos, e se admiravam de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe perguntou: Que é que procuras? ou: Por que falas com ela? 28 Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: 29 Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto eu tenho feito; será este, porventura, o Cristo? 30 Saíram, pois, da cidade e vinham ter com ele. 31 Entrementes os seus discípulos lhe rogavam, dizendo: Rabi, come. 32 Ele, porém, respondeu: Uma comida tenho para comer que vós não conheceis. 33 Então os discípulos diziam uns aos outros: Acaso alguém lhe trouxe de comer? 34 Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra. 35 Não dizeis vós: Ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Ora, eu vos digo: levantai os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa. 36 Quem ceifa já está recebendo recompensa e ajuntando fruto para a vida eterna; para que o que semeia e o que ceifa juntamente se regozijem. 37 Porque nisto é verdadeiro o ditado: Um é o que semeia, e outro o que ceifa. 38 Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhaste; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho. 39 E muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra da mulher, que testificava: Ele me disse tudo quanto tenho feito. 40 Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias. 41 E muitos mais creram por causa da palavra dele; 42 e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo. João 4:5-42 1 Chegaram então ao outro lado do mar, à terra dos gerasenos. 2 E, logo que Jesus saíra do barco, lhe veio ao encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo, 3 o qual tinha a sua morada nos sepulcros; e nem ainda com cadeias podia alguém prendê-lo; 4 porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas; e ninguém o podia domar; 5 e sempre, de dia e de noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando, e ferindo-se com pedras, 6 Vendo, pois, de longe a Jesus, correu e adorou-o; 7 e, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. 8 Pois Jesus lhe dizia: Sai desse homem, espírito imundo. 9 E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu-lhe ele: Legião é o meu nome, porque somos muitos. 10 E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora da região. 11 Ora, andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. 12 Rogaram-lhe, pois, os demônios, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. 13 E ele lho permitiu. Saindo, então, os espíritos imundos, entraram nos porcos; e precipitou-se a manada, que era de uns dois mil, pelo despenhadeiro no mar, onde todos se afogaram. 14 Nisso fugiram aqueles que os apascentavam, e o anunciaram na cidade e nos campos; e muitos foram ver o que era aquilo que tinha acontecido. 15 Chegando-se a Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, sentado, vestido, e em perfeito juízo; e temeram. 16 E os que tinham visto aquilo contaram-lhes como havia acontecido ao endemoninhado, e acerca dos porcos. 17 Então começaram a rogar-lhe que se retirasse dos seus termos. 18 E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. 19 Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes o quanto o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti. 20 Ele se retirou, pois, e começou a publicar em Decápolis tudo quanto lhe fizera Jesus; e todos se admiravam. Marcos 5:1-20 24 Levantando-se dali, foi para as regiões de Tiro e Sidom. E entrando numa casa, não queria que ninguém o soubesse, mas não pode ocultar-se; Marcos 7:24
O trato de Cristo com os não judeus da Palestina foi uma exceção em Seu ministério, visto que Seus esforços se concentravam nas “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 15:24). Para que o trabalho pelo povo escolhido alcançasse qualquer medida de sucesso, era necessário que Ele, ao menos aparentemente, cumprisse o costume, a fim de que os líderes judeus não tivessem a oportunidade de acusá-Lo de quebrar as barreiras que tinham erguido contra os gentios, por mais erradas que fossem, em muitos aspectos. De outro modo, Ele teria destruído Sua influência sobre as mesmas pessoas pelas quais viera trabalhar. Hoje, os obreiros cristãos devem considerar todos como seus iguais diante de Deus, lembrando “que Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34).
- 24 Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Mateus 15:24 34 Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; Atos 10:34
Regiões - (cba)
Mateus 15:22
Do gr. horia, “fronteiras”, neste caso, uma região delimitada por fronteiras (ver com. de Mateus 15:21). Jesus estava na região de Tiro e Sidom. A mulher era dessa região e o incidente aqui registrado ocorreu nesse território. Quando a mulher encontrou Jesus, ela se prostrou diante dEle (Marcos 7:25), na postura habitual oriental assumida quando se apresentava uma petição a um superior (ver com. de Mateus 4:9; Mateus 8:2).
- 21 Ora, partindo Jesus dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sidom. Mateus 15:21 25 porque logo, certa mulher, cuja filha estava possessa de um espírito imundo, ouvindo falar dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés; Marcos 7:25 9 e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Mateus 4:9 2 E eis que veio um leproso e o adorava, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. Mateus 8:2
Filho de Davi - (cba)
Mateus 15:22
Ver com. de Mateus 1:1. É surpreendente que uma mulher pagã se dirigisse a Jesus usando esse título, que implicava o reconhecimento dEle como o Messias. Muitos judeus viviam na Fenícia, e a notícia dos feitos maravilhosos de Jesus já circulava havia muito tempo entre eles (Marcos 3:8; Lucas 6:17). Aparentemente, foi por esses judeus residentes na Fenícia que a mulher tinha ouvido falar de Jesus (DTN, 400).
- 1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Mateus 1:1 8 e de Jerusalém, da Iduméia e de além do Jordão, e das regiões de Tiro e de Sidom, grandes multidões, ouvindo falar de tudo quanto fazia, vieram ter com ele. Marcos 3:8 17 E Jesus, descendo com eles, parou num lugar plano, onde havia não só grande número de seus discípulos, mas também grande multidão do povo, de toda a Judéia e Jerusalém, e do litoral de Tiro e de Sidom, que tinham vindo para ouví-lo e serem curados das suas doenças; Lucas 6:17
Tem compaixão - (cba)
Mateus 15:22
Do gr. eleeõ, (ver com. de Mateus 5:7).
Horrivelmente endemoninhada - (cba)
Mateus 15:22
Literalmente, “gravemente demonizada”, ou, mais livremente, “severamente possuída por um demônio” (ver Nota Adicional a Marcos 1).
Nota Adicional a Mateus 15 - (cba)
Mateus 15:1-39
Críticos têm muitas vezes afirmado que a alimentação dos quatro mil não é um evento diferente da alimentação dos cinco mil. Eles apontam para muitos detalhes semelhantes e, principalmente, para a atitude dos discípulos quando Cristo propôs alimentar tão grande multidão em uma região escassamente povoada. No entanto, vários outros detalhes indicam que são dois incidentes semelhantes, como os escritores dos evangelhos afirmam, e não duas versões de um único incidente, como os críticos entendem.
Os pontos de semelhança podem ser relacionados como: (1) a região em que ocorreu o milagre: a costa leste ou nordeste da Galileia; (2) uma grande multidão reunida em uma colina, em campo aberto, para ouvir Jesus; (3) a falta de alimento e a simpatia de Jesus pelo povo naquela situação; (4) o diálogo de Jesus com os discípulos, implicando que eles deveriam tomar a iniciativa de fornecer o alimento; (5) a resposta incrédula dos discípulos e a pergunta de Jesus quanto às fontes disponíveis; (6) a multidão sentada no chão; (7) a bênção, o partir e a distribuição dos pães e dos peixes; (8) o alimento excedente; (9) a despedida da multidão; e (10) o retorno para a costa ocidental do lago.
Os pontos de divergência são estes: (1) em um, a chegada pelo mar; no outro, por terra, como sugere o contexto; (2) um, perto de Betsaida Julia; o outro, provavelmente mais ao sul, perto de Gergesa; (3) em um, os judeus que estavam a caminho para assistir à Páscoa (DTN, 364); no outro, os gentios que viviam na região (DTN, 404); (4) em um, o ensino com a duração de um dia; no outro, o ensino com a duração de três dias; (5) as circunstâncias que levaram Jesus à região: em um, a fim de ficar a sós com os discípulos; no outro, Jesus já estava na região curando as pessoas; (6) tempo: em um, logo após a terceira viagem pela Galileia; no outro, depois de uma viagem à Fenícia; (7) em um, a multidão se reuniu no calor do momento e não tinha provisões; no outro, a multidão aparentemente tinha provisões para um dia ou dois e, portanto, tinha se preparado conforme um planejamento anterior; (8) em um, cinco mil; em outro, quatro mil; (9) em um, os discípulos apresentaram o problema e propuseram despedir as multidões para casa; em outro, Jesus apresentou o problema, sugerindo que era dever dos discípulos fazer alguma coisa; (10) em um, a relva era verde; no outro, não há menção à vegetação; (11) em um, é descrita a disposição ordenada dos assentos; no outro, não se menciona como o povo se assentou; (12) o tipo de cestos usados para recolher o excedente: em um, kophinoi; no outro, spurides; (13) a quantidade recolhida: em um, 12 kophinoi; no outro, 7 spurides; (14) em um, Jesus envia os discípulos à frente para atravessar o lago e Se retira para as montanhas a fim de orar; no outro, EIc os acompanha; (15) destino: em um, Cafarnaum ou Genesaré; no outro, Magdala; (16) em um, seguido por uma tempestade no lago; no outro, sem mencionar a travessia tempestuosa; (17) em um, o incentivo que levou a multidão a se ajuntar foi que alguns tinham visto Jesus partir; no outro, alguns tinham ido de grande distância e não teriam tomado conhecimento da reunião, nem podiam alcançá-la, a não ser mediante planejamento anterior.
A natureza incidental dos vários pontos de diferença impede que se considere uma origem comum para as duas narrativas nem qualquer intenção por parte dos escritores dos evangelhos de criar duas histórias a partir de uma original. Deve-se notar, também, que os pontos de semelhança são, em sua maioria, de natureza geral, enquanto os pontos de divergência, em grande parte, tratam de detalhes específicos. Além disso, são mais os pontos de diferença que os de semelhança. Alguns dos pontos diferentes mais significativos são particularmente dignos de nota:
1. Na alimentação dos cinco mil, havia muita relva (Mateus 14:19; Marcos 6:39; João 6:10), enquanto, com os quatro mil nenhum dos evangelhos menciona a relva. O primeiro milagre ocorreu poucos dias antes da Páscoa, provavelmente na última parte de março ou no início de abril, do ano 30 d.C. (ver com. de Marcos 6:30). Na Palestina, as últimas chuvas significativas caíam em março e, em geral, a relva secava com a chegada da estação seca, algumas semanas mais tarde. Tanto Mateus quanto Marcos registram incidentes que, tomados em seu contexto, deixam claro que houve um lapso de tempo de pelo menos várias semanas entre os dois milagres (ver com. de Marcos 7:1; Mateus 15:21). A relva estaria marrom e seca no momento do segundo milagre. Esses dois pontos independentes e acidentais das duas narrativas tendem a se confirmar mutuamente, considerando que se o inverso fosse verdade - caso a relva fosse mencionada no segundo caso, mas não no primeiro - aparentaria uma discrepância.
- 19 Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. Mateus 14:19 39 Então lhes ordenou que a todos fizessem reclinar-se, em grupos, sobre a relva verde. Marcos 6:39 10 Disse Jesus: Fazei reclinar-se o povo. Ora, naquele lugar havia muita relva. Reclinaram-se aí, pois, os homens em número de quase cinco mil. João 6:10 30 Reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Marcos 6:30 1 Foram ter com Jesus os fariseus, e alguns dos escribas vindos de Jerusalém, Marcos 7:1 21 Ora, partindo Jesus dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sidom. Mateus 15:21
2. Os cestos da primeira ocasião foram kophinoi, pequenos cestos de mão, e os da segunda ocasião, spurides, grandes (ver com. de Marcos 6:43). No caso dos cinco mil, os discípulos carregavam kophinoi, ou pequenos cestos de mão, como os judeus usavam em viagens curtas, e a primeira ocasião envolveu uma viagem de cerca de 16 km em menos de 24 horas. A segunda ocasião foi precedida por uma jornada de 80 a 120 km, através de território predominantemente gentio, o que exigiu várias semanas. Em viagem por território gentio, em que os judeus evitavam a compra de alimentos dos pagãos, os discípulos transportavam spurides maiores (ver com. de Marcos 6:43). Se os grandes cestos tivessem sido utilizados com os cinco mil, em uma viagem muito breve, e os cestos menores, em uma viagem mais longa, pareceria haver uma discrepância. O fato de Jesus Se referir mais tarde a ambas as ocasiões e de fazer novamente a distinção entre os kophinoi e os spurides atesta a distinção entre os dois milagres (Mateus 16:9,10; Marcos 8:19,20). Alguns sugerem que a diferença entre os dois tipos de cestos era quanto ao formato, não ao tamanho. Seja qual for, os escritores dos evangelhos mantiveram a distinção no decorrer dos relatos.
- 43 Em seguida, recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixe. Marcos 6:43 9 Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil, e de quantos cestos levantastes? 10 Nem dos sete pães para os quatro mil, e de quantas alcofas levantastes? Mateus 16:9,10 19 Quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? Responderam-lhe: Doze. 20 E quando parti os sete para os quatro mil, quantas alcofas cheias de pedaços levantastes? Responderam-lhe: Sete. Marcos 8:19,20
3. O fato de a multidão permanecer com Jesus durante três dias na segunda ocasião e de, aparentemente, não ficar sem comida até o terceiro dia favorece a suposição de que estava preparada para permanecer por pelo menos um ou dois dias. Em outras palavras, as pessoas sabiam que se encontrariam com Jesus e, aparentemente, esperavam passar algum tempo com Ele. O fato adicional de alguns deles serem “de longe” (Marcos 8:3) aponta para uma reunião planejada, o que não aconteceu com a primeira. Mas a narrativa do evangelho fornece involuntariamente uma explicação completamente satisfatória de como o povo passou a se reunir dessa forma, embora esse foto não seja relatado em conexão com a própria história: os dois endemoniados curados contaram sua história ao longo de Decápolis (Marcos 5:20; Lucas 8:39). Eles haviam sido sinceros e zelosos em seu trabalho, de modo que em toda a região havia um grande desejo de ver Jesus (cf. Lucas 8:40; DTN, 404). Muitos meses depois, quando Ele voltou, os dois endemoniados curados, bem como outros, se uniram na divulgação da notícia. Possivelmente, com o consentimento prévio de Jesus, eles convocaram o povo de longe e de perto.
- 3 Se eu os mandar em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de longe. Marcos 8:3 20 Ele se retirou, pois, e começou a publicar em Decápolis tudo quanto lhe fizera Jesus; e todos se admiravam. Marcos 5:20 39 Volta para tua casa, e conta tudo quanto Deus te fez. E ele se retirou, publicando por toda a cidade tudo quanto Jesus lhe fizera. Lucas 8:39 40 Quando Jesus voltou, a multidão o recebeu; porque todos o estavam esperando. Lucas 8:40
O principal motivo para os críticos negarem a distinção entre os dois milagres é o fato de que os discípulos estavam tão despreparados para essa manifestação do poder de Cristo como na ocasião anterior (Mateus 15:33; Marcos 6:35-37). Além disso, haviam se passado, no máximo, não mais de três meses, possivelmente quatro, desde o milagre anterior, e parece difícil acreditar que os discípulos teriam sido tão lentos de raeiocínio como parecem ter sido nessa ocasião. No entanto, a primeira multidão era composta cxclusivamcnte de judeus que, presumivelmente, eram qualificados para o “pão do céu”. Nesta segunda vez, a multidão era composta exclusivamente de gentios (DTN, 404, 405). O próprio Jesus havia afirmado íazia pouco que “não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (Mateus 15:26). Essa afirmação não se aplicava literalmente mais do que em sentido figurado, contudo, em sua dificuldade de compreensão (cf. Mateus 16:6-11), os discípulos evidentemente a tomaram literalmente. Não se haviam passado 24 horas, e Jesus os repreendeu novamente por serem tão lentos para compreender o sentido de Suas palavras (Mateus 15:9-12). Para os discípulos, o mais surpreendente e inesperado não foi que Jesus pudesse fornecer o pão, mas que Ele fizesse isso pelos gentios.
- 33 Disseram-lhe os discípulos: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para fartar tamanha multidão? Mateus 15:33 35 Estando a hora já muito adiantada, aproximaram-se dele seus discípulos e disseram: O lugar é deserto, e a hora já está muito adiantada; 36 despede-os, para que vão aos sítios e às aldeias, em redor, e comprem para si o que comer. 37 Ele, porém, lhes respondeu: Dai-lhes vós de comer. Então eles lhe perguntaram: Havemos de ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer? Marcos 6:35-37 26 Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Mateus 15:26 6 E Jesus lhes disse: Olhai, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. 7 Pelo que eles arrazoavam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão. 8 E Jesus, percebendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós por não terdes pão, homens de pouca fé? 9 Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil, e de quantos cestos levantastes? 10 Nem dos sete pães para os quatro mil, e de quantas alcofas levantastes? 11 Como não compreendeis que não nos falei a respeito de pães? Mas guardai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus. Mateus 16:6-11 9 Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem. 10 E, clamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: 11 Não é o que entra pela boca que contamina o homem; mas o que sai da boca, isso é o que o contamina. 12 Então os discípulos, aproximando-se dele, perguntaram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram? Mateus 15:9-12
Comentário Bíblico
Ellen G. White e Outros
Nota
Mateus 15:21-28
Na região de Tiro e Sidom, Jesus encontrou uma comunidade predominantemente gentílica. A cena registrada aqui por Mateus é repleto de preconceitos e barreiras de natureza religiosa, cultural, étnica e política.
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Mateus 15:21-28
Os mais remotos e escuros rincões do país recebem as influências de Cristo; depois, os confins da terra verão a sua salvação.
A angústia e o transtorno de sua família levou uma mulher a Cristo; ainda que seja a necessidade que nos leve a Cristo, jamais seremos desprezados por Ele. Ela não limitou Cristo a nenhum caso particular de misericórdia, mas misericórdia foi o que ela pediu. Ela não alegou que tivesse méritos, mas apresentou-se como dependente da misericórdia dEle. O dever dos pais é orar por seus filhos, e serem fervorosos ao orar por eles, especialmente por suas almas.
Tens um filho ou uma filha dolorosamente afligida por um demônio do orgulho, um demônio imundo, um demônio da maldade, e que está cativo por sua vontade? Este caso é mais deplorável do que o da possessão corporal, e deveis levá-los a Cristo por fé e oração, pois somente Ele é capaz de libertá-los.
Muitos métodos da providência de Cristo, especialmente de sua graça para tratar com seu povo, que são obscuros e confusos, podem ser explicados por este relato. Ele nos ensina que pode haver amor no coração de Cristo, mesmo que o seu rosto tenha um aspecto franzido e expressão severa, e nos anima a confiar nEle, ainda que pareça pronto para matar-nos. Aqueles a quem Cristo planeja honrar mais, são humilhados para que sintam a sua própria indignidade. Um coração orgulhoso, sem saber o que é humilhação, não suportaria isto. A humilhação o converteu em um argumento para validar sua petição. o estado desta mulher é um emblema do estado do pecador, profundamente consciente da miséria de sua alma. o mínimo de Cristo é precioso para um crente, até mesmo as migalhas do Pão da Vida. De todas as graças, a fé é aquela que mais honra a Cristo; portanto, de todas as graças, Cristo honra mais a fé. Ele curou a filha da mulher cananéia. Ele falou e foi feito. Através deste relato, os que buscam ajuda do Senhor e não recebem a resposta da graça, devem aprender a converter até mesmo a sua indignidade e desalento em rogos de misericórdia.
- Veja também

Filhas de Deus, Pág. 47

O Desejado de Todas as Nações, Pág. 608
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- Análise em Cadeia 8 Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, 9 e não queirais dizer dentro de vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Mateus 3:8,9 12 A filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor. Salmos 45:12 6 nem a muitos povos de estranha fala, e de língua difícil, cujas palavras não possas entender; se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos. Ezequiel 3:6 26 (ora, a mulher era grega, de origem siro-fenícia) e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. Marcos 7:26 27 Partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. Mateus 9:27 15 Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água. Mateus 17:15 1 Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração. Salmos 4:1 2 Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados. Salmos 6:2 13 e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Lucas 17:13 13 Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, o pecador! Lucas 18:13 1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Mateus 1:1 30 e eis que dois cegos, sentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós. 31 E a multidão os repreendeu, para que se calassem; eles, porém, clamaram ainda mais alto, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós. Mateus 20:30,31 42 Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe: De Davi. 43 Replicou-lhes ele: Como é então que Davi, no Espírito, lhe chama Senhor, dizendo: 44 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos de baixo dos teus pés? 45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho? Mateus 22:42-45 38 Então ele se pôs a clamar, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! 39 E os que iam à frente repreendiam-no, para que se calasse; ele, porém, clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim! Lucas 18:38,39 41 Outros diziam: Este é o Cristo; mas outros replicavam: Vem, pois, o Cristo da Galiléia? 42 Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, e de Belém, a aldeia donde era Davi? João 7:41,42 15 Senhor, tem compaixão de meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água. Mateus 17:15 25 porque logo, certa mulher, cuja filha estava possessa de um espírito imundo, ouvindo falar dele, veio e prostrou-se-lhe aos pés; Marcos 7:25 17 Respondeu-lhe um dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo; 18 e este, onde quer que o apanha, convulsiona-o, de modo que ele espuma, range os dentes, e vai definhando; e eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam. 19 Ao que Jesus lhes respondeu: Ó geração incrédula! até quando estarei convosco? até quando vos hei de suportar? Trazei-mo. 20 Então lho trouxeram; e quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o convulsionou; e o endemoninhado, caindo por terra, revolvia-se espumando. 21 E perguntou Jesus ao pai dele: Há quanto tempo sucede-lhe isto? Respondeu ele: Desde a infância; 22 e muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Marcos 9:17-22 24 Assim a sua fama correu por toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias doenças e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos; e ele os curou. Mateus 4:24
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Podemos Comer de Tudo? (2) (Gênesis 1:30, Atos 15, Mateus 15, Marcos 7) #Alimentos #Porco #Carne
