Comentário Bíblico
Adventista
Certo homem rico - (cba)
Lucas 16:19
[O rico e o mendigo, Lucas 16:19-31]. Acerca das circunstâncias desta parábola, ver com. de Lucas 16:1,14. Fica claro que a parábola se dirigia em particular aos fariseus (ver Lucas 15:2; Lucas 16:14), embora os discípulos (Lucas 16:1), “publicanos e pecadores” (Lucas 15:1) e, sem dúvida, um grande público (ver com. de Lucas 12:1; Lucas 14:25; Lucas 15:1) também estivessem presentes.
- 19 Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. 20 Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; 21 o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. 22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. 23 No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. 24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. 25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. 26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. 27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, 28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. 29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. 30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. 31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos. Lucas 16:19-31 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. 14 Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele. Lucas 16:1,14 2 E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles. Lucas 15:2 14 Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele. Lucas 16:14 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. Lucas 16:1 1 Ora, chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. Lucas 15:1 1 Ajuntando-se entretanto muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou Jesus a dizer primeiro aos seus discípulos: Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Lucas 12:1 25 Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se, disse-lhes: Lucas 14:25
Nesta parábola, Jesus dá continuidade à lição ensinada na parábola do administrador infiel (Lucas 16:1-12), de que o uso das oportunidades presentes determina o destino futuro (ver com. de Lucas 16:1,4,9,11,12). Aquela parábola se dirigia, em especial, aos discípulos (ver com. de Lucas 16:1). Mas, em Lucas 16:9, Jesus deixa os discípulos para falar aos fariseus (ver com. de Lucas 16:9). Os fariseus se recusavam a aceitar os ensinos de Jesus sobre mordomia e O ridicularizaram (ver Lucas 16:14). Cristo, porém, observou que eles podiam até ser honrados pelos homens, mas Deus era capaz de ler seu coração (ver com. de Lucas 16:15). Eles tinham luz suficiente, conheciam a instrução da lei e dos profetas havia tempo e, desde o ministério de João, a luz adicional do evangelho lhes estava disponível (ver com. de Lucas 16:16). Em Lucas 16:17,18, Jesus afirma que os princípios estabelecidos na “Lei” são imutáveis, pois Deus não muda, e dá um exemplo desta verdade. A parábola do rico e do mendigo é contada para mostrar que o destino eterno é decidido na vida presente pelo uso que se faz dos privilégios e das oportunidades (ver FJ, 260). O “certo homem rico” representa todas as pessoas que fazem mau uso das oportunidades da vida; e, num sentido coletivo, se aplica a toda a nação judaica, que, assim como o homem rico, estava cometendo um erro fatal (ver FJ, 267). A parábola consiste de duas cenas. Uma representa esta vida (Lucas 16:19-22), e a outra, a futura (Lucas 16:23-31). A parábola do administrador infiel aborda o problema de uma perspectiva positiva, ou seja, do ponto de vista daqueles que se preparam para o futuro. A parábola do rico e Lázaro aborda a mesma questão de uma perspectiva negativa, ou seja, do ponto de vista de quem deixou de fazer tais preparativos. O homem rico errou ao pensar que a salvação se baseava em sua ascendência abraâmica, em vez de depender de seu caráter (cf. Ez 18).
- 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. 2 Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua mordomia; porque já não podes mais ser meu mordomo. 3 Disse, pois, o mordomo consigo: Que hei de fazer, já que o meu senhor me tira a mordomia? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4 Agora sei o que vou fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 5 E chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta. 7 Perguntou depois a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. 8 E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz. 9 Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. 10 Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. 11 Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? 12 E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? Lucas 16:1-12 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. 4 Agora sei o que vou fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 9 Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. 11 Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? 12 E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? Lucas 16:1,4,9,11,12 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. Lucas 16:1 9 Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Lucas 16:9 14 Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele. Lucas 16:14 15 E ele lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação. Lucas 16:15 16 A lei e os profetas vigoraram até João; desde então é anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem forceja por entrar nele. Lucas 16:16 17 É, porém, mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei. 18 Todo aquele que repudia sua mulher e casa com outra, comete adultério; e quem casa com a que foi repudiada pelo marido, também comete adultério. Lucas 16:17,18 19 Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. 20 Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; 21 o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. 22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. Lucas 16:19-22 23 No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. 24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. 25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. 26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. 27 Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, 28 porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. 29 Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. 30 Respondeu ele: Não! pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. 31 Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos. Lucas 16:23-31
Assim como as demais parábolas, a do homem rico e Lázaro deve ser interpretada em harmonia com seu contexto e com o conteúdo geral da Bíblia. Um dos princípios mais importantes de interpretação é que cada parábola é proposta para ensinar uma verdade fundamental e os detalhes não precisam ter significado em si, a não ser como acessórios da estória. Em outras palavras, não se deve insistir que cada detalhe da parábola tenha sentido literal e represente uma verdade espiritual, a menos que o contexto deixe claro que esse é o significado pretendido. Desse princípio se origina outro: os detalhes de uma parábola não servem como evidências doutrinárias. Somente o ensino principal da parábola, definido com clareza pelo contexto e confirmado pelo teor geral das Escrituras, junto com os detalhes explicados dentro do contexto, pode ser considerado acessório para uma discussão doutrinária. O argumento de que Jesus tinha a intenção de ensinar, com esta parábola, que os seres humanos, tanto os bons quanto os maus, recebem sua recompensa assim que morrem viola ambos os princípios.
O contexto elucida com clareza que esta parábola tinha o objetivo de ensinar que o destino futuro é determinado pelo uso que as pessoas fazem das oportunidades da vida presente. Jesus não estava debatendo o estado do ser humano após a morte ou o momento em que se recebe o galardão. Ele tão somente estabeleceu uma clara distinção entre esta vida e a futura, mostrando a relação existente entre as cluas. Além disso, interpretar que esta parábola ensina o recebimento da recompensa imediatamente após a morte contradiz de forma clara a declaração do próprio Cristo de que “o Filho do Homem [...] retribuirá a cada um conforme as suas obras” quando “vir na glória de Seu Pai, com os Seus anjos” (ver com. de Mateus 16:27; Mateus 25:31-41; 1 Coríntios 15:51-55; 1 Tessalonicenses 4:16,17; Apocalipse 22:12; etc.). Uma das regras de interpretação mais importantes diz que as expressões e narrativas figuradas devem ser compreendidas à luz das declarações literais das Escrituras sobre as verdades a que se referem. Até mesmo os que defendem uma interpretação desta parábola contrariamente ao contexto imediato e ao teor geral dos ensinos de Cristo admitem que muitos detalhes desta parábola são figurados (ver com. de Lucas 16:22-26).
- 27 Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras. Mateus 16:27 31 Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; 32 e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. 34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35 porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; 36 estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. 37 Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? 38 Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? 39 Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? 40 E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. 41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; Mateus 25:31-41 51 Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, 52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53 Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. 54 Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. 55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 1 Coríntios 15:51-55 16 Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 17 Depois nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. 1 Tessalonicenses 4:16,17 12 Eis que cedo venho e está comigo a minha recompensa, para retribuir a cada um segundo a sua obra. Apocalipse 22:12 22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. 23 No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. 24 E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. 25 Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. 26 E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. Lucas 16:22-26
Uma questão apropriada é: por que Jesus incluiu ilustrações figuradas numa parábola que não representa com precisão a verdade tão claramente apresentada em outras partes das Escrituras e, sobretudo, em suas próprias declarações literais? A resposta é que assim Ele Se aproximava da mentalidade do público. Muitos dos que O ouviam, sem compreensão do AT, acreditavam num estado de existência consciente entre a morte e a ressurreição (ver PJ, 263). Essa crença errônea, que não está no AT, permeia a literatura judaica pós-exílica em geral e, assim como várias outras crenças tradicionais, havia se tornado parte do judaísmo dos tempos de Jesus (ver com. de Marcos 7:7-13). Nesta parábola, Cristo simplesmente fez uso de uma crença popular a fim de deixar clara a lição que desejava plantar na mente de Seus ouvintes. Também se deve notar que, na parábola anterior (Lucas 16:1-12), Jesus não elogiou nem aprovou a conduta desonesta do mordomo, muito embora tal ação seja a parte principal da parábola (ver com. de Lucas 16:8).
- 7 mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. 8 Vós deixais o mandamento de Deus, e vos apegais à tradição dos homens. 9 Disse-lhes ainda: Bem sabeis rejeitar o mandamento de deus, para guardardes a vossa tradição. 10 Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá. 11 Mas vós dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderías aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor, 12 não mais lhe permitis fazer coisa alguma por seu pai ou por sua mãe, 13 invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vós transmitistes; também muitas outras coisas semelhantes fazeis. Marcos 7:7-13 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. 2 Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua mordomia; porque já não podes mais ser meu mordomo. 3 Disse, pois, o mordomo consigo: Que hei de fazer, já que o meu senhor me tira a mordomia? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4 Agora sei o que vou fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. 5 E chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? 6 Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta. 7 Perguntou depois a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta. 8 E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz. 9 Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. 10 Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. 11 Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras? 12 E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso? Lucas 16:1-12 8 E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz. Lucas 16:8
O International Criticai Commentary diz o seguinte acerca do Lucas 16:22: “O princípio geral se mantém de que alegria e suplício após a morte são determinados pela conduta anterior; mas os detalhes da imagem são extraídos de crenças judaicas populares a respeito da condição das almas no sheol [ver com. de Provérbios 15:11].”
- 22 Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. Lucas 16:22 11 O Seol e o Abadom estão abertos perante o Senhor; quanto mais o coração dos filhos dos homens! Provérbios 15:11
Às vezes, chama-se atenção para o fato de Jesus não afirmar que a parábola do rico e de Lázaro seja uma parábola, pelo menos no que revela o relato de Lucas (embora um manuscrito antigo a chame de parábola), enquanto outras parábolas recebem esse título (Mateus 13:3,24,33,44,45,47). Entretanto, deve-se destacar que, embora Jesus costumasse introduzir as parábolas dizendo tratar-se desse gênero ou afirmando que o reino do Céu é “semelhante” a uma pessoa ou coisa em tais circunstâncias e, então, começasse o relato, Ele nem sempre o fez assim (ver Lucas 15:8,11; Lucas 16:1). O mesmo se aplica a várias parábolas do AT, como as de Juízes 9:8-15 e a de 2 Reis 14:9. Contudo, ninguém acredita que, pelo fato de tais parábolas não serem claramente intituladas, elas devam ser interpretadas de maneira literal. Com este “homem rico”, sem dúvida, Jesus queria que os fariseus se identificassem, e na triste existência dele, pretendia retratar o destino infeliz do grupo (ver com. de Lucas 16:14; comparar o “homem rico” desta parábola com o da anterior, em Lucas 16:1). A tradução do gr. plousios, “rico”, pela palavra latina dives, na Vulgata, deu origem à tradição de que o nome do homem era Dives. Uma série de nomes ocorre em várias outras versões, provavelmente em decorrência da ideia de que, se o pobre da parábola tinha nome, o rico também teria.
- 3 E falou-lhes muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. 24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo; 33 Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado. 44 O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem, ao descobrí-lo, esconde; então, movido de gozo, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. 45 Outrossim, o reino dos céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; 47 Igualmente, o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanhou toda espécie de peixes. Mateus 13:3,24,33,44,45,47 8 Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, buscando com diligência até encontrá-la? 11 Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos. Lucas 15:8,11 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. Lucas 16:1 8 Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei; e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós. 9 Mas a oliveira lhes respondeu: Deixaria eu a minha gordura, que Deus e os homens em mim prezam, para ir balouçar sobre as árvores? 10 Então disseram as árvores à figueira: Vem tu, e reina sobre nós. 11 Mas a figueira lhes respondeu: Deixaria eu a minha doçura, o meu bom fruto, para ir balouçar sobre as árvores? 12 Disseram então as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós. 13 Mas a videira lhes respondeu: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, para ir balouçar sobre as árvores? 14 Então todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, e reina sobre nós. 15 O espinheiro, porém, respondeu às árvores: Se de boa fé me ungis por vosso rei, vinde refugiar-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro, e devore os cedros do Líbano. Juízes 9:8-15 9 Mandou, porém, Jeoás, rei de Israel, dizer a Amazias, rei de Judá: O cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano: Dá tua filha por mulher a meu filho. Mas uma fera que estava no Líbano passou e pisou o cardo. 2 Reis 14:9 14 Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele. Lucas 16:14
Púrpura - (cba)
Lucas 16:19
Do gr. porphura, “tecido púrpura” ou “roupa feita de tecido púrpura”. Nesse caso, é provável que se refira a uma veste exterior dispendiosa, a capa ou o manto (do gr. himation, ver com. de Mateus 5:40) tingido de cor púrpura. Púrpura era a cor da dignidade real. Originalmente, porphura se referia a uma espécie de molusco comum no Mediterrâneo, o murex, do qual se extraía a tinta púrpura. Então o termo, ou seu equivalente, passou a ser aplieado ao teeido tingido de púrpura ou a roupa feita com tal tecido (ver Marcos 15:17,20; Atos 16:14; Apocalipse 17:4; etc.). A tinta era produzida em três tons, que equivalem ao roxo, escarlate e azul.
- 40 e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; Mateus 5:40 17 vestiram-no de púrpura e puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido; 20 Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e lhe puseram as vestes. Então o levaram para fora, a fim de o crucificarem. Marcos 15:17,20 14 E certa mulher chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que temia a Deus, nos escutava e o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. Atos 16:14 4 A mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro, cheio das abominações, e da imundícia da prostituição; Apocalipse 17:4
Linho finíssimo - (cba)
Lucas 16:19
Do gr. bussos, “fibra de linho”, "linho”, a roupa feita dele. Nesta passagem é provável que se refira à roupa interna, o “casaco” ou a “túnica” (do gr. chitõn; ver com. de Mateus 5:40), feitos de linho egípcio. A princípio, bussos se referia à fibra do linho e, depois, passou a ser aplicado ao tecido feito com essa fibra. Assim como a “púrpura” era a cor da dignidade real, o “linho finíssimo” era o tecido do luxo (ver Apocalipse 18:12; Apocalipse 19:8,14).
- 40 e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; Mateus 5:40 12 mercadorias de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho fino, de púrpura, de seda e de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, e todo objeto de marfim, de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; Apocalipse 18:12 8 e foi-lhe permitido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro; pois o linho fino são as obras justas dos santos. 14 Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro. Apocalipse 19:8,14
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Lucas 16:19-31
Aqui as coisas espirituais estão representadas por uma descrição do diferente estado do bom e do mau neste mundo e no porvir. Não nos é dito que o rico obteve a sua fortuna por meio de fraude ou de opressão; porém, Cristo mostra que um homem pode ter muitas riquezas, pompa e prazer neste mundo, e perecer para sempre sob a ira e a maldição de Deus. O pecado deste rico era que somente fazia provisão para si mesmo. Aqui há um santo varão, nas profundezas da adversidade e da angústia que será feliz para sempre no porvir.
Muitas vezes a sorte de alguns dos santos e servos mais amados de Deus é a de serem grandemente afligidos neste mundo. Não nos é dito que o rico tenha infligido algum dano a Lázaro, o pobre, mas não encontramos que tivesse se interessado por este.
Aqui está a diferente condição, após a morte, de um pobre e santo, e de um rico ímpio. o rico, no inferno, levantou os olhos, estando em tormentos. Não é provável que existam conversas entre os santos glorificados e os pecadores condenados; porém, este diálogo mostra a miséria e o desespero, e os desejos infrutíferos nos quais entram os espíritos condenados. Chegará o dia em que aqueles que hoje odeiam e desprezam o povo de Deus, receberão alegremente a bondade deles; porém, o condenado no inferno jamais terá o mínimo alívio de seu tormento.
Os pecadores são agora chamados a ponderar a respeito de suas vidas, mas não o fazem, não querem fazê-lo e encontram maneiras de evitá-lo. Como as pessoas más somente possuem boas coisas nesta vida, e na morte são para sempre separados de todo o bem, assim, o povo santo sofre situações más somente nesta vida, e na morte são para sempre separados delas. Bendito seja Deus, que neste mundo não exista um abismo insondável entre o estado natural e a graça; podemos passar do pecado a Deus, mas se morrermos em nossos pecados, não haverá saída.
O rico tinha cinco irmãos, e teria desejado detê-los em seu rumo pecaminoso. Chegarem a este lugar de tormentos pioraria a sua desgraça, pois teria ajudado a mostrar-lhes o caminho a este lugar. Quantos desejariam agora retratar-se ou desfazer o que escreveram ou fizeram!
Aqueles que gostariam que o pedido do rico a Abraão justificasse orar aos santos já mortos, ficam deste modo tão longe de ter provas verdadeiras, quando o erro do pecador condenado é tudo o que podem encontrar como exemplo. É óbvio que não haveria qualquer estímulo para seguir o exemplo daquele homem rico, uma vez que todas as suas petições foram feitas em vão.
Um mensageiro vindo dentre os mortos não poderia dizer mais do que aquilo que foi dito nas Escrituras. A mesma força da corrupção que irrompe através das convicções da Palavra escrita, triunfaria acima de um testemunho de mortos. Busquemos a lei e o testemunho (Isaías 8:19,20), porque esta é a palavra correta da profecia, sobre a qual podemos ter a maior certeza (2 Pedro 1:19). As circunstâncias de cada época mostram que os terrores e os argumentos não podem dar o verdadeiro arrependimento sem a graça especial de Deus, que renova o coração do pecador.
- 19 Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? 20 A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva. Isaías 8:19,20 19 E temos ainda mais firme a palavra profética à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações; 2 Pedro 1:19
Comentário Bíblico
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- Análise em Cadeia 16 Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; 17 e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. 18 Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; 19 e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te. 20 Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? 21 Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. Lucas 12:16-21 24 E Jesus, vendo-o assim, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! 25 Pois é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus. Lucas 18:24,25 1 Eia agora, vós ricos, chorai e pranteai, por causa das desgraças que vos sobrevirão. 2 As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão roídas pela traça. 3 O vosso ouro e a vossa prata estão enferrujados; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e devorará as vossas carnes como fogo. Entesourastes para os últimos dias. 4 Eis que o salário que fraudulentamente retivestes aos trabalhadores que ceifaram os vossos campos clama, e os clamores dos ceifeiros têm chegado aos ouvidos do Senhor dos exércitos. 5 Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações no dia da matança. Tiago 5:1-5 1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. Lucas 16:1 13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. Lucas 15:13 11 Eles fazem sair os seus pequeninos, como a um rebanho, e suas crianças andam saltando. 12 Levantam a voz, ao som do tamboril e da harpa, e regozijam-se ao som da flauta. 13 Na prosperidade passam os seus dias, e num momento descem ao Seol. 14 Eles dizem a Deus: retira-te de nós, pois não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. 15 Que é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará, se lhe fizermos orações? Jó 21:11-15 3 Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. 4 Porque eles não sofrem dores; são e robusto é o seu corpo. 5 Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens. 6 Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido. 7 Os olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do seu coração. Salmos 73:3-7 49 Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e próspera ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado. Ezequiel 16:49 4 Ai dos que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus leitos, e comem os cordeiros tirados do rebanho, e os bezerros do meio do curral; 5 que garganteiam ao som da lira, e inventam para si instrumentos músicos, assim como Davi; 6 que bebem vinho em taças, e se ungem com o mais excelente óleo; mas não se afligem por causa da ruína de José! Amós 6:4-6 4 A mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de ouro, cheio das abominações, e da imundícia da prostituição; Apocalipse 17:4 7 Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, tanto lhe dai de tormento e de pranto; pois que ela diz em seu coração: Estou assentada como rainha, e não sou viúva, e de modo algum verei o pranto. 16 dizendo: Ai! ai da grande cidade, da que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas, e pérolas! porque numa só hora foram assoladas tantas riquezas. Apocalipse 18:7,16 26 E foi o peso das arrecadas de ouro que ele pediu, mil e setecentos siclos de ouro, afora os crescentes, as cadeias e as vestes de púrpura que os reis de Midiã trajavam, afora as correntes que os camelos traziam ao pescoço. Juízes 8:26 15 Então Mardoqueu saiu da presença do rei, vestido de um traje real azul celeste e branco, trazendo uma grande coroa de ouro, e um manto de linho fino e de púrpura, e a cidade de Susã exultou e se alegrou. Ester 8:15 13 Assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, de seda e de bordados; de flor de farinha te nutriste, e de mel e azeite; e chegaste a ser formosa em extremo, e subiste até a realeza. Ezequiel 16:13 7 Linho fino bordado do Egito era a tua vela, para te servir de estandarte; de azul, e púrpura das ilhas de Elisá era a tua cobertura. Ezequiel 27:7 17 vestiram-no de púrpura e puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido; 20 Depois de o terem assim escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e lhe puseram as vestes. Então o levaram para fora, a fim de o crucificarem. Marcos 15:17,20