Comentário Bíblico

Adventista

 A Minha ira se acendeu - (cba)
       ^{Jó 42:7}
Este versículo inicia a porção final do livro, escrita em prosa. Deus volve Sua atenção para os três amigos de Jó, dirigindo-Se a Elifaz aparentemente como o líder do trio. Deus havia repreendido Jó por sua falta de entendimento, mas indica que está irado com os amigos por não terem falado o que é "reto". Isto suscita a interessante questão da diferença entre os erros de Jó e os de seus amigos. Uma análise revela que Jó errou devido ao sofrimento, à pressão, ao desânimo e ao desespero. Ele foi vítima de uma situação angustiante que não podia compreender. Suas declarações foram, algumas vezes, petulantes e, outras vezes, se aproximaram o sacrilégio. Contudo, o tempo todo ele manteve uma confiança fundamental em Deus. Os amigos não estavam sofrendo como Jó. Suas palavras errôneas eram a expressão de falsa filosofia. Eles permitiram que a tradição eclipsasse a compaixão. Acharam que tinham justificativa para ser rudes porque seu conceito de Deus parecia exigir tal atitude. Elifaz e seus amigos têm muitos equivalentes em tempos modernos: pessoas boas, é claro, mas que se sentem compelidas a defender ideias errôneas por motivo de consciência. Jó cometeu erros, mas, em comparação com seus amigos, falou "o que era reto". Seus tocantes clamores de desespero eram mais agradáveis a Deus do que a fria lógica de seus amigos.

Comentário Bíblico

Mathew Henry

 Nota - (Mathew Henry)
       ^{Jó 42:7-9}
Depois que o Senhor convenceu e humilhou Jó, levou-o ao arrependimento, reconheceu-o, consolou-o e concedeu-lhe honras.

O Diabo propôs a mostrar que Jó era hipócrita, e seus três amigos o condenaram como homem mau. Porém, se Deus disse: "Bem está, servo bom e fiel", de pouca importância terá se alguém disser o contrário. Os amigos de Jó praticaram o mal diante de Deus, ao fazer da prosperidade de Jó uma marca da Igreja e da aflição, a prova certa da ira de Deus. Jó, muito mais do que os seus amigos, relacionara os acontecimentos ao juízo e ao estado futuro. Portanto, falou de Deus o que era bom, melhor do que o que tinham feito os seus amigos.

E como Jó orou e ofereceu sacrifícios pelos que o contristaram e feriram o seu espírito, assim Cristo orou por seus perseguidores, e sempre intercede pelos transgressores, os amigos de Jó eram homens bons e tementes a Deus, e o Senhor não ia deixá-los em seu erro, não mais que a Jó; porém, após humilhar Jó com o seu discurso desde o redemoinho, toma outro caminho para humilhar seus amigos.

Eles não têm que discutir o assunto novamente; devem colocar-se de acordo para um sacrifício e uma oração, e isto é o suficiente para reconciliá-los. os que diferem em seu juízo sobre coisas menores, quando são um em Cristo, nosso sacrifício, devem em consequência amar-se e suportar-se uns aos outros. Quando Deus se irou com os amigos de Jó, colocou-os a caminho de fazer a paz com Ele. Nossas pelejas com Deus sempre começam de nossa parte; porém, o fazer a paz começa da parte do Senhor. A paz com Deus somente é obtida segundo a sua maneira e as suas condições. Isto nunca parecerá dificil para os que sabem valorizar esta bênção; como os amigos de Jó, alegrar-se-ão com qualquer condição, por mais humilhante que seja. Jó não se ofendeu com seus amigos, mas, por estar Deus bondosamente reconciliado com ele, foi facilmente reconciliado com eles. Em todas as nossas orações e serviços, devemos procurar ser aceitos pelo Senhor; jamais devemos buscar o elogio dos homens, mas, sim, agradar a Deus.