Comentário Bíblico
Adventista
Pedro O seguia - (cba)
Mateus 26:58
Assim como João (ver João 18:15). Todos os discípulos abandonaram Jesus no momento em que ficou claro que Ele não resistiria à prisão (Mateus 26:56). Mas esses dois homens recuperaram o ânimo, até certo ponto pelo menos, e seguiram a multidão até o palácio do sumo sacerdote. Os outros eram, aparentemente, menos ousados.
- 15 Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, João 18:15 56 Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos, deixando-o fugiram. Mateus 26:56
De longe - (cba)
Mateus 26:58
Ou, à distância. Pedro não tinha coragem para tomar uma posição aberta ao lado de Jesus, mas provou ser mais corajoso que a maioria de seus colegas.
Pátio - (cba)
Mateus 26:58
Do gr. aulê, o “pátio” descoberto de uma casa ou um edifício. A palavra ocorre muitas vezes nos papiros com este sentido. Um pátio desse tipo era completamente rodeado pelo edifício ou por uma parede (ver com. de Mateus 26:71).
Tendo entrado - (cba)
Mateus 26:58
A pedido de João, que era familiarizado com a família sacerdotal, Pedro recebeu permissão para entrar (ver João 18:16).
Assentou-se - (cba)
Mateus 26:58
Ele também permaneceu ali, a fim de se aquecer (João 18:25).
O fim - (cba)
Mateus 26:58
Pedro queria saber por si mesmo o que aconteceria durante o julgamento e qual seria o veredito.
Nota Adicional #1 de Mateus 26 - (cba)
Mateus 26:1-75
Os quatro evangelhos concordam que Jesus e os discípulos celebraram a última Ceia na noite anterior à crucifixão, que Ele descansou no túmulo durante o sábado e que ressuscitou no domingo de manhã. Os sinóticos, no entanto, chamam a última Ceia, na noite anterior à crucifixão, de “Páscoa”, enquanto, de acordo com João, os judeus celebraram a ceia da Páscoa na noite após a crucifixão. As declarações de João e dos sinóticos, portanto, parecem estar em conflito.
A maioria dos comentaristas críticos descarta esse aparente conflito com a observação casual de que, obviamente, João ou os escritores sinóticos estavam enganados. Mas os que acreditam na inspiração das Escrituras rejeitam tal explicação e propõem, em vez disso, soluções possíveis para o problema. A fim de avaliar de forma inteligente essas soluções é necessário, primeiramente, revisar a data referente ao tempo e ao significado típico da Páscoa, e os fatores de tempo relacionados com a última Ceia e a crucifixão.
O tempo da Páscoa - O cordeiro pascal era morto no final da tarde de 14 de nisã, após o sacrifício regular da tarde, e comido com pães asmos, depois do pôr do sol, naquela mesma noite, durante as primeiras horas de 15 de nisã (Êxodo 12:6-14; Êxodo 12:29,33,42,51; Êxodo 13:3-7; Números 9:1-5; Números 33:3; Deuteronômio 16:1-7; Joseío, Antiguidades, ii. 14.6; iii.10.5; xi.4.8 [311, 312, 248, 249, 109, 110]; Guerra dos judeus, v.3.1 [98, 99]; vi.9.3 [423]; Philo, De septenario, see. 18; Mishnah, Pesahim, 5.1, ed. Soncino, Talmude, p. 287). O dia 15 de nisã, um sábado cerimonial, também marcava o início da Festa dos Pães Asmos (Êxodo 12:8,18,34,39; Levítico 23:5,6; Números 28:16,17; Deuteronômio 16:3,4,8; Antiguidades, iii.10.5 [249]; cf. ii.2.15 [318]). Em 16 de nisã, o segundo dia dessa festa, o molho das primícias era apresentado no templo (ver Levítico 23:10-14; Antiguidades, iii.10.5 [250, 251]). O termo “Páscoa” era originalmente aplicado somente a 14 de nisã, mas, no tempo de Cristo, era empregado, às vezes, para a Festa dos Pães Asmos também (Antiguidades, ii. 14.6; xi.4.8; xiv.2.1 [311-313, 109-111; 21]; xvii.9.3; Guerra dos judeus, ii.1.3; v.3.1 [10, 99]). Aparentemente, também a Festa dos Pães Asmos era um termo que igualmente incluía a Páscoa (Lucas 22:7; Atos 12:3,4; Mateus 20:6).
- 6 e o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; e toda a assembléia da congregação de Israel o matará à tardinha: 7 Tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambos os umbrais e na verga da porta, nas casas em que o comerem. 8 E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerao. 9 Não comereis dele cru, nem cozido em água, mas sim assado ao fogo; a sua cabeça com as suas pernas e com a sua fressura. 10 Nada dele deixareis até pela manhã; mas o que dele ficar até pela manhã, queimá-lo-eis no fogo. 11 Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. 12 Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor. 13 Mas o sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu o sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egito. : 14 E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. Êxodo 12:6-14 29 E aconteceu que à meia-noite o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. 33 E os egípcios apertavam ao povo, e apressando-se por lançá-los da terra; porque diziam: Estamos todos mortos. 42 Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito; esta é a noite do Senhor, que deve ser guardada por todos os filhos de Israel através das suas gerações. 51 E naquele mesmo dia o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos. Êxodo 12:29,33,42,51 3 E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não se comerá pão levedado. 4 Hoje, no mês de abibe, vós saís. 5 Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos heveus e dos jebuseus, que ele jurou a teus pais que te daria, terra que mana leite e mel, guardarás este culto nestê mes. 6 Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá uma festa ao Senhor. 7 Sete dias se comerão pães ázimos, e o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos. Êxodo 13:3-7 1 Também falou o Senhor a Moisés no deserto de Sinai, no primeiro mês do segundo ano depois que saíram da terra do Egito, dizendo: 2 Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado. 3 No dia catorze deste mês, à tardinha, a seu tempo determinado, a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todas as suas ordenanças a celebrareis. 4 Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a páscoa. 5 Então celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês, à tardinha, no deserto de Sinai; conforme tudo o que o Senhor ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. Números 9:1-5 3 Partiram de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do mês; no dia seguinte ao da páscoa saíram os filhos de Israel afoitamente à vista de todos os egípcios, Números 33:3 1 Guarda o mês de abibe, e celebra a páscoa ao Senhor teu Deus; porque no mes de abibe, de noite, o Senhor teu Deus tirou-te do Egito. 2 Então, das ovelhas e das vacas, sacrificarás a páscoa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor escolher para ali fazer habitar o seu nome. 3 Nela não comerás pão levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida. 4 O fermento não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos; também da carne que sacrificares à tarde, no primeiro dia, nada ficará até pela manhã. 5 Não poderás sacrificar a páscoa em qualquer uma das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá, 6 mas no lugar que o Senhor teu Deus escolher para ali fazer habitar o seu nome; ali sacrificarás a páscoa à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do Egito. 7 Então a cozerás, e comerás no lugar que o Senhor teu Deus escolher; depois, pela manhã, voltarás e irás às tuas tendas. Deuteronômio 16:1-7 8 E naquela noite comerão a carne assada ao fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerao. 18 No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. 34 Ao que o povo tomou a massa, antes que ela levedasse, e as amassadeiras atadas e em seus vestidos, sobre os ombros. 39 E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque ela não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não puderam deter-se, nem haviam preparado comida. Êxodo 12:8,18,34,39 5 No mês primeiro, aos catorze do mês, à tardinha, é a páscoa do Senhor. 6 E aos quinze dias desse mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos. Levítico 23:5,6 16 No primeiro mês, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor. 17 E aos quinze dias do mesmo mês haverá festa; por sete dias se comerão pães ázimos. Números 28:16,17 3 Nela não comerás pão levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida. 4 O fermento não aparecerá contigo por sete dias em todos os teus termos; também da carne que sacrificares à tarde, no primeiro dia, nada ficará até pela manhã. 8 Seis dias comerás pães ázimos, e no sétimo dia haverá assembléia solene ao Senhor teu Deus; nele nenhum trabalho farás. Deuteronômio 16:3,4,8 10 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou, e segardes a sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa sega; 11 e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá. 12 E no dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor. 13 Sua oferta de cereais será dois décimos de efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao Senhor; e a sua oferta de libação será de vinho, um quarto de him. 14 E não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até aquele mesmo dia, em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações. Levítico 23:10-14 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; Lucas 22:7 3 Vendo que isso agradava aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. (Eram então os dias dos pães ázimos.) 4 E, havendo-o prendido, lançou-o na prisão, entregando-o a quatro grupos de quatro soldados cada um para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da páscoa. Atos 12:3,4 6 Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo? Mateus 20:6
As tabelas que se propõem a dar as datas da era cristã para cada lua cheia pascal durante o ministério do Senhor não são de grande ajuda nesse problema, pois todas elas estão baseadas em métodos modernos judaicos de cálculo do tempo da Páscoa. Hoje não se sabe como os judeus do tempo de Cristo coordenavam seu calendário lunar com o ano solar. Por isso, não é possível determinar com certeza absoluta o dia da semana ou até mesmo o mês em que a Páscoa de qualquer ano do ministério do Senhor pode ter ocorrido.
Um notável desvio da data bíblica em relação ao tempo da última Ceia é a teoria da crucifixão na quarta-feira, que pressupõe: (1) que a data da era cristã da lua cheia pascal do ano da crucifixão pode ser determinada com precisão absoluta; (2) que a expressão idiomática hebraica “três dias e três noites” indica um período de 72 horas completas; e (3) que o grego de Mateus 28:1 (ver com. ali) fixa a ressurreição no sábado à tarde. Essa teoria não de baseia em conhecimentos sólidos e está totalmente em desacordo com os significados bíblicos dos termos; por isso, é insustentável.
Alguns supõem que a expressão “no crepúsculo da tarde”, de Êxodo 12:6, literalmente, “entre o pôr do sol e o anoitecer”, denota o momento do pôr do sol, marcando o início de 14 de nisã, ou o período entre o crepúsculo e o anoitecer. Embora alguns comentaristas modernos tenham adotado essa teoria, um exame cuidadoso de outras passagens bíblicas, dos escritos de Flávio Josefo e Filo, e da Mishnah (ver Pesahim, 4.1, ed. Soncino, Talmude, p. 243; 5.1, 10; p. 287, 325; 58.a, p. 287-290; e outras referências citadas acima) não fornece nenhuma evidência clara em favor dessa teoria.
O significado típico da Páscoa - O cordeiro pascal prefigurava Cristo, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29); “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1 Coríntios 5:7, ARC). Da mesma forma, o molho da Festa dos Pães Asmos tipificava “Cristo” ressuscitado “dentre os mortos, [...] as primícias dos que dormem” (1 Coríntios 15:20).
- 29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. João 1:29 7 Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi sacrificado. 1 Coríntios 5:7 20 Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. 1 Coríntios 15:20
A última Ceia e a crucifixão - As seguintes declarações cronológicas parecem estar explícitas ou implícitas na narrativa do evangelho e são geralmente hem aceitas pelos estudiosos da Bíblia:
1. A crucifixão ocorreu na “véspera da Páscoa”, isto é, em 14 de nisã (João 19:14; cf. Talmude, Pesahim, 58.a, ed. Soncino, p. 288; Sanhedrin, 43.a, ed. Soncino, p. 281; Ex 12:6; cf. GC, 399).
2. A morte de Cristo ocorreu na sexta à tarde (Marcos 15:42-47; Marcos 16:1,2; Lucas 23:54-56; Lucas 24:1; João 19:31,42; João 20:1), na hora do sacrifício da tarde (DTN, 756, 757; cf. GC, 399).
- 42 Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, 43 José de Arimatéia, ilustre membro do sinédrio, que também esperava o reino de Deus, cobrando ânimo foi Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 44 Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido. 45 E, depois que o soube do centurião, cedeu o cadáver a José; 46 o qual, tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. 47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde fora posto. Marcos 15:42-47 1 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. 2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol. Marcos 16:1,2 54 Era o dia da preparação, e ia começar o sábado. 55 E as mulheres que tinham vindo com ele da Galiléia, seguindo a José, viram o sepulcro, e como o corpo foi ali depositado. 56 Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento. Lucas 23:54-56 1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. Lucas 24:1 31 Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali. 42 Ali, pois, por ser a vespera do sábado dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro, puseram a Jesus. João 19:31,42 1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. João 20:1
3. Portanto, no ano da crucifixão, 14 de nisã, o dia designado para matar os cordeiros pascais, caiu em uma sexta-feira. A preparação para a (ou véspera da) Páscoa coincidiu com a preparação (ou véspera) do sábado semanal (João 19:14; João 19:31,42; ). O primeiro sábado cerimonial da Festa dos Pães Asmos, 15 de nisã, coincidiu assim com o sábado semanal (Levítico 23:6-8; Marcos 15:42-47; Marcos 16:1,2; Lucas 23:5-56; Lucas 24:1).
- 14 Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei. João 19:14 31 Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali. 42 Ali, pois, por ser a vespera do sábado dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro, puseram a Jesus. João 19:31,42 6 E aos quinze dias desse mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos. 7 No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. 8 Mas por sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. Levítico 23:6-8 42 Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, 43 José de Arimatéia, ilustre membro do sinédrio, que também esperava o reino de Deus, cobrando ânimo foi Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 44 Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido. 45 E, depois que o soube do centurião, cedeu o cadáver a José; 46 o qual, tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. 47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde fora posto. Marcos 15:42-47 1 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. 2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol. Marcos 16:1,2 5 Eles, porém, insistiam ainda mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até aqui. 6 Então Pilatos, ouvindo isso, perguntou se o homem era galileu; 7 e, quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém. 8 Ora, quando Herodes viu a Jesus, alegrou-se muito; pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; e esperava ver algum sinal feito por ele; 9 e fazia-lhe muitas perguntas; mas ele nada lhe respondeu. 10 Estavam ali os principais sacerdotes, e os escribas, acusando-o com grande veemência. 11 Herodes, porém, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o com uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos. 12 Nesse mesmo dia Pilatos e Herodes tornaram-se amigos; pois antes andavam em inimizade um com o outro. 13 Então Pilatos convocou os principais sacerdotes, as autoridades e o povo, 14 e disse-lhes: Apresentastes-me este homem como pervertedor do povo; e eis que, interrogando-o diante de vós, não achei nele nenhuma culpa, das de que o acusais; 15 nem tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar; e eis que não tem feito ele coisa alguma digna de morte. 16 Castigá-lo-ei, pois, e o soltarei. 17 [E era-lhe necessário soltar-lhes um pela festa.] 18 Mas todos clamaram à uma, dizendo: Fora com este, e solta-nos Barrabás! 19 Ora, Barrabás fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio. 20 Mais uma vez, pois, falou-lhes Pilatos, querendo soltar a Jesus. 21 Eles, porém, brandavam, dizendo: Crucifica-o! crucifica-o! 22 Falou-lhes, então, pela terceira vez: Pois, que mal fez ele? Não achei nele nenhuma culpa digna de morte. Castigá-lo-ei, pois, e o soltarei. 23 Mas eles instavam com grandes brados, pedindo que fosse crucificado. E prevaleceram os seus clamores. 24 Então Pilatos resolveu atender-lhes o pedido; 25 e soltou-lhes o que fora lançado na prisão por causa de sedição e de homicídio, que era o que eles pediam; mas entregou Jesus à vontade deles. 26 Quando o levaram dali tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus. 27 Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais o pranteavam e lamentavam. 28 Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. 29 Porque dias hão de vir em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! 30 Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós; e aos outeiros: Cobri-nos. 31 Porque, se isto se faz no lenho verde, que se fará no seco? 32 E levavam também com ele outros dois, que eram malfeitores, para serem mortos. 33 Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, a ele e também aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. 34 Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem. Então repartiram as vestes dele, deitando sortes sobre elas. 35 E o povo estava ali a olhar. E as próprias autoridades zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou; salve-se a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus. 36 Os soldados também o escarneciam, chegando-se a ele, oferecendo-lhe vinagre, 37 e dizendo: Se tu és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo. 38 Por cima dele estava esta inscrição [em letras gregas, romanas e hebraicas:] ESTE É O REI DOS JUDEUS. 39 Então um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós. 40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando na mesma condenação? 41 E nós, na verdade, com justiça; porque recebemos o que os nossos feitos merecem; mas este nenhum mal fez. 42 Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. 43 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso. 44 Era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona, pois o sol se escurecera; 45 e rasgou-se ao meio o véu do santuário. 46 Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou. 47 Quando o centurião viu o que acontecera, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo. 48 E todas as multidões que presenciaram este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltaram batendo no peito. 49 Entretanto, todos os conhecidos de Jesus, e as mulheres que o haviam seguido desde a Galiléia, estavam de longe vendo estas coisas. 50 Então um homem chamado José, natural de Arimatéia, cidade dos judeus, membro do sinédrio, homem bom e justo, 51 o qual não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, e que esperava o reino de Deus, 52 chegando a Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus; 53 e tirando-o da cruz, envolveu-o num pano de linho, e pô-lo num sepulcro escavado em rocha, onde ninguém ainda havia sido posto. 54 Era o dia da preparação, e ia começar o sábado. 55 E as mulheres que tinham vindo com ele da Galiléia, seguindo a José, viram o sepulcro, e como o corpo foi ali depositado. 56 Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento. Lucas 23:5-56 1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. Lucas 24:1
4. A última Ceia ocorreu na noite anteriora crucifixão (Mateus 26:17,20,26,34,47; Marcos 14:12,16,17; Lucas 22:7,8,13,14,15; João 13:2,4,30; João 14:31; João 18:1,2,3,28; João 19:16; cf. DTN, 642; GC, 399), isto é, durante as primeiras horas de 14 de nisã, portanto, numa noite de quinta-feira.
- 17 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? 20 Ao anoitecer reclinou-se à mesa com os doze discípulos; 26 Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. 34 Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que esta noite, antes que o galo cante três vezes me negarás. 47 E estando ele ainda a falar, eis que veio Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo. Mateus 26:17,20,26,34,47 12 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, quando imolavam a páscoa, disseram-lhe seus discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a páscoa? 16 Partindo, pois, os discípulos, foram à cidade, onde acharam tudo como ele lhes dissera, e prepararam a páscoa. 17 Ao anoitecer chegou ele com os doze. Marcos 14:12,16,17 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; 8 e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. 13 Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa. 14 E, chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. 15 E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão; Lucas 22:7,8,13,14,15 2 Enquanto ceavam, tendo já o Diabo posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, que o traísse, 4 levantou-se da ceia, tirou o manto e, tomando uma toalha, cingiu-se. 30 Então ele, tendo recebido o bocado saiu logo. E era noite. João 13:2,4,30 31 mas, assim como o Pai me ordenou, assim mesmo faço, para que o mundo saiba que eu amo o Pai. Levantai-vos, vamo-nos daqui. João 14:31 1 Tendo Jesus dito isto, saiu com seus discípulos para o outro lado do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim, e com eles ali entrou. 2 Ora, Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque muitas vezes Jesus se reunira ali com os discípulos. 3 Tendo, pois, Judas tomado a coorte e uns guardas da parte dos principais sacerdotes e fariseus, chegou ali com lanternas archotes e armas. 28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. João 18:1,2,3,28 16 Então lho entregou para ser crucificado. João 19:16
5. Os relatos sinóticos chamam a última Ceia de ceia pascal (Mateus 26:17,20; Marcos 14:12,16,17; Lucas 22:7,8,13,14,15; cf. DTN, 642, 652; GC, 399).
- 17 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? 20 Ao anoitecer reclinou-se à mesa com os doze discípulos; Mateus 26:17,20 12 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, quando imolavam a páscoa, disseram-lhe seus discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a páscoa? 16 Partindo, pois, os discípulos, foram à cidade, onde acharam tudo como ele lhes dissera, e prepararam a páscoa. 17 Ao anoitecer chegou ele com os doze. Marcos 14:12,16,17 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; 8 e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. 13 Foram, pois, e acharam tudo como lhes dissera e prepararam a páscoa. 14 E, chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. 15 E disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta páscoa, antes da minha paixão; Lucas 22:7,8,13,14,15
6. O relato de João coloca a celebração oficial judaica da ceia pascal 24 horas depois da última Ceia, portanto, na sexta-feira à noite após a crucifixão, durante as primeiras horas do sábado semanal (João 18:28; João 19:14,31; cf. DTN, 774), que seria 15 de nisã.
- 28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. João 18:28 14 Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei. 31 Ora, os judeus, como era a preparação, e para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, pois era grande aquele dia de sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados dali. João 19:14,31
7. Na hora da última Ceia (João 13:1), durante o percurso do julgamento (Mateus 26:5; Marcos 14:2; João 18:28; João 19:14; cf. DTN, 703, 723), e no caminho para o Calvário (cf. DTN, 742), a celebração oficial da Páscoa estava, aparentemente, ainda no futuro.
- 1 Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. João 13:1 5 Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo. Mateus 26:5 2 Pois eles diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo. Marcos 14:2 28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. João 18:28 14 Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei. João 19:14
8. Jesus descansou no túmulo no sábado (Mateus 27:59-66; Mateus 28:1; Marcos 15:43-47; Marcos 16:1; Lucas 23:54-56; Lucas 24:1; João 19:38-42; João 20:1), que seria 15 de nisã.
- 59 E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo, de linho, 60 e depositou-o no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha; e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou- se. 61 Mas achavam-se ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas defronte do sepulcro. 62 No dia seguinte, isto é, o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus perante Pilatos, 63 e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, quando ainda vivo, afirmou: Depois de três dias ressurgirei. 64 Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia; para não suceder que, vindo os discípulos, o furtem e digam ao povo: Ressurgiu dos mortos; e assim o último embuste será pior do que o primeiro. 65 Disse-lhes Pilatos: Tendes uma guarda; ide, tornai-o seguro, como entendeis. 66 Foram, pois, e tornaram seguro o sepulcro, selando a pedra, e deixando ali a guarda. Mateus 27:59-66 1 No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. Mateus 28:1 43 José de Arimatéia, ilustre membro do sinédrio, que também esperava o reino de Deus, cobrando ânimo foi Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 44 Admirou-se Pilatos de que já tivesse morrido; e chamando o centurião, perguntou-lhe se, de fato, havia morrido. 45 E, depois que o soube do centurião, cedeu o cadáver a José; 46 o qual, tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. 47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde fora posto. Marcos 15:43-47 1 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. Marcos 16:1 54 Era o dia da preparação, e ia começar o sábado. 55 E as mulheres que tinham vindo com ele da Galiléia, seguindo a José, viram o sepulcro, e como o corpo foi ali depositado. 56 Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento. Lucas 23:54-56 1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. Lucas 24:1 38 Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus; e Pilatos lho permitiu. Então foi e o tirou. 39 E Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus de noite, foi também, levando cerca de cem libras duma mistura de mirra e aloés. 40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus, e o envolveram em panos de linho com as especiarias, como os judeus costumavam fazer na preparação para a sepultura. 41 No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim, e nesse jardim um sepulcro novo, em que ninguém ainda havia sido posto. 42 Ali, pois, por ser a vespera do sábado dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro, puseram a Jesus. João 19:38-42 1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. João 20:1
9. Jesus levantou do túmulo na madrugada de domingo, 16 de nisã (Mateus 28:1-6; Marcos 16:1-6; Lucas 24:1-6; João 20:1-16; Marcos 15:42,46; cf. GC, 399; DTN, 785, 786).
- 1 No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. 2 E eis que houvera um grande terremoto; pois um anjo do Senhor descera do céu e, chegando-se, removera a pedra e estava sentado sobre ela. 3 o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve. 4 E de medo dele tremeram os guardas, e ficaram como mortos. 5 Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. 6 Não está aqui, porque ressurgiu, como ele disse. Vinde, vede o lugar onde jazia; Mateus 28:1-6 1 Ora, passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. 2 E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito cedo, ao levantar do sol. 3 E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? 4 Mas, levantando os olhos, notaram que a pedra, que era muito grande, já estava revolvida; 5 e entrando no sepulcro, viram um moço sentado à direita, vestido de alvo manto; e ficaram atemorizadas. 6 Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram. Marcos 16:1-6 1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. 2 E acharam a pedra revolvida do sepulcro. 3 Entrando, porém, não acharam o corpo do Senhor Jesus. 4 E, estando elas perplexas a esse respeito, eis que lhes apareceram dois varões em vestes resplandecentes; 5 e ficando elas atemorizadas e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais entre os mortos aquele que vive? 6 Ele não está aqui, mas ressurgiu. Lembrai-vos de como vos falou, estando ainda na Galiléia. Lucas 24:1-6 1 No primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra fora removida do sepulcro. 2 Correu, pois, e foi ter com Simão Pedro, e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Tiraram do sepulcro o Senhor, e não sabemos onde o puseram. 3 Saíram então Pedro e o outro discípulo e foram ao sepulcro. 4 Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais ligeiro do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro; 5 e, abaixando-se viu os panos de linho ali deixados, todavia não entrou. 6 Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro e viu os panos de linho ali deixados, 7 e que o lenço, que estivera sobre a cabeça de Jesus, não estava com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu e creu. 9 Porque ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos. 10 Tornaram, pois, os discípulos para casa. 11 Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava, abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro, 12 e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13 E perguntaram-lhe eles: Mulher, por que choras? Respondeu- lhes: Porque tiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14 Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus. 15 Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. 16 Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! - que quer dizer, Mestre. João 20:1-16 42 Ao cair da tarde, como era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, 46 o qual, tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. Marcos 15:42,46
Proposta de soluções do problema - A luz desses dados, deve-se examinar o problema do tempo da Páscoa no ano da crucifixão. Os comentaristas conservadores têm geralmente tentado resolver o problema com base em um dos quatro pressupostos que se seguem:
1. Quando se referem à última Ceia, os evangelhos sinóticos descrevem não a refeição da Páscoa, mas uma refeição cerimonial que a precedeu em 24 horas. De acordo com esse pressuposto, 14 de nisã cairia na sexta-feira, no ano da crucifixão, e a Páscoa de João seria a ceia oficial da Páscoa.
2. “A Páscoa”, à qual João se refere, não era a ceia da Páscoa, mas uma refeição cerimonial ligada à Festa dos Pães Asmos. De acordo com esse pressuposto, sexta-feira foi 15 de nisã, e a última Ceia, na noite anterior, foi uma celebração da ceia oficial da Páscoa, na época regular. Esta explicação é contrária à precedente.
3. A última Ceia foi uma verdadeira ceia pascal, como relatam os sinóticos, embora celebrada apenas por Jesus e os discípulos, 24 horas antes da refeição oficial da Páscoa a que se refere João, quando todos os judeus a celebraram. De acordo com esse pressuposto, sexta-feira foi 14 de nisã.
4. No tempo de Cristo, as diferenças sectárias em relação ao cômputo do calendário, quanto à possibilidade de 14 e 16 de nisã estarem relacionados a certos dias da semana, haviam levado, na prática, à celebração da Páscoa em dois dias consecutivos, que seria uma dupla comemoração. Segundo esse pressuposto, uma facção religiosa (os fariseus e outros conservadores) considerava que 14 de nisã caía na quinta-feira, no ano da crucifixão, enquanto outros (os saduceus, betusianos e outros liberais), que caía na sexta-feira. Cristo e os discípulos, portanto, presumivelmente, celebraram a Páscoa com o primeiro grupo, a “Páscoa” dos sinóticos; e os líderes judeus celebraram na noite seguinte, a "Páscoa” de João. Esta hipótese difere da anterior no sentido de que, aqui, Cristo e os discípulos não estavam sozinhos em sua celebração da Páscoa.
Para uma discussão mais detalhada das várias tentativas de harmonizar as declarações de João com os sinóticos com relação à data da última Ceia, é proveitoso consultar: Grace Amadon, “Ancient Jewish Calendation”, Journal of Biblical Literature, vol. 61, parte 4, 1942, p. 227-280; C. K. Barrett, The Gospel According to St. John, p. 38-41; j. H. Bernard, International Critical Commentary, on St. John, vol. 1, p. cvi-cviii; D. Chwolson, Das Letzte Passamahl Christi und der Tag Seines Todes; The International Standard Bible Encyclopedia, art. “Chronology of the New Testament"; J. K. Klausner, Jesus of Nazareth, tr. Herbert Danby, p. 326-329; A. T. Robertson, Word Pictures in the New Testament, sobre Mateus 26:17; João 18:28; H. L. Strack e Paul Billerbeck, Kommentar zum Neuen Testament, vol. 2, p. 812, 813 (ver notas bibliográficas nas p. 69, 70, 88, 89, 266, 267). Para uma discussão dos problemas de calendário envolvidos.
- 17 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? Mateus 26:17 28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. João 18:28
Avaliação das soluções propostas - As quatro soluções propostas para o problema podem ser avaliadas como se segue:
1. O ponto de vista de que a última Ceia foi uma refeição cerimonial preliminar antes da refeição regular da Páscoa assume que os sinóticos usaram a palavra “Páscoa” em um sentido fora do regular. Embora seja possível admitir que a palavra “Páscoa poderia ter sido usada nesse sentido, a evidência disponível é fortemente contrária a um uso irregular da palavra. (1) Este ponto de vista repousa sobre a conjectura de que uma refeição cerimonial preliminar poderia ter sido celebrada no tempo de Cristo. (2) A leitura mais natural e óbvia dessas passagens em seu contexto aponta para a conclusão de que os sinóticos consistente e repetidamente falam da última Ceia como a “Páscoa”. (3) O comentário de Marcos (Marcos 14:12) e Lucas (Lucas 22:7) de que o dia anterior à última Ceia foi “o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal” (ver Marcos 14:12), parece excluir qualquer possibilidade de que a “Páscoa” do sinóticos pode ter sido apenas uma ceia preliminar, e não a verdadeira ceia pascal (cf. DTN, 642, 646, 652, 653; PE, 165; GC, 399). Os discípulos pareciam ter como certo que a quinta-feira era o dia da preparação para a Páscoa, isto é, o dia em que o cordeiro pascal deveria ser morto e assado.
- 12 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, quando imolavam a páscoa, disseram-lhe seus discípulos: Aonde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a páscoa? Marcos 14:12 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; Lucas 22:7
2. O ponto de vista de que “a Páscoa” de João 18:28 e João 19:14 foi uma refeição cerimonial ligada à Festa dos Pães Asmos, 24 horas após a ceia pascal oficial, em 15 de nisã, assume que João usou a palavra “Páscoa” num sentido fora do regular. Em favor desta ideia, pode-se observar que o uso comum no tempo do NT, que se reflete, por exemplo, em Josefo, comumente aplicava o termo “Páscoa” à celebração conjunta da Páscoa e da Festa dos Pães Asmos. Mas, embora seja possível afirmar que João poderia ter usado a palavra “Páscoa” no sentido fora do regular, a evidência disponível é fortemente contrária a que ele tenha feito isso nas passagens citadas: (1) Não há nenhum uso claro da palavra "Páscoa”, nesse sentido, em qualquer lugar do NT. (2) A leitura mais natural e óbvia das declarações de João em seus contextos leva à conclusão de que a Páscoa a que o apóstolo se refere era a celebração oficial da Páscoa, pelo menos, conforme os líderes judeus a reconheciam de modo geral. (3) A ansiedade dos líderes judeus para concluir o julgamento e a execução de Jesus imediatamente antes da festa, a fim de não postergar o caso para depois dela, parece excluir qualquer possibilidade de que a celebração já houvesse começado (Mateus 26:3-5; Marcos 14:1,2; cf. DTN, 703). (4) A lei judaica, conforme codificada, mais tarde, na Mishnah e no Talmude, proibia o julgamento de um caso envolvendo a pena de morte em um dia de festa (Mishnah, Bezah, 5.2, ed. Soncino, Talmude, p. 185; Sanhedrin, 4.1, ed. Soncino, Talmude, p. 185), ou fazer compras, como a do lençol e, possivelmente, também de especiarias para embalsamar o corpo de Jesus (Marcos 15:46; Lucas 23:56; entretanto, ver Mishnah, Shahhath, 23.5, ed. Soncino, Talmude, p. 771). Caso essas normas estivessem em vigor em épocas anteriores, como parece provável, e se de fato fosse dada a devida atenção a elas, o que, no entanto, não pode ser determinado aqui (ver Nota Adicional 2 a Mateus 26), a violação delas parece excluir a possibilidade de que a prisão, o julgamento e a crucifixão tenham ocorrido em 15 de nisã, o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos e um sábado cerimonial. (5) Os preparativos para embalsamar o corpo de Jesus (Lucas 23:54-56; Lucas 24:1), como as mulheres fizeram no dia da crucifixão, eram considerados trabalho e, como tal, parecia ser impróprio até mesmo para um sábado cerimonial (Levítico 23:7; entretanto, ver Mishnah, Shahhath, 23.5, ed. Soncino, Talmude, p. 771). (6) Ao pôr do sol do dia da crucifixão, as mulheres, “no sábado, descansaram, segundo o mandamento” (Lucas 23:56), obviamente, uma referência ao sábado do quarto mandamento. (7) Se, como este ponto de vista assume, a crucifixão caiu em 15 de nisã, que seria o primeiro dia dos Pães Asmos, então, a ressurreição caiu em 17 de nisã, ou no terceiro dia. Mas a oferta das primícias, um tipo da ressurreição do Senhor, aconteceu no segundo dia, ou 16 de nisã (ver Levítico 23:10-14; 1 Coríntios 15:20, 23; GC, 399; DTN, 785, 786). Portanto, de acordo com essa ideia, a ressurreição não ocorreu no momento exigido para o tipo de cerimonial do molho das primícias. (8) Na literatura judaica, “a preparação da Páscoa” (João 19:14, ARC) é consistentemente aplicada a 14 de nisã e, portanto, jamais a 15 de nisã, como requereste ponto de vista (ver Mishnah, Pesahim, 4.1, 5, 6, ed. Soncino, Talmude, p. 243, 268, 271). (9) “A Páscoa era observada [pelos judeus em geral] como tinha sido havia séculos [em outras palavras, durante as primeiras horas de 15 de nisã], enquanto Aquele para quem ela apontava tinha sido morto por mãos ímpias [na noite de 14 de nisã], e colocado no túmulo de José” (DTN, 774; cf. GC, 399).
- 28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. João 18:28 14 Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei. João 19:14 3 Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no pátio da casa do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás; 4 e deliberaram como prender Jesus a traição, e o matar. 5 Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo. Mateus 26:3-5 1 Ora, dali a dois dias era a páscoa e a festa dos pães ázimos; e os principais sacerdotes e os escribas andavam buscando como prender Jesus a traição, para o matarem. 2 Pois eles diziam: Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo. Marcos 14:1,2 46 o qual, tendo comprado um pano de linho, tirou da cruz o corpo, envolveu-o no pano e o depositou num sepulcro aberto em rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. Marcos 15:46 56 Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento. Lucas 23:56 54 Era o dia da preparação, e ia começar o sábado. 55 E as mulheres que tinham vindo com ele da Galiléia, seguindo a José, viram o sepulcro, e como o corpo foi ali depositado. 56 Então voltaram e prepararam especiarias e unguentos. E no sábado repousaram, conforme o mandamento. Lucas 23:54-56 1 Mas já no primeiro dia da semana, bem de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado. Lucas 24:1 7 No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis. Levítico 23:7 10 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou, e segardes a sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa sega; 11 e ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá. 12 E no dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor. 13 Sua oferta de cereais será dois décimos de efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao Senhor; e a sua oferta de libação será de vinho, um quarto de him. 14 E não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até aquele mesmo dia, em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações, em todas as vossas habitações. Levítico 23:10-14 20 Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. 1 Coríntios 15:20
3. O ponto de vista de que a última Ceia, como uma verdadeira ceia pascal, ocorreu 24 horas antes do momento em que os judeus, geralmente, a comemoravam assume que tal prática era possível. Essa ideia, contrária à anterior, considera que a crucifixão ocorreu em cumprimento do tipo fornecido pela morte do cordeiro pascal em 14 de nisã. Era, na verdade, impossível para Cristo comer o cordeiro pascal no horário habitual e ainda assim, sendo Ele mesmo o verdadeiro Cordeiro pascal, ser morto no momento em que habitualmente os cordeiros pascais eram sacrificados. Parece mais importante que Sua morte estivesse em sincronia com a morte dos cordeiros do que Sua ceia da Páscoa em sincronia com o tempo oficial para se comer essa refeição (GC, 399). Assim, Sua ceia pascal deveria ocorrer mais cedo do que o tempo regularmente definido uma vez que os tipos do sacrifício do cordeiro e da oferta das primícias deviam se cumprir, “não somente quanto ao acontecimento, mas também quanto ao tempo" (GC, 399). No entanto, essa ideia também enfrenta dificuldades. É difícil assumir que Jesus e os discípulos, como únicas exceções à regra, poderiam ter celebrado a Páscoa um dia antes do tempo habitual. Deve-se considerar que: (1) Não há evidência histórica de que alguém tenha comido a ceia antes do início da Páscoa. Os cordeiros pascais deviam ser imolados no templo (Mishnah, Pesahim, 5.5-7, ed. Soncino, Talmude, p. 323, 324) em um determinado momento; e, de forma consistente, tanto quanto o registro informa, não havia provisão para matá-los em qualquer outro momento senão no final da tarde de 14 de nisã (para uma exceção, ver Números 9:6-11). (2) Os discípulos, aparentemente, reconheceram a quinta-feira como o dia em que os preparativos para a Páscoa deviam ser feitos corretamente, no ano de crucifixão (ver Mateus 26:17; Lucas 22:7), e pareciam ter certeza de que quinta-feira à noite era o tempo adequado para se comer a ceia pascal. De fato, não há informações quanto a se o assunto foi discutido entre eles, se Jesus lhes informou que o tempo de celebração seria uma exceção e que seria na quinta-feira ao invés de sexta à noite, nem ainda se eles consideravam que quinta-feira à noite era um tempo normal para a celebração. Os evangelhos sinóticos silenciam quanto a qualquer coisa fora do comum sobre a celebração da Páscoa na quinta-feira à noite por Jesus e os discípulos.
- 6 Ora, havia alguns que se achavam imundos por terem tocado o cadáver de um homem, de modo que não podiam celebrar a páscoa naquele dia; pelo que no mesmo dia se chegaram perante Moisés e Arão; 7 e aqueles homens disseram-lhes: Estamos imundos por havermos tocado o cadáver de um homem; por que seríamos privados de oferecer a oferta do Senhor a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel? 8 Respondeu-lhes Moisés: Esperai, para que eu ouça o que o Senhor há de ordenar acerca de vós. 9 Então disse o Senhor a Moisés: 10 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se alguém dentre vós, ou dentre os vossos descendentes estiver imundo por ter tocado um cadáver, ou achar-se longe, em viagem, contudo ainda celebrará a páscoa ao Senhor. 11 No segundo mês, no dia: catorze, à tardinha, a celebrarão; comê-la-ão com pães ázimos e ervas amargas. Números 9:6-11 17 Ora, no primeiro dia dos pães ázimos, vieram os discípulos a Jesus, e perguntaram: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? Mateus 26:17 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; Lucas 22:7
4. O ponto de vista de que havia uma dupla comemoração da Páscoa se baseia em uma ou outra das várias conjecturas. A que talvez seja mais plausível delas assume que a “Páscoa” mencionada pelos sinóticos era a celebrada pelos fariseus e outros judeus conservadores, enquanto que a “Páscoa” mencionada por João era a observada pelos saduceus e outros betusianos mais liberais e empáticos com uma interpretação mais liberal das Escrituras. Os saduceus betusianos dos dias de Cristo são conhecidos por argumentar que o "sábado" de Levítico 23:11 é um sábado semanal e não um sábado cerimonial. Aqueles que defendem a hipótese de que, em um ano como 31 d.C., conforme assumem, o dia 16 de nisã teria caído no sábado semanal afirmam que os saduceus defenderiam o ajuste do calendário lunar judaico para que 16 de nisã, ao invés disso, caísse no primeiro dia da semana. Isso pode ter dado origem a uma dupla comemoração da Páscoa, mas não há evidências de que, na prática, tenha ocorrido assim. No entanto, ao se considerar a “Páscoa” dos sinóticos e de João, ambas como ocasiões válidas para a celebração da festa, esta teoria oferece uma solução possível para as declarações aparentemente contraditórias dos evangelhos.
Conclusões - Este é mais um exemplo em que a falta de informações sobre as práticas judaicas antigas parece ser a causa da incapacidade de harmonizar de forma definitiva as declarações aparentemente contraditórias de João e dos evangelhos sinóticos. No entanto, com base nas evidências disponíveis, mas sem aceitar qualquer uma dessas quatro explicações propostas, este Comentário sugere a possibilidade da seguinte sequência de eventos relacionados com a última Ceia, a crucifixão, e a Páscoa:
1. No ano da crucifixão, seja como resultado de controvérsias entre os elementos liberais e conservadores do judaísmo, ou devido a outras circunstâncias desconhecidas, pode ter havido uma dupla comemoração da Páscoa.
2. Cristo e os discípulos celebraram a última Ceia na quinta-feira à noite, junto com outros judeus conservadores, durante as primeiras horas do que foi oficialmente 14 de nisã, e a última Ceia foi uma verdadeira celebração da Páscoa.
3. Jesus morreu na cruz na hora do sacrifício da tarde e no momento em que os cordeiros pascais estavam sendo sacrificados, na sexta-feira, 14 de nisã.
4. No ano da crucifixão, a celebração oficial da Páscoa ocorreu na sexta-feira à noite, depois da crucifixão.
5. Jesus descansou na tumba durante o sábado semanal, que, naquele ano, coincidiu com o sábado cerimonial ou anual, em 15 de nisã, o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos.
6. Jesus ressuscitou do sepulcro bem cedo, na manhã de domingo, 16 de nisã, o dia em que a oferta das primícias, que tipificava a ressurreição, foi apresentada no templo.
Deve-se reconhecer ainda que não é imperativo resolver esse problema a fim de que possamos nos valer da salvação por intermédio de “Cristo, nossa páscoa”, que foi “sacrificado por nós” (1 Coríntios 5:7, ARC).
Nota Adicional #2 de Mateus 26 - (cba)
Mateus 26:1-75
Os líderes da nação já haviam tomado uma decisão quanto ao que fazer com Jesus. Tudo o que faltava era uma evidência plausível para justificar a ação deles. Estavam totalmente determinados a condená-Lo à morte, mas não sabiam como fazer isso e ainda manter a aparência de legalidade.
Quando o Sinédrio se reuniu, os líderes judeus estavam em estado de tensão mental, com medo de que seu plano maligno pudesse falhar. Eles temiam: (1) que as pessoas, que cada vez mais tomavam o lado de Jesus em oposição a eles (ver João 12:19), pudessem tentar resgatá-Lo; (2) que o atraso na resolução do caso, particularmente o adiamento do julgamento para depois da época da Páscoa, pudesse levar a uma reação do público em favor de Cristo à qual não poderiam resistir; (3) que alguns dentre eles mesmos pudessem falar em Sua defesa, como em ocasiões anteriores (ver com. de Mateus 26:66) e exigir justiça; (4) que, apesar de todos os esforços, eles pudessem falhar em seu propósito de condenar Jesus; (5) que Caifás não fosse capaz de levar o caso até o fim; (6) que pudesse haver alguma tentativa de examinar a natureza dos milagres de Jesus, praticados no sábado; (7) que Jesus pudesse excitar os preconceitos conflitantes dos fariseus e saduceus e, assim, dividir o Conselho, como Paulo o fez em uma ocasião posterior (Atos 23:6-10), tornando impossível a continuidade do caso; (8) que Jesus revelasse fatos desagradáveis sobre a vida pessoal deles e também sobre os dispositivos ilegais usados no processo contra Ele. À medida que o julgamento avançava, Jesus também lhes deu motivos para um temor mortal do grande dia do juízo final (ver DTN, 698-708).
- 19 De sorte que os fariseus disseram entre si: Vedes que nada aproveitais? eis que o mundo inteiro vai após ele. João 12:19 66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte. Mateus 26:66 6 Sabendo Paulo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no sinédrio: Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus; é por causa da esperança da ressurreição dos mortos que estou sendo julgado. 7 Ora, dizendo ele isto, surgiu dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. 8 Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa. 9 Daí procedeu grande clamor; e levantando-se alguns da parte dos fariseus, altercavam, dizendo: Não achamos nenhum mal neste homem; e, quem sabe se lhe falou algum espírito ou anjo? 10 E avolumando-se a dissenção, o comandante, temendo que Paulo fosse por eles despedaçado, mandou que os soldados descessem e o tirassem do meio deles e o levassem para a fortaleza. Atos 23:6-10
Dois passos fundamentais eram necessários a fim de condenar e executar Jesus: (1) o julgamento religioso perante o Sinédrio (ver com. de Mateus 26:57), de modo que a acusação contra Ele parecesse justificada com base na lei judaica; e (2) o processo civil diante de Pilatos (ver com. de Mateus 26:57), a fim de garantir a aprovação romana para executar a sentença de morte. A acusação contra Jesus, proferida diante do Sinédrio, com base na qual Ele foi condenado à morte, era de blasfêmia, especificamente Sua reivindicação de ser o Filho de Deus. A acusação proferida contra Ele perante as autoridades romanas era de sedição e insurreição. Houve, ao todo, sete etapas no julgamento (ver DTN, 760), sendo quatro delas perante as autoridades religiosas e três diante das autoridades civis. O objetivo, a natureza e o resultado de cada uma dessas sete audiências e dos julgamentos foram os seguintes:
1. Audiência preliminar diante de Anás. Ver com. de João 18:13-24; cf. DTN, 698-703. Anás (ver eom. de Lucas 3:2) tinha sido sumo sacerdote entre 7 e 14 d.C. Ele era honrado e respeitado como o estadista mais velho da nação; “buscava-se e cumpria-se seu conselho como a voz de Deus” (DTN, 698). Por causa da popularidade de Jesus, considerou-se necessário preservar a aparência de legalidade ao lidar com Ele. O Sinédrio já tinha decidido eliminar Jesus (João 5:16,18; João 7:19; João 8:37,40; João 11:53; Mateus 12:14; Marcos 3:6; João 10:31,39). Mas, depois de dois anos de esforços para abrir um processo contra Ele (ver DTN, 213, 699), eles ainda não tinham sido capazes de formular um plano pelo qual lhes fosse possível alcançar tal propósito. Assim, eles consideraram conveniente que Anás interrogasse pessoalmente a Jesus, a fim de obter, se possível, as acusações que pudessem ser sustentadas contra Ele. Essa audiência preliminar ocorreu entre uma e duas horas da madrugada de sexta-feira. Anás falhou completamente e foi totalmente silenciado pela lógica incisiva das respostas de Jesus (João 18:23; DTN, 700).
- 13 E conduziram-no primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano. 14 Ora, Caifás era quem aconselhara aos judeus que convinha morrer um homem pelo povo. 15 Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, 16 enquanto Pedro ficava da parte de fora, à porta. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, falou à porteira, e levou Pedro para dentro. 17 Então a porteira perguntou a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Respondeu ele: Não sou. 18 Ora, estavam ali os servos e os guardas, que tinham acendido um braseiro e se aquentavam, porque fazia frio; e também Pedro estava ali em pé no meio deles, aquentando-se. 19 Então o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. 20 Respondeu-lhe Jesus: Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se congregam, e nada falei em oculto. 21 Por que me perguntas a mim? pergunta aos que me ouviram o que é que lhes falei; eis que eles sabem o que eu disse. 22 E, havendo ele dito isso, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote? 23 Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres? 24 Então Anás o enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote. João 18:13-24 2 sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. Lucas 3:2 16 Por isso os judeus perseguiram a Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. 18 Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. João 5:16,18 19 Não vos deu Moisés a lei? no entanto nenhum de vós cumpre a lei. Por que procurais matar-me? João 7:19 37 Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não encontra lugar em vós. 40 Mas agora procurais matar-me, a mim que vos falei a verdade que de Deus ouvi; isso Abraão não fez. João 8:37,40 53 Desde aquele dia, pois, tomavam conselho para o matarem. João 11:53 14 Os fariseus, porém, saindo dali, tomaram conselho contra ele, para o matarem. Mateus 12:14 6 E os fariseus, saindo dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para o matarem. Marcos 3:6 31 Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. 39 Outra vez, pois, procuravam prendê-lo; mas ele lhes escapou das mãos. João 10:31,39 23 Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres? João 18:23
2. Audiência 'preliminar diante de Anás e Caifás. Ver DTN, 703, 760. Tendo tomado Jesus sob custódia, Anás e Caifás convocaram um grupo cuidadosamente selecionado de membros do Sinédrio (ver com. de Mateus 26:59) para uma sessão de emergência, na esperança de condenar Jesus antes que os simpatizantes dEie pudessem falar em Seu favor e antes que o peso da opinião pública pudesse ser exercido contra a decisão de eliminá-Lo. De acordo com O Desejado de Todas as Nações, Anás e Caifás fizeram uma segunda tentativa de extrair provas incriminatórias contra Jesus, que pudessem ser usadas no julgamento, enquanto os membros selecionados do Sinédrio estavam reunidos, mas não obtiveram êxito. Como sumo sacerdote, Caifás era presidente ex-officio do Sinédrio e, por isso, devia presidir o julgamento, mas a sua relativa falta de experiência (ver DTN, 698) despertou temores de que ele não fosse capaz de conduzir o caso satisfatoriamente rumo a uma decisão. Os evangelhos não mencionam essa segunda audiência informal preliminar ao primeiro julgamento perante o Sinédrio, que ocorreu por volta de 2 e 3 horas da madrugada (ver DTN, 703).
3. julgamento noturno perante o Sinédrio. Ver com. de Mateus 26:57-75; cf. DTN, 703-714.
De acordo com a lei judaica, o tribunal devia julgar casos de pena capital durante o dia.
A Mishnah diz: “Processos civis devem ser julgados durante o dia e encerrados à noite. Mas a pena capital deve ser julgada durante o dia e encerrada durante o dia” (Sanhedrin, 32.a [p. 200]). Os dirigentes temiam uma tentativa popular para resgatar Jesus se Ele permanecesse em sua própria custódia. Lembravam-se também de que as tentativas anteriores de eliminar Jesus tinham sido contrariadas por alguns membros influentes do Sinédrio (ver com. de Mateus 26:66). Então, eles decidiram resolver o caso e colocar Jesus sob a custódia dos romanos antes que alguém pudesse ter qualquer oportunidade de falar em Sua defesa. Esse julgamento ocorreu por volta de 3 e 4 horas da madrugada. Nessa época do ano, o amanhecer ocorria por volta das 4 horas na latitude de Jerusalém, e o sol nascia às 5h30 da manhã. Esse julgamento resultou em um veredito unânime de morte (ver com. de Mateus 26:66), mas o veredito devia ser confirmado à luz do dia, para que fosse legal.
4. Julgamento diurno perante o Sinédrio. Ver com. de Lucas 22:66-71; cf. DTN, 714, 715. Alei judaica proibia a realização de julgamentos noturnos nos casos de pena capital, e nenhuma sentença de morte poderia, sob quaisquer circunstâncias, ser emitida à noite. Portanto, a decisão unânime do Sinédrio, tomada durante a noite, devia ser reafirmada durante o dia a fim de preservar a aparência de legalidade. Foi isso o que o Sinédrio fez quando se reuniu logo depois do nascer do sol. Eles condenaram Jesus à morte e concordaram em entregá-Lo às autoridades romanas para a execução.
5. Primeiro julgamento diante de Pilatos. Ver com. de Lucas 23:1-5; João 18:28-38; cf. DTN, 723-728. Pilatos fora despertado logo cedo, por volta das 6 horas, ou pouco depois. Durante sua investigação, ele se familiarizou com os fatos e ficou convencido da inocência de Jesus. Se não fosse pela animosidade óbvia dos judeus, ele teria liberado o réu. Ao saber que Jesus era da Galileia, ele O enviou a Herodes Antipas que, na época, estava em Jerusalém, provavelmente, para assistir à Páscoa.
- 1 E levantando-se toda a multidão deles, conduziram Jesus a Pilatos. 2 E começaram a acusá-lo, dizendo: Achamos este homem pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo ser ele mesmo Cristo, rei. 3 Pilatos, pois, perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: É como dizes. 4 Então disse Pilatos aos principais sacerdotes, e às multidões: Não acho culpa alguma neste homem. 5 Eles, porém, insistiam ainda mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até aqui. Lucas 23:1-5 28 Depois conduziram Jesus da presença de Caifás para o pretório; era de manhã cedo; e eles não entraram no pretório, para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa. 29 Então Pilatos saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? 30 Responderam-lhe: Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos. 31 Disse-lhes, então, Pilatos: Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe os judeus: A nós não nos é lícito tirar a vida a ninguém. 32 Isso foi para que se cumprisse a palavra que dissera Jesus, significando de que morte havia de morrer. 33 Pilatos, pois, tornou a entrar no pretório, chamou a Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? 34 Respondeu Jesus: Dizes isso de ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim? 35 Replicou Pilatos: Porventura sou eu judeu? O teu povo e os principais sacerdotes entregaram-te a mim; que fizeste? 36 Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui. 37 Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. 38 Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum. João 18:28-38
6. Audiência perante Herodes Antipas. Ver com. de Lucas 23:6-12; cf. DTN, 728-731. Embora a prisão tivesse ocorrido em Jerusalém, Jesus era galileu, e Herodes Antipas, rei fantoche romano da Galileia e da Pereia (ver com. de Lucas 3:1, 2), podia ouvir o caso e dar a sentença. Ele estava convencido de que Jesus era inocente e, em um primeiro momento pensou em lihertá-Lo, mas se recusou a dar a sentença, mandando-O de volta a Pilatos. Essa audiência foi realizada cerca de 7 horas manhã de sexta-feira.
- 6 Então Pilatos, ouvindo isso, perguntou se o homem era galileu; 7 e, quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém. 8 Ora, quando Herodes viu a Jesus, alegrou-se muito; pois de longo tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; e esperava ver algum sinal feito por ele; 9 e fazia-lhe muitas perguntas; mas ele nada lhe respondeu. 10 Estavam ali os principais sacerdotes, e os escribas, acusando-o com grande veemência. 11 Herodes, porém, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o com uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos. 12 Nesse mesmo dia Pilatos e Herodes tornaram-se amigos; pois antes andavam em inimizade um com o outro. Lucas 23:6-12 1 No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Ituréia e de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, 2 sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. Lucas 3:1, 2
7. Segundo julgamento perante Pilatos. Ver com. de Mateus 27:15-31; João 18:39,40; João 19:1-16; cf. DTN, 731-740. O governador romano da Judeia e Samaria tentou por vários meios libertar Jesus, mas em vão. Quando os judeus ameaçaram fazer de sua conduta no caso um problema com as autoridades de Roma, Pilatos capitulou e atendeu à exigência de crucificar Jesus. Esse julgamento provavelmente começou cerca de 8 horas da manhã e terminou antes das 9 (Marcos 15:25).
- 15 Ora, por ocasião da festa costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. 16 Nesse tempo tinham um preso notório, chamado Barrabás. 17 Portanto, estando o povo reunido, perguntou-lhe Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado o Cristo? 18 Pois sabia que por inveja o haviam entregado. 19 E estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas na questão desse justo, porque muito sofri hoje em sonho por causa dele. 20 Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram as multidões a que pedissem Barrabás e fizessem morrer Jesus. 21 O governador, pois, perguntou-lhes: Qual dos dois quereis que eu vos solte? E disseram: Barrabás. 22 Tornou-lhes Pilatos: Que farei então de Jesus, que se chama Cristo? Disseram todos: Seja crucificado. 23 Pilatos, porém, disse: Pois que mal fez ele? Mas eles clamavam ainda mais: Seja crucificado. 24 Ao ver Pilatos que nada conseguia, mas pelo contrário que o tumulto aumentava, mandando trazer água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Sou inocente do sangue deste homem; seja isso lá convosco. 25 E todo o povo respondeu: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos. 26 Então lhes soltou Barrabás; mas a Jesus mandou açoitar, e o entregou para ser crucificado. 27 Nisso os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, e reuniram em torno dele toda a coorte. 28 E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate; 29 e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus! 30 E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça. 31 Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado. Mateus 27:15-31 39 Tendes, porém, por costume que eu vos solte alguém por ocasião da páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? 40 Então todos tornaram a clamar dizendo: Este não, mas Barrabás. Ora, Barrabás era salteador. João 18:39,40 1 Nisso, pois, Pilatos tomou a Jesus, e mandou açoitá-lo. 2 E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a cabeça, e lhe vestiram um manto de púrpura; 3 e chegando-se a ele, diziam: Salve, rei dos judeus! e e davam-lhe bofetadas. 4 Então Pilatos saiu outra vez, e disse-lhes: Eis aqui vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele crime algum. 5 Saiu, pois, Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis o homem! 6 Quando o viram os principais sacerdotes e os guardas, clamaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele. 7 Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus. 8 Ora, Pilatos, quando ouviu esta palavra, mais atemorizado ficou; 9 e entrando outra vez no pretório, perguntou a Jesus: Donde és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta. 10 Disse-lhe, então, Pilatos: Não me respondes? não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar? 11 Respondeu-lhe Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fora dado; por isso aquele que me entregou a ti, maior pecado tem. 12 Daí em diante Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus clamaram: Se soltares a este, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César. 13 Pilatos, pois, quando ouviu isto, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Pavimento, e em hebraico Gabatá. 14 Ora, era a preparação da páscoa, e cerca da hora sexta. E disse aos judeus: Eis o vosso rei. 15 Mas eles clamaram: Tira-o! tira-o! crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? responderam, os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César. 16 Então lho entregou para ser crucificado. João 19:1-16 25 E era a hora terceira quando o crucificaram. Marcos 15:25
Vários aspectos dos processos judiciais contra Cristo eram uma contravenção da lei judaica, conforme codificada mais tarde na Mishnah, uma coleção da tradição oral judaica até o fim do 2° século d.C. Algumas seções da coleção refletem uma tradição posterior ao tempo de Jesus; porém, diversas leis já estavam em vigor em Sua época. Como várias dessas leis já vigoravam na época de Jesus, a violação delas representava uma perversão da justiça na condução de Seu julgamento.
Segue-se uma lista parcial das leis judiciais da Mishnah:
1. Casos envolvendo a pena de morte devem ser julgados durante o dia (Sanhedrin, 4.1, ed. Soncino, Talmude, p. 200; ver DTN, 710). Isso também é válido em relação aos casos civis.
2. O veredito em casos de pena capital deve ser proferido durante o dia. ‘As acusações que envolvem pena capital devem ser conduzidas e encerradas durante o dia” (Sanhedrin, 4.1, ed. Soncino, Talmude, p. 200).
3. Um veredito desfavorável em um caso de pena capital deve ser adiado até o dia depois de todas as evidências serem ouvidas. ‘As acusações de pena capital podem ser encerradas no mesmo dia com um veredito favorável, mas só no dia seguinte com um veredito desfavorável” (ibid.).
4. Pelo fato de um veredito desfavorável no caso de pena capital ter que ser adiado até o dia após o encerramento da audiência, o caso não podia ser ouvido na sexta-feira ou no dia anterior a um festival religioso. “Portanto, os julgamentos não são realizados na véspera de um sábado ou de uma festa" (ibid.).
5. Testemunhas que prestam depoimento contraditório devem ser desclassificadas e seu testemunho rejeitado. Se as testemunhas “contradizem umas às outras [...] suas provas são nulas" (ibid., 5.2 [p. 256]).
6. A acusação de blasfêmia, com base na qual Caifás exigia a pena de morte (Mateus 26:65,66), era inválida. De acordo com Sanhedrin, 15 (p. 378), “o blasfemo é punido somente se ele proferir o próprio Nome [divino]" Yahweh, e a punição por blasfêmia é a morte por enforcamento (ibid., 6.4 [p. 300]) ou apedrejamento (ibid., 7.4 [p. 359]). Jesus não usava o nome sagrado para Deus (ver com. de Mateus 26:64).
- 65 Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que agora acabais de ouvir a sua blasfêmia. 66 Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte. Mateus 26:65,66 64 Repondeu-lhe Jesus: É como disseste; contudo vos digo que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu. Mateus 26:64
7. Pelo menos, no caso de um homem condenado à morte por apedrejamento, cada oportunidade devia ser dada às testemunhas para depor em seu favor: “Um homem ficava na porta do tribunal com uma bandeira de sinalização em sua mão e um homem a cavalo ficava a uma distância num raio de visão do primeiro; em seguida, se alguém dissesse: ‘Eu tenho algo [mais] a declarar em favor do acusado’, ele [o sinaleiro] acenava a bandeira, e o cavaleiro corria e os parava. É mesmo se ele próprio dissesse: ‘Eu tenho algo a pleitear em meu próprio favor’, era trazido de volta, mesmo quatro ou cinco vezes, dado que, no entanto, houvesse substância em sua afirmação. Se, em seguida, fosse declarado inocente, era libertado, < mas se fosse condenado, saía para ser apedrejado. É um arauto ia à frente [proclamando]: ‘Fulano de tal, filho de fulano de tal, está saindo para ser apedrejado porque cometeu tal e tal ofensa, e estas são suas testemunhas. Se alguém souber algo em seu favor, apresente-se e testemunhe’ (ibid., 6.1 [p. 275, 281]). Obviamente, essas disposições foram desconsideradas no julgamento de Jesus. Não havia desculpa para não convocar testemunhas de defesa.
Outras infrações do código penal judaico, no julgamento de Jesus, foram:
1. O julgamento com um grupo de juízes selecionados por causa do preconceito contra o acusado, com a exclusão deliberada de membros favoráveis a Ele (cf. DTN, 699, 710).
2. O tratamento a Ele como um criminoso condenado antes de ser legalmente julgado e considerado culpado (cf. DTN, 703, 710). De acordo com a lei judaica, um homem era considerado inocente até que se provasse o contrário (ver DTN, 699). “Processos civis podem ser abertos para absolvição ou condenação” (Sanhedrin, 4.1 [p. 199]).
3. Sentença de morte baseada em Seu próprio testemunho (ver DTN, 715).
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Mateus 26:57-68
Jesus foi levado a Jerusalém apressadamente. Reflete mal e pressagia o pior, que os dispostos a serem discípulos de Cristo não estejam dispostos a serem reconhecidos como tais. Aqui começa a negação de Pedro: seguir a Cristo de longe é começar a retirar-se da presença dEle. Nós devemos nos preparar para o fim, seja este qual for, ao invés de perguntarmos, curiosos, qual será este fim. o agir é de Deus, mas o dever é nosso.
Agora foram cumpridas as Escrituras que dizem: Contra mim se têm levantado testemunhas falsas. Cristo foi acusado para que nós não fôssemos condenados; e se em qualquer momento sofrermos assim, recordemos que não podemos ter a expectativa de que nos sucederá algo melhor do que a nosso Mestre. Quando Cristo foi feito pecado por nós, ficou calado e deixou que seu sangue falasse. Até então, raras vezes Jesus havia confessado expressamente ser o Cristo, o Filho de Deus; o tom de sua doutrina o declarou, e seus milagres o provaram, mas agora omitiria fazer uma confissão direta. Teria parecido que estava renunciando aos seus sofrimentos.
Assim confessou Ele, a fim de que servisse de exemplo e estímulo para que os seus seguidores o confessassem diante dos homens, não importando qual seja o perigo que corram. o desdém, a zombaria cruel e o aborrecimento são a porção certa do discípulo, como foram a do Mestre, por parte daqueles que desejavam golpear e rir com zombaria do Senhor da Glória. No capítulo 50 de Isaías, estes fatos são preditos com precisão. Confessemos o nome de Cristo e suportemos a reprovação do mundo, e Ele nos confessará diante do trono de seu Pai.
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- Análise em Cadeia 15 Simão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, 16 enquanto Pedro ficava da parte de fora, à porta. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, falou à porteira, e levou Pedro para dentro. 25 E Simão Pedro ainda estava ali, aquentando-se. Perguntaram- lhe, pois: Não és também tu um dos seus discípulos? Ele negou, e disse: Não sou. João 18:15,16,25 3 Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no pátio da casa do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás; Mateus 26:3 25 Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão. Mateus 5:25 32 Os fariseus ouviram a multidão murmurar estas coisas a respeito dele; e os principais sacerdotes e os fariseus mandaram guardas para o prenderem. 45 Os guardas, pois, foram ter com os principais dos sacerdotes e fariseus, e estes lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? João 7:32,45 6 Quando o viram os principais sacerdotes e os guardas, clamaram, dizendo: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque nenhum crime acho nele. João 19:6 22 Mas os guardas, tendo lá ido, não os acharam na prisão; e voltando, lho anunciaram, 26 Nisso foi o capitão com os guardas e os trouxe, não com violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo. Atos 5:22,26