Comentário Bíblico
Adventista
Quem pecou [...]? - (cba)
João 9:2
Os judeus ensinavam que os sofrimentos desta vida eram um castigo divino pelo pecado. De acordo com o Talmude, “não há morte sem pecado, e não há sofrimento sem iniquidade” (Shabbath, 55.a, ed. Soncino, p. 255). "Um doente não se recupera de sua doença antes que todos os seus pecados lhe sejam perdoados” (Nedarim, 41a, ed. Soncino, p. 130). Os rabis ainda ensinavam que Deus se encarregava de que o pecado fosse punido de acordo com a regra, medida por medida. Vários exemplos dessa regra são dados na Mishnah: “A medida que um homem usar para medir será usada para ele também. [...] Sansão foi após [os desejos de] seus olhos; portanto, os filisteus lhe arrancaram os olhos. [...] Absalão se gloriava em seu cabelo; portanto, ficou pendurado pelo cabelo. E por ter coabitado com as dez concubinas de seu pai, foi atravessado por dez lanças. [...] E por ter roubado três corações: o coração de seu pai, o coração do tribunal de justiça e o coração de Israel, [...] três dardos, portanto, o traspassaram” (Sotah, 1.7, 8, ed. Soncino, Talmude, p. 37, 41). Os judeus defendiam que todo pecado tinha uma determinada punição e criam que era possível, em certos casos pelo menos, determinar a culpa de alguém pela natureza de seu sofrimento. Após a destruição do templo e o fim do Sinédrio e, com ele, o fim das execuções infligidas pelos judeus, o rabi josé passou a ensinar que Deus visitava com calamidades naturais aqueles que mereciam a morte: “Aquele que é sentenciado ao apedrejamento cai do telhado ou um animal selvagem o pisoteia. Aquele que é sentenciado a ser queimado cai no fogo ou uma serpente o morde. Aquele que é sentenciado à decapitação é entregue ao governo ou é atacado por ladrões. Aquele que é sentenciado ao estrangulamento se afoga no rio ou morre asfixiado” (.Kethuboth, 30.a, 30.b, ed. Soncino, Talmude, p. 167).
Embora sejam de data posterior à época de Jesus, sem dúvida, essas declarações refletem o pensamento dos judeus de Seu tempo. Isso é evidente pela pergunta dos discípulos nessa ocasião e também pela pergunta de Jesus sobre este assunto em Lucas 13:2,4.
Deve ser notado que, embora o que foi dito acima represente a opinião geral, os judeus de fato incluíam a estipulação do que chamavam de castigo de amor. Criam que, neste caso, Deus enviava o castigo para provar e purificar. Defendiam que tais castigos nunca interfeririam no estudo da Torah ou na oração. Aquele que de boa vontade se submetesse a esses castigos seria ricamente recompensado. Contudo, consideravam os castigos de amor como exceções à regra geral de que onde há sofrimento também há culpa.
Este - (cba)
João 9:2
Se este homem fosse cego como resultado de seu próprio pecado, então devia ter pecado antes de nascer, uma vez que sua cegueira era de nascença. Elá algumas insinuações na literatura rabínica de que os judeus consideravam o pecado pré-natal por parte da criança pelo menos como uma possibilidade. Por exemplo, a Midrash Rabbah sobre Gênesis 25:22 (ed. Soncino, p. 559, 560) faz a acusação de que Esaú cometeu pecado tanto antes como durante seu nascimento. Contudo, o ponto de vista predominante dos judeus era de que uma criança não podia ser culpada de nenhuma transgressão antes do nascimento. A Midrash Rabbah sobre Levítico 22:27 (ed. Soncino, p. 350) conta a história de uma mãe que levou seu filho ao juiz por causa de uma falta. Quando ela observou o juiz condenando outros ao açoitamento, começou a temer que, se revelasse a falta de seu filho, o juiz o mataria. Quando chegou sua vez, ela não disse nada sobre a falta, mas simplesmente fez a acusação de que antes de nascer seu filho tinha dado coices [como um animal]. O juiz perguntou: Ele fez alguma outra coisa? Ela respondeu que não. Ele disse: Isso não constitui falta alguma. A resposta do juiz reflete o ensino geral dos judeus com respeito a supostos pecados pré-natais por parte da criança.
- 22 E os filhos lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi consultar ao Senhor. Gênesis 25:22 27 Quando nascer um novilho, ou uma ovelha, ou uma cabra, por sete dias ficará debaixo de sua mãe; depois, desde o dia oitavo em diante, será aceito por oferta queimada ao Senhor. Levítico 22:27
Os discípulos, sem dúvida, haviam ouvido os rabis discutirem minúcias com respeito a esta questão complicada e estavam ansiosos para ouvir o que Jesus tinha a dizer sobre o assunto.
Seus pais - (cba)
João 9:2
Esta parte da pergunta dos discípulos tinha pelo menos alguma base bíblica, pois a lei declara que o Senhor visita “a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles [que] ... [O] aborrecem” (Êxodo 20:5). Os filhos, muitas vezes, sofrem as consequências dos erros dos pais, mas não são punidos pela culpa dos progenitores (ver com. de Ezequiel 18:1,2; cf. PP, 306).
- 5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. Êxodo 20:5 1 De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Ezequiel 18:1,2
Alguns rabis ensinavam que a epilepsia, o manquejar, a mudez e a surdez vinham como resultado da transgressão das regras tradicionais mais triviais (ver Pesahim, 112.b, ed. Soncino, Talmude, p. 579; Gittin, 70.a,ed. Soncino, p. 333\Nedarim, 20.a, 20.b, ed. Soncino, p. 57, 58).
Eles haviam recebido de Satanás sua errônea filosofia do sofrimento, pois ele, “o autor do pecado e de todas as suas consequências, levara as pessoas a considerar a doença e a morte como procedentes de Deus — como castigos arbitrariamente infligidos por causa do pecado” (DTN, 471). Não haviam entendido a lição do livro de Jó, que mostra que “o sofrimento é infligido por Satanás, mas Deus predomina sobre ele para fins misericordiosos” (DTN, 471; ver com. de Salmos 38:3).
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
João 9:1-7
Cristo curou a muitos que eram cegos por causa de enfermidades ou acidentes. Nesta passagem o Senhor cura um homem que nasceu cego. Assim, mostrou o poder que possui para socorrer as pessoas nos casos de maior desespero, bem como a obra de sua graça nas almas dos pecadores, que dá vista àqueles que são cegos por natureza. Este pobre homem não podia ver a Cristo, porém, Cristo o viu. E se sabemos ou percebemos algo relacionado a Cristo, isto se deve a termos sido primeiramente conhecidos por Ele, o Senhor fala de calamidades extraordinárias, que nem sempre devem ser consideradas como castigos especiais por causa de pecados. Às vezes, são para a glória de Deus e para manifestar as suas obras.
A nossa vida é o nosso dia, em que temos como obrigação realizar o nosso trabalho diário. Devemos estar ocupados e não desperdiçar o tempo do dia; o tempo de repouso deve ser quando o nosso dia tiver terminado, porque é apenas um dia. A aproximação da morte deveria nos estimular para que aproveitássemos todas as oportunidades de fazer e receber o bem. Devemos fazer rapidamente o bem que tenhamos oportunidade de fazer. E aquele que nunca faz uma boa obra, de modo que não haja nenhuma objeção em relação a ela, deixará mais tarde uma boa obra ainda por fazer (Eclesiastes 11:4).
O Senhor Jesus Cristo magnificou o seu poder, ao fazer com que um cego enxergasse, fazendo aquilo que alguém poderia pensar que teria como resultado mais provável tornar cego a alguém que enxergasse. A razão humana não pode julgar os métodos do Senhor, que utiliza meios e instrumentos que os homens desprezam. Aqueles que serão curados por Cristo devem ser governados por Ele. Regressou do tanque maravilhando-se e maravilhado; saiu dali enxergando. Este fato representa os benefícios de prestar atenção às ordenanças determinadas por Cristo. As almas chegam a Ele fracas e se vão fortalecidas; chegam duvidando e se vão satisfeitas; chegam com dores e se vão com júbilo; chegam cegas e se vão enxergando.
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- Análise em Cadeia 34 Replicaram-lhe eles: Tu nasceste todo em pecados, e vens nos ensinar a nós? E expulsaram-no. João 9:34 14 Responderam eles: Uns dizem que é João, o Batista; outros, Elias; outros, Jeremias, ou algum dos profetas. Mateus 16:14 7 das saudações nas praças, e de serem chamados pelos homens: Rabi. Mateus 23:7 2 Respondeu-lhes Jesus: Pensais vós que esses foram maiores pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Lucas 13:2 4 Quando os indígenas viram o réptil pendente da mão dele, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, pois, embora salvo do mar, a Justiça não o deixa viver. Atos 28:4 5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. Êxodo 20:5