avatar
Conselhos aos Idosos
LivrosAutor: Ellen White
InstalarEnglish
Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

Ler pdf epub mobi EWG CPB

Pág. 83

A obra de benevolência é duplamente abençoada

No plano da salvação, a sabedoria divina apontou a lei da ação e reação, tornando duplamente abençoada a obra de benevolência, em todos os seus ramos. Deus poderia ter realizado Seu propósito de salvar os pecadores sem o auxílio do homem, mas sabia que este não poderia ser feliz sem participar da grande obra da redenção. O homem não podia perder os abençoados resultados da benevolência, e nosso Redentor elaborou o plano de alistá-lo como Seu coobreiro. — The Review and Herald, 23 de Março de 1897.

Quer tornar segura a sua propriedade? Coloque-a na mão que traz os sinais de cravos da crucifixão. Retenha-a em seu poder, e ela servirá para sua perda eterna. Entregue-a a Deus, e desse momento em diante ela terá Sua inscrição. Está selada com a Sua imutabilidade. Quer desfrutar seus bens? Use-os, então, de modo que sejam uma bênção para o sofredor. — Testemunhos Para a Igreja 9:50, 51.

Para que nós mesmos possamos ser felizes, devemos viver para tornar outros felizes. É bom para nós dar nossas posses, nossos talentos e nossas afeições em grata devoção a Cristo, e dessa forma encontrar alegria aqui e imortal glória no além. — Testemunhos Para a Igreja 3:251.

Colocar os tesouros no céu

Cristo roga: "Ajuntem tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem." Essa obra de transferir suas posses para o mundo de cima é digna de todas as suas melhores energias. É da

Pág. 84

. Ao dar à obra de Deus, estão ajuntando para vocês tesouros no Céu. Tudo o que ajuntam lá em cima está livre de desastre e perda, e aumenta, tornando-se bens eternos e duradouros. — The Review and Herald, 24 de Janeiro de 1888. Ver também Conselhos Sobre Mordomia, 342.

A mordomia é uma responsabilidade pessoal

Devem os pais exercer o direito que Deus lhes concedeu. Confiou-lhes os talentos que quer que usem para Sua glória. Não devem os filhos tornar-se responsáveis pelos talentos dos pais. Enquanto tiverem mente sã e bom juízo, devem os pais, com piedosa consideração e o auxílio dos devidos conselheiros que tenham experiência na verdade e conhecimento da vontade divina, dispor de suas propriedades.

Se tiverem filhos que estejam sendo afligidos ou lutando com a pobreza, e que farão cuidadoso uso dos recursos, devem eles ser tomados em consideração. Mas, se têm filhos descrentes que têm abundância dos bens deste mundo e que estejam servindo ao mundo, cometem um pecado contra o Mestre que os tornou Seus

Pág. 85

mordomos ao colocarem bens nas mãos deles meramente por serem seus filhos. Os reclamos de Deus não devem ser considerados levianamente.

E deve-se compreender claramente que o fato de os pais já terem feito seu testamento não os impede de dar recursos à causa de Deus enquanto vivem. E isso é o que devem fazer. Devem ter, aqui, a satisfação, e, na vida futura, a recompensa de disporem dos recursos excedentes enquanto viverem. Devem fazer sua parte no avanço da causa de Deus. Devem usar os bens que lhes foram emprestados pelo Mestre para levar avante a obra que deve ser feita em Sua vinha.

O amor ao dinheiro é a raiz de quase todos os crimes cometidos no mundo. 1 Timóteo 6:10. Os pais que de forma egoísta retêm seus recursos para enriquecer os filhos, e que não vêem as necessidades da causa de Deus e não as aliviam, cometem terrível erro. Os filhos a quem pensam abençoar com seus recursos são com isso amaldiçoados.

O dinheiro deixado para os filhos freqüentemente se torna "raiz de amargura". Hebreus 12:15. Freqüentemente brigam por causa da propriedade que lhes foi deixada e, em caso de testamento, raras vezes estão todos satisfeitos com a distribuição feita pelo pai. E em vez de os bens deixados despertarem a gratidão, a reverência a sua memória, criam insatisfação, murmuração, inveja e desrespeito. Irmãos e irmãs que estavam em paz uns com os outros são às vezes postos em desacordo, havendo freqüentemente desavença na família como resultado de bens herdados. As riquezas são apenas desejáveis como um meio de suprir as necessidades presentes, e de fazer bem aos outros. Mas as riquezas herdadas com mais frequência se tornam uma cilada para quem as possui, em vez de uma bênção.

Pág. 86

Não devem os pais procurar fazer com que os filhos enfrentem as tentações a que eles os expõem ao lhes deixarem recursos que estes nenhum esforço fizeram para adquirir.

Foi-me mostrado que alguns filhos que professam crer na verdade influenciam, indiretamente, o pai a guardar seus bens para eles em vez de os empregar na causa de Deus enquanto vive. Os que assim têm influenciado o pai a transferir para eles a sua mordomia mal sabem o que estão fazendo. Estão amontoando sobre si mesmos dupla responsabilidade, a de influenciar a mente do pai de tal modo que ele não cumpra o propósito de Deus na distribuição dos recursos que por Ele lhe foram confiados para serem usados para Sua glória, e a responsabilidade adicional de se tornarem mordomos dos recursos que deveriam ter sido dados pelo pai aos banqueiros, para que o Mestre pudesse receber com juros o que Lhe pertencia.

Muitos pais cometem um grande erro ao passarem sua propriedade de suas mãos para as dos filhos, ainda que eles mesmos sejam responsáveis pelo uso ou abuso dos talentos que Deus lhes emprestou. Nem os pais nem os filhos se tornam mais felizes por essa transferência de propriedade. E se os pais viverem uns poucos anos mais, arrepender-se-ão geralmente dessa ação que praticaram. O amor filial, em seus filhos, não é aumentado por essa atitude. Não sentem os filhos maior gratidão e obrigação para com os pais por sua liberalidade. Parece haver uma maldição na raiz dessa questão, cuja colheita é apenas o egoísmo da parte dos filhos, e a infelicidade e terrível sentimento de estrita dependência da parte dos pais.

Pág. 87

Se os pais, enquanto vivem, ajudassem os filhos a ajudar a si mesmos, seria melhor do que deixar-lhes uma grande quantia ao morrerem. Os filhos a quem se deixa confiar principalmente nos próprios esforços tornam-se melhores homens e mulheres, e estão melhor habilitados para a vida prática do que os que dependem dos bens do pai. Os filhos que dependem dos próprios recursos geralmente prezam sua capacidade, aproveitam seus privilégios e cultivam e dirigem suas faculdades no sentido de alcançar um propósito na vida. Freqüentemente desenvolvem hábitos de operosidade, economia e valor moral, que são o fundamento do êxito na vida cristã. Os filhos por quem os pais mais fazem freqüentemente são os que menos obrigação sentem para com eles. — Testemunhos Para a Igreja 3:121-123.

Transferindo as responsabilidades para outros

Os irmãos observadores do sábado que passam a responsabilidade de sua mordomia para as mãos das esposas, enquanto eles mesmos estão em condições de assumi-la, são insensatos, e ao transferi-la desagradam a Deus. A mordomia do marido não pode ser transferida para a esposa. No entanto, acontece às vezes tal coisa, com grande prejuízo para ambos.

Às vezes o marido crente tem transferido sua propriedade para a companheira descrente, esperando assim satisfazê-la, desarmar-lhe a oposição, e finalmente induzi-la a crer na verdade. Mas isso não é nada mais do que uma tentativa de comprar a paz, ou subornar a esposa para crer na verdade. Os meios que Deus emprestou para levar avante Sua causa transfere o marido para alguém que nenhuma

Pág. 88

simpatia tem para com a verdade: que contas tal mordomo prestará quando o grande Mestre exigir o que é Seu com os juros?

Pais crentes têm, freqüentemente, transferido sua propriedade para filhos descrentes, tirando assim toda a possibilidade de darem a Deus o que Lhe pertence. Ao assim fazerem, eximem-se da responsabilidade que Deus sobre eles colocou e põem nas fileiras do inimigo meios que Deus lhes confiou para Lhe serem devolvidos e empregados em Sua causa quando deles o requerer.

Não é plano de Deus que os pais que estão em condições de dirigir seus próprios negócios entreguem o controle de sua propriedade, mesmo a filhos que sejam da mesma fé. Raramente possuem eles a dedicação à causa de Deus que deveriam ter, e não têm passado pela escola da adversidade e da aflição, de modo a terem a mais elevada consideração pelo tesouro eterno e menos estima aos tesouros terrenos. Os meios colocados nas mãos de tais pessoas se tornam o maior dos males. É para eles uma tentação dedicar sua afeição ao que é terreno, confiar na propriedade, e achar que eles pouco mais necessitam além disso. Ao ficarem de posse dos meios que não adquiriram com seus próprios esforços, dificilmente os usam sabiamente.

O marido que transfere sua propriedade para a esposa, abre para ela uma larga porta de tentação, quer seja ela crente ou descrente. Se é crente, e de natureza mesquinha, inclinada ao egoísmo e a adquirir, a luta será muito maior para ela ao ter de manejar a mordomia do marido e a sua própria. Para poder ser salva, deve vencer todos esses maus traços que lhe são peculiares e imitar o caráter do

Pág. 89

seu divino Senhor, buscando a oportunidade de fazer bem aos outros e amando os outros como Cristo nos amou. Deve cultivar o precioso dom do amor que nosso Salvador possuía em tão grande escala. Sua vida era caracterizada por nobre e desinteressada benevolência. Toda ela não teve a mancha de um único ato egoísta. — Testemunhos Para a Igreja 1:528, 529.

Caridade moribunda versus benevolência viva

Vi que muitos sonegam a causa de Deus enquanto estão vivos, acalmando a consciência com a idéia de que serão caridosos na morte; dificilmente ousam exercer fé e confiança em Deus para dar qualquer coisa enquanto vivem. Mas essa caridade de leito de morte não é o que Cristo exige dos Seus seguidores; ela não pode desculpar o egoísmo das suas vidas. Os que se apegam às suas propriedades até o último momento, entregam-nas à morte em vez de fazê-lo para a causa. Os prejuízos ocorrem continuamente. Bancos vão à falência e as propriedades são consumidas de muitas maneiras. Muitos se propõem a fazer algo, mas adiam o assunto, e Satanás entra em ação para que de modo algum os meios sejam postos no tesouro. Perdem-se antes de voltar para Deus e Satanás exulta com isto.

Se desejarem fazer o bem com seus recursos, façam-no logo, antes que Satanás meta suas mãos e retarde a obra de Deus. Muitas vezes, quando o Senhor abre o caminho para os irmãos usarem seus meios no avanço da Sua causa, agentes de Satanás lhes apresentam algum empreendimento que, sendo positivo, poderia duplicar seus bens. Engolindo a isca, investem seu dinheiro, e a causa, e freqüentemente eles mesmos, nunca recebem uma moeda sequer.

Pág. 90

Irmãos, lembrem-se da causa; e quando tiverem recursos à sua disposição, estabeleçam para vocês mesmos um bom fundamento para o futuro a fim de que possam desfrutar a vida eterna. Por amor de vocês, Jesus Se tornou pobre para que através da Sua pobreza se tornassem ricos em tesouros celestiais. Que darão para Jesus, que tudo deu por vocês?

Não lhe será conveniente confiar suas dádivas generosas a legados testamentários na morte. Não podem garantir, com o menor grau de segurança, que a causa seja beneficiada por eles. Satanás age com muita astúcia para incitar os parentes a tomarem posições falsas para que o mundo fique com o que foi solenemente dedicado para a causa de Deus. Recebe-se sempre muito menos do que a soma desejada. Satanás põe no coração de homens e mulheres um protesto contra a ação de parentes que se propõem executar seus desejos na aplicação de sua propriedade. Eles parecem considerar tudo o que foi dado para o Senhor como um roubo feito aos parentes do falecido. Se desejam que seus recursos sejam aplicados na causa, façam, enquanto viverem, a doação de tudo aquilo que não necessitam para seu sustento. Uns poucos irmãos estão fazendo isto e desfrutando o prazer de serem seus próprios testamenteiros. Tornará a cobiça dos homens necessário que sejam privados da vida para que as propriedades que Deus lhes emprestou não fiquem inúteis para sempre? Que nenhum de vocês traga sobre si a condenação do servo negligente que enterrou o dinheiro do seu Senhor.

Pág. 91

A caridade moribunda é um pobre substituto para a benevolência viva. Muitos legam tudo para amigos e parentes, exceto uma insignificância que dão para o supremo Amigo, Aquele que Se tornou pobre por causa deles, que sofreu insultos, zombarias e morte para que pudessem ser filhos e filhas de Deus. Contudo, esperam que, quando os justos mortos ressuscitarem para a vida imortal, este Amigo os leve também para Suas eternas habitações.

A causa de Cristo é roubada não por um simples pensamento passageiro, não por um ato impensado. Não. É por um ato deliberado de vocês mesmos que fazem o próprio testamento, colocando suas propriedades à disposição de descrentes. Depois de terem roubado a Deus durante a vida, continuam a roubá-Lo após a morte e fazem isto com o pleno consentimento de todas as suas faculdades mentais, num documento que é chamado de seu testamento. Qual, pensam, será o testamento do Mestre em seu favor, por assim procederem para com Ele? Que dirão quando se lhes pedir conta de sua mordomia?

Irmãos, despertem dessa vida de egoísmo e procedam como cristãos coerentes. O Senhor exige que economizem seus recursos e façam fluir para Seu tesouro tudo aquilo que não necessitarem para seu conforto. Irmãs, tomem aqueles dez centavos, aqueles vinte centavos, aquele real que iriam gastar em doces, adornos ou fitas e doem-nos para a causa de Deus. Muitas das nossas irmãs têm bons rendimentos, mas gastam quase tudo na satisfação do orgulho no vestuário.

À medida que nos aproximamos do fim do tempo, aumentam continuamente as necessidades da causa. Necessitam-se de meios para dar aos jovens um breve curso em nossas escolas a fim de prepará-los

Pág. 92

para trabalharem com eficiência no ministério e em outros ramos da causa. Não estamos correspondendo aos privilégios que temos neste assunto. Todas as nossas escolas serão fechadas em breve. Quanto mais poderia ter sido feito se os homens tivessem obedecido aos requisitos de Cristo no tocante à beneficência cristã! Que influência teria tido sobre o mundo esta prontidão em dar tudo para Cristo! Teria sido um dos mais convincentes argumentos em favor da verdade na qual professamos crer — argumento que o mundo não poderia deixar de compreender nem contradizer. ...

Partamos individualmente para o trabalho de estimular outros pelo nosso exemplo de benevolência desinteressada. A obra poderia ter avançado com muito mais poder se todos tivessem feito o que pudessem para suprir o tesouro com recursos. — Testemunhos Para a Igreja 5:154-157.

Negócios desorganizados

O irmão e a irmã L devem confiar na obra para estes últimos dias e aperfeiçoar o caráter cristão, para que possam receber o galardão eterno quando Jesus voltar. O vigor físico e mental do irmão L está enfraquecendo. Ele está se tornando incapaz de assumir muitas responsabilidades. Deve tomar conselho com seus irmãos que são fiéis e prudentes.

O irmão L é um mordomo de Deus. Foram-lhe confiados recursos e ele deve estar alerta a seu dever, e dar "a Deus o que é de Deus". Mateus 22:21. Não deve deixar de compreender as reivindicações de Deus quanto a ele. Enquanto vive e tem o poder de raciocinar, deve ele aproveitar a oportunidade de apropriar-se dos bens

Pág. 93

que Deus lhe confiou, em vez de deixá-los a outros, para uso e apropriação após o término de sua vida.

Satanás está sempre pronto a obter vantagem das fraquezas e enfermidades dos seres humanos para alcançar seus propósitos. Ele é um adversário astuto e tem dominado a muitos que tinham bons propósitos de beneficiar a causa de Deus com seus recursos. Alguns têm negligenciado a obra que Deus lhes confiou em apropriar-se de seus recursos. E enquanto são negligentes em garantir à causa de Deus os recursos que Ele lhes deu, Satanás vem e os transfere para suas próprias fileiras.

O irmão L deve agir mais cautelosamente. Os que não são de nossa fé obtêm dele recursos sob os mais variados pretextos. Ele confia neles, crendo serem honestos. É-lhe impossível recuperar todos os recursos que deixou escorregar de suas mãos para as fileiras do inimigo. Ele poderia fazer um seguro investimento de seus recursos para auxiliar a causa de Deus, ajuntando assim tesouros no Céu. Freqüentemente não pode ajudar quando deseja, porque é incapaz e não sabe controlar o dinheiro. Quando o Senhor reivindica recursos, dá-se comumente estarem eles nas mãos dos que os receberam por empréstimo, alguns dos quais nunca planejam devolver, e outros que não sentem nenhuma preocupação a respeito.

Satanás cumprirá seu propósito tão completamente através de mordomos desonestos quanto por qualquer outro meio. Tudo o que o adversário da verdade e da justiça quer é evitar o progresso do reino de nosso Redentor. Ele opera através de agentes para realizar seu propósito. Se puder evitar que os recursos sejam dirigidos ao tesouro de Deus, será bem-sucedido em um ramo de sua obra. Para

Pág. 94

promover sua obra, ele tem retido em suas fileiras os recursos que deveriam ser usados para ajudar no grande plano de salvar almas.

O irmão L deve manter honestamente todos os seus negócios e não deixá-los à deriva. É seu privilégio ser rico em boas obras, e lançar para si mesmo um bom alicerce para o tempo por vir, para tomar posse da vida eterna. Não é seguro para ele seguir o próprio julgamento falho. Ele deve aconselhar-se com irmãos experientes e buscar sabedoria de Deus, para bem fazer essa obra. Deve agora estar diligentemente providenciando para si mesmo "bolsas que não se envelheçam, tesouro nos Céus que nunca acabe". Lucas 12:33. — Testemunhos Para a Igreja 2:675, 676.

Auxílio necessário agora

Muitos que podem dar liberalmente para a obra quando ela está em necessidade; retêm egoisticamente seus recursos, acalmando a consciência com o plano de fazer algo de grandioso para a causa de Deus após sua morte. Fazem seu testamento dando grande soma para a igreja e seus vários interesses e ficam descansados pensando que fizeram tudo o que deles é exigido. Em que se sacrificaram com este ato? Pelo contrário, revelaram egoísmo. Propõem-se a dar para Deus apenas o dinheiro que não mais podem usar. Querem retê-lo durante o tempo que puderem até terem de abandoná-lo por causa de um mensageiro que não podem evitar.

Deus fez de todos nós Seus mordomos e em caso algum nos autorizou a negligenciar nosso dever, deixando que outros o cumpram. O apelo por recursos para o avanço da causa da verdade

Pág. 95

nunca foi tão urgente como agora. Nunca nosso dinheiro poderá fazer bem maior do que no tempo presente. Cada dia na demora de fazer uma doação apropriada diminui o período no qual ela poderia fazer o bem na salvação de pessoas. Se deixarmos para os outros realizarem aquilo que Deus deixou para nós fazermos, tratamos mal a nós mesmos e Aquele que nos deu tudo o que temos. Como podem os outros fazer nosso trabalho de benevolência melhor do que nós mesmos? Tanto quanto for praticável, Deus quer que, enquanto viver, cada um seja seu próprio testamenteiro nesse assunto.

Adversidade, acidentes ou intrigas podem interromper para sempre atos de benevolência desejados por quem acumulou uma fortuna e não mais a pode guardar. É triste ver muitos negligenciarem a oportunidade áurea que têm de praticar o bem no presente, mas esperam até que sua mordomia lhes seja tirada antes de devolverem para o Senhor os recursos que Ele lhes emprestou a fim de serem usados para Sua glória.

Uma característica marcante dos ensinos de Cristo é a freqüência e sinceridade com que repreendeu o pecado da cobiça, e apontou o perigo das aquisições mundanas e do amor desordenado ao lucro. Nas mansões dos ricos, no Templo e nas ruas, Ele admoestou os que buscavam a salvação: "Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza." "Não podeis servir a Deus e às riquezas." Lucas 12:15; Mateus 6:24.

É esta devoção crescente ao ganho de dinheiro, o egoísmo gerado pelo desejo de lucros que enfraquece a espiritualidade de muitos na igreja e remove deles o favor de Deus. Quando a cabeça e as mãos estão constantemente ocupadas com os planos e a luta para acumular riquezas, os clamores de Deus e da humanidade ficam esquecidos.

Pág. 96

Não é porque Deus nos abençoou com a prosperidade que nossa atenção deve ser desviada dEle e voltada para aquilo que nos emprestou. O Doador é maior do que a dádiva. Fomos comprados por um preço e não somos de nós mesmos. Esquecemo-nos do preço infinito pago pela nossa redenção? Está a gratidão morta em nosso coração? Porventura, a cruz de Cristo não envergonha uma vida de ócio egoísta e de satisfação? — The Review and Herald, 15 de Novembro de 1906.

Campos novos que devem ser trabalhados

Caro irmão Craw:

Escrevo-lhe porque você e eu estamos envelhecendo e, agora, precisamos examinar-nos cuidadosamente. Que estamos fazendo com o talento dos recursos que nos foram emprestados pelo Mestre? Que fez durante a vida, meu irmão? Devolveu para o Senhor aquilo que é realmente dEle? Pensa que tem feito tudo o que é pedido de você para o avanço da Sua obra? Enquanto orava sobre o tema da nossa grande necessidade de dinheiro para entrar em novos campos e levantar o estandarte em lugares onde a verdade nunca foi pregada, o irmão me foi apresentado. Foi como se o seu nome fosse pronunciado, e o Senhor dissesse: "Ele tem o dinheiro que lhe confiei e será do seu próprio interesse eterno colocá-lo em novos campos missionários onde devemos trabalhar."

Resolvi escrever-lhe, meu irmão. Pode enviar-nos um donativo nesta nossa grande necessidade? Se o Senhor lhe indicar que o dinheiro que tem deve ser usado no avanço da Sua Obra, não no-lo

Pág. 97

quer enviar para ser investido? Usei tudo o que tinha e agora lhe peço que devolva para o Senhor os recursos que Ele lhe confiou. Vemos tantos campos se abrindo em todas as direções. O povo nos está chamando para ir e ter reuniões com ele e não podemos nos recusar. Quis empenhorar minha propriedade, mas os bancos na Austrália não se interessam por esse tipo de investimento. O Senhor me indicou claramente que pode aliviar-nos, investindo recursos nesta boa obra. Há um grande trabalho para ser feito e desejamos penetrar nesta abertura providencial de Deus. Houve um avanço considerável e não podemos parar agora.

Dirijo-me diretamente a você. Não deseja, agora, dar de volta uma porção do dinheiro do Senhor que está em suas mãos e aliviar-nos nesta premente necessidade? Que o Senhor torne seu coração bem disposto, é a minha prece. Desejamos fazer todo o possível para salvar pessoas que estão perecendo em seus pecados. Uma alma é de maior valor do que todo o mundo. Compreendemos que está sendo feito um bom trabalho. Em Newcastle foram batizadas cerca de trinta e cinco pessoas e quinze mais estão aguardando o batismo. O lugar inteiro está desperto. As cidades próximas precisam ser trabalhadas. Devemos parar por falta de dinheiro quando ele está nas mãos dos mordomos de Deus e deveria vir até nós?

Na parábola se nos mostrou que cada um recebeu algo do Mestre. Cada um deve fazer a sua parte para suprir as necessidades que surgem no avanço da verdade. As propriedades são um talento. O Senhor manda Sua mensagem: "Venda o que tem e dê esmolas." Não há duvida de que tudo o que temos pertence ao Senhor. "Minha é

Pág. 98

a prata, Meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos." Ageu 2:8. Por que não deveríamos, quando pressionados financeiramente, apresentar nossas grandes necessidades àqueles para quem Deus entregou significativamente Seu dinheiro em confiança, para ser usado no avanço da obra de salvar pessoas prestes a perecer? Não desejamos que semeei parcamente porque, então, parcamente colherá. Desejamos, meu irmão, que deposite tesouros no Céu. Os que semearem com abundância, com abundância ceifarão. A colheita será proporcional à semeadura. Leia o nono capítulo da segunda epístola aos Coríntios.

Em breve Cristo vai recompensar todos os homens de acordo com sua obra. Logo, o dinheiro passará das suas mãos para outras que vão administrá-lo. Não será então que se fará o teste da sua mordomia. Agora ela é sua e, por ela, o Senhor deseja prová-lo. Enquanto está vivo, seja seu próprio esmoler e receba as bênçãos que lhes sobrevirão no desempenho fiel do dever. Devolva a Deus o que Lhe pertence. Este é o caminho de Deus. Ele sempre empresta talentos a Seus mordomos a fim de que o usem para espalhar o conhecimento da verdade. Esta obra não poderá ser feita sem os recursos que estão nas mãos dos servos de Deus.

Convidamos-lhe a dispor de suas propriedades. Isto Deus pede de você. Precisamos construir casas de reuniões e hospitais para nossos doentes. Precisamos de recursos para avançar a obra de Deus neste novo mundo [Austrália]. Seja liberal para que Deus possa avançar Sua causa. — Carta 53, 1899.

Deus quer nos ensinar nosso dever

Há homens e mulheres pobres que me estão escrevendo pedindo conselhos se devem ou não vender seus lares e dar o resultado para a causa. Dizem eles que os apelos por recursos agitam sua alma

Pág. 99

e querem fazer algo pelo Mestre que tudo fez por eles. Desejo dizer-lhes o seguinte: "É possível que não seja sua obrigação vender suas pequenas casas exatamente agora; mas vão a Deus por vocês mesmos; o Senhor certamente ouvirá suas fervorosas preces pedindo sabedoria para compreenderem seu dever." Se houvesse mais busca da sabedoria de Deus e menos da sabedoria dos homens, haveria muito maior luz do Céu e Deus abençoaria o humilde que O busca.

Mas posso dizer àqueles a quem Deus confiou bens, que têm terras e casas: "Comecem suas vendas e dêem esmolas. Não se demorem. Deus espera mais de vocês do que estão dispostos a fazer." Apelamos a vocês, os que têm recursos, que indaguem com orações sinceras: Que extensão tem a reivindicação divina sobre mim e sobre minhas propriedades? Há trabalhos que devem ser feitos agora na preparação de um povo que esteja firme no dia do Senhor. É preciso investir recursos na obra de salvar almas que, por sua vez, vão trazer suas ofertas para o tesouro e ganhar mais almas para o Senhor. — The Review and Herald, 11 de Dezembro de 1888.

Disponível também pela CPB