Comentário Bíblico
Adventista
Pecado - (cba)
Romanos 7:8
Aqui há uma personificação do pecado, como um princípio e poder antagônico à lei de Deus (ver com. de Romanos 5:12). O pecado é representado no NT como um inimigo que esta sempre à espreita para provocar nossa ruína, e aproveita cada oportunidade para isso. É descrito como um poder que nos envolve e assedia (Hebreus 12:1), nos reduz à escravidão (Romanos 6:12), nos seduzindo e, assim, nos conduzindo à morte (Tiago 1:14,15). Em outras palavras, o pecado é representado como tudo que Satanás, o arqui-inimigo da humanidade, procura realizar, tentando-nos. Satanás usa a lei como ocasião para tentar e seduzir a humanidade à desobediência, a fim de sujeitá-la à condenação e à morte (ver com. de Romanos 7:11).
- 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. Romanos 5:12 1 Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, Hebreus 12:1 12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências; Romanos 6:12 14 Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; 15 então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Tiago 1:14,15 11 Porque o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento me enganou, e por ele me matou. Romanos 7:11
Ocasião - (cba)
Romanos 7:8
Do gr. aphormê, “oportunidade”, “incentivo”. A palavra é usada apenas por Paulo no NT (Romanos 7:11; 2 Coríntios 5:12; 2 Coríntios 11:12; Gálatas 5:13; 1 Timóteo 5:14).
- 11 Porque o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento me enganou, e por ele me matou. Romanos 7:11 12 Não nos recomendamos outra vez a vós, mas damo-vos ocasião de vos gloriardes por nossa causa, a fim de que tenhais resposta para os que se gloriam na aparência, e não no coração. 2 Coríntios 5:12 12 Ora, o que faço e ainda farei, é para cortar ocasião aos que buscam ocasião; a fim de que, naquilo em que se gloriam, sejam achados assim como nós. 2 Coríntios 11:12 13 Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servi-vos uns aos outros. Gálatas 5:13 14 Quero pois que as mais novas se casem, tenham filhos, dirijam a sua casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer; 1 Timóteo 5:14
Mandamento - (cba)
Romanos 7:8
Um único preceito, neste caso, o décimo mandamento, em contraste com “lei”, que se refere a todo o código. A expressão “pelo mandamento” pode ser conectada com “tomando ocasião”, o que significa que o pecado tirou vantagem do mandamento. Ou pode ser conectada com “despertou em mim”, significando o que o pecado operou em mim com a ajuda do mandamento. O segundo sentido pode ser comparado com a “morte operou em mim por aquilo que é bom” (Romanos 7:13). Em ambos os casos, o significado é o mesmo.
Despertou - (cba)
Romanos 7:8
Do gr. katergazomai, “trabalhar para um acabamento”, “realizar” (ver também Romanos 2:9; 1 Coríntios 5:3; 2 Coríntios 7:10). É usado tanto para realizar o bem como o mal (cf. Romanos 7:15,17,18,20).
- 9 tribulação e angústia sobre a alma de todo homem que pratica o mal, primeiramente do judeu, e também do grego; Romanos 2:9 3 Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que cometeu este ultraje. 1 Coríntios 5:3 10 Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo opera a morte. 2 Coríntios 7:10 15 Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. 17 Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Romanos 7:15,17,18,20
Concupiscência - (cba)
Romanos 7:8
Do gr. epithumia, traduzida como “cobiça” em Romanos 7:7 (ver com. ali). Paulo afirma que o mandamento para não cobiçar o fez cobiçar tudo o mais. Essa é a reação natural do coração não regenerado pela vontade expressa de Deus. O fato de que algo foi proibido, muitas vezes, parece fazer com que seja mais desejável e provoa que as más paixões de um coração rebelde (cf. Provérbios 9:17).
- 7 Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Contudo, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás. Romanos 7:7 17 As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável. Provérbios 9:17
O pecador pode muitas vezes parecer calmo e tranquilo, em paz consigo mesmo e com o mundo, mas quando a lei de Deus é apresentada à sua consciência, ele não raro fica irritado e até mesmo furioso. Ele rejeita sua autoridade, mas a consciência lhe diz que ela está certa. Ele tenta descartá-la, mas treme sob seu poder. Para mostrar independência e determinação para o pecado, mergulha na iniquidade e se torna um pecador mais perverso e obstinado. Ele insiste numa luta pela vitória, e, na controvérsia com Deus, resolve não ser vencido. Assim, muitas vezes, acontece que a pessoa é mais profana, blasfema e desesperada quando se encontra sob a convicção do pecado do que em outras circunstâncias. Por esse motivo, às vezes, quando a pessoa se torna particularmente violenta e abusiva em sua oposição a Deus, isso pode ser uma indicação clara de que está sob essa convicção.
Em sua própria experiência anterior, Paulo tinha resistido à vontade de Deus que lhe fora revelada. Depois do martírio de Estêvão, ele ficou irritado com sua convicção íntima de que Estêvão estava com a razão e, para sufocá-la, mergulhou com zelo frenético em uma campanha de perseguição, terror e morte (ver A A, 112, 113). Procurou “recalcitrar contra os aguilhões” da convicção e da consciência esclarecida (Atos 26:14). Seu preconceito e orgulho de popularidade o levaram a se rebelar contra Deus, até que se tornou instrumento nas mãos de Satanás (ver A A, 101, 102). Foi assim que a revelação da vontade de Deus despertou a natureza pecaminosa de Paulo para um pecado ainda maior, ate que, finalmente, foi levado ao ponto em que se dispôs a reconhecer seu pecado e a necessidade de um Salvador (Atos 9:6; ver AA, 119).
- 14 E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me dizia em língua hebráica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. Atos 26:14 6 mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer. Atos 9:6
A experiência de Paulo é uma clara ilustração do fato de que a lei não é capaz de erradicar a rebeldia e o pecado. Seu efeito pode ser exatamente o oposto. Só quando Paulo ficou frente a frente com Cristo, ele encontrou a libertação do poder e da condenação do pecado.
Sem lei - (cba)
Romanos 7:8
Ou, “além da lei” (ver com. de Romanos 2:12).
Está morto o pecado - (cba)
Romanos 7:8
Paulo já sugeriu que o pecado está "morto” sem a lei (Romanos 4:15; Romanos 5:13). Evidentemente, por “morto”, ele não quer dizer que ele não exista, mas que está inativo, sem vida (comparar com “a fé sem obras é morta” [Tiago 2:26]). O pecado reinou desde a transgressão de Adão (Romanos 5:12,21), mas a total malignidade e o poder do pecado ficam expostos apenas quando a lei revela as restrições e proibições. Então, o pecado é mostrado como rebelião contra a vontade de Deus, e a natureza humana não regenerada é incitada à oposição e atividade pecaminosa.
- 15 Porque a lei opera a ira; mas onde não há lei também não há transgressão. Romanos 4:15 13 Porque antes da lei já estava o pecado no mundo, mas onde não há lei o pecado não é levado em conta. Romanos 5:13 26 Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta. Tiago 2:26 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram. 21 para que, assim como o pecado veio a reinar na morte, assim também viesse a reinar a graça pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor. Romanos 5:12,21
Comentário Bíblico
Ellen G. White e Outros
A mudança maravilhosa de Paulo
Romanos 7:7-9
Ver Filipenses 3:5,6; Tiago 1:23-25. Paulo diz que “no tocante à lei” - no que diz respeito aos atos externos - ele era “irrepreensível”, mas quando o caráter espiritual da lei foi discernido, quando ele olhou no espelho sagrado, ele se viu um pecador. Julgado por um padrão humano, ele se absteve de pecar, mas quando olhou nas profundezas da lei de Deus e se viu como Deus o via, ele se curvou em humilhação e confessou sua culpa. Ele não se afastou do espelho e se esqueceu de como era homem, mas exerceu genuíno arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Ele foi lavado, ele foi limpo. Ele diz: “Eu não conhecia a luxúria, a não ser que a lei dissesse: Não cobiçarás. Mas o pecado, aproveitando o mandamento, operou em mim todo tipo de concupiscência. Pois sem a lei o pecado estava morto. Pois eu já estava vivo sem a lei:
- 5 circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei fui fariseu; 6 quanto ao zelo, persegui a igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível. Filipenses 3:5,6 23 Pois se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla no espelho o seu rosto natural; 24 porque se contempla a si mesmo e vai-se, e logo se esquece de como era. 25 Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer. Tiago 1:23-25
O pecado então apareceu em sua verdadeira hediondez e sua auto-estima se foi. Ele se tornou humilde. Ele não mais atribuía bondade e mérito a si mesmo. Ele deixou de ter mais consideração por si mesmo do que deveria e atribuiu toda a glória a Deus. Ele não tinha mais ambições de grandeza. Ele deixou de querer vingar-se e não era mais sensível à reprovação, negligência ou desprezo. Ele não buscava mais aliança, posição ou honra terrena. Ele não puxou os outros para se elevar. Ele se tornou gentil, condescendente, manso e humilde de coração, porque havia aprendido sua lição na escola de Cristo. Ele falou de Jesus e Seu amor incomparável, e cresceu mais e mais em Sua imagem. Ele concentrou toda a sua energia para ganhar almas para Cristo. Quando a provação veio sobre ele por causa de seu trabalho abnegado pelas almas, ele se curvou em oração, e seu amor por elas aumentou. Sua vida estava escondida com Cristo em Deus, e ele amava Jesus com todo o ardor de sua natureza. Cada igreja era querida para ele; cada membro da igreja era uma pessoa de interesse para ele; pois ele considerava cada alma como a aquisição do sangue de Cristo (The Review and Herald, 22 de julho de 1890 ).
Comentário Bíblico
Mathew Henry
Nota - (Mathew Henry)
Romanos 7:7-13
Não há maneira de chegar ao conhecimento do pecado, que é necessário para o arrependimento e, portanto, para a paz e o perdão, senão relacionando os nossos corações e vidas com a lei. Em seu próprio caso o apóstolo não tinha conhecido a pecaminosidade de seus pensamentos, motivos e ações, senão pela lei. Esta norma perfeita mostrou o quão mau eram o seu coração e sua vida, provando que os seus pecados eram mais numerosos do que ele havia pensado antes, mas não continha nenhuma cláusula de misericórdia ou graça para o seu alívio.
Aquele que não nota em si mesmo a facilidade para imaginar que existe algo desejável no que está fora de seu alcance, ignora a natureza humana e a perversidade de seu próprio coração. Podemos perceber isto em nossos filhos, ainda que o amor próprio nos cegue em relação a nós mesmos. Quanto mais humilde e espiritual for um cristão, mais notará que o apóstolo descreve o crente verdadeiro, desde as suas primeiras convicções de pecado até o seu maior progresso na graça, durante este presente estado imperfeito. Paulo foi fariseu, ignorante em relação à espiritualidade da lei, e pensava que possuía um caráter correto sem conhecer a sua depravação interior. Quando o mandamento chegou à sua consciência, através da convicção do Espírito Santo, e viu o que Ele exigia, percebeu que a sua mente pecaminosa se levantava contra. Ao mesmo tempo sentiu a maldade do pecado, seu próprio estado pecaminoso e que era incapaz de cumprir a lei, como um criminoso condenado. Contudo, ainda que o princípio do mal no coração humano produza más motivações, e ainda mais quando toma ocasião pelo mandamento, de todo modo a lei é santa, e o mandamento, santo, justo e bom. Não é favorável ao pecado, aquele que o busca no coração, e o descobre e reprova em seu agir interior.
Nada é tão bom, que uma natureza corrupta e viciosa não perverta. O mesmo calor que abranda a cera endurece o barro. O alimento ou o remédio, quando mal ingeridos podem causar a morte, ainda que as suas propriedades sejam de nutrir e curar. A lei pode causar a morte por meio da perversão do homem, mas o pecado é o veneno que produz a morte. Não a lei, mas o pecado descoberto pela lei, tornou-se morte para o apóstolo. A natureza destruidora do pecado, e a pecaminosidade do coração humano são claramente demonstradas aqui.
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- Análise em Cadeia 11 Porque o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento me enganou, e por ele me matou. 13 Logo o bom tornou-se morte para mim? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte por meio do bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se manifestasse excessivamente maligno. 17 Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Romanos 7:11,13,17 15 Porque a lei opera a ira; mas onde não há lei também não há transgressão. Romanos 4:15 20 Sobreveio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; Romanos 5:20 14 Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; 15 então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Tiago 1:14,15 15 Porque a lei opera a ira; mas onde não há lei também não há transgressão. Romanos 4:15 22 Se eu não viera e não lhes falara, não teriam pecado; agora, porém, não têm desculpa do seu pecado. 24 Se eu entre eles não tivesse feito tais obras, quais nenhum outro fez, não teriam pecado; mas agora, não somente viram, mas também odiaram tanto a mim como a meu Pai. João 15:22,24 56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 1 Coríntios 15:56 20 porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado. Romanos 3:20