avatar
Mensagens Escolhidas 1
Livros 108
Autor: Ellen White
Compartilhar InstalarEnglish
Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

Ler pdf epub mobi EWG CPB

Pág. 369

Falei ao povo de Otsego, sobre os versículos quatro e cinco do segundo capítulo do Apocalipse: "Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres." Apoc. 2:4 e 5. O povo ao qual são dirigidas essas palavras tem muitas qualidade excelentes, reconhecidas pela Testemunha Fiel; "tenho, porém", diz Ele, "contra ti que deixaste o teu primeiro amor". Aí está uma necessidade que precisa ser satisfeita. Todas as demais graças não bastam para suprir as deficiências. A igreja é aconselhada: "lembra-te pois donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. ... Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer

Pág. 370

da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus." Apoc. 2:4-7.

Nessas palavras há advertências, repreensões, ameaças, promessas, da Testemunha Fiel, Aquele que tem na destra as sete estrelas. "As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas." Apoc. 1:20.

Quando essa igreja é pesada nas balanças do santuário, é achada em falta, tendo deixado seu primeiro amor. Declara a Testemunha Fiel: "Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo Meu nome, e não te cansaste." Apoc. 2:2 e 3. Não obstante tudo isso, a igreja é achada em falta. Qual será a fatal deficiência? - "Deixaste o teu primeiro amor." Não é este o nosso caso? Podem nossas doutrinas ser corretas; podemos detestar as doutrinas falsas, e não receber os que não sejam fiéis aos princípios; podemos labutar com incansável energia; mas mesmo isto não basta. Qual é nosso motivo? Por que somos chamados a arrepender-nos? - "Deixaste o teu primeiro amor."

Estude todo membro da igreja esta importante advertência e repreensão. Cuide cada qual para que, contendendo pela verdade, debatendo sobre a teoria, não tenha perdido o terno amor de Cristo. Porventura não foi Cristo deixado fora dos sermões, e fora do coração? Não haverá perigo de que muitos prossigam tendo a profissão da verdade, fazendo trabalho missionário, enquanto o amor de Cristo não foi entretecido no trabalho? Esta solene advertência da Testemunha Fiel significa muito; exige que vos lembreis de onde caístes, e vos arrependais, e pratiqueis as primeira obras; "quando não", diz a Testemunha Fiel, "brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres". Apoc. 2:5. Oh! que a igreja reconhecesse sua necessidade de seu primeiro e ardente amor! Faltando este, todas as outras excelências não bastam. O chamado ao arrependimento é tal que não pode ser menosprezado sem perigo. Não basta crer na teoria da verdade.

Pág. 371

Apresentar essa teoria aos descrentes não faz de vós uma testemunha de Cristo. A luz que vos alegrou o coração quando pela primeira vez compreendestes a mensagem para o tempo atual, é elemento necessário em vossa experiência e trabalhos, e essa luz se extraviou de vosso coração e vida. Cristo contempla vossa falta de zelo e declara que decaístes, e estais em situação perigosa.

Apresentar o Amor e a Lei Juntos

Ao apresentar as vigentes reivindicações da lei, muitos têm deixado de descrever o infinito amor de Cristo. Os que possuem tão grandes verdades, tão importantes reformas a apresentar ao povo, não têm reconhecido o valor do Sacrifício expiatório como expressão do grande amor de Deus ao homem. O amor a Jesus, e o amor de Jesus aos pecadores, têm sido deixados fora da experiência religiosa dos que foram comissionados a pregar o evangelho e o próprio eu tem sido exaltado, em vez do Redentor da humanidade. A lei deve ser apresentada aos seus transgressores, não como coisa à parte de Deus, mas antes um expoente de Seu pensamento e caráter. Como não pode a luz do Sol ser separada do Sol, assim não pode a lei de Deus ser apresentada corretamente ao homem à parte do Autor divino. O mensageiro deve estar habilitado a dizer: "Na lei de Deus está a vontade divina; vinde, vede por vós mesmos que a lei é o que Paulo a declarou ser - santa, justa e boa." Ela reprova o pecado, condena o pecador, mas mostra-lhe sua necessidade de Cristo, com quem há abundância de misericórdia, e bondade e verdade. Conquanto a lei não possa remitir a pena do pecado, mas responsabiliza o pecador por toda a sua dívida. Cristo prometeu perdão abundante a todos os que se arrependem e crêem em Sua misericórdia. O amor de Deus estende-se, abundante, à alma arrependida e crente. O estigma do pecado na alma só se pode apagar com o sangue do Sacrifício expiatório. Nenhum sacrifício menor se requereu, do que o sacrifício dAquele que era igual ao Pai. A obra de Cristo - Sua vida, humilhação, morte e intercessão pelo homem caído - engrandece a lei e a torna gloriosa.

Muitos sermões pregados sobre as reivindicações da lei têm-se feito sem apresentar a Cristo, e esta falta tem tornado a verdade ineficaz na conversão de almas. Sem a graça de Cristo

Pág. 372

é impossível dar um só passo na obediência à lei de Deus. Quão necessário, pois, é que o pecador ouça do amor e poder de seu Redentor e Amigo! Conquanto o embaixador de Cristo deva declarar positivamente as reivindicações da lei, deve ele tornar compreensível que ninguém pode ser justificado sem o sacrifício expiatório de Cristo. Sem Cristo só pode haver condenação e uma expectação horrível de juízo, e ardor de fogo (Heb. 10:27), e final separação da presença de Deus. Mas aquele cujos olhos foram abertos para ver o amor de Cristo, contemplará o caráter de Deus como pleno de amor e compaixão. Deus não parecerá um ser tirânico, implacável, mas um pai ansioso por abraçar seu filho arrependido. O pecador exclamará com o salmista: "Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem." Sal. 103:13. Todo o desespero é varrido da alma quando esta vê Cristo em Seu caráter verdadeiro.

A Mensagem do Terceiro Anjo

Alguns de nossos irmãos têm expressado temores de que nos demoremos demasiado no assunto da justificação pela fé, mas espero que ninguém fique desnecessariamente alarmado, e oro nesse sentido; pois não há perigo em apresentar essa doutrina como é exposta nas Escrituras. Se não tivesse havido, no passado, negligência em instruir adequadamente o povo de Deus, não haveria agora necessidade de para isso chamar a atenção especial. ... As grandíssimas e preciosas promessas que nos são dadas nas Escrituras têm sido perdidas de vista em extensão demasiado grande, exatamente como o inimigo de toda a justiça pretendia que fosse. Lançou ele sua sombra negra entre nós e nosso Deus, para que não vejamos o verdadeiro caráter divino. O Senhor proclamou-Se a Si mesmo como sendo "misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade".

Vários me escreveram, indagando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e tenho respondido: "É a mensagem do terceiro anjo, em verdade." Review and Herald, 1º de abril de 1890.

Disponível também pela CPB