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História da Redenção
Livros 44
Autor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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Novamente a congregação de Israel foi conduzida ao deserto, para o mesmo lugar onde Deus os provou logo depois de terem deixado o Egito. O Senhor lhes dera água tirada da rocha, que continuou a fluir até pouco antes de chegarem de novo à rocha, quando o Senhor fez cessar a corrente viva, a fim de outra vez provar Seu povo, para ver se suportariam o teste de sua fé ou voltariam a murmurar contra Ele.

Quando os hebreus ficaram sedentos e não puderam achar água, tornaram-se impacientes e não se lembraram do poder de Deus que, quase quarenta anos antes, lhes tirara água da rocha. Em vez de confiarem em Deus, queixaram-se de Moisés e Arão, e dizendo: "Oxalá tivéssemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o Senhor!" Núm. 20:3. Isto é, desejaram ter estado no número que tinha sido destruído pela praga na rebelião de Coré, Datã e Abirã.

Iradamente inquiriram: "Por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais? E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? lugar não de semente,

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nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber." Núm. 20:4 e 5.

"Então Moisés e Aarão se foram de diante da congregação à porta da tenda da congregação, e se lançaram sobre os seus rostos: e a glória do Senhor lhes apareceu. E o Senhor falou a Moisés dizendo: Toma a vara, e ajunta a congregação tu e Aarão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, e dará a sua água: assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais. Então Moisés tomou a vara de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado." Núm. 20:6-9.

Moisés Cede à Impaciência

"E Moisés e Aarão reuniram a congregação diante da rocha, e disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós? Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. E o Senhor disse a Moisés e a Aarão: Porquanto não me crestes a Mim, para Me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado." Núm. 20:10-12.

Aqui Moisés pecou. Ele estava fatigado com a contínua murmuração do povo contra si. Por ordem do Senhor, tomou a vara e, em vez de falar à rocha, como Deus ordenara, feriu-a duas vezes com a vara, depois de dizer: "Porventura tiraremos água desta rocha para vós?" Núm. 20:10. Aqui ele falou imprudentemente com seus lábios. Ele não disse: Deus mostrará agora outra evidência de Seu poder e vos tirará água desta rocha. Não atribuiu

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ao poder e glória de Deus o jorrar de novo a água da rocha, e portanto não O glorificou diante do povo. Por esta falha da parte de Moisés, Deus não permitiria que ele guiasse o povo à Terra Prometida.

Esta necessidade de manifestação do poder de Deus tornava a ocasião solene, e Moisés e Arão deviam tê-la aproveitado para causar uma impressão favorável sobre o povo. Mas Moisés estava perturbado e, em impaciência e ira com o povo, por causa de suas murmurações, disse: "Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós?" Núm. 20:10. Em assim falando, ele admitia virtualmente ao murmurador Israel que eles estavam certos em acusá-lo de os ter tirado do Egito. Deus havia perdoado ao povo maiores transgressões do que este erro da parte de Moisés, mas não podia tratar o pecado em um líder de Seu povo, da mesma forma como nos liderados. Não podia desculpar o pecado de Moisés e permitir sua entrada na Terra Prometida.

Aqui deu o Senhor a Seu povo uma prova inconfundível de fora o poderoso Anjo, e não Moisés, que havia operado tão maravilhosa libertação em favor deles, tirando-os da servidão egípcia, que estava seguindo adiante deles em todas as suas jornadas, e de quem Ele dissera: "Eis que Eu envio um Anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho, e te leve ao lugar que te tenho aparelhado. Guarda-te diante dEle, e ouve a Sua voz, e não O provoques à ira: porque não perdoará a vossa rebelião; porque o Meu nome está nEle." Êxo. 23:20 e 21.

Moisés tomou para si a glória que pertencia a Deus, e tornou necessário que Deus procedesse de modo a convencer ao rebelde Israel de que não fora Moisés que os tirara do Egito,

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mas o próprio Deus. O Senhor havia confiado a Moisés o encargo de guiar Seu povo, enquanto o poderoso Anjo ia diante deles em todas as suas jornadas e dirigia todas as viagens. Por serem tão prontos a esquecer que Deus os estava guiando por Seu Anjo e a atribuir ao homem aquilo que só o poder de Deus podia realizar, Ele os provara e testara, para ver se Lhe obedeceriam. A toda prova eles falharam. Em vez de crerem em Deus, e reconhecerem Aquele que havia se espalhado pelo seu caminho com evidências do Seu poder e assinaladas provas de Seu cuidado e amor, duvidaram dEle e atribuíram sua saída do Egito a Moisés, acusando-o de ser a causa de todos os seus desastres. Moisés havia suportado sua obstinação com notável paciência. Certa ocasião eles ameaçaram apedrejá-lo.

O Duro Castigo

O Senhor removeria para sempre do espírito deles esta impressão, impedindo Moisés de entrar na Terra Prometida. O Senhor exaltara muito a Moisés. Havia-lhe revelado Sua grande glória. Tomara-o em sagrada proximidade consigo sobre o monte, e condescendera em conversar com ele como um homem fala com um amigo. Comunicara a Moisés e, através dele, ao povo, Sua vontade, Seus estatutos e Suas leis. O ter sido assim exaltado e honrado por Deus tornou seu erro de maior magnitude. Moisés arrependeu-se de seu pecado e humilhou-se grandemente diante de Deus. Relatou a todo o Israel sua tristeza pelo pecado. Não ocultou o resultado de seu pecado, mas contou-lhes que por assim ter deixado de atribuir glória a Deus, não podia levá-los à Terra Prometida. Disse-lhes então que, se este erro de sua parte fora tão grande a ponto de ser assim corrigido por

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Deus, como não consideraria. Ele suas repetidas murmurações, acusando-o (Moisés) das incomuns manifestações de Deus, por causa dos pecados deles?

Por este simples exemplo, Moisés havia dado motivo a que tivessem a impressão de que tirara para eles a água da rocha, quando devia ter engrandecido o nome do Senhor entre Seu povo. O Senhor agora queria deixar claro ao povo que Moisés era simplesmente um homem, seguindo a guia e orientação de Alguém mais poderoso do que ele, o próprio Filho de Deus. Nisso Ele os deixaria sem qualquer dúvida. Onde muito é dado, muito é requerido. Moisés havia sido altamente favorecido com especiais visões da majestade de Deus. A luz e a glória de Deus tinham sido concedidas a ele em rica abundância. Sua face havia refletido sobre o povo a glória que o Senhor fizera brilhar sobre ele. Todos serão julgados de acordo com os privilégios que tiveram, e a luz e benefícios que lhes foram outorgados.

Os pecados dos homens bons, cuja conduta geral tem sido digna de imitação, são especialmente ofensivos a Deus. Eles levam Satanás a triunfar e lançar em rosto aos anjos de Deus as falhas dos instrumentos por Deus escolhidos, e dão aos injustos ocasião a que se levantem contra Deus. O próprio Senhor havia dirigido Moisés de modo especial e revelado Sua glória, como a nenhum outro sobre a Terra. Ele era naturalmente impaciente, mas apoderara-se firmemente da graça de Deus, implorando sabedoria do Céu, com tanta humildade que fora fortalecido por Deus, e vencera a impaciência de modo que foi por Deus chamado o homem mais manso sobre a face da Terra inteira.

Arão morreu no Monte Hor, pois dissera o Senhor que ele não entraria na Terra Prometida, porque, com Moisés, pecara na ocasião de tirarem água da rocha em Meribá. Moisés

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e os filhos de Arão o sepultaram no monte, para que o povo não fosse tentado a fazer uma grande cerimônia com o seu corpo, e ser culpado do pecado da idolatria.

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