avatar
Fé e Obras
Livros 56
Autor: Ellen White
Compartilhar InstalarEnglish
Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

Ler Audio pdf epub mobi EWG CPB

Pág. 91

Os que confiam inteiramente na justiça de Cristo, olhando para Ele com viva fé, conhecem o Espírito de Cristo e são conhecidos por Cristo. Fé simples habilita o crente a realmente considerar-se morto para o pecado, mas vivo para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor. Somos salvos pela graça, mediante a fé; e isto não vem de nós, é dom de Deus. Caso procurássemos desdobrar essas preciosas promessas aos sábios do mundo, eles zombariam de nós; pois "o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente". I Cor. 2:14.

Quando Jesus estava prestes a ascender ao alto, disse a Seus discípulos: "E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece; mas vós O conheceis, porque habita convosco e estará em vós." João 14:16 e 17. Disse também: "Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, este é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado de Meu Pai, e Eu o amarei e Me manifestarei a ele." João 14:21.

Há muitos que encontram satisfação em identificar-se com falsas doutrinas, para que não haja perturbação ou diferença entre eles e o mundo; mas os filhos de Deus devem dar testemunho da verdade, não somente pela pena e

Pág. 92

pela voz, mas também pelo espírito e caráter. Nosso Salvador declara que o mundo não pode receber o Espírito da verdade. Eles não conseguem discernir a verdade, pois não discernem a Cristo, o Autor da verdade. Discípulos mornos, adeptos de coração frio que não se acham imbuídos do Espírito de Cristo, não são capazes de discernir a preciosidade de Sua justiça; mas procuram estabelecer sua própria justiça.

O mundo busca as coisas do mundo - negócios, honra mundana, ostentação, satisfação egoísta. Cristo procura romper esse fascínio que mantém os homens afastados dEle. Procura chamar a atenção dos homens para o mundo por vir, que Satanás tem conseguido ofuscar com sua própria sombra. Cristo coloca o mundo eterno dentro do alcance da visão das pessoas, apresenta-lhes suas atrações, declara-lhes que preparará mansões para eles e que virá outra vez e os receberá para Si mesmo. O desígnio de Satanás é encher a mente de tal maneira com descomedido amor de coisas sensuais que o amor de Deus e o anseio pelo Céu sejam expelidos do coração. ...

Mordomos Fiéis

Deus solicita que aqueles a quem Ele confiou os Seus bens se portem como mordomos fiéis. O Senhor quer que todas as coisas de interesse temporal ocupem um lugar secundário no coração e nos pensamentos; mas Satanás quer que as coisas da Terra ocupem o primeiro lugar em nossa vida. O Senhor quer que aprovemos aquilo que é excelente. Ele nos mostra o conflito em que precisamos empenhar-nos, e revela o caráter e o plano da redenção. Expõe diante de vós os perigos que tereis de enfrentar, a abnegação que será requerida, e recomenda que avalieis o preço, assegurando-vos que se vos empenhardes zelosamente no conflito, o poder divino unir-se-á ao esforço humano.

A batalha cristã não é uma luta travada contra a carne e o sangue, mas contra principados, contra potestades, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. O cristão tem de contender com poderes sobrenaturais, mas não deve ser deixado a

Pág. 93

empenhar-se sozinho no conflito. O Salvador é o capitão de sua salvação e com Ele o homem pode ser mais do que vencedor.

O Redentor do mundo não queria que o homem ficasse em ignorância dos ardis de Satanás. A grande confederação do mal é alistada contra os que querem vencer; mas Cristo deseja que olhemos para as coisas que não se vêem, para os exércitos do Céu que se acampam ao redor dos que amam a Deus, a fim de livrá-los. Os anjos do Céu estão interessados em favor do homem. O poder da Onipotência está à disposição dos que confiam em Deus. O Pai aceita a justiça de Cristo em favor de Seus seguidores, e eles são circundados de luz e santidade que Satanás não pode atravessar. A voz do Capitão de nossa salvação fala a Seus seguidores, dizendo: "'Tende bom ânimo; Eu venci o mundo.' João 16:33. Sou vossa defesa; prossegui para a vitória."

A Cruz do Calvário

Por meio de Cristo provê-se ao homem tanto a restauração como a reconciliação. O abismo produzido pelo pecado foi transposto pela cruz do Calvário. Foi pago por Jesus um resgate pleno e completo, em virtude do qual o pecador é perdoado e mantida a justiça da lei. Todos os que crêem que Cristo é o sacrifício expiador podem chegar a Ele e receber o perdão dos pecados; pois pelos méritos de Cristo, franqueou-se a comunicação entre Deus e o homem. Deus pode aceitar-me como filho Seu, e eu posso invocá-Lo como meu Pai amoroso e nEle me regozijar.

Temos de polarizar nossas esperanças quanto ao Céu tão-somente em Cristo, porque Ele é nosso Substituto e Penhor. Nós transgredimos a lei de Deus, e pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Os melhores esforços que o homem, em suas próprias forças, pode fazer, não têm valor para satisfazer a santa e justa lei que ele transgrediu; mas pela fé em Cristo pode ele alegar a justiça do Filho de Deus como toda-suficiente. Cristo, em Sua natureza humana satisfez as exigências da lei. Suportou a

Pág. 94

maldição da lei pelo pecador, por Ele fez expiação, para que todo aquele que nEle cresse não perecesse mas tivesse vida eterna. A fé genuína apropria-se da justiça de Cristo, e o pecador é feito vencedor com Cristo; pois ele se faz participante da natureza divina, e assim se combinam divindade e humanidade.

Quem procura alcançar O Céu por suas próprias obras, guardando a lei, tenta uma impossibilidade. Não pode o homem salvar-se sem a obediência, mas suas obras não devem provir de si mesmo; Cristo deve operar nele o querer e o efetuar, segundo Sua boa vontade. Se o homem pudesse salvar-se por suas obras, teria ele algo em si mesmo, pelo qual se alegrar. O esforço que o homem faz em suas próprias forças para obter a salvação, é representado pela oferta de Caim. Tudo que o homem pode fazer sem Cristo é poluído pelo egoísmo e pecado; mas aquilo que é operado pela fé é aceitável a Deus. Quando procuramos alcançar o Céu pelos méritos de Cristo, a alma faz progresso. Olhando para Jesus, autor e consumador de nossa fé, podemos prosseguir de força em força, de vitória em vitória; pois por meio de Cristo a graça de Deus operou nossa salvação completa. Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 363 e 364.

Disponível também pela CPB