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Educação
Livros 18
Autor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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"E todo aquele que luta de tudo se abstém." I Cor. 9:25.

Todo estudante precisa compreender a relação entre a maneira simples de viver e a norma elevada no pensar. Depende de nós individualmente decidir se nossa vida será dirigida pelo espírito ou pelo corpo. Deve o jovem, por si mesmo, fazer a escolha que moldará a sua vida; e não se deve poupar esforços para levá-los a compreender as forças com que têm de tratar, e as influências que moldam o caráter e o destino.

A intemperança é um inimigo contra o qual todos necessitam estar de sobreaviso. O rápido aumento deste terrível mal deve incitar a uma luta contra ele todo que ama seu semelhante. O costume de se ministrarem instruções sobre temperança nas escolas, é um movimento feito na direção exata. Devem ministrar-se instruções neste sentido em toda escola e em todo lar. Os jovens e as crianças devem compreender o efeito do álcool, do fumo, e outros venenos semelhantes, em alquebrar o corpo, obscurecer a mente e tornar sensual o pensamento. Deve-se explicar que qualquer que use essas coisas não pode por muito tempo possuir toda a força de suas faculdades físicas, mentais e morais.

Mas, a fim de atingirmos a raiz da intemperança, devemos ir mais fundo do que o uso do álcool e do fumo. A preguiça, a falta de um objetivo ou as más companhias, podem ser a causa fundamental.

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Muitas vezes ela se encontra à mesa de jantar, nas famílias que se têm na conta de estritamente temperantes. Qualquer coisa que perturbe a digestão, que ocasione uma indevida estimulação mental, ou de qualquer maneira enfraqueça o organismo, alterando o equilíbrio das faculdades mentais e físicas, debilita o domínio do espírito sobre o corpo, e assim propende para a intemperança. A queda de muito jovem promissor pode ser atribuída a apetites extravagantes criados por um regime inadequado.

O chá, o café, os condimentos, os doces, as pastelarias, todos constituem causas ativas de perturbações da digestão. O alimento cárneo também é prejudicial. Seu efeito, por natureza estimulante, deveria ser argumento suficiente contra o seu uso, e o estado doentio quase geral entre os animais torna-o duplamente objetável. Tende a irritar os nervos e despertar as paixões, fazendo assim com que a balança das faculdades penda para o lado das propensões baixas.

Aqueles que se acostumam com um regime abundante e estimulante, verão depois de algum tempo que o estômago não se satisfaz com alimentos simples. Exige o que seja mais e mais condimentado, picante e estimulante. Tornando-se os nervos desordenados e enfraquecido o organismo, a vontade parece impotente para resistir ao apetite depravado. O delicado revestimento do estômago fica irritado e inflamado a ponto de deixar de dar satisfação o alimento mais estimulante. Cria-se uma sede que nada poderá acalmar a não ser a bebida forte.

É contra o começo do mal que nos devemos guardar. Na instrução da juventude, deve explicar-se bem o efeito dos desvios aparentemente pequenos daquilo que é reto. Ensine-se ao estudante o valor de um regime simples, saudável, para que se evite o desejo de estimulantes antinaturais. Estabeleça-se, cedo na vida, o hábito

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do domínio próprio. Que se impressionem os jovens com o pensamento de que devem ser senhores e não escravos. Deus os fez governadores do reino que há dentro deles, e devem exercer sua realeza ordenada pelo Céu. Quando é fielmente dada tal instrução, os resultados se estenderão muito além dos próprios jovens. Irradiarão influências que irão salvar milhares de homens e mulheres que se acham nas próprias bordas da ruína.

A Alimentação e o Desenvolvimento Mental

À relação do regime alimentar com o desenvolvimento intelectual deve dar-se muito mais atenção do que tem recebido. A confusão e sonolência mentais são muitas vezes o resultado de erros no regime.

Insiste-se freqüentemente que, na escolha do alimento, o apetite é um guia seguro. Se as leis de saúde tivessem sempre sido obedecidas, isto seria verdade. Mas, em virtude de maus hábitos, continuados de geração em geração, o apetite se tornou tão pervertido que sempre está a desejar ansiosamente alguma condescendência prejudicial. Não se pode agora confiar nele como um guia.

No estudo dos princípios de saúde deve ensinar-se aos alunos o valor nutritivo dos vários alimentos. Cumpre explicar o efeito de um regime concentrado e estimulante, e também de alimentos deficientes nos elementos de nutrição. Chá e café, pão branco, conservas, hortaliças de qualidade inferior, doces, condimentos e pastelarias deixam de suprir a nutrição conveniente. Muito estudante tem fracassado como resultado de usar tais alimentos. Muita criança débil, incapaz de um vigoroso esforço mental ou corporal, é vítima de um regime pobre. Cereais, frutas, nozes e hortaliças, combinados convenientemente, contêm todos os elementos da nutrição; e

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quando devidamente preparados, constituem o regime que melhor promove tanto a força física, como a mental.

Há necessidade de considerar não somente as propriedades do alimento, mas sua adaptação àquele que o come. Muitas vezes o alimento que pode ser comido livremente por pessoas empenhadas em trabalho físico, deve ser evitado por aquelas cujo trabalho é especialmente mental. Deve-se também dar atenção à conveniente combinação dos alimentos. Poucas variedades devem ser tomadas em cada refeição por aqueles que têm trabalho intelectual ou outros quaisquer de carreiras sedentárias.

Devemos estar de sobreaviso contra o comer demais, ainda que sejam os alimentos mais saudáveis. A natureza não pode usar mais do que requer para a formação dos vários órgãos do corpo, e o excesso embaraça o organismo. Tem-se suposto haver muito estudante fracassado em virtude do estudo demasiado, quando a causa real foi o comer em demasia. Enquanto for dada a devida atenção às leis da saúde, pouco perigo haverá de excesso mental; porém, em muitos casos do que se chama deficiência mental, é a sobrecarga do estômago que fatiga o corpo e debilita o espírito.

Na maioria dos casos duas refeições ao dia são preferíveis a três. O jantar, quando muito cedo, incompatibiliza-se com a digestão da refeição prévia. Sendo mais tarde, não é digerido antes da hora de deitar. Assim o estômago deixa de conseguir o devido repouso. O sono é perturbado, cansam-se o cérebro e os nervos, é prejudicado o apetite para a refeição matutina, o organismo todo não se restaura, e não estará preparado para os deveres do dia.

A importância da regularidade no tempo de comer e dormir não deve passar despercebida. Desde que o trabalho da construção do corpo ocorre durante as horas do descanso, é essencial, especialmente na juventude, que o sono seja regular e abundante.

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Tanto quanto possível devemos evitar o comer precipitadamente. Quanto mais curto for o tempo para a refeição, tanto menos se deve comer. É melhor omitir uma refeição do que comer sem a devida mastigação.

A hora da refeição deve ser uma oportunidade para comunhão e refrigério social. Tudo que possa acabrunhar ou irritar deve ser banido. Acariciem-se pensamentos de confiança, afabilidade, gratidão para com o Doador de todo o bem, e a conversa será animada, será uma torrente deleitável de idéias que nos reerguerá sem que nos canse.

A observância da temperança e regularidade em todas as coisas tem um poder maravilhoso. Fará mais do que as circunstâncias ou os dotes naturais para promover aquela doçura e serenidade de disposição que tanto têm que ver com o suavizar do caminho da vida. Ao mesmo tempo o poder do domínio próprio assim adquirido demonstrar-se-á um dos mais valiosos aparelhamentos para lutarmos com êxito no campo dos árduos deveres e realidades que esperam a cada ser humano.

Os "caminhos" da Sabedoria "são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz". Prov. 3:17. Que cada jovem em nosso país, com as possibilidades que há diante dele para um destino mais elevado do que o de reis coroados, que cada jovem pondere a lição transmitida pelas palavras do sábio: "Bem-aventurada, tu, ó terra, ... cujos príncipes comem a tempo, para refazerem as forças e não para bebedice." Ecl. 10:17.

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