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Conselhos aos Idosos
LivrosAutor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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As instituições não são o melhor plano

Não se devem empregar homens que dediquem o seu tempo e talentos à obra de conduzir os idosos e órfãos num grupo para serem vestidos e alimentados. Essa não é a melhor maneira de tratar tais casos. ...

Assim como não é o melhor construir edifícios para velhinhos e velhinhas, a fim de estarem juntos. Sejam eles ajudados no próprio lugar onde podem sê-lo. Tomem os familiares conta de seus próprios parentes pobres, e a igreja cuide de seus próprios membros necessitados. Essa é precisamente a obra que Deus deseja que a igreja faça, e por fazê-la receberá uma bênção. — Beneficência Social, 238.

Insiste-se constantemente no assunto da necessidade do cuidado pelos nossos irmãos idosos que não têm lar. Que pode ser feito por eles? A luz que o Senhor me deu tem sido repetida: Não é o melhor estabelecer instituições para cuidar dos idosos, para que fiquem juntos, em companhia uns dos outros, nem devem eles ser mandados embora de casa para receberem cuidados. Os membros de cada família devem cuidar dos seus próprios parentes. Quando isto não for possível, o trabalho cabe à igreja, e deve ser aceito como dever e privilégio. — Testemunhos Para a Igreja 6:272.

Reunimo-nos às nove horas na grande tenda com alguns dos irmãos para falar acerca do assunto que nos é constante e insistentemente apresentado — o das pessoas idosas que não possuem lar. Que faremos com elas? O esclarecimento a mim dado pelo Senhor foi repetido:

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Cuide cada família de seus próprios parentes, tomando adequadas providências em seu favor. Caso isto não seja possível, então a igreja deve assumir a responsabilidade. O Senhor abençoará Sua igreja ao exercer beneficência. Eles são pobres de Deus, e não devem ser deixados infelizes e em privações.

No caso de a igreja não poder fazer isto, então a Associação deve tomar a si o providenciar para os necessitados do Senhor. — Mensagens Escolhidas 2:331.

Deveriam ficar entre amigos

Também os idosos necessitam da auxiliadora influência das famílias. Na casa de irmãos e irmãs em Cristo, é mais fácil haver para eles como que uma compensação da perda de seu próprio lar. Se animados a partilhar dos interesses e ocupações domésticos, isto os ajudará a sentir que não deixaram de ser úteis. Façam-nos sentir que seu auxílio é apreciado, que há ainda alguma coisa para fazerem em servir a outros, e isso lhes dará ânimo ao coração, ao mesmo tempo que comunicará interesse a sua vida.

O quanto possível, façam com que aqueles cuja cabeça está alvejando e cujos passos trôpegos indicam que se vão avizinhando da sepultura permaneçam entre amigos e relações familiares. Que adorem entre aqueles que conheceram e amaram. Sejam cuidados por mãos amorosas e brandas.

Sempre que possível, deveria ser o privilégio dos membros de cada família atender a seus próprios parentes. Quando assim não se dá, a obra pertence à igreja, e deve ser considerada como um privilégio, da mesma maneira que um dever. Todos quantos possuem o espírito de Cristo terão uma terna consideração para com os fracos e os idosos.

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A presença, em nosso lar, de um destes inválidos é uma preciosa oportunidade de cooperar com Cristo em Seu ministério de misericórdia, e desenvolver traços de caráter semelhantes aos Seus. Há uma bênção no convívio dos mais idosos com os mais jovens. Esses podem iluminar o coração e a vida dos idosos. Aqueles cujos laços da vida se estão enfraquecendo necessitam o benefício do contato com a esperança e a vivacidade da juventude. E os jovens podem ser auxiliados pela sabedoria e a experiência dos idosos. Sobretudo, eles precisam aprender a lição do abnegado ministério. A presença de um necessitado de simpatia, paciência e abnegado amor, seria uma inapreciável bênção para muitas famílias. Haveria de suavizar e refinar a vida doméstica, e despertar em idosos e jovens aquelas graças cristãs que os destacariam com uma divina beleza, e os enriqueceriam com os imperecíveis tesouros do Céu. — A Ciência do Bom Viver, 204, 205.

O cuidado de Ellen G. White por seus pais*

Meus filhos estão bem, como de costume. Papai e mamãe vivem conosco e parecem estar contentes e felizes. Eles cuidam do seu quarto, mas comem conosco. Você não sabe que peso de cuidado é removido de mim desde que posso cuidar destas duas crianças idosas. Mamãe faz exatamente o que eu desejo e segue todas as sugestões que lhe dou. Eu a visto caprichosamente, penteio seus cabelos e ela se parece como uma simpática e respeitável anciã. Papai

*Roberto e Eun ce Harmon, pais de Ellen White, viveram durante algum tempo com Tiago e Ellen White no lar deles em Wood Street, em Battle Creek, Michigan. Mais tarde, ocuparam a casa pegada à deles. Do outro lado da rua estava a casa dos pais de Tiago White, Deacon John White e sua esposa. Tiago e Ellen eram muito atenciosos para com as necessidades desta gente piedosa; todos os quatro aceitaram a fé adventista.

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também se esforça para nos agradar de todas as maneiras. Nós o arrumamos e ele fica muito simpático.

Dê minhas apreciações a toda sua família, especialmente a seus pais. Envie-nos freqüentemente notícias de vocês. Não seja abatida pelo desânimo e dúvida. Olhe para cima, tenha bom ânimo, e Deus nos conduzirá para a vitória. — Carta 27, 1861 (para Lucinda Hall).

Auxiliando um antigo cunhado

Caros irmão e irmã [Stephen] Belden:*

Podem estar certos de que não os esqueço. Oro por vocês para que o Senhor lhes abra caminhos pelos quais possam viver bem em Norfolk Island. Vou me esforçar para lhes enviar algum dinheiro de vez em quando. Tudo o que lhes enviei desde que foram para esse país foi emprestado a juros, mas enquanto viver cuidarei de vocês. Que o Senhor lhes dê paz e conforto. Ele é nossa única Esperança e nosso único Ajudador. Ficarei contente em ouvir de vocês tantas vezes quantas puderem me escrever e, da minha parte, lhes escreverei sempre que puder. Quando não me for possível escrever, comunicar-me-ei com vocês através de terceiros. Por este correio, enviarei cópias das cartas que escrevi aos irmãos da Austrália. — Carta 146, 1902.

Dei para Stephen Belden algumas centenas de dólares. Não posso deixar que ele e sua esposa sofram por falta de alimento e roupa. Paguei as despesas deles para e de Norfolk Island. — Carta 258, 1903 (para Lucinda Hall).

*Stephen Belden casou-se com Sara Harmon, irmã de Ellen G. White. Frank E. Belden, o bem conhecido autor de hinos, era filho deles. Sara morreu em 1868 e Stephen estava morando com sua terceira esposa em Norfolk Island, no noroeste da Austrália quando estas cartas foram escritas.

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Com esta, estou lhes enviando cópias de cartas nas quais podem estar interessados. Gostaria de conversar com ambos. Quero lhes perguntar, estão recebendo os dois dólares semanais que fiz arranjos para lhes enviar por meio da União Australiana? Por favor, falem-me a respeito disto. O irmão Hindson diz que geralmente o dinheiro é creditado em sua conta nos livros do escritório e que vocês lhes fazem pedidos de compras que eles executam. Preferem receber o dinheiro diretamente? Se assim for, comuniquem-me para que isto aconteça.

Antes de deixar a Austrália, fiz arranjos para que recebessem determinada soma cada semana. Os irmãos prometeram fazê-lo assim como lhes pedi. Por favor, contem-me das circunstâncias em que estão e, se os arranjos que fiz não foram executados, escreverei novamente a respeito. Não quero que sofram por falta de alimento e vestuário.

Não está certo que Frank não lhes escreva com freqüência. Entristeço-me por ele não fazer isto e por ele não lhes dar qualquer ajuda financeira. Podem estar certos de que nada lhes faltará enquanto eu viver, se me mantiverem informada de sua situação. Se seus filhos negligenciam o dever, esforçar-me-ei para suprir a falta, embora esteja pagando juros sobre vinte mil dólares.

Por favor, respondam-me cada correspondência. Pela última, mandei a resposta da pergunta com respeito à sua vinda para a América. Não ouso tomar a responsabilidade da decisão sobre esse assunto. Façam como acharem melhor e como seus amigos resolverem. Na minha idade, não ouso assumir mais responsabilidades. Tenho pesados encargos para levar em conexão com a causa de Deus. Cada manhã me levanto à uma ou às duas da madrugada para escrever

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sobre assuntos importantes. — Carta 41, 1905 (para o irmão e a irmã Stephen Belden).

Em cada correio que segue para a Austrália, mando uma carta para Stephen Belden com cópias das que escrevi para outros. Se acontece falhar algum correio, ele sente muita falta. Exatamente agora, lhe estou mandando tudo o que posso; porque temo que cada correio que segue seja o último pelo qual lhe posso enviar qualquer coisa. Pobre homem, está morrendo de câncer e eu estou tão distante que não posso estar perto dele para ajudá-lo. Mas posso escrever para ele e posso orar por ele. — Carta 348, 1906.

Conforto para a viúva de Stephen Belden

Soube que o pobre Stephen deve ter sofrido muito, mas sejamos gratos porque o fim chegou tranqüilamente. A ele se aplicam as palavras: "Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham. Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que Se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu." Apocalipse 14:12-15.

Estas cenas acontecerão logo e, então, compreenderemos melhor as palavras: "Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor."

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Você pode alegrar-se com o pensamento de que Stephen está livre de todo o sofrimento. Não é preciso mais ter preocupações ou ansiedades por causa dele.

Estou satisfeita por saber que nossos irmãos na Austrália não se esquecem de você e que prometeram cuidar de você, ficando na ilha ou indo para amigos em qualquer outra parte. Que o Senhor a abençoe, fortaleça e ajude a se recuperar do longo esforço que teve de fazer. Por favor, continue a me escrever por meio de cada correio que deixa Norfolk Island. — Carta 393, 1906 (para a Sra. Vina Belden, 16 de Dezembro de 1906).

Fundo para obreiros idosos*

Deve-se fazer alguma provisão para cuidar dos ministros e outros fiéis servos de Deus que, por causa dos esforços e trabalho em excesso na Sua causa, ficaram doentes e precisam descansar e restabelecer-se: ou que, por causa da idade ou perda da saúde, não podem mais suportar os fardos e o calor do dia. Muitas vezes, os ministros são enviados a campos de trabalho que eles sabem serem prejudiciais à saúde; mas, não querendo evitar lugares difíceis, aventuram-se na esperança de prestar auxílio e ser uma bênção ao povo. Passado algum tempo, descobrem que a saúde começa a falhar. Experimenta-se uma mudança de clima e de trabalho, mas sem alívio. Então, que devem fazer?

Esses fiéis obreiros que, por amor a Cristo, abandonaram perspectivas mundanas, preferindo a pobreza aos prazeres ou riquezas,

*Em 1911, nove anos depois deste conselho ser publicado, criou-se um fundo para os idosos, doentes e ministros inválidos. Com o passar dos anos, este plano de pensões se expandiu para incluir assistência financeira a uma larga faixa de obreiros aposentados.

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e que, esquecendo-se de si mesmos, trabalharam com dedicação para salvar almas para Cristo; que deram liberalmente para o progresso de empreendimentos na causa de Deus, mas foram atingidos na batalha, ficando cansados e doentes, sem recursos de sustentação, não devem ser abandonados para lutar com a pobreza e o sofrimento, ou sentirem-se pobres. Quando lhes sobrevier a doença e a enfermidade, nossos obreiros não devem ficar preocupados com a angustiante pergunta: "Que vai acontecer com minha esposa e filhos agora, quando não posso mais trabalhar para suprir suas necessidades?" Nada mais justo do que fazer provisões para enfrentar as necessidades desses fiéis obreiros e dos que deles dependem.

Tomam-se providências generosas em favor dos veteranos que lutaram pelo seu país. Esses homens levam as cicatrizes e sofrem longas enfermidades que testemunham de perigosos conflitos, de marchas forçadas, de intempéries que enfrentaram e de sofrimentos em prisões. Todas essas evidências da lealdade e sacrifício próprio os fizeram credores da nação que ajudaram a salvar — uma reivindicação que é reconhecida e honrada. Mas, que provisão fizeram os adventistas do sétimo dia em favor dos soldados de Cristo?

Nosso povo não sentiu como deveria a necessidade desse assunto que, por isso, foi negligenciado. As igrejas não têm se preocupado e, embora a luz da palavra de Deus tenha brilhado em suas veredas, elas têm negligenciado esse dever tão sagrado. O Senhor Se desagrada muito com essa negligência dos Seus fiéis servos. Nosso povo deveria estar tão pronto a ajudar essas pessoas nas suas

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circunstâncias adversas, assim como estiveram prontos para aceitar seus préstimos e recursos quando estavam com saúde.

O Senhor colocou sobre nós a obrigação de dar uma atenção especial aos pobres em nosso meio. Mas esses ministros e obreiros não devem ser classificados como pobres. Eles depositaram para si mesmos um tesouro no Céu que não falhará. Eles serviram às Associações em suas necessidades, e agora elas devem servi-los. Quando se nos apresentam casos desse tipo, não podemos passar para o outro lado. Não devemos dizer: "aquecei-vos e fartai-vos" (Tiago 2:16), e não tomar medida alguma para suprir as necessidades deles. Isto já aconteceu no passado e, desta maneira , e em alguns casos os adventistas do sétimo dia desonraram sua profissão de fé, e deram ao mundo a oportunidade de opróbrio para a causa de Deus.

Deve agora o povo de Deus remover esse opróbrio, proporcionando a estes servos de Deus, lares confortáveis com um pedaço de terra no qual possam cultivar seus produtos e sentir que não dependem da caridade dos seus irmãos. Com quanto prazer e tranqüilidade esses fatigados obreiros olhariam para um pequeno e sossegado lar, onde fossem reconhecidas suas justas reivindicações para o descanso!

O dever que temos para com essas pessoas tem sido mencionado continuamente, e nada foi feito nesse sentido. Como um povo, deveríamos sentir nossa responsabilidade nesse assunto. Cada membro da igreja deve se interessar por tudo o que diz respeito à fraternidade humana e à fraternidade em Cristo. Somos membros

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