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Beneficiência Social
Livros 212
Autor: Ellen White
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Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

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Embora em toda a sua vida a Sra. White se preocupasse com as necessidades dos que a cercavam, ocasiões houve em que essas necessidades se tornaram prementes de maneira especial. Não se faz nenhuma tentativa nas páginas seguintes para um apanhado exaustivo do assunto, mas apenas temos em vista apresentar algumas experiências típicas do que eventualmente haja ela anotado em seu diário ou cartas. Esses excertos apresentam o vasto campo de seu ministério de beneficência, dando ênfase especialmente a dois períodos da experiência de sua vida: nos primeiros anos e nos últimos anos de sua vida.

O leitor notará que as anotações do diário de Ellen G. White são feitas em estilo sóbrio, algumas vezes em frases breves e em muitos casos usando o presente. Certamente será reconhecido também que as anotações das atividades do dia-a-dia da Sra. White não constituem instrução para a igreja e portanto não devem ser tomadas como autoridade testemunhal. ... No entanto o exemplo de Ellen G. White concede ênfase ao preceito.

A preocupação da Sra. White, pelos necessitados, as enormes necessidades e a escassez de recursos com que lutou, deve encorajar cada adventista do sétimo dia a dedicar maior e mais entusiástico esforço à Beneficência Social. — Os Compiladores.

E. G. White Instruída a Dar o Exemplo. — Após o meu casamento fui instruída a mostrar especial interesse em crianças sem pai e sem mãe, tomando algumas sob meus cuidados por algum tempo, buscando então encontrar lares para elas. Assim devia eu dar a outros um exemplo do que eles deviam fazer.

Embora muitas vezes chamada a viajar, e tendo muito que escrever, tenho tomado sob meus cuidados crianças de três a cinco anos, educando-as e preparando-as para posições de responsabilidade. Tenho trazido para o meu lar de quando em quando meninos de dez a dezesseis anos, dedicando-lhes maternal cuidado e preparando-os para o serviço. Tenho sentido que é meu dever levar perante nosso povo essa obra para que cada igreja sinta a sua responsabilidade.

Enquanto estive na Austrália adotei essa mesma orientação, levando para o meu lar crianças órfãs, que estavam em perigo de serem expostas a tentações que poderiam ser a ruína de sua vida. — The Review and Herald, 26 de Julho de 1906.

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Ellen G. White como Dorcas operosa

(Trechos do Diário de Ellen G. White, de 1859)

Domingo, 2 de Janeiro. — A irmã Augusta Bognes foi enviada para ajudar-me no preparo para outra jornada. Fez um casaco para Edson, que nos acompanhará. Procuramos confortar Augusta. Ela está abatida e desencorajada, saúde precária e sem ninguém de quem se valer. Depôs o escudo e a armadura da fé. Oxalá o Senhor fortaleça as mãos fracas e confirme os joelhos trementes. Dei à irmã Irving um casaco e um vestido quentes, roupas e alguma coisa com que se agasalhar.

Segunda-Feira, 3 de Janeiro. — Fui ao escritório. Visitei os irmãos Loughborough e a família de minha irmã. Escrevi sete páginas ao Dr. Naramores e em seguida almocei com minha irmã. Tive uma boa entrevista com papai e mamãe. Voltei ao escritório após o almoço e escrevi quatro páginas à família do irmão Orton. Escrevi também quatro páginas à família do irmão Howland e escrevi ainda à irmã Ashley e à família do irmão Collins. Paguei à viúva Cranson um dólar pela confecção de duas camisas. Paguei à irmã Bognes um dólar pelo

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casaco que fez. Ela não queria receber, mas achei que era meu dever dar-lho. Ela é pobre e doente. Que o Senhor bondosamente cuide dela. Disse Jesus: “Os pobres, sempre os tendes convosco.” Que o Senhor nos liberte do egoísmo e nos ajude a cuidar dos alheios ais e a aliviá-los.

Quinta-Feira, 6 de Janeiro. — Fiz uma capa e uma túnica para Edson. Agora à noite sinto-me bem cansada. Dei à mãe de Agnes um vestido de meio uso. Eles são pobres. O esposo e pai está doente. Sua colheita não foi boa. Precisam comprar trigo para fazer pão e não têm com que pagar. Agnes é seu principal sustento. Tem apenas dezessete anos. São quatro filhos agora no lar. Irão sofrer a menos que a igreja se interesse pelo seu bem-estar. Que o Senhor tenha misericórdia dos necessitados e ponha no coração de Seus filhos lhes dispensarem ajuda liberal.

Quinta-Feira, 3 de Fevereiro. — Estive muito doente o dia todo com dor de cabeça. Henry Pierce de Monterey em nossa casa. Envio à irmã Leander Jones alguma coisa para os seus filhos e Jenny envia-lhe o seu melhor chapéu. Que o Senhor nos capacite a ver as necessidades dos pobres e nos dê um coração pronto e bem disposto para ajudá-los.

Segunda-Feira, 28 de Fevereiro. — Mary Loughborough veio aqui. Ficou conosco para o almoço. Seu nenê adoeceu à tarde. Fui à casa da irmã Ratel. Tivemos uma agradável palestra Sua filhinha trazia sobre si um vestidinho velho e surrado; e é o melhor que ela tem, exceto um que ela deixa para usar quando sai. Ela fala de seus filhos que morreram há dois anos. Não os deseja vivos outra vez. São demasiado pobres. A menina mais velha aprecia muito uma Bíblia que eu lhe dei. Lê trechos dela para os pais. A saúde da irmã Ratel é muito má. Cuspiu sangue hoje. Temo que ela não ocupe o seu lugar na família por muito tempo mais. Ela procura fazer o que é reto. Seu marido é um homem pobre, ímpio, exaltado, e ela tem muitas provações. Que o Senhor a sustente. Ela pede que oremos por ela para que possa fazer sempre o que é direito.

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Terça-Feira, 1. de Março. — Fui ao escritório. Visitei a irmã Sara e a mãe. Sara deu-me um vestidinho e dois aventais para o bebê da irmã Ratel. Visitei a seguir a irmã Aurora Lockwood. Tive com ela uma agradável entrevista. Ela é uma irmã escolhida, amada de Deus e altamente respeitada por toda a igreja.

Fui à cidade e comprei algumas coisas. Comprei um vestidinho para a criança da irmã Ratel. Vim ao escritório, ajudeios um pouco ali e voltei para casa para o almoço. Enviei os pequenos artigos à irmã Ratel. Mary Loughborough envia-lhe outro vestido, de maneira que ela está bem melhor agora. Oh! que todos conheçam a felicidade de dar aos pobres, de ajudar a tornar melhor a situação de outros, fazendo-os mais felizes! O Senhor abra o meu coração a fim de que eu faça tudo que estiver em meu poder para socorrer aos que estão ao meu redor. “Dá que eu sinta os ais de meu irmão.”

Terça-Feira, 8 de Março. — Este é um dia em que as enfermidades procuram dominar. Sofro muita dor em meu ombro esquerdo e no pulmão. Meu espírito está deprimido. O irmão John Andrews deixa-nos hoje. Veio para fazer-nos uma visita à tardezinha. Tivemos uma agradável palestra. Reuni umas poucas coisas para ele levar para casa. Enviei a Angelina um vestido novo de algodão, nove shillings e um resistente par de sapatos. Papai pagou a confecção de um par de sapatos e de um par de botas para o irmão John Andrews. Enviei ao garoto uma bonita camisinha de flanela e lã para tricotar um par de meias. Mandei para a irmã ou mamãe Andrews uma bonita capa, bem estofada, para ela usar. Fiz uma sacola de fazenda felpuda para acondicioná-los. Escrevi três pequenas páginas à irmã Mary Chase. Mandei uma receita que recebi de John.

Quinta-Feira, 10 de Março. — Fui à cidade e já voltei. Fiquei muito cansada. Comprei para John F. um par de calças. À tarde a irmã Irving veio em nossa casa. ...

Por dez semanas a filha tem vivido conosco, e pagamos a ela nove shillings por semana. Tudo menos um dólar ela enviou à sua mãe. Seus vestidos são pobres, e contudo ela não usa nada para si própria. Ela se esquece de si mesma em sua

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abnegação e dedicação pelos pais. Foi uma cena de afeição que jamais testemunhei. A relutância da mãe em aceitar o salário, todo o salário da filha, dada a sua necessidade e boa vontade e liberalidade em entregar tudo aos seus pobres e aflitos pais. A mãe e a filha choraram e nós choramos. Ajudamo-los de alguma forma. Paguei metade do preço de um par de botas para o irmãozinho, isto é, um dólar. Paguei um e meio dólar por um par de sapatos para a mãe. Meu marido deu-lhe um dólar em dinheiro. Henry deu-lhe dez centavos, Edson dez e o pequeno Willie dez. Meu marido deu-lhe mais vinte e cinco para que ela comprasse um agradozinho para o doente. Demos considerável quantidade de roupas usadas para reformar.

Quinta-Feira, 21 de Abril. — Trabalhei na confecção de um tapete. Escrevi uma carta a Daniel Bourdeau. Esta manhã há um sentimento de simpatia entre alguns do rebanho em favor da família do irmão Benedito. Temos contribuído com alguma coisa para ajudá-los, cerca de sete dólares. Comprei-lhes diferentes artigos de alimentação e levei-lhos. O irmão e irmã Benedito visitaram-nos o dia todo. Tivemos uma palestra interessante e agradável. Minha mãe veio ver-me, e isto foi um grande conforto para mim.

Ministério de beneficência através dos anos

E. G. White Solicita Auxílio. — Queridos irmãos: O tesouro do Fundo dos Pobres, consistente em roupas, etc., para os que têm necessidade, está quase esgotado. E como há casos de penúria constantemente surgindo, e um novo caso surgiu recentemente, pensei que estaria bem para os que têm roupas, arranjos de cama ou dinheiro poupados, enviá-los imediatamente. Esperamos que não haja delongas, pois estamos prontos a assistir alguns que estão em necessidade tão logo tenhamos tudo reunido. Enviai vossos donativos para o Sr. Urias Smith ou para mim mesma. — The Review and Herald, 30 de Outubro de 1860.

Tiago e Ellen White Combinam Oração e Trabalho. — Antes que houvesse qualquer sanatório entre nós, meu marido e eu começamos a trabalhar no setor da obra médico-missionária. Tomamos para nossa casa casos que tinham sido abandonados

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pelos médicos como perdidos. Quando não sabíamos o que fazer por eles, orávamos a Deus com o maior fervor, e Ele sempre nos enviava a Sua bênção. Ele é o poderoso Médico, e operou conosco. Jamais tivemos tempo ou oportunidade para fazer um curso médico, mas tivemos sucesso ao agirmos no temor de Deus e dEle buscar sabedoria em cada passo. Isto deunos ânimo no Senhor.

Assim combinávamos oração e trabalho. Usávamos simples tratamentos com água, e então procurávamos dirigir os olhos dos pacientes para o Grande Médico. Falávamos do que Ele podia fazer por eles. Se pudermos inspirar os pacientes com esperança, isto será grandemente benéfico para eles. Desejávamos que todos os que tenham qualquer parte a desempenhar em nossos sanatórios, tivessem firme apego ao poder do Infinito. Cremos nEle e no poder de Sua palavra. Quando fazemos o melhor que nos é possível para a recuperação de um doente, podemos então esperar que Ele seja conosco, que podemos ver a Sua salvação. Pomos confiança por demais pequena no poder da mão que rege o mundo. — Manuscrito 49, de 1908.

Ministério de Casa em Casa. — Antes que nosso sanatório fosse estabelecido, meu marido e eu íamos de casa em casa para fazer tratamentos. Sob a bênção de Deus salvamos a vida de muitos que estavam sofrendo. — Carta 45, de 1903.

Interesse Mostrado Pela Viúva Necessitada. — Com respeito a Nellie L., sabeis que ela é viúva com três filhos para cuidar, e está lutando para conseguir conhecimento que lhe permita empenhar-se na obra de jardins de infância, onde poderá conservar os filhos consigo. Não fiquemos a ver a pobre alma lutando por sua vida e sacrificando sua saúde para fazer isto. Tenho pensado nos donativos liberais que têm sido feitos a pessoas que se casaram em Oakland. Oxalá esses amigos pudessem usar os seus meios e expressar suas simpatias como bênção a viúvas e órfãos que estão necessitando de sua atenção e substancial simpatia. Não têm tais casos o direito de exigir de nós?

Eu ajudarei Nellie com uma centena de dólares se fizerdes o mesmo. Duzentos dólares seriam uma grande bênção para ela

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neste momento. Fareis isto pelo amor de Cristo? Encorajareis outros a ajudá-la a conseguir um começo na vida? Seria muito melhor fazer isto do que esperar e deixar Nellie ser consumida pela ansiedade e cuidados e cair na sua luta, deixando os filhos ao desamparo, sem mãe, para serem cuidados por outros.

Uma centena de dólares de vossa parte não será uma grande soma, mas será uma grande bênção para ela. Fareis isto? Façamos isto como uma dádiva liberal e não permitamos que o horror do débito fique sobre quem está lutando em circunstâncias tão desencorajadoras. Se desejais fazê-lo, por favor solicitai em meu nome no escritório de Signs uma centena de dólares para Nellie L. Tomemos ambos interesse nesta questão e o Senhor nos abençoará. Eu sei que ela lutará com todas as suas forças para manter-se a si mesma.

Battle Creek, Mich., 28 de Março de 1889.

Irmão C. H. Jones:

Queira por favor pagar a ordem de 100 (Cem Dólares) como dádiva do Senhor que me fez depositária de Seus bens.

“Ellen G. White” Carta 28, de 1889.

PIONEIRISMO NA AUSTRÁLIA

Preconceito Removido Pelo Ministério de Assistência. — Através dos anos passamos por interessantes experiências enquanto estivemos na Austrália. Ajudamos a estabelecer uma escola desde os fundamentos, penetrando na floresta de eucaliptos e fazendo acampamento enquanto as árvores eram derribadas, o solo preparado e os edifícios erguidos.

O preconceito na comunidade onde a escola fora estabelecida foi derribado pela obra médico-missionária que fizemos. O médico mais próximo morava cerca de trinta quilômetros de distância. Eu disse aos irmãos que permitiria a minha secretária — uma enfermeira diplomada que está comigo há vinte anos — visitar os enfermos aonde quer que fosse solicitada. Fizemos de nosso lar um hospital. Minha enfermeira tratou com sucesso de alguns casos bem difíceis que os médicos tinham declarado incuráveis. Este trabalho não ficou sem a sua recompensa. A desconfiança e o preconceito foram removidos. O coração do povo

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era conquistado e muitos aceitaram a verdade. Nesse tempo ali era necessário manter tudo debaixo de chave, por causa de ladrões. Apenas uma vez alguma coisa nos foi roubada, e isto pouco depois de nossa chegada. Agora a comunidade é respeitadora da lei, e ninguém teme ser roubado. — Manuscrito 126, de 1902.

Interesse Pessoal no Povo. — Procuramos manifestar interesse pessoal no povo. Se víamos alguém caminhando ao nos dirigirmos para a estação, cerca de sete quilômetros de distância, alegremente lhe oferecíamos lugar em nossa carruagem. Fizemos o que podíamos para desenvolver nossa terra e encorajar nossos vizinhos a cultivar o solo, a fim de que também eles obtivessem frutos e vegetais próprios. Ensinamos-lhes como preparar o solo, o que plantar e como cuidar da lavoura em crescimento. Logo compreenderam a vantagem de prover desta forma para si mesmos. Compreendíamos que Cristo mostrou interesse pessoal em homens e mulheres quando esteve na Terra. Era um Médico-missionário em todo o lugar aonde ia. Devemos sair fazendo o bem como Ele o fez. Somos ensinados que devemos alimentar os famintos, vestir os nus, curar os enfermos e confortar os tristes. — Manuscrito 126, de 1902.

Economizar Para Ajudar a Outros. — Vivemos economicamente e procuramos descobrir como devemos gastar cada centavo. ... Reformamos repetidamente nossa roupa, remendando e alargando, a fim de usá-la um pouco mais, para podermos suprir com roupas os que estão em maior necessidade. Um de nossos irmãos em Ormondville, inteligente carpinteiro, não podia batizar-se porque não tinha outra roupa para vestir. Quando recebeu um terno novo, barato, foi o homem mais agradecido que já vi, porque podia agora participar da ordenança do batismo. — Carta 89a, de 1894.

Novo Material Durável Comprado Para Obra de Beneficência. — Alguns de nosso povo me dizem: “Distribua suas roupas usadas, para os pobres.” Se eu desse aos pobres as

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roupas que remendo e alargo, não veriam como poderiam usá-las. Para eles eu compro material novo, forte, durável. Tenho visitado fábricas de tecidos e tenho comprado sobras que podem ter defeito mas se adquirem por preço reduzido, e beneficiam os que as recebem. Posso permitir-me usar as roupas velhas até que não possam mais ser reparadas. Comprei para vosso tio excelente fazenda para calças e camisa, e ele está agora suprido com roupa respeitável. Desta forma posso prover para grandes famílias com crianças, roupas duráveis, que os pais nem sequer sonham poder comprar para eles. — Ibidem.

Comprando Madeira de Fazendeiros Necessitados. — A pobreza está tão disseminada nas colônias que muitos estão enfrentando a morte pela fome, e o aspecto mais estranho do fato é que os fazendeiros parecem absolutamente incapazes para delinear planos pelos quais aquilatar tempo e dinheiro. ... Compramos madeira de nossos irmãos fazendeiros e procuramos dar emprego a seus filhos e filhas. Mas precisamos de um grande fundo caritativo do qual tirar para livrar famílias da fome. Os que precisam de nossa ajuda não são pessoas vadias, mas são homens que têm ganho em tempos prósperos bons salários não inferiores a vinte e até quarenta dólares por semana. ... Eu dividi os suprimentos de nossa despensa com famílias desta espécie, andando algumas vezes dezessete quilômetros para aliviar-lhes as necessidades. — Carta 89a, de 1894.

Solicitude por um Estudante Pobre. — Queira fazer o favor de perguntar ao irmão quais as roupas que ele necessita, e o que for preciso, por favor forneça-lhe, e ponha-o em minha conta. Ele não recebeu sua mala, e temo venha a sofrer, pois necessita de roupa. — Carta 100, de 1893.

Auxílio a um Pastor Doente. — O irmão e a irmã A. têm estado trabalhando em Ormondville, cerca de cento e sessenta quilómetros daqui, com bons resultados. ... Encontrei o irmão A. em Napier, e ele me disse que fui eu quem o enviou à

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escola em Healdsburg, pagando suas despesas para que ele obtivesse sua educação. Fiquei muito feliz por ver o resultado desse investimento.

Nós enviamos o irmão A ao instituto de Sta. Helena. ... Ele é um grande sofredor. Dei trezentos dólares para este caso, embora haja muitos casos para os quais se necessita cada dólar; mas eu tenho plena consciência de que devo ajudar este caso. É este um caso com o qual os que amam e temem a Deus devem mostrar simpatia de maneira tangível e ter em mente que Cristo identificou os Seus interesses com os da humanidade sofredora. — Cartas 79 e 33, de 1893.

A Sra. White Enfrenta o Problema de Depressão. — Os membros da família do irmão M. seriam industriosos se tão-somente tivessem trabalho para fazer. Não queremos vêlos sofrer fome ou ficar destituídos de vestuário nem desanimarem-se. Foram comprados, comprados pelo sangue de Cristo, e são valiosos para Deus. Enquanto estivermos neste país continuaremos a ajudar os pobres e sofredores, tanto quanto for possível. O irmão M. está com débito sobre sua propriedade; paguei os juros do último trimestre, sete libras, pelas quais nada espero receber, mas eu não desejaria, não poderia, ver a família despejada na rua. ... Oramos com todo o fervor para que o Senhor opere em favor desta querida família.

Estamos nós mesmos sobremodo preocupados quanto ao nosso dever para com todos esses sofredores. Há inúmeras famílias sem emprego, e isto significa penúria, fome, aflição e angústia. Não vejo outro jeito senão ajudar essas pobres almas em sua grande necessidade, e isso farei, se o Senhor quiser. E Ele quer. Sua Palavra é veraz, e não pode falhar, nem ser mudada por nenhum dos artifícios humanos para sofismá-la.

Precisamos ajudar os necessitados e opressos, se não queremos que Satanás os tire de nossas mãos, de nossas fileiras, e os coloque, estando eles em tentação, em suas próprias fileiras. — Carta 42, de 1894.

Angariando Recursos Para Enfrentar as Necessidades dos Pobres. — Vou hoje a Sydney, a fim de comprar nas liquidações anuais algumas mercadorias. Eles fazem essas liquidações para livrarem suas lojas de estoques velhos. Os

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pobres ao nosso redor sofrem por falta de alimento e roupas, e eu posso comprar com alguma vantagem nessas lojas. Economizamos tanto quanto possível e há necessitados bastantes para isto. ... Há muitos pobres que são atribulados por falta de alimento e roupas, os quais são da família da fé. Nossa bolsa mal daria para ajudar nas necessidades dos que conhecemos. Jesus diz: “Sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes.” Quão preciosas são para confortar os pobres essas palavras! — Carta 39, de 1895.

Organizada Uma Sociedade de Dorcas. — Domingo foi um dia cheio para nós, pois fizemos planos em favor dos que são pobres, muito pobres e pusemos em operação alguns desses planos, os quais me aliviarão a mim mesma e a família no fazer tudo que tem de ser feito. A irmã C., uma mulher digna, está prostrada no leito com ciática. Ela tem um filho de treze anos, e a mãe idosa e inválida, sem nenhum meio de sustento. A mãe tem recebido ajuda dos filhos para pagamento do aluguel, e como os tempos têm-se tornado cada vez mais duros e apertados, isto é tudo que eles podem fazer. Temos também o irmão R., e sua esposa, com quatro filhos desamparados. Ele faz o melhor que pode para sustentar os seus inocentes filhos, mas passam necessidade todo o tempo. Pouco consegue pela sua produção. Agora vamos dar um giro pelas igrejas a fim de ver se nos podem suprir com roupas usadas para essas famílias carentes de recursos. Tenho comprado boas fazendas nas liquidações, para confeccionar roupas para eles, assim como lhes tenho suprido o alimento.

Alguns de nossa família saíram ontem numa expedição de caridade e fizeram um pequeno início. Alguma coisa foi coletada. Há oito famílias que temos estado ajudando com tudo que consideramos aconselhável.

Uma sociedade de Dorcas está para funcionar esta semana, a fim de examinar e remodelar velho e novo material de auxílio aos necessitados. Os membros de minha família e eu temos feito muito donativo de dinheiro e roupa. A carga sobre nós não tem sido pequena. Não precisamos correr atrás dos casos; eles correm atrás de nós. Essas coisas exigem nossa atenção; não podemos ser cristãos e passá-las por alto dizendo: “Aquecei-vos e vesti-vos”, sem lhes dar os meios de se aquecerem e se vestirem. O

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Senhor Jesus diz: “Os pobres sempre os tendes convosco.” Eles são um legado de Deus a nós. — Manuscrito 4, de 1895.

Assistindo Com Alimentos e Roupas. — Nossa família tem tido de ajudar os pobres com alimentos e roupas, e as viúvas e órfãos com dinheiro e também com roupas e alimentos. Esta é uma parte de nossa obra como cristãos, e não pode ser negligenciada. Cristo disse: “Os pobres sempre os tendes convosco”, e nesta parte da vinha do Senhor isto é literalmente verdade. Fazer o bem em todas as suas formas é imposto sobre os missionários do Senhor pelas Santas Escrituras. Lede II Coríntios 9. Vereis que nossa obra é não apenas pregar, mas ao vermos a humanidade sofredora no mundo, devemos ajudá-los em suas necessidades temporais. Assim seremos instrumentos nas mãos de Deus. ...

Os que se dão ao Senhor assumem o jugo de Cristo e trabalharão segundo a orientação de Cristo, sempre buscando de Jesus sabedoria e discernimento correto para agir como convém. Muitos levam o seu zelo e temperamento natural a suas atividades de benevolência; agem pelo impulso; dão àqueles a quem entendem que devem dar, enquanto outros igualmente dignos são, como fizeram o sacerdote e o levita, vistos e passados por alto; não manifestam por esses qualquer interesse especial; passam de largo, do lado da indiferença e da negligência. Fazer o bem em todas as suas formas está implícito nas Escrituras, mas é necessário toda prudência e cuidado, a fim de saber como mostrar misericórdia e ajuda aos que são realmente necessitados. O procedimento proveitoso a ambas as partes é ajudá-los a se ajudarem; abrir o caminho diante deles em vez de dar-lhes dinheiro. Encontrar para eles trabalho; manifestar discrição e estar certos de que fazemos uso dos meios de tal forma que produza o maior bem aos pobres do Senhor no presente e no futuro. — Carta 31b, de 1895.

Provido Trabalho Para Famílias Necessitadas. — Havia aqui muitos pobres e necessitados. Homens que estavam procurando servir ao Senhor e guardar os Seus mandamentos não podiam sustentar suas famílias, e pediram-nos que lhes déssemos alguma coisa para fazer. Demos-lhes trabalhos

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e eles comeram à nossa mesa. Demos-lhes salário digno até que suas famílias fossem alimentadas e confortavelmente vestidas. Então deixamos que fossem procurar trabalho em algum outro lugar. Alguns deles tiveram de usar roupas de Willie para poderem assistir às reuniões de sábado. — Carta 33, de 1897.

Provendo Trabalho, Livros e Roupas. — Os que neste país aceitam a verdade são na maioria pobres, e no inverno é duro para eles manter suas famílias. Depois que escrevi a anterior, recebi uma carta de... um homem que era fabricante de carruagens. Estava em grande pobreza dois anos antes, e demos-lhe trabalho. Ele foi obrigado a deixar sua família — esposa e cinco filhos — nos subúrbios de Sydney e vir para Cooranbong, distante cerca de cento e quarenta e cinco quilômetros, a fim de conseguir trabalho. Antes disto era sócio do irmão, também fabricante de carruagens.

Mas quando abraçou o sábado perdeu sua posição, e trabalhou por pequenos salários, não conseguindo finalmente mais trabalho algum. É um homem inteligente, refinado, bom professor na Escola Sabatina e sincero cristão. Conservamo-lo enquanto tivemos alguma coisa que ele podia fazer, e quando partiu, modestamente perguntou se havia alguns livros sobre a verdade presente que ele pudesse levar, pois não possuía nenhum. Dei-lhe livros no valor aproximado de seis dólares. Perguntou também se tínhamos alguma roupa usada que lhe pudéssemos dar, para que sua esposa reformasse para os filhos. Dei-lhe uma mala com roupas, pelo que ele ficou profundamente grato. — Carta 113, de 1897.

Posta Como Exemplo Pelo Senhor. — Por que não buscais descobrir casos de homens como o irmão ? Ele é um cristão cavalheiro em todo o sentido da palavra. É um homem que Deus ama. Homens como ele são preciosos à vista de Deus. Eu o conheço bem.

Interessei-me pessoalmente por este caso. ... Procurei antecipar-me a suas necessidades e nunca colocá-lo onde ele teria de mendigar trabalho. Enquanto em Cooranbong procurei ser um exemplo de como devem os necessitados ser ajudados. Procurei trabalhar da maneira como me foi indicado pelo Senhor. — Carta 105, de 1902.

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Uma Sociedade de Dorcas no Lar de E. G. White. — Na noite passada tivemos uma sociedade de Dorcas em nosso lar, e minhas obreiras que me ajudam na preparação dos meus artigos para as revistas, e que cozinham e costuram, cinco delas, ficaram até meia-noite cortando roupas. Fizeram três pares de calças para as crianças de uma família. Duas máquinas de costura trabalharam até meia-noite. Penso que jamais houve grupo mais feliz de obreiros do que essas moças na noite passada.

Fizemos uma porção de roupa para esta família, e achamos que foi tudo que podíamos fazer. A irmã C. está agora em sua missão de misericórdia para esta pobre família, cortando vestidos do tecido conseguido. Há também outras famílias a serem supridas. E agora chega outro pedido, e precisamos atender com roupa de inverno. Assim tem sido sempre desde que chegamos a este país. Certamente enfrentaremos o pedido de que enviemos um pacote de roupa para essas pessoas necessitadas. Só vos conto estas coisas para que saibais que estamos rodeados pela pobreza. A esposa deste pescador está para ser batizada no próximo sábado. Aos pobres é pregado o evangelho. O povo desta localidade tem muito pouco dos bens deste mundo. — Carta 113, de 1897.

Assistindo os Enfermos e Desamparados. — Os enfermos nos suplicam auxílio, e nós vamos em seu socorro. A irmã McEnterfer, minha auxiliar e enfermeira, é chamada a quilômetros de distância para fazer tratamentos e prescrevê-los. Ela tem tido maravilhosos sucessos. Não há médico em Cooranbong, mas nós vamos construir um hospital e sanatório logo, onde os enfermos possam receber cuidados. No passado levamo-los para o nosso próprio lar e cuidamos deles, pois não podemos deixar seres humanos sofrer sem procurar aliviá-los. ...

Nada cobramos pelo que fazemos, mas precisamos ter um hospital, que custe o menos possível, onde possamos ter algumas melhorias e recursos no cuidado dos doentes.

Esta é a obra de Cristo e tem de ser a nossa obra. Queremos seguir bem de perto os passos do Mestre. Encontramos neste lugar pessoas inteligentes, que outrora estiveram em

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posição confortável, mas sobreveio-lhes a pobreza. Provemos trabalho para esses, e pagamos-lhes por ele, e assim aliviamos suas necessidades. Esta é precisamente a obra a ser feita, para que sejam curadas as enfermidades tanto da alma como do corpo. Cristo é o poderoso Médico da alma e do corpo.

Cristo declarou: “Os pobres sempre os tendes convosco.” Oh! quanto eu gostaria de fazer mais do que estou fazendo agora! Que o Senhor me fortaleça, é a minha oração, para que me seja possível fazer o que Ele me determinou. Ontem foi enviado um pacote de roupas a uma pobre, porém inteligente e industriosa família. O pai é um distinto operário, que trabalha em construção de carruagens. Trabalha quando pode conseguir trabalho. Este é agora o terceiro pacote de roupas que lhe enviamos. Almas estão vindo para a verdade pela influência desta família, e o irmão Starr está a caminho de Sydney a fim de batizar várias pessoas que se converteram à verdade.

Desejo ver a obra progredir. Trabalharemos com paciência, e o Senhor dará a convicção e a conversão. Não podemos negligenciar os pobres. Cristo era pobre. Ele conheceu privações e necessidade. Utilizo cada dólar de minha renda para o avançamento da obra. ... Importa-nos trabalhar enquanto é dia, pois vem a noite, quando ninguém pode trabalhar. — Carta 111, de 1898.

Obra Médico-Missionária ao Redor de Cooranbong. — A irmã Sara McEnterfer, em companhia do irmão Tiago, meu caseiro, acabam de sair para visitar o irmão C., que mora a nove quilômetros daqui, no sertão. Este irmão aceitou a verdade logo que chegamos a Cooranbong. ...

Agora chega-nos a notícia de que nosso amado irmão caiu com febre tifóide. O Sr. Springle é o único homem na vila que sabe alguma coisa sobre o tratamento sem drogas; mas há seis semanas ele foi chamado para atender o Sr. B., que também está com febre tifóide. Ficou com ele noite e dia, e agora voltou ao lar esgotado. Assim não se pode depender dele para tratar o irmão C.

Sara e o irmão J. subiram para ver qual é a situação. Se o

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irmão C. puder movimentar-se, terá de ser trazido ao nosso alcance, mesmo que tenha de ser transportado numa padiola. Não podemos permitir que fique ali e morra, deixando sua mulher e filhos à mercê de quem queira ter misericórdia deles. ...

21 de Março. — Sara voltou com as boas novas de que o irmão C. está bem melhor. Ele foi atingido, mas o Sr. Springelo que pôde visitá-lo, encontrou nele um caso muito diferente do Sr. B. O irmão C. é um amigo da reforma de saúde, e ao ser dado ao seu caso vigoroso tratamento a febre cedeu. Ele está fraco, mas está de pé e vestido, sentindo-se alegre e feliz no Senhor. Sara diz que o milho que ele está cultivando ajudará grandemente no sustento de sua família. Eles possuem um moinho manual, e moem o milho até se tornar bem fino. Disto fazem o seu pão, pois não possuem dinheiro para comprar farinha de trigo. Vamos enviar-lhes alguma farinha. Este é o trabalho que tem sido feito em vários casos. O que temos feito é ajudar as pessoas a se ajudarem.

O irmão C. tem isto nele, de não se permitir depender de outros desde que possa trabalhar. Mas o homem que comprou o seu barco nada lhe pagou ainda, pois não o pôde. G. C. White viu as necessidades do irmão C., e emprestou-lhe oito libras tomadas emprestadas ao nosso ferreiro, para que ele tivesse um pequeno início. E todos estão alegres e mais do que admirados por ver o começo que ele conseguiu. Cerca de doze acres foram preparados e plantados com milho doce e milho do campo. O milho doce eles irão usar para seu alimento, e o outro venderão. Os vegetais que plantaram ajudam em grande parte no sustento da família. Os garotos estão trabalhando com o pai como pequenos agricultores. Estão de tal forma animados e cheios de zelo que é até divertido olhar para eles e ver quão felizes se encontram em seu trabalho. Eles não têm muitas relações além dos de sua própria família, mas estão na melhor escola que poderiam desejar. — Carta 48, de 1899.

Primeiro aos Domésticos da Fé. — Há famílias que perderam a situação que desfrutavam por vinte anos. Um casal teve grande número de filhos dos quais estamos cuidando.

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Estou pagando as despesas escolares de quatro crianças desta família. Vemos muitos casos e precisamos ajudar. São excelentes esses homens que temos ajudado. Possuem grandes famílias, mas são os pobres do Senhor. Um destes homens era marceneiro e fabricante de carruagens, e de rodas e um cavalheiro de ordem superior à vista de Deus, que lê o coração de todos. Durante três anos propiciamos a esta família roupas de nossa própria família. Mudamos a família para Cooranbong. Esperávamos poder ajudá-los a conseguir uma casa neste inverno. Deixei-os ficar em minha tenda, e puseram nela um teto de ferro, e assim têm vivido um ano. Todos amam este homem, sua esposa e filhos. Precisamos ajudá-los. Eles têm um pai e uma mãe que precisam de sua ajuda. Três famílias desta mesma espécie estão no terreno da escola, e oh! se tão-somente tivéssemos dinheiro para ajudá-los a construir uma casa barata de madeira, quão alegres não ficariam! Uso cada centavo que tenho para ajudar esta obra. Mas faz diferença para mim a quem ajudo, se é um pobre sofredor de Deus, que guarda os Seus mandamentos e perde por isto sua posição, ou um blasfemador que calca a pés os mandamentos de Deus. E Deus leva em conta a diferença. Devemos tornar todos esses homens e mulheres coobreiros de Deus. — Carta 45, de 1900.

Ajudamos a Todos que Pudemos. — Na Austrália procuramos fazer tudo que podíamos neste sentido. Estabelecemo-nos em Cooranbong, e ali, onde o povo tem que caminhar quarenta quilômetros de distância em busca de um médico, pagando-lhe ainda vinte e cinco dólares pela visita, ajudamos os enfermos e sofredores como foi possível. Vendo que sabíamos alguma coisa sobre doenças, o povo nos trouxe os seus enfermos, e deles cuidamos. Assim derribamos inteiramente o preconceito neste lugar. ...

O trabalho médico-missionário é a obra pioneira. Deve estar correlacionado com o ministério evangélico. É o evangelho na prática, o evangelho praticamente posto em ação. Sinto-me triste ao ver que o nosso povo não tem apoiado esta obra como devia. ...

Todo o Céu está interessado na obra de aliviar os sofrimentos da humanidade. Satanás está exercitando todos os seus poderes

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para obter o controle sobre a alma e o corpo dos homens. Ele está procurando amarrá-los às rodas do seu carro. Meu coração sentese entristecido ao olhar as igrejas, pois deviam estar associadas de corpo e alma e na prática com o trabalho médico-missionário. — The General Conference Bulletin, 12 de Abril de 1901.

A Sra. White conquistou amplas simpatias em sua vida

Simpatia pela Viúva do Presidente McKinley. — São mais de duas horas e não consigo dormir. Desperto-me muitas vezes a uma hora da madrugada com o coração franqueado em terna simpatia pela atribulada esposa do presidente McKinley. Um foi levado e o outro é deixado. O homem forte em cuja grande afeição ela sempre podia descansar, já não existe. Enquanto estava com saúde, cumprindo os deveres de seu ofício, uma mão aparentemente amiga, mão que o presidente estaria pronto a apertar, se estendeu. Essa mão de Judas sustentava uma pistola e atirou no presidente. Em meio a cenas de vida agradável e de alegria, vieram tristezas, pesares, sofrimento e dor. Como pôde ele praticar esta terrível ação assassina?

Meu coração sente profunda simpatia por aquela que é deixada. Tenho estado a repetir vezes sem conta: Oh! como são insuficientes todas as palavras de simpatia humana! Há milhares que poderiam proferir se possível palavras para aliviar o coração quebrantado, mas não compreendem quão débeis são as palavras para confortar a criatura amargurada, que em sua fraqueza sempre encontrou no esposo um coração humano, cheio de ternura, compaixão e amor. O forte braço humano no qual a frágil esposa sofredora descansava, não existe.

Não desejo que nossa irmã tenha menos saudade do esposo fiel nem menos amor por ele, mas sim que ela agora olhe para o seu melhor Amigo, Aquele cujo amor tem sido manifestado a ela em toda a sua vida. Eu lhe indicaria as palavras de (Isaías 61:1-3): “O Espírito do Senhor Jeová está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para pregar boas novas aos mansos; enviou-Me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a

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abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor, e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo por tristeza, vestido de louvor por espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do Senhor.” — Diário, 1901.

Ministrando a Idosos Veteranos de Guerra. — Tive comigo por algum tempo em Battle Creek, guardados em algum lugar, alguns remanescentes de livros e alguns volumes completos de Sabbath Readings. Por favor, pedi ao irmão Amadon procurar diligentemente tudo isso e enviar-me. ...

Podemos usar os pequenos volumes de Sabbath Readings e outras obras com boa vantagem nos lares dos órfãos e em muitos outros lugares onde esses pequenos livros serão altamente apreciados. Poderíamos usar alguns deles no Lar dos Soldados, em Yontville, onde muitas centenas de soldados velhos recebem cuidados em grandes edíficios governamentais. Estamos dando a esses homens toda atenção possível. Cada dois sábados um grupo das igrejas e do Sanatório de Sta. Helena visitam-nos, para cantar hinos religiosos e falar-lhes. Eles estão interessados nessas reuniões e parecem deleitar-se com tudo que nossos irmãos fazem por eles.

Estamos enviando revistas a esses soldados e temos posto em sua biblioteca exemplares de minhas obras, Parábolas de Jesus e alguns dos meus livros maiores. Muitos desses homens são inteligentes. Nossos irmãos e irmãs estão trabalhando neste campo, e esperamos fazer muito mais pelos soldados do que temos feito até agora. Algumas vezes uma palestra — um breve e direto sermão bíblico — é-lhes apresentado, e eles ouvem com intenso interesse. Os cânticos evangélicos, a oração breve e boa palestra, tomados em conjunto, parecem ser precisamente o que é necessário para o interesse dos velhos. Eles dizem: “Nunca antes tivemos coisas feitas por nós!”

Desejamos conservar livros e folhetos circulando entre esses soldados. Por favor, ajudai-nos quanto puderdes neste setor reunindo alguma coisa para eles lerem — livros, revistas repletas da verdade bíblica. — Carta 96, de 1903.

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Uma carta a crianças sem pai

São José, Califórnia 29 de Junho de 1905

Queridas Crianças:

Preciso escrever-lhes umas poucas linhas. Desejaríamos poder entrar em seu lar e chorar com vocês e com vocês ajoelhar em oração. Não gostaria cada um de vocês de buscar ao Senhor servi-Lo? Vocês poderão ser uma grande bênção para a mamãe, se nada fizerem que lhe entristeça o coração. O Senhor Jesus os receberá se vocês Lhe derem o coração. Façam tudo que poderem para aliviar a mamãe de todo fardo de cuidados.

O Senhor prometeu ser um Pai para os órfãos. Se vocês Lhe derem o coração, Ele lhes dará poder de serem feitos filhos e filhas de Deus. Se as crianças mais velhas aliviarem a mamãe levando-lhe tanto quanto possível os inúmeros fardos, e se tratarem os irmãos menores com bondade, ensinando-os a fazerem o que é direito e a não preocuparem a mamãe, o Senhor os abençoará grandemente.

Dêem o coração ao amante Salvador, e façam somente o que é agradável aos Seus olhos. Não façam nada que magoe a mamãe. Lembrem-se de que o Senhor os ama, e que cada um de vocês pode tornar-se membro da família de Deus. Se vocês forem fiéis aqui, quando Ele vier nas nuvens do Céu, vocês se encontrarão com o papai e serão uma família unida.

Com amor,

Ellen G. White

— Carta 165, de 1905.

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