“Porque qualquer que fizer a vontade de Meu Pai celeste, esse é Meu irmão, irmã e mãe” (v.50). Como um sinal distintivo da Igreja Adventista do Sétimo Dia, a observância do quarto mandamento tem sido alvo de muitas discussões entre as demais denominações cristãs, que defendem a guarda do domingo ignorando o fato de ser esta uma doutrina de origem pagã e que em nenhum lugar na Bíblia encontramos qualquer texto que autorize a mudança do dia de guarda. Desde o Éden, antes mesmo da queda do homem, o Senhor já havia estabelecido o sétimo dia como um memorial da criação, um dia de especial comunhão entre a criatura e o Criador. Um dia de descanso, de santificação e de bênção (Gn.2:1 3). Um dia de caminhar pela natureza e desfrutar dos frutos da terra, de ir à igreja e de fazer o bem a quem precisa, assim como Jesus nos deixou o exemplo, e com plena autoridade aplicou a Si o título de “Senhor do sábado” (v.8), como diz o mandamento: “Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus” (Êx.20:10). O sábado havia se tornado um fardo, onde os líderes religiosos sacrificavam seus próprios irmãos no altar da condenação. Estavam sempre atentos a fim de manter o rígido cumprimento de suas normas sabáticas, esquecendo se que o quarto mandamento “foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc.2:27). “Misericórdia quero e não holocaustos” (v.7) deve ser o princípio norteador de toda a obediência. Quando isto não é praticado, corremos o sério risco de viver uma tradição legalista e farisaica, perdendo de vista o principal objetivo do sábado: a comunhão com o Criador e uns com os outros. A cura do homem da mão ressequida e todas as demais curas realizadas “em dia de sábado” (v.1) ilustram o desejo de Jesus de desfrutarmos de Seu dia especial de restauração e alegria. E isto “é lícito” (v.12), ou seja, está em conformidade com a Lei do Senhor do sábado. Além de ter exemplificado a verdadeira observância do sétimo dia, Jesus também revelou o espírito humilde que deve reger a vida de todo servo de Deus. Ao pedir “que O não expusessem à publicidade” (v.16), Jesus não estava apenas preservando o Seu ministério de maiores perseguições, mas também de se igualar àqueles que O perseguiam. Os escribas e fariseus muito se orgulhavam de seus eloquentes discursos e suas longas orações em lugares públicos. E o sábado havia se tornado o dia oficial para tais apresentações, de modo que o povo comum, principalmente os estrangeiros que habitavam entre eles, sentiam se constrangidos e impelidos a permanecer em suas casas a fim de não incorrer na transgressão de alguma das inúmeras regras judaicas impostas para o sábado. Definitivamente, o sábado não era um dia alegre, mas havia se tornado uma penosa tradição. O Senhor do sábado, Aquele que “fez o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há” (Êx.20:11), também tem o poder de expulsar da vida humana os demônios que a afligem. Mas assim como foi acusado de transgredir a Lei que Ele mesmo estabeleceu na criação e entregou a Moisés no Sinai, também foi acusado de expulsar demônios “pelo poder de Belzebu” (v.24). Com a mesma autoridade e poder com que expulsou o dragão e seus anjos do Céu (Ap.12:9), Jesus libertava os cativos de Satanás “pelo Espírito de Deus” (v.28). Seu ministério consistia em libertar e salvar. O dos escribas e fariseus o de acusar e condenar. É nesse ponto que necessitamos de todo o cuidado e exame pessoal a fim de não incorrermos no pecado da “blasfêmia contra o Espírito” e nem em “falar contra o Espírito Santo” (v.31, 32). O pecado contra o Espírito Santo consiste em ter o coração endurecido de tal maneira a apontar as obras de Deus como se fossem obras do Maligno e a tomar uma distância tão grande do Senhor a ponto de não mais ouvir a voz do Espírito. E se não conseguimos ouvir “o que o Espírito diz às igrejas” (Ap.3:22), como, pois, haverá arrependimento e necessidade de um Salvador que redime? Em um mundo materialista onde coisas valem mais do que pessoas, estamos sendo sacudidos por um vírus mortal que tem despertado muitos a rever os seus conceitos. E são estes que estão caindo em si, que, olhando para Jesus encontram nEle a verdadeira liberdade e o prazer que há na obediência motivada pelo amor. Desta forma, o sábado torna se um dia de alegria e de esperança, e as obras do Espírito são reconhecidas e aceitas. Jesus nos convida a experimentarmos tal comunhão diária com Ele de modo que nossa boca manifeste que nosso coração está cheio do Seu Espírito. E Ele nos deixou um sinal semanal de Sua bondade e amor: “Também lhes dei os Meus sábados, para servirem de sinal entre Mim e eles, para que soubessem que Eu sou o Senhor que os santifica” (Ez.20:12). Que seja feita a vontade do Pai celeste em nossa vida (v.50), e faremos parte da família de Jesus, que muito em breve estará para sempre adorando o Senhor “de um sábado a outro” (Is.66:23). Vigiemos e oremos! Bom dia, família de Jesus! Rosana Garcia Barros