“Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (v.13). Esta pequena carta de Paulo aos colossenses explana diversos temas, mas todos eles convergem a um único propósito: engrandecer a pessoa de Jesus Cristo. Como um homem de fé e oração, Paulo acreditava que Deus, em Sua infinita misericórdia, lhe inspirava a escrever de forma bem assertiva a fim de alcançar o objetivo desejado, conforme a necessidade (ou as necessidades) de cada comunidade cristã. Suas orações eram sempre dirigidas com ações de graças e súplicas com pedidos sinceros pelo crescimento e aperfeiçoamento da fé de seus irmãos. O “pleno conhecimento” (v.9, 10) de Deus e de Sua vontade deveria ser o alvo espiritual das igrejas de Cristo, “advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (v.28). Mesmo não conhecendo pessoalmente a igreja de Colossos, Paulo descreveu a sua “fé em Cristo” (v.4) por intermédio do relato de Epafras, “fiel ministro de Cristo” (v.7). As boas novas de salvação através da “palavra da verdade do evangelho” (v.5) estavam “produzindo fruto e crescendo” (v.6), mas a oração de Paulo e sua abordagem revelam a maior necessidade daquela igreja: o “pleno conhecimento de Deus” (v.10), por meio da vida e da obra de Cristo. Paulo exaltou a pessoa de Jesus e O apresentou como Rei dos reis (v.13), Redentor (v.14), “Imagem do Deus invisível” (v.15), Criador (v.16), Eterno (v.17), Cabeça da igreja, Princípio, “Primogênito de entre os mortos” (v.18), Plenitude de Deus (v.19). Ou seja, Jesus Cristo é Deus. Esta verdade precisava ser reavivada e confirmada no coração dos colossenses dia após dia. Os sofrimentos de Paulo por esta igreja eram causados pelos falsos ensinos que a estavam contaminando, justamente pela ausência de um relacionamento sólido e constante com Cristo. Jesus mesmo disse quando orou por nós: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste” (Jo.17:3). Conhecer Jesus não se trata de uma apresentação formal e nem se resume a um único encontro. Conhecer Jesus é experimentá Lo todos os dias; é um relacionamento diário e crescente. Cada dia nos é dada a oportunidade de conhecê Lo mais, através de uma vida de comunhão. A “palavra da verdade do evangelho” (v.5) está à nossa disposição a fim de não apenas nos oferecer informações, mas é a voz de Deus aos nossos corações falando “da esperança que [nos] está preservada nos céus” (v.5). Paulo tornou se um ministro do evangelho justamente porque o seu encontro com Jesus não ficou limitado à estrada de Damasco. Diariamente, Jesus era uma presença muito real em sua vida, de forma que considerava os sofrimentos como uma “leve e momentânea tribulação [que] produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co.4:17). “Cristo em [nós], a esperança da glória” (v.27), deve ser uma experiência diária. E a todo aquele que se dispõe a Seu serviço, Ele promete: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt.28:20). Precisamos, como Enoque, andar com Deus (Gn.5:24). Jesus precisa fazer parte do nosso dia a dia e o estudo diário das Escrituras e a oração nos proporcionam isso. O ensino da Bíblia tem o poder de transformar vidas, a fim de que nos tornemos perfeitos em Cristo (v.28). John Wesley certa feita afirmou: “Dai me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo”. Essa é uma verdade que faz todo o sentido quando lembramos do apóstolo Paulo e dos poucos cristãos primitivos, que debaixo de duras cargas, pregaram o evangelho “a toda criatura debaixo do céu” (v.23). Ou seja, o mundo antigo foi abalado pelas verdades das Escrituras. Chegada é a hora desta geração ser abalada com o “pleno conhecimento de Deus” (v.10) através dos verdadeiros adoradores do Deus vivo. Homens e mulheres que, cheios do Espírito Santo, revelarão por preceito e por exemplo que, à semelhança de Enoque, andam com Deus; que, guiados pelas preciosas verdades do evangelho de Cristo, manterão firmes seus princípios. Um conhecimento superficial da Bíblia não é apenas saber pouco, mas também é saber muito e não vivê la. Ellen White escreveu: “Sem a iluminação do Espírito, os homens não estarão aptos para distinguir a verdade do erro, e serão presa das tentações sutis de Satanás.” (Parábolas de Jesus, CPB, p.408). Só estaremos seguros contra os enganos do Maligno, se as verdades do Senhor estiverem alicerçadas em nosso coração pelo Espírito Santo. E essa obra deve ser diária, pois “o nosso homem interior se renova de dia em dia” (2Co.4:16). Que façamos parte do último exército de Deus, que diariamente marcha resoluto “para o reino do Filho do Seu amor” (v.13). Vigiemos e oremos! Feliz semana, amigos de Jesus! Rosana Garcia Barros