“Sucedeu, porém, que, depois, sentiu Davi bater lhe o coração, por ter cortado a orla do manto de Saul” (v.5). Um tempo de terrível angústia se abateu sobre Davi e seu pequeno exército. Nas profundezas das cavernas encontravam lugar de refúgio da fúria e insistente perseguição de Saul. Foi quando o rei estava sozinho em um desses lugares que aqueles homens enxergaram a oportunidade de matar o seu algoz. Davi, porém, os conteve e, cortando furtivamente “a orla do manto de Saul” (v.4), obteve a prova de que não pretendia tirar a vida do “ungido do Senhor” (v.6). Aquela atitude, porém, causou um grande aperto no coração de Davi, que, arrependido, saiu da caverna a chamar Saul. De longe, o rei avistou a sua “caça” fazendo lhe “reverência, com o rosto em terra” (v.8). E comprovado que Davi lhe havia poupado a vida, “chorou Saul em voz alta” (v.16), proferindo palavras de aprovação que devem ter consolado grandemente o coração do aflito fugitivo. Diante de inimigos e de perseguidores, precisamos confiar, como Davi, na justiça divina: “Seja o Senhor o meu juiz, e julgue entre mim e ti, e veja, e pleiteie a minha causa, e me faça justiça, e me livre da tua mão” (v.15). Notem que mesmo diante das lágrimas e da confissão de Saul, a prudência não permitiu que Davi se achegasse a ele. Davi sabia que a sua luta não era contra Saul, mas contra o espírito maligno que atormentava o rei de Israel. E manter uma distância segura era o melhor a se fazer. Tentando provar sua bondade, Davi fez algo que lhe doeu no coração. Por vezes, não sabemos ao certo como lidar com situações adversas, e acabamos tomando atitudes que, depois, nos abatem o coração. Mas Deus, em Sua infinita misericórdia, pode transformar os nossos impulsos em oportunidades de reconciliação. Confie na justiça do Senhor e siga o exemplo de Cristo fazendo sempre o bem aos seus inimigos, ainda que não aconteça o retorno desejado. Vigiemos e oremos! Feliz sábado, homens e mulheres segundo o coração de Deus! Rosana Garcia Barros