- Profetas e Reis V. Na Terra dos Pagãos
Na Cova dos Leões
Capítulo: 043 044045
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Céu. Ele não procurou ocultar o seu ato. Embora soubesse muito bem quais as conseqüências de sua fidelidade a Deus, seu espírito não vacilou. Ante os que estavam tramando a sua ruína, ele não permitira sequer a aparência de que sua ligação com o Céu estava interrompida. Em todos os casos onde o rei tivesse o direito de ordenar, Daniel obedeceria; mas nem o rei nem o seu decreto poderiam fazê-lo desviar-se de sua obediência ao Rei dos reis.
Assim ousada, embora quieta e humildemente, o profeta declarou que nenhum poder terreno tem o direito de interpor-se entre a alma e Deus. Cercado por idólatras, ele era uma fiel testemunha desta verdade. Seu inquebrantável apego ao direito era uma brilhante luz nas trevas morais dessa corte pagã. Daniel está perante o mundo hoje como um digno exemplo do destemor e fidelidade cristãos.
Durante todo um dia os príncipes observaram Daniel. Três vezes viram-no dirigir-se ao seu aposento, e três vezes ouviram sua voz erguer-se em fervente intercessão a Deus. Na manhã seguinte fizeram sua denúncia perante o rei. Daniel, seu mais honrado e fiel estadista, tinha votado ao desprezo o decreto real. "Porventura não assinaste o edito", lembraram-lhe, "pelo qual todo o homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou qualquer homem, por espaço de trinta dias, e não a ti, ó rei, seria lançado na cova dos leões?"
"Esta palavra é certa", respondeu o rei, "conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar".
Exultantemente informaram eles agora a Dario da conduta do seu mais acatado conselheiro. "Daniel, que é dos transportados de Judá", exclamaram, "não tem