- Profetas e Reis III. Um Pregador de Justiça
O Chamado de Isaías
Capítulo: 024 025026
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reprovação da parte de Deus, durante o último ano do reinado de Uzias. Ele bem sabia que haveria de encontrar obstinada resistência. Considerando sua própria incapacidade para enfrentar a situação, e tomando em conta a obstinação e incredulidade do povo para quem ia trabalhar, sua tarefa pareceu-lhe inexeqüível. Devia ele em desespero renunciar a sua missão, deixando Judá entregue a sua idolatria? Deviam os deuses de Nínive reger a terra em desafio ao Deus do Céu?
Tais eram os pensamentos que fervilhavam na mente de Isaías ao estar sob o pórtico do templo. Subitamente, pareceu-lhe que o portal e o véu interior do templo eram levantados ou afastados, e foi-lhe permitido olhar para dentro, sobre o santo dos santos, onde nem mesmo os pés do profeta podiam entrar. Ali surgiu ante ele a visão de Jeová assentado em Seu trono alto e sublime, enquanto o séquito de Sua glória enchia o templo. De cada lado do trono pairavam serafins, as faces veladas em adoração, enquanto ministravam perante seu Criador, e se uniam em solene invocação: "Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda a Terra está cheia da Sua glória" (Isa. 6:3), de maneira que a coluna, o pilar e a porta de cedro pareciam sacudidos com o som, e a casa se encheu com seu tributo de louvor.
Contemplando Isaías esta revelação da glória e majestade de seu Senhor, sentiu-se oprimido com o senso da pureza e santidade de Deus. Quão saliente o contraste entre a incomparável perfeição de seu Criador, e a conduta pecaminosa dos que, como ele, havia muito foram contados entre o povo escolhido de Israel e Judá "Ai de mim", exclamou, "que vou perecendo porque eu sou um homem de