- Patriarcas e Profetas VII. O Reino Unido
O Primeiro Rei de Israel
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oculta no coração dos homens. Foi a santidade de Cristo que suscitou contra Ele as mais cruéis paixões dos que com um coração falso professavam a piedade. Cristo não veio com a opulência e honras da Terra; contudo as obras que realizava mostravam possuir Ele poder maior do que de qualquer príncipe humano. Os judeus esperavam que o Messias viesse a quebrar o jugo do opressor; todavia, acariciavam os pecados que lhes haviam ligado esse jugo ao pescoço. Houvesse Cristo encoberto os pecados deles e aplaudido a sua piedade, e O teriam aceito como seu rei; mas não quiseram suportar Sua destemida repreensão aos seus vícios. A beleza de um caráter em que a benevolência, a pureza e a santidade reinavam supremas, que não alimentava ódio a não ser ao pecado, eles a desprezaram. Assim tem sido em todas as épocas do mundo. A luz do Céu traz condenação sobre todos os que se recusam a andar nela. Quando repreendidos pelo exemplo daqueles que odeiam ao pecado, tornam-se os hipócritas, agentes de Satanás para afligir e perseguir os fiéis. "Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições." II Tim. 3:12.
Se bem que tivesse sido predita na profecia a forma de governo monárquica para Israel, Deus Se reservara o direito de lhes escolher o rei. Os hebreus respeitaram a autoridade de Deus até ao ponto de deixarem a seleção inteiramente com Ele. A escolha recaiu sobre Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim.
As qualidades pessoais do futuro líder eram de maneira que satisfaziam aquele orgulho íntimo que inspira o desejo de terem um rei. "Entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele." I Sam. 9:2. De porte nobre e digno, na flor da idade, garboso e alto, tinha ele a aparência de alguém que nascera para governar. No entanto, com tais atrações externas, Saul era desprovido daquelas qualidades mais elevadas que constituem a verdadeira sabedoria. Não tinha aprendido em sua mocidade a dominar suas paixões temerárias e impetuosas; nunca sentira o poder renovador da graça divina.
Saul era filho de um poderoso e rico chefe; todavia em conformidade com a simplicidade daqueles tempos, estava empenhado com seu pai nos humildes deveres de lavrador. Tendo-se alguns dos animais de seu pai extraviado nas montanhas, Saul foi com um servo à busca deles. Durante três dias fizeram infrutíferas buscas, quando, não estando eles longe de Ramá, a residência de Samuel, o servo propôs que indagassem