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Patriarcas e Profetas
LivrosAutor: Ellen White
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Investido divinamente com a tríplice função de juiz, profeta e sacerdote, trabalhara ele com incansável e desinteressado zelo pelo bem-estar de seu povo, e a nação prosperara sob sua sábia administração. A ordem havia sido restabelecida, promovida a piedade, e o espírito de descontentamento impedido durante aquele tempo. Mas, com o avançar dos anos, o profeta foi obrigado a repartir com outros os cuidados do governo, e ele designou seus dois filhos para agirem como seus auxiliares. Enquanto Samuel continuava com os deveres de seu ofício em Ramá, os moços se localizaram em Berseba para administrarem a justiça entre o povo, próximo da fronteira sul do país.

Foi com inteiro apoio da nação que Samuel designara seus filhos para o ofício; mas eles não se mostraram dignos da escolha de seu pai. Havia o Senhor, por meio de Moisés, dado instruções especiais a Seu povo, a fim de que os príncipes de Israel julgassem retamente, tratassem com justiça da viúva e do órfão, e não recebessem suborno. Mas os filhos de Samuel "se inclinaram à avareza, e tomaram presentes, e perverteram o juízo". Os filhos do profeta não atenderam aos preceitos que ele procurara gravar em suas mentes. Não imitaram a vida pura e abnegada de seu pai. A advertência feita a Eli não exercera sobre a mente de Samuel a influência que deveria ter exercido. Ele fora até certo ponto demasiado condescendente com seus filhos, e o resultado foi visível no caráter e na vida deles.

A injustiça desses juízes causava muito descontentamento, e forneceu-se assim um pretexto para se insistir na mudança que havia muito era secretamente desejada. "Todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos. Constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações." I Sam. 8:3-5. Os casos de abusos praticados entre o povo não foram referidos a Samuel. Houvesse se tornado conhecida dele a má conduta de seus filhos, e ele os teria retirado sem demora; mas isto não era o que os suplicantes desejavam. Samuel viu que o seu objetivo real era o descontentamento e o orgulho, e que seu pedido era o resultado de um propósito deliberado e decidido. Nenhuma queixa fora feita contra Samuel. Todos reconheciam a integridade e sabedoria de sua administração; mas o idoso profeta considerou o pedido como uma censura a si, e um esforço direto para o pôr de parte. Não revelou, entretanto, os seus sentimentos; não

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