- Patriarcas e Profetas V. A Conquista de Canaã
A Divisão de Canaã
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havia aterrorizado os espias, e por meio destes destruíra a coragem de todo o Israel. Este lugar, de preferência a todos os outros, foi o que Calebe, confiando na força de Deus, escolheu para sua herança.
"Eis que o Senhor me conservou em vida", disse ele; "quarenta e cinco anos há agora, desde que o Senhor falou esta palavra a Moisés. … E agora eis que já hoje sou de idade de oitenta e cinco anos. E ainda estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; qual a minha força então era, tal é agora a minha força, para a guerra, e para sair e para entrar. Agora pois dá-me este monte de que o Senhor falou aquele dia; pois naquele dia tu ouviste que os enaquins estão ali, grandes e fortes cidades há ali. Porventura o Senhor será comigo para os expelir, como o Senhor disse." Este pedido foi apoiado pelos principais homens de Judá. O próprio Calebe, sendo um dos indicados daquela tribo para repartir a terra, escolhera esses homens para que a ele se unissem ao apresentar seu pedido, para que não houvesse a aparência de ter ele empregado sua autoridade para proveito próprio.
Seu pedido foi imediatamente satisfeito. A ninguém poderia a conquista daquela gigantesca fortaleza ser com mais segurança confiada. "Josué o abençoou, e deu a Calebe, filho de Jefoné, Hebrom em herança", "porquanto perserverara em seguir ao Senhor Deus de Israel." A fé de Calebe era agora precisamente o que fora quando seu testemunho havia contradito o mau relato dos espias. Acreditara na promessa de Deus de que Ele poria Seu povo na posse de Canaã, e nisto seguira inteiramente ao Senhor. Suportara juntamente com Seu povo a longa peregrinação no deserto, participando assim dos desapontamentos e trabalhos dos culpados; não apresentou contudo queixa contra isto, mas exaltou a misericórdia de Deus que o preservara em vida no deserto, quando foram eliminados seus irmãos. Entre todas as agruras, perigos e pragas, nas vagueações pelo deserto, e durante os anos de guerra desde que entraram em Canaã, preservara-o o Senhor; e agora, passados os oitenta anos, não se encontrava abatido o seu vigor. Ele não pedia para si uma terra já conquistada, mas o lugar que mais do que todos, os outros espias haviam julgado impossível subjugar. Com a ajuda de Deus ele arrancaria essa fortaleza daqueles mesmos gigantes, cujo poder fizera abalar a fé de Israel. Não foi o desejo de honras ou engrandecimento próprio que determinou o pedido de Calebe. O bravo e velho guerreiro