- Patriarcas e Profetas IV. A Longa Jornada
A Rebelião de Coré
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pela comodidade. Os homens que pereceram haviam proferido palavras lisonjeiras, e dito possuir grande interesse e amor por eles; e o povo concluiu que Coré e seus companheiros deviam ter sido bons homens, e que Moisés por algum meio fora a causa de sua destruição.
Dificilmente poderão os homens cometer maior insulto a Deus do que desprezar e rejeitar os instrumentos que deseja usar para a salvação deles. Os israelitas não somente fizeram isto, mas propuseram-se a matar Moisés e Arão. Não compreendiam, entretanto, a necessidade de buscar o perdão de Deus, pelo seu enorme pecado. Aquela noite de prova não foi passada em arrependimento e confissões, mas à procura de algum meio para resistir às evidências que lhes mostravam serem os maiores pecadores. Alimentavam ódio contra os homens que haviam sido por Deus designados, e uniram-se a fim de resistirem à autoridade dos mesmos. Satanás estava a postos para perverter-lhes o discernimento e levá-los de olhos vendados à destruição.
Todo Israel fugira alarmado ao grito dos pecadores condenados que desceram ao abismo, pois disseram: "Para que porventura também nos não trague a terra a nós." "Mas no dia seguinte toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor." E estavam a ponto de fazer violência aos fiéis e abnegados chefes.
Viu-se na nuvem por cima do tabernáculo uma manifestação da glória divina, e uma voz da nuvem falou a Moisés e Arão: "Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei como num momento." Núm. 16:34, 41 e 45.
A culpa do pecado não recaía sobre Moisés, e portanto ele não receou, e não se apressou em retirar-se e deixar a congregação para que perecesse. Moisés demorou-se, manifestando neste terrível momento crítico o interesse do verdadeiro pastor pelo rebanho ao seu cuidado. Advogou para que a ira de Deus não destruísse inteiramente o povo de Sua escolha. Pela sua intercessão deteve o braço da vingança, para que o rebelde e desobediente Israel não tivesse um fim total.
Mas o ministrador da ira saíra; a praga estava a fazer a sua obra de morte. Por determinação de seu irmão, Arão tomou um incensário, e foi apressadamente ao meio da congregação para fazer "expiação por eles". "E estava em pé entre os mortos e os vivos." Núm. 16:48. Enquanto subia o fumo do incenso, as orações de Moisés no tabernáculo ascendiam a Deus; e a praga deteve-se, mas