avatar
Patriarcas e Profetas
LivrosAutor: Ellen White
InstalarEnglish
Os links abaixo estão disponiveis com permissão do Ellen G. White Estate em Silver Spring, Maryland, EUA.

Ler Audio pdf epub mobi EWG CPB

Pág. 272

agora estavam convencidos de que ele se achava opondo-se a um Ser que fez de todas as forças na Natureza ministros de Sua vontade. Os escravos hebreus, tão miraculosamente favorecidos, estavam se tornando confiantes no livramento. Seus maiorais de tarefas não ousavam oprimi-los como até ali haviam feito. Por todo o Egito havia um temor secreto de que a raça escravizada se levantasse e vingasse seus males. Por toda parte homens estavam a indagar, com desalento: o que será depois disto?

Subitamente repousou sobre a terra uma escuridão, tão densa e negra que parecia "trevas que se apalpem". Não somente estava o povo despojado de luz, mas a atmosfera era muito opressiva, de maneira que a respiração era difícil. "Não viu um ao outro, e ninguém se levantou do seu lugar por três dias; mas todos os filhos de Israel tinham luz em suas habitações." O Sol e a Lua eram objetos de culto para os egípcios; nestas trevas misteriosas o povo e seus deuses foram de modo semelhante atingidos pelo poder que tomara a Si a causa dos escravos. Contudo, por medonho que tivesse sido, este juízo é uma prova da compaixão de Deus e de Sua indisposição para destruir. Ele dava ao povo tempo para refletir e arrepender-se, antes de trazer sobre eles a última e mais terrível das pragas.

A segunda praga trouxe rãs sobre a terra do Egito. Êxo. 8:6. As rãs eram consideradas sagradas pelos egípcios, e supunha-se que uma de suas divindades, a deusa Heqa, com cabeça de rã, possuía poder criador. Quando as rãs, como resultado da ordem de Moisés, se multiplicaram a tal ponto que encheram o país de um extremo a outro, os egípcios devem ter perguntado por que Heqa estava afligindo os seus fervorosos adoradores, ao invés de protegê-los. Destarte, os egípcios não somente foram punidos pela segunda praga, mas também supuseram estar sendo cobertos de ignomínia por um de seus deuses (Êxo. 9:3), muitos dos quais representavam poderosos deuses no panteão egípcio. Para mencionar apenas alguns, verificamos que o boi Ápis era dedicado a Ptah, o pai de todos os deuses, e a vaca sagrada a Hator, uma das divindades femininas mais amplamente adoradas na região do Nilo; ao passo que o carneiro representava vários deuses, como Khnemu e Amon, de cabeça de carneiro, que foi o principal deus do Egito no período do Novo Império. Por conseguinte, a doença que matou os animais dedicados a suas divindades revelou aos egípcios a inutilidade dos seus deuses na presença do Deus dos desprezados hebreus.O medo finalmente arrancou de Faraó mais uma concessão. No fim do terceiro dia de trevas, chamou Moisés, e consentiu na partida do povo, contanto que se permitisse ficarem os rebanhos e gado. "Nem uma unha ficará", replicou o resoluto hebreu. "Não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá." A ira do rei explodiu desenfreada. "Vai-te de mim", exclamou ele, "guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque no dia em que vires o meu rosto, morrerás."

A resposta foi: "Bem disseste; eu nunca mais verei o teu rosto."

"O varão Moisés era mui grande na terra do Egito, aos olhos dos servos de Faraó, e aos olhos do povo." Moisés era considerado com temor pelos egípcios. O rei não ousava fazer-lhe mal, pois o povo o considerava como o único que tinha poder para remover as pragas. Desejavam que aos israelitas fosse permitido deixar o Egito. Eram o rei e os sacerdotes que se opunham em extremo aos pedidos de Moisés.

Página: 271

Disponível também pela CPB