- Patriarcas e Profetas III. Israel no Egito e o Êxodo
As Pragas do Egito
Capítulo: 022 023024
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Em seu cativeiro tinham os israelitas até certo ponto perdido o conhecimento da lei de Deus, e haviam-se afastado de seus preceitos. O sábado tinha sido geralmente desrespeitado, e as cobranças dos maiorais de tarefas tornaram sua observância aparentemente impossível. Mas Moisés mostrara a seu povo que a obediência a Deus era a primeira condição de livramento; e os esforços feitos para restaurar a observância do sábado vieram a ser notados pelos seus opressores.
O rei, inteiramente desperto, suspeitou dos israelitas o intuito de se revoltarem de seu serviço. O descontentamento era o resultado da ociosidade; ele faria com que nenhum tempo lhes fosse deixado para se formularem planos perigosos. E imediatamente adotou medidas para cerrar os seus vínculos e aniquilar o seu espírito independente. No mesmo dia foram expedidas ordens que tornassem seu trabalho ainda mais cruel e opressivo. O material de construção mais comum naquele país era o tijolo cozido ao sol; dele eram feitas as paredes dos mais belos edifícios, e então forradas com pedra; e a manufatura do tijolo empregava grande número de escravos. Sendo palha cortada misturada com barro, a fim de o segurar, grandes quantidades de palha eram necessárias para este trabalho; o rei determinou então que não mais se fornecesse palha; os trabalhadores deviam procurá-la por si mesmos, sendo-lhes, porém, exigida a mesma quantidade de tijolo.
Esta ordem produziu grande aflição entre os israelitas, por toda a terra. Os maiorais de tarefa egípcios tinham indicado oficiais hebreus para fiscalizar o trabalho do povo, e estes oficiais eram responsáveis pelo trabalho efetuado pelos que estavam sob o seu encargo. Quando o mandado do rei entrou em vigor, o povo espalhou-se por toda a terra, a colher restolho em lugar de palha; mas acharam impossível fazer a quantidade usual de trabalho. Por este malogro os oficiais hebreus foram cruelmente espancados.
Estes oficiais supuseram que sua opressão vinha dos seus maiorais de tarefas, e não do próprio rei; e a ele foram com seus pesares. Sua representação foi defrontada por Faraó, com sarcasmo: "Vós sois ociosos; vós sois ociosos; por isso dizeis: Vamos, sacrifiquemos ao Senhor." Ordenou-se-lhes que voltassem ao trabalho, com a declaração de que seus encargos em caso algum deveriam ser aliviados. Voltando, encontraram Moisés e Arão, e exclamaram a eles: "O Senhor atente sobre nós, e julgue isso, porquanto fizestes o nosso cheiro repelente diante de Faraó, e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos, para nos matar." Êxo. 5:17 e 21.