- Patriarcas e Profetas II. Os Patriarcas e a Promessa
Fuga e Exílio de Jacó
Capítulo: 016 017018
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energia para dirigir negócios e adquirir gado ou terras, receava-se que sua vida se mostrasse inútil. Mas tomava-se providência para provar aqueles que nada tinham para pagar por uma esposa. Permitia-se-lhes trabalhar para o pai, cuja filha amavam, sendo a duração do tempo determinada pelo valor do dote exigido. Quando o pretendente era fiel em seu trabalho, e provava ser digno em outros sentidos, obtinha a filha como esposa; e geralmente o dote que o pai recebera era dado a ela por ocasião do casamento. Tanto no caso de Raquel como no de Léia, reteve entretanto Labão, egoistamente, o dote que lhes teria sido dado; referiram-se a isto quando disseram, precisamente antes da mudança de Mesopotâmia: "Vendeu-nos, e comeu todo o nosso dinheiro." Gên. 31:15.
O antigo costume, se bem que algumas vezes do mesmo se abusasse, assim como o fizera Labão, produzia bons resultados. Quando se exigia do pretendente prestar serviços, a fim de obter a sua noiva, evitava-se um casamento precipitado, e havia oportunidade de provar-se a profundidade de seu afeto, bem como sua habilidade para prover as necessidades de uma família. Em nossos tempos, muitos males resultam de seguir uma conduta oposta. Freqüentemente dá-se o caso que pessoas, antes do casamento, têm pouca oportunidade de se familiarizarem com os hábitos e disposições uma da outra, e, quanto ao que se refere à vida diária, são virtualmente estranhas quando no altar unem os seus interesses. Muitos acham, demasiado tarde, que não se adaptam um ao outro, e a desgraça por toda a vida é o resultado de sua união. Freqüentes vezes a esposa e os filhos sofrem pela indolência e inépcia, ou pelos hábitos viciosos do marido e pai. Se o caráter do pretendente houvesse sido provado antes do casamento, conforme o antigo costume, poder-se-ia ter evitado grande infelicidade.
Sete anos de serviço fiel Jacó prestou em atenção a Raquel, e os anos que ele serviu "foram aos seus olhos como poucos dias, pelo muito que a amava". Gên. 29:20. Mas o egoísta e ganancioso Labão, desejando reter um auxiliar tão valioso, praticou um cruel engano substituindo Raquel por Léia. O fato de que a própria Léia fez parte da trapaça, fez Jacó pressentir que a não poderia amar. Sua censura feita com indignação a Labão foi defrontada com o oferecimento de Raquel por outros sete anos de trabalho. Insistia, porém, o pai que Léia não fosse despedida, visto que isto acarretaria ignomínia à família. Jacó foi posto assim em uma posição mui dolorosa e probante; decidiu-se finalmente a conservar Léia e