- Patriarcas e Profetas II. Os Patriarcas e a Promessa
A Prova da Fé
Capítulo: 012 013014
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Abraão aceitara sem pôr em dúvida a promessa de um filho, mas não esperou que Deus cumprisse a palavra no tempo e maneira que Ele o entendia. Foi permitida uma demora para provar sua fé no poder de Deus; mas ele não pôde suportar a prova. Achando impossível que lhe fosse dado um filho em sua avançada idade, Sara sugeriu, como um plano pelo qual o propósito divino poderia cumprir-se, que uma de suas servas fosse tomada por Abraão como segunda mulher. A poligamia se tornara tão espalhada que deixara de ser considerada como pecado; mas nem por isso deixava de ser uma violação da lei de Deus, e era de resultado fatal à santidade e paz na relação da família. Do casamento de Abraão com Hagar resultaram males, não somente para a sua própria casa, mas para as gerações futuras.
Lisonjeada pela honra de sua nova posição como esposa de Abraão, e esperando ser a mãe da grande nação que dele descenderia, Hagar se tornou orgulhosa, jactanciosa, e tratou sua senhora com desprezo. Ciúmes recíprocos perturbavam a paz do lar que fora feliz. Obrigado a escutar as queixas de ambas, Abraão inutilmente se esforçou por estabelecer de novo a harmonia. Se bem que fosse pelos rogos encarecidos de Sara que ele desposara Hagar, ela o censurava agora como o faltoso. Desejava banir sua rival; mas Abraão recusou-se a consentir nisto; pois Hagar seria mãe de seu filho, como ele ansiosamente esperava, o filho da promessa. Ela era serva de Sara, contudo; e ele a deixou ainda sob o domínio de sua senhora. O espírito altivo de Hagar não tolerava a aspereza que sua própria insolência provocara. "E afligiu-a Sarai, e ela fugiu da sua face." Gên. 16:6-13.
Hagar se encaminhou para o deserto, e, quando repousava ao lado de uma fonte, sozinha e sem amigos, apareceu-lhe um anjo do Senhor, sob a forma humana. Dirigindo-se a ela como "Hagar, serva de Sarai" (Gên. 16:8), para a fazer lembrar de sua posição e deveres,