- Filhas de Deus
Mulheres notáveis no antigo testamento
Capítulo: 001 002003
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fora de sua tenda, foi-lhe dito que olhasse para as incontáveis estrelas a resplandecer nos céus; e, fazendo ele isto, foram proferidas estas palavras: “Assim será a tua semente”. Gênesis 15:5. “Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça”. Romanos 4:3. ...
Abraão aceitara sem pôr em dúvida a promessa de um filho, mas não esperou que Deus cumprisse a palavra no tempo e maneira que Ele o entendia. Foi permitida uma demora para provar sua fé no poder de Deus; mas ele não pôde suportar a prova. Achando impossível que lhe fosse dado um filho em sua avançada idade, Sara sugeriu, como um plano pelo qual o propósito divino poderia cumprir-se, que uma de suas servas fosse tomada por Abraão como segunda mulher. A poligamia se tornara tão espalhada que deixara de ser considerada como pecado; mas nem por isso deixava de ser uma violação da lei de Deus, e era de resultado fatal à santidade e paz na relação da família. Do casamento de Abraão com Hagar resultaram males, não somente para a sua própria casa, mas para as gerações futuras. ...
Quando Abraão tinha quase cem anos de idade, a promessa de um filho foi-lhe repetida, com a informação de que o futuro herdeiro seria filho de Sara. Mas Abraão ainda não compreendeu a promessa. Sua mente de pronto volveu para Ismael, apegando-se à crença de que por meio dele os propósitos graciosos de Deus deveriam cumprir-se. Em sua afeição para com o filho, exclamou: “Oxalá que viva Ismael diante de Teu rosto”. Gênesis 17:18-20. De novo foi feita a promessa, com palavras que não poderiam ser mal-compreendidas: “Na verdade, Sara tua mulher te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei o Meu concerto.” ...
O nascimento de Isaque, trazendo a realização de suas mais caras esperanças, após uma espera da duração de uma vida, encheu de alegria as tendas de Abraão e Sara. ...
A instrução proporcionada a Abraão, no tocante à santidade da relação matrimonial, deve ser uma lição para todos os tempos. Declara que os direitos e a felicidade desta relação devem ser cuidadosamente zelados, mesmo com grande sacrifício. Sara era a única esposa legítima de Abraão. Seus direitos como esposa e mãe, nenhuma outra pessoa tinha a prerrogativa de partilhar. Reverenciava seu marido, e nisto é apresentada no Novo Testamento como um digno exemplo. Mas não queria que as afeições de Abraão fossem dadas a outra; e o Senhor não a reprovou por exigir o banimento de sua rival. Tanto Abraão como Sara não confiaram no poder de Deus, e foi este erro que determinou o casamento com Hagar.
Deus havia chamado Abraão para ser o pai dos fiéis, e sua vida devia ser um exemplo de fé para as gerações subseqüentes. Mas sua fé não tinha sido perfeita. Mostrara falta de confiança em Deus, ocultando o fato de que Sara era sua esposa, e novamente com o seu casamento com Hagar. — Patriarcas e Profetas, 125-127, 130, 132, 136, 137, 145-147.