- O Desejado de Todas as Nações VIII. O Crucificado
Na Sala de Julgamento de Pilatos
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judaica da teocracia. Rejeitara a Deus como rei. Não tinha, daí em diante, mais libertador. Não tinha rei senão o César. A isso os sacerdotes e doutores levaram o povo. Por isso, bem como pelos terríveis resultados que se seguiram, eram eles responsáveis. O pecado de uma nação e sua ruína, eram devidos aos guias religiosos.
"Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste Justo: considerai isso." Mat. 27:24. Com temor e um sentimento de condenação própria, olhou Pilatos ao Salvador. No vasto oceano de rostos levantados, unicamente o Seu estava sereno. Parecia brilhar-Lhe em torno da cabeça uma suave luz. Pilatos disse consigo mesmo: Ele é um Deus. Virando-se para a multidão, declarou: Estou limpo de Seu sangue. Tomai-O vós e crucificai-O. Mas notai isto, sacerdotes e príncipes: Eu O declaro justo. Que Aquele que Ele diz ser Seu Pai vos julgue a vós e não a mim pela obra deste dia. Depois, para Jesus: Perdoa-me esta ação; não Te posso salvar. E fazendo açoitá-Lo, entregou-O para ser crucificado.
Pilatos anelava libertar a Jesus. Viu, porém, que não podia fazer isso e conservar ainda sua posição e honra. De preferência a perder seu poder no mundo, escolheu sacrificar uma vida inocente. Quantos há que, para escapar a um prejuízo ou sofrimento, de igual modo sacrificam o princípio! A consciência e o dever apontam um caminho, e o interesse egoísta indica outro. A corrente dirige-se vigorosamente para o lado errado, e aquele que transige com o mal é arrebatado para a espessa treva da culpa.
Pilatos cedeu às exigências da turba. A arriscar sua posição, preferiu entregar Jesus para ser crucificado. A despeito de suas precauções, porém, exatamente o que temia lhe sobreveio mais tarde. Tiraram-lhe as honras, apearam-no de seu alto posto e, aguilhoado pelo remorso e o orgulho ferido, pôs termo à própria vida não muito depois da crucifixão de Cristo. Assim todos quantos transigem com o pecado só conseguirão tristeza e ruína. "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte." Prov. 14:12.
Quando Pilatos se declarou inocente do sangue de Cristo, Caifás respondeu desafiadoramente: "O Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos." Mat. 27:25. As tremendas palavras foram repetidas pelos sacerdotes e príncipes; e ecoadas pela turba, num bramir não humano de vozes. Toda a multidão respondeu, dizendo: "Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos."
O povo de Israel fizera sua escolha. Apontando a Jesus,