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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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de arrependimento. Mas quando saiu da presença de seu Senhor e de seus condiscípulos, fora tomada a decisão final. Ultrapassara os termos.

Admirável fora a longanimidade de Jesus no trato para com essa alma tentada. Coisa alguma que pudesse salvar Judas, deixara de ser feita. Depois de ele haver por duas vezes tratado entregar seu Senhor, deu-lhe ainda Jesus oportunidade de arrependimento. Lendo o secreto intento do coração traidor, Cristo lhe deu a última, cabal prova de Sua divindade. Isto foi para o falso discípulo a derradeira chamada ao arrependimento. Não se poupou nenhum apelo que o coração divino-humano de Cristo pudesse fazer. As ondas de misericórdia, repelidas pelo obstinado orgulho, volviam em mais poderoso volume de subjugante amor. Mas se bem que surpreendido e alarmado ante a descoberta de sua culpa, Judas apenas se tornou mais determinado. Da ceia sacramental saiu para completar sua obra de traição.

Ao proferir o ai sobre Judas, Cristo tinha também um desígnio misericordioso para com Seus discípulos. Deu-lhes assim a suprema demonstração de Sua messianidade. "Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu Sou." João 13:19. Houvesse Jesus permanecido em silêncio, em aparente ignorância do que Lhe havia de sobrevir, os discípulos teriam podido pensar que seu Mestre não possuía divina previsão, e se teriam surpreendido, ficando entregues às mãos da turba assassina. Um ano antes Jesus dissera aos discípulos que Ele escolhera doze, e que um era diabo. Agora, as palavras a Judas, mostrando que sua traição era plenamente conhecida por seu Mestre, fortaleceria a fé dos verdadeiros seguidores de Cristo durante Sua humilhação. E quando Judas chegasse ao seu terrível fim, lembrar-se-iam do ai que Jesus proferira sobre o traidor.

E o Salvador tinha ainda outro intuito. Não privara de Seu ministério àquele que sabia ser um traidor. Os discípulos não haviam entendido Suas palavras quando dissera, no lava-pés: "Vós estais limpos, mas não todos" (João 13:10), nem mesmo quando, à mesa, declarara: "O que come o pão comigo, levantou contra Mim o seu calcanhar." João 13:11 e 18. Mais tarde, porém, quando o sentido disso ficasse claro, eles teriam motivo para considerar a paciência e misericórdia de Deus para com o que mais gravemente pecara.

Se bem que Jesus conhecesse Judas desde o princípio, lavou-lhe os pés. E o traidor teve o privilégio de unir-se com Cristo na participação do sacramento. Um longânimo Salvador empregou todo incentivo para o pecador O receber, arrepender-se e ser purificado da contaminação do pecado. Esse exemplo nos é dado a nós. Quando supomos que alguém está em erro e pecado, não

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