- O Desejado de Todas as Nações VI. O Rejeitado
Na Festa dos Tabernáculos
Capítulo: 048 049050
Pág. 451
Os irmãos de Jesus raciocinavam, partindo do motivo egoísta tantas vezes encontrado no coração dos ambiciosos de ostentação. Este espírito era que predominava no mundo. Escandalizavam-se porque, em vez de buscar um trono temporal, Cristo declarava ser o pão da vida. Ficaram decepcionados quando tantos de Seus discípulos O abandonaram. Eles próprios desviaram-se dEle para escapar à cruz de terem de reconhecer o que Suas obras revelam – que era o Enviado de Deus.
"Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o Meu tempo, mas o vosso tempo sempre está pronto. O mundo não vos pode aborrecer, mas ele Me aborrece a Mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más. Subi vós a esta festa; porque ainda o Meu tempo não está cumprido. E, havendo-lhes dito isto, ficou na Galiléia." João 7:6-9. Seus irmãos Lhe haviam falado em tom de autoridade, ditando o caminho que devia seguir. Ele lhes devolveu a censura, classificando-os, não com Seus abnegados discípulos, mas com o mundo. "O mundo não vos pode aborrecer", disse Ele, "mas ele Me aborrece a Mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más." João 7:7. O mundo não aborrece os que se lhe assemelham no espírito; louva-os como seus.
O mundo, para Cristo, não era um lugar de comodidade nem engrandecimento do próprio eu. Ele não estava à espreita da oportunidade de tomar seu poder e glória. O mundo não Lhe oferecia esse prêmio. Era simplesmente o lugar a que Seu Pai O enviara. Ele fora dado pela vida do mundo, para levar a cabo o grande plano da redenção. Estava realizando Sua obra em favor da raça caída. Mas não devia ser presunçoso, nem Se precipitar no perigo, nem apressar a crise. Cada acontecimento em Sua obra tinha sua hora determinada. Cumpria-Lhe esperar pacientemente. Sabia que havia de ser objeto do ódio do mundo; sabia que Sua obra Lhe traria em resultado a morte; mas expor-Se antecipadamente não seria a vontade de Seu Pai.
De Jerusalém, espalhara-se a notícia dos milagres de Cristo por onde quer que os judeus se tivessem dispersado; e se bem que, por muitos meses, houvesse estado ausente das festas, não diminuíra o interesse nEle. De todas as partes do mundo, tinham ido à festa dos tabernáculos na esperança de O ver. No começo da festa, fizeram-se muitas indagações a respeito dEle. Os fariseus e principais esperavam que Ele fosse, na esperança de um ensejo para O condenar. E investigavam, ansiosos: "Onde está Ele?" (João 7:11) mas ninguém o sabia. Era Ele o pensamento predominante em todas as mentes. Por temor dos sacerdotes e principais,