- O Desejado de Todas as Nações II. Os Primeiros Anos
Dias de Luta
Capítulo: 008 009010
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Filho de Deus, era no entanto impotente criança. Criador dos mundos, a Terra era possessão Sua, e todavia cada passo de Sua existência foi assinalado pela pobreza. Possuía dignidade e individualidade inteiramente isentas de orgulho terreno ou presunção; não lutava por grandeza mundana e achava-se contente até na mais humilde posição. Isso irritava os irmãos. Não podiam explicar Sua constante serenidade sob provação e privações. Não sabiam que, por amor de nós, Se tornara pobre, para que "pela Sua pobreza enriquecêssemos". II Cor. 8:9. Não compreendiam melhor o mistério de Sua missão, do que os amigos de Jó entendiam sua humilhação e sofrimentos.
Jesus era malcompreendido dos irmãos, em virtude de não Se assemelhar a eles. Sua norma não era a deles. Olhando aos homens via-os afastados de Deus, sem o poder divino em sua vida. As formas de religião que observavam, não lhes podiam transformar o caráter. Dizimavam a "hortelã, o endro e o cominho", mas omitiam "o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé". Mat. 23:23. O exemplo de Jesus era-lhes contínua irritação. Não aborrecia Ele senão uma coisa no mundo, e isso era o pecado. Não podia testemunhar uma ação injusta, sem uma dor que Lhe não era possível disfarçar. Entre os formalistas, cuja aparência de santidade ocultava o amor do pecado, e um caráter em que o zelo da glória de Deus constituía a suprema preocupação, era flagrante o contraste. Como a vida de Jesus condenasse o mal, encontrava Ele oposição, tanto em casa como fora. Sua abnegação e integridade eram comentadas zombeteiramente. Sua paciência e bondade, classificavam-nas como covardia.
Da amargura que cabe em sorte à humanidade, não houve quinhão que Jesus não provasse. Não faltou quem procurasse lançar sobre Ele desprezo por causa de Seu nascimento, e mesmo na infância teve de enfrentar olhares desdenhosos e ruins murmurações. Houvesse respondido com uma palavra ou olhar impaciente, houvesse cedido aos irmãos em um único ato errado que fosse, e teria fracassado em ser exemplo perfeito. Tivesse admitido haver uma desculpa para o pecado, e Satanás triunfaria, ficando o mundo perdido. Foi por isso que o tentador trabalhou para tornar-Lhe a vida o mais probante possível, a fim de que fosse levado a pecar.
Para cada tentação, porém, tinha uma única resposta: "Está escrito". Raramente censurava qualquer mau procedimento dos irmãos, mas tinha uma palavra de Deus para lhes dirigir. Era