- Atos dos Apóstolos III. O Cristianismo vai aos Confins da Terra
Beréia e Atenas
Capítulo: 022 023024
Pág. 236
terreno deles, contrapondo lógica a lógica, filosofia a filosofia, eloqüência a eloqüência.
Seus oponentes pagãos chamavam-lhe a atenção para a sorte de Sócrates, que, por ser pregador de deuses estranhos, tinha sido condenado à morte; e aconselhavam Paulo a não pôr sua vida em perigo enveredando pelo mesmo caminho. Mas os discursos do apóstolo cativavam a atenção do povo, e sua sabedoria sem afetação impunha-lhes admiração e respeito. Ele não foi posto em silêncio pela Ciência nem pela ironia dos filósofos; e convencendo-se de que ele estava disposto a concluir sua missão entre eles, e, apesar dos riscos, a contar sua história, decidiram ouvi-lo com boa disposição.
Portanto conduziram-no ao Areópago. Este era um dos locais mais sagrados de toda a Atenas, e suas evocações e reminiscências eram tais que o faziam ser considerado com uma supersticiosa reverência que, na mente de alguns, chegava ao terror. Era neste local que os assuntos relacionados com a religião eram muitas vezes considerados cuidadosamente por homens que funcionavam como juízes finais em todas as questões mais importantes, tanto morais como civis.
Ali, afastado do ruído e agitação das ruas apinhadas e do tumulto da discussão promíscua, o apóstolo podia ser ouvido sem interrupção. Ao seu redor reuniram-se poetas, artistas, e filósofos – intelectuais e sábios de Atenas, que a ele assim se dirigiram: "Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos pois saber o que vem a ser isto." Atos 17:19 e 20.