“Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a Terra” (v.45). As cenas finais da vida de Cristo, especialmente as da crucifixão, devem ser cuidadosa e minuciosamente estudadas. Confesso que eu nunca havia feito isso da forma como tenho feito hoje. Garanto a vocês que não há nada neste mundo que possa ser comparado à felicidade e satisfação de ouvir a voz de Deus a me falar: Perceba, filha, o tamanho do Meu amor por você! Aquele que libertou os cativos foi amarrado como um delinquente. Aquele que é o próprio Verbo (Jo.1:1 3) Se calou diante das falsas acusações. Aquele que Se despiu de Suas vestes de glória foi vestido com o manto da vergonha. Aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores teve a Sua fronte perfurada por uma coroa de espinhos. Aquele que trocou a adoração dos anjos para vir a este mundo escuro, foi cuspido, açoitado e escarnecido. Aquele que é o Príncipe da Paz foi crucificado pelos Seus como um perturbador da paz. Mas sabem o que é mais assustador nestes relatos? O fato de que Jesus foi traído e entregue por um de Seus discípulos e que foi perseguido, preso e morto a mando dos líderes religiosos do Seu povo. A atitude de Judas após perceber a grande abominação que havia cometido não foi de arrependimento, mas de remorso (v.3). Se a devolução das moedas tivesse sido acompanhada com a devolução de seu coração a Deus, ele teria encontrado perdão. Mas ao “assinar” sua sentença com um beijo, “traindo sangue inocente” (v.4), entregou a Satanás o controle de suas emoções. Os maiorais dos judeus, então, levaram Jesus diante da presença do governador romano. Apesar de desconhecer as Escrituras, Pilatos teve uma forte percepção acerca de Cristo que aqueles líderes religiosos jamais tiveram. Pensando estar julgando uma causa, ele não fazia ideia de que diante dele estava o justo Juiz. Mas ele conhecia o real motivo das acusações feitas contra Jesus: “Porque sabia que, por inveja, O tinham entregado” (v.18). Em seu desejo de acalmar as multidões e grandemente perturbado pelo sonho de sua esposa, Pilatos viu em Barrabás a solução de sua angústia. Imagino uma forte luta espiritual dentro deste homem. Contudo, a tentativa de transmitir ao povo o encargo de sua função foi frustrada ao ouvir da turba enfurecida o veredito injusto: a absolvição de Barrabás e a condenação de Jesus. E enquanto ele lavava as mãos, contemplava com horror um povo que dizia: “Caia sobre nós o Seu sangue e sobre nossos filhos!” (v.25). Desejo este que se cumpriu quando Jerusalém foi destruída por Roma em 70 d.C. As trevas que cobriram toda a Terra não foram maiores do que as trevas que cobriam o coração dos escarnecedores. A cegueira espiritual lhes impediu de enxergar naquela cruz o seu Resgatador. Fossem seus olhos abertos para contemplar o invisível, e veriam os anjos chorando por não poderem estar no lugar de seu Senhor. E cumprindo se o plano da salvação, ilustrado através do santuário, o Cordeiro de Deus “entregou o espírito” (v.50). Não havendo mais a necessidade das leis em forma de ordenanças (Ef.2:15), ou seja, dos rituais e cerimônias do santuário, “o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo” (v.51). Não precisamos mais sacrificar um animal para a remissão dos nossos pecados, pois o verdadeiro “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo.1:29) já cumpriu o perfeito sacrifício para que todos tenhamos acesso ao Pai através dEle. Amados, o fato de que Jesus foi rejeitado pelos Seus e principalmente por aqueles que se orgulhavam de sua moral religiosa deve ser para nós hoje um grande alerta. Ser moralmente correto e orgulhosamente religioso só faz com que as palavras de Jesus à nossa geração façam ainda mais sentido: “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap.3:17). O certificado de batismo ou as credenciais de líder religioso não equivalem a títulos das moradas do Pai. Deus está à procura de Seus verdadeiros adoradores (Jo.4:23) e está a ponto de vomitar os que têm se recusado a tornar se como crianças (Mt.18:3). Perto está o Senhor de cumprir a Sua derradeira promessa e “Jesus, clamando outra vez com grande voz” (v.50), fará despertar do pó não apenas alguns, mas todos “os mortos em Cristo […] depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts.4:16 17). Assim como a Sua morte foi um evento que abalou céus e terra, a Sua segunda vinda será o maior evento que este mundo já presenciou. Como, pois, podemos estar preparados para este grande Dia? Jesus mesmo já nos deu esta resposta: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste” (Jo.17:3). Prossigamos em conhecer o nosso Salvador e muito em breve O conheceremos face a face. Vigiemos e oremos! Bom dia, verdadeiros adoradores! Rosana Garcia Barros