- Patriarcas e Profetas VI. O Período dos Juízes
Os Primeiros Juízes
Capítulo: 052 053054
Pág. 546
aumentaram grandemente, e se tornaram numerosos e poderosos. Tinham tido sede de vingança; e agora que a mão protetora de Deus se retirara de Israel, chegara a oportunidade. Não somente as tribos ao este do Jordão, mas todo o país sofreu com suas devastações. Os habitantes selvagens e cruéis do deserto, numerosos "como gafanhotos" (Juí. 6:5), vinham como enxame sobre a terra, com seus rebanhos e gado. Como uma praga devoradora, espalhavam-se pelo país, desde o rio Jordão até à planície filistéia. Vinham logo que as searas começavam a amadurecer e ficavam até que os últimos frutos da terra fossem colhidos. Despojavam os campos de seus produtos, e roubavam e maltratavam os habitantes; e então voltavam aos desertos. Assim os israelitas que moravam em território aberto eram obrigados a abandonar suas casas, e a congregar-se nas cidades muradas, a fim de procurar refúgio nas fortalezas, e mesmo a encontrar abrigo nas cavernas e no recesso das rochas, entre as montanhas. Por sete anos continuou esta opressão, e então, como o povo em sua angústia atendesse à reprovação do Senhor, e confessasse seus pecados, Deus levantou de novo um auxiliador para eles.
Gideão era filho de Joás, da tribo de Manassés. A divisão a que esta família pertencia não mantinha posição de destaque, mas a casa de Joás distinguia-se pela coragem e integridade. Quanto a seus valorosos filhos é dito: "Cada um ao parecer, como filhos de um rei." Juí. 8:18. Todos, com exceção de um, haviam tombado nas lutas contra os midianitas, e ele fizera com que seu nome fosse temido pelos invasores. A Gideão veio o chamado divino para libertar seu povo. Estava ocupado na ocasião a trilhar o trigo. Uma pequena quantidade deste cereal fora escondida, e, não ousando ele batê-lo na eira comum, recorrera a um local próximo do lagar; pois, estando ainda longe o tempo do amadurecimento das uvas, pouca observação se dava agora às vinhas. Enquanto Gideão trabalhava em segredo e silêncio, meditava com tristeza na condição de Israel, e considerava como o jugo do opressor poderia ser quebrado de seu povo.
Subitamente o "anjo do Senhor" apareceu, e a ele se dirigiu com estas palavras: "O Senhor é contigo, varão valoroso."
"Ai, Senhor meu", foi a resposta, "se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? e que é feito de todas as Suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o