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Patriarcas e Profetas
LivrosAutor: Ellen White
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momento o pai olhou para o rosto querido do filho; voltou então a tremer. Foi ao lado de Sara, que também estava a dormir. Deveria despertá-la, para que mais uma vez pudesse abraçar o filho? Deveria falar-lhe do mandado de Deus? Anelava aliviar o coração, falando a ela, e partilhar juntamente com ela desta terrível responsabilidade; mas se conteve pelo temor de que o pudesse impedir. Isaque era a alegria e o orgulho dela; sua vida estava ligada a ele, e o amor de mãe poderia recusar-se ao sacrifício.

Finalmente Abraão chamou o filho, falando-lhe da ordem de oferecer sacrifício em uma montanha distante. Isaque tinha freqüentes vezes ido com o pai a adorar em algum dos vários altares que assinalavam suas peregrinações, e esta chamada não provocou surpresa. Fizeram-se rapidamente os preparativos para a viagem. Preparou-se a lenha, puseram-na sobre o jumento, e com dois servos partiram.

Lado a lado, pai e filho viajavam silenciosamente. O patriarca, ponderando seu cruel segredo, não tinha ânimo para falar. Seus pensamentos estavam naquela mãe ufana e extremosa, e considerava o dia em que sozinho deveria voltar a ela. Bem sabia que a faca lhe cortaria o coração, quando tirasse a vida de seu filho.

Aquele dia – o mais comprido que jamais Abraão experimentara – arrastava-se vagarosamente ao seu termo. Enquanto seu filho e os moços dormiam, passou ele a noite em oração, esperando ainda que algum mensageiro celestial pudesse vir dizer que a prova já era suficiente, que o jovem poderia voltar ileso para sua mãe. Nenhum alívio, porém, lhe veio à alma torturada. Outro longo dia, outra noite de humilhação e oração, enquanto a ordem que o deveria deixar desfilhado lhe repercutia sempre no ouvido. Perto estava Satanás para insinuar dúvidas e incredulidade; mas Abraão resistiu a suas sugestões. Quando estavam a ponto de iniciar a viagem do terceiro dia, o patriarca, olhando para o Norte, viu o sinal prometido, uma nuvem de glória pairando sobre o Monte Moriá, e compreendeu que a voz que lhe falara era do Céu.

Mesmo agora não murmurou contra Deus, mas fortaleceu a alma pensando nas provas da bondade e fidelidade do Senhor. Este filho fora dado inesperadamente; e não tinha Aquele que conferira a preciosa dádiva o direito de reclamar o que era Seu? Então a fé repetiu a promessa: "Em Isaque será chamada a tua semente" (Gên. 21:12) – semente numerosa como os grãos de areia na praia. Isaque fora filho de um milagre, e não poderia

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