- O Grande Conflito IV. A Única Salvaguarda
Por que Existe o Sofrimento
Capítulo: 028 029030
Pág. 496
suas falsas pretensões diante dos anjos fiéis. Muito tempo foi ele conservado no Céu. Reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse. Esforços que apenas o amor e a sabedoria infinitos poderiam conceber, foram feitos a fim de convencê-lo de seu erro. O espírito de dissabor nunca dantes fora conhecido no Céu. O próprio Lúcifer não via a princípio para onde estava a encaminhar-se; não compreendia a verdadeira natureza de seus sentimentos. Mas, sendo-lhe demonstrado que seu descontentamento era sem causa, convenceu-se Lúcifer de que estava em erro, de que as reivindicações divinas eram justas, e de que as deveria reconhecer como tais perante todo o Céu. Houvesse ele feito isto, e poderia haver salvo a si mesmo e a muitos anjos. Por esse tempo não havia ainda renunciado completamente a sua fidelidade para com Deus. Posto que houvesse perdido a posição de querubim cobridor, teria sido reintegrado em seu mister, caso houvesse desejado voltar a Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e estivesse satisfeito por preencher o lugar a ele designado no grande plano de Deus. Mas o orgulho o impediu de submeter-se. Persistentemente defendeu seu próprio caminho, sustentando que não havia necessidade de arrependimento, e entregou-se por completo ao grande conflito contra seu Criador.
Todas as faculdades de sua mente superior foram então aplicadas à obra do engano, a fim de conseguir a simpatia dos anjos que tinham estado sob suas ordens. Mesmo o fato de que Cristo o advertira e aconselhara, foi pervertido de maneira a servir a seus desígnios traidores. Àqueles, cuja afetuosa confiança mais intimamente os ligava a ele, Satanás simulou haver sido julgado mal, que sua posição não fora respeitada, e que se queria cercear-lhe a liberdade. Da falsa interpretação das palavras de Cristo, passou à prevaricação e à falsidade direta, acusando o Filho de Deus de intentar humilhá-lo perante os habitantes do Céu. Procurou também criar uma falsa situação entre ele próprio e os anjos fiéis. A todos quantos não pôde subverter e levar completamente para seu lado, acusou-os de indiferença aos interesses dos seres celestiais. A mesma obra que ele próprio