- O Grande Conflito II. Despertam as Nações
A Europa Desperta
Capítulo: 009 010011
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Confirmou-se o que disse o cantor inspirado: "A exposição das Tuas palavras dá luz; dá entendimento aos símplices." Sal. 119:130. O estudo das Escrituras estava operando poderosa mudança no espírito e coração do povo. O governo papal colocara sobre os seus súditos um jugo de ferro que os retinha em ignorância e degradação. Uma supersticiosa observância de formas fora escrupulosamente mantida; mas em todo o seu serviço, o coração e o intelecto haviam tido pequena parte. A pregação de Lutero, expondo as plenas verdades da Palavra de Deus, e depois a própria Palavra, posta nas mãos do povo comum, despertaram-lhes as capacidades adormecidas, não somente purificando e enobrecendo a natureza espiritual, mas comunicando nova força e vigor ao intelecto.
Podiam-se ver pessoas de todas as classes com a Bíblia nas mãos, defendendo as doutrinas da Reforma. Os romanistas que haviam deixado o estudo das Escrituras aos padres e monges, chamavam por eles agora para se apresentarem e refutarem os novos ensinos. Mas, ignorantes tanto a respeito das Escrituras como do poder de Deus, padres e frades eram totalmente derrotados pelos que haviam denunciado como indoutos e hereges. "Infelizmente", disse um escritor católico, "Lutero persuadiu seus seguidores a não depositar fé em qualquer outro oráculo além das Escrituras Sagradas." – D’Aubigné. Multidões se reuniam para ouvir a verdade advogada por homens de pouca instrução, e mesmo por eles discutida com ilustrados e eloqüentes teólogos. Patenteava-se a vergonhosa ignorância desses grandes homens, ao serem seus argumentos defrontados pelos singelos ensinos da Palavra de Deus. Operários, soldados, mulheres e mesmo crianças, estavam mais familiarizados com os ensinos da Bíblia do que o estavam os padres e ilustres doutores.
O contraste entre os discípulos do evangelho e os mantenedores da superstição romanista manifestava-se não menos nas classes eruditas do que entre o povo comum. "Opondo-se aos velhos defensores da hierarquia, que tinham negligenciado o