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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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O Calvário
Capítulo: 077 078079
Pág. 744

Chegando ao lugar da execução, os presos foram ligados ao instrumento da tortura. Os dois ladrões lutaram às mãos dos que os puseram na cruz; Jesus, porém, nenhuma resistência opôs. A mãe de Jesus, apoiada por João, o discípulo amado, seguira seu Filho ao Calvário. Vira-O desmaiar sob o peso do madeiro, e anelara suster com a mão aquela cabeça ferida, banhar aquela fronte que um dia se lhe reclinara no seio. Não lhe era, no entanto, concedido esse triste privilégio. Ela, como os discípulos, acalentava ainda a esperança de que Jesus manifestasse Seu poder e Se livrasse dos inimigos. Mais uma vez seu coração desfaleceria, ao evocar as palavras em que lhe haviam sido preditas as próprias cenas que se estavam desenrolando então. Enquanto os ladrões eram amarrados à cruz, ela observava em angustiosa suspensão. Haveria de Aquele que dera vida aos mortos, sofrer o ser Ele próprio crucificado? Suportaria o Filho de Deus o ser tão cruelmente morto? Deveria ela renunciar a sua fé de que Jesus era o Messias? Deveria testemunhar-Lhe a vergonha e a dor, sem ter sequer o consolo de servi-Lo em Sua aflição? Viu-Lhe as mãos estendidas sobre a cruz; foram trazidos o martelo e os pregos, e, ao serem estes cravados na tenra carne, os discípulos, fundamente comovidos, levaram da cruel cena o corpo desfalecido da mãe de Jesus.

O Salvador não murmurou uma queixa. O rosto permaneceu-Lhe calmo e sereno, mas grandes gotas de suor borbulhavam-Lhe na fronte. Nenhuma mão piedosa a enxugar-Lhe do rosto o suor da morte, nem palavras de simpatia e inabalável fidelidade para Lhe confortar o coração humano. Enquanto os soldados executavam a terrível obra, Jesus orava pelos inimigos: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Luc. 23:34. Seu pensamento passou da dor própria ao pecado dos que O perseguiam, e à terrível retribuição que lhes caberia. Nenhuma maldição invocou sobre os soldados que O estavam tratando tão rudemente. Nenhuma vingança pediu contra os sacerdotes e príncipes que contemplavam com maligna satisfação o cumprimento de seu desígnio. Cristo Se apiedou deles em sua ignorância e culpa. Só exalou uma súplica por seu perdão – "porque não sabem o que fazem".

Soubessem eles que estavam torturando Aquele que viera salvar da eterna ruína a raça pecadora, e ter-se-iam possuído de remorso e horror. Sua ignorância, porém, não lhes tirava a culpa; pois era seu privilégio conhecer e aceitar a Jesus como seu

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