- O Desejado de Todas as Nações VI. O Rejeitado
A Última Jornada da Galiléia
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sempre um mistério que o mais profundo raciocínio não logra aprofundar. Não é possível explicar a ciência da salvação; pode-se, no entanto, conhecê-la pela experiência; unicamente aquele que vê a própria pecaminosidade é capaz de discernir a preciosidade do Salvador.
Repletas de instruções foram as lições dadas por Cristo, enquanto caminhavam lentamente da Galiléia para Jerusalém. O povo escutava ansiosamente Suas palavras. Na Peréia como na Galiléia, a população estava menos sob a influência do fanatismo judaico que na Judéia, e Seus ensinos encontraram mais acolhimento no coração deles.
Foi durante esses últimos meses do ministério de Cristo, que proferiu muitas de Suas parábolas. Os sacerdotes e rabis O perseguiam cada vez mais encarniçadamente, e Ele velava em símbolos as advertências que lhes dirigia. Eles não se podiam enganar quanto à Sua intenção, mas também não Lhe podiam encontrar nas palavras coisa alguma em que basear uma acusação contra Ele. Na parábola do fariseu e do publicano, a presunçosa oração: "Ó Deus, graças Te dou, porque eu não sou como os demais homens", ficou em frisante contraste com a contrita súplica: "Tem misericórdia de mim, pecador." Luc. 18:11 e 13. Assim repreendia Cristo a hipocrisia dos judeus. E sob a figura da figueira estéril e da grande ceia, predisse a condenação prestes a cair sobre o impenitente povo. Os que haviam desdenhosamente rejeitado o convite ao banquete evangélico, ouviram-Lhe as palavras de advertência: "Eu vos digo que nenhum daqueles varões que foram convidados provará a Minha ceia." Luc. 14:24.
Muito preciosas foram as instruções dadas aos discípulos. A parábola da viúva importuna e do amigo que pedia pão à meia-noite, deu novo vigor a Suas palavras: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á." Luc. 11:9. E muitas vezes sua vacilante fé se fortaleceu pela lembrança de que Cristo dissera: "E Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça." Luc. 18:7 e 8.
Cristo repetiu a bela parábola da ovelha desgarrada. E desenvolveu ainda mais sua lição, ao proferir a da moeda perdida e do filho pródigo. A força dessas lições, os discípulos não podiam então apreciar plenamente; depois do derramamento do Espírito Santo, porém, ao verem a colheita de gentios e a invejosa ira dos judeus, entenderam melhor a lição do filho pródigo e puderam entrar no gozo das palavras de Cristo: "Era justo alegrarmo-nos