- O Desejado de Todas as Nações V. Adensam-se as Sombras
A Transfiguração
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que sairão do sepulcro na ressurreição dos justos. Elias, que fora trasladado ao Céu sem ver a morte, representava os que se hão de achar vivos na Terra por ocasião da segunda vinda de Cristo, e que serão "transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta"; quando "isto que é mortal se revestir da imortalidade" e "isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade". I Cor. 15:51-53. Jesus estava revestido da luz do Céu, como há de aparecer quando vier a "segunda vez, sem pecado,… para salvação". Heb. 9:28. Pois virá "na glória de Seu Pai, com os santos anjos". Mar. 8:38. Cumpriu-se então a promessa do Salvador aos discípulos. Sobre o monte, foi representado em miniatura o futuro reino da glória – Cristo, o Rei, Moisés como representante dos santos ressuscitados, e Elias dos trasladados.
Os discípulos ainda não compreendem a cena; mas regozijam-se de que o paciente Mestre, o Manso e Humilde, que tem vagueado para cá e para lá como desamparado peregrino, seja honrado pelos favorecidos do Céu. Crêem que Elias veio para anunciar o reino do Messias, e que o domínio de Cristo está prestes a se estabelecer na Terra. A lembrança de seu temor e decepção, querem eles banir para sempre. Ali, onde se revela a glória de Deus, desejam demorar-se. Pedro exclama: "Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três cabanas, uma para Ti, outra para Moisés, e outra para Elias." Os discípulos estão confiantes que Moisés e Elias foram enviados para proteger seu Mestre, e estabelecer-Lhe a autoridade de rei.
Antes da coroa, no entanto, é preciso que venha a cruz. Não a consagração de Cristo como rei, mas a morte a verificar-se em Jerusalém, é objeto da conferência deles com Jesus. Levando a fraqueza da humanidade e oprimido com a dor e o pecado da mesma, andava Jesus, sozinho, por entre os homens. À medida que sobre Ele se adensavam as trevas da vindoura provação, Seu espírito se sentia isolado, num mundo que O não conhecia. Mesmo os Seus amados discípulos, absorvidos com sua própria dúvida, pesares e ambiciosas esperanças, não tinham compreendido o mistério de Sua missão. Ele vivera na comunhão e no amor do Céu; no mundo que Ele próprio criara, no entanto, encontrava-Se solitário. Então enviara o Céu seus mensageiros a Jesus; não anjos, mas homens que suportaram sofrimentos e tristezas, e estavam aptos a sentir com o Salvador na prova de Sua existência terrestre. Moisés e Elias foram colaboradores de Cristo. Partilharam de Seus anseios em torno da salvação dos homens. Moisés intercedera por Israel: "Agora pois perdoa o seu pecado, se