- O Desejado de Todas as Nações V. Adensam-se as Sombras
A Previsão da Cruz
Capítulo: 044 045046
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Mas Jesus pedia a Seus seguidores que tomassem a cruz e a conduzissem após Ele. Para os discípulos, Suas palavras, conquanto imperfeitamente compreendidas, indicavam que se deviam submeter à mais profunda humilhação – submeter-se mesmo à morte por amor de Cristo. Nenhuma entrega mais completa poderiam haver expresso as palavras do Salvador. Mas tudo isto aceitara por eles. Jesus não reputou o Céu um lugar desejável, enquanto nos achávamos perdidos. Deixou as cortes celestes por uma vida de vitupério e insultos, e uma ignominiosa morte. Aquele que era rico nos apreciáveis tesouros celestes, tornou-Se pobre, a fim de, pela Sua pobreza, nos tornarmos ricos. Cumpre-nos seguir a vereda por Ele trilhada.
Amor às almas por que Cristo morreu, significa a crucifixão do próprio eu. Aquele que é filho de Deus deve, daí em diante, considerar-se um elo na cadeia baixada para salvar o mundo, um com Cristo em Seu plano de misericórdia, indo com Ele em busca dos perdidos para os salvar. O cristão deve sempre ter presente que se consagrou a Deus, e que seu caráter deve revelar Cristo perante o mundo. O espírito de sacrifício, a simpatia, o amor manifestados na vida de Cristo, devem reaparecer na existência do obreiro de Deus.
"Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de Mim e do evangelho, esse a salvará." Mat. 16:25. Egoísmo é morte. Nenhum órgão do corpo poderia viver, se limitasse a si próprio os seus serviços. O coração, deixando de enviar o sangue vital à mão e à cabeça, perderia rapidamente a força. Como nosso sangue, assim é o amor de Cristo difundido por toda parte através de Seu corpo místico. Somos membros uns dos outros, e a alma que se recusa a dar perecerá. E "que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro", disse Jesus, "se perder a sua alma? ou que dará o homem em recompensa de sua alma?" Mat. 16:26.
Para além da pobreza e humilhação do presente, apontava Ele aos discípulos Sua vinda em glória, não no esplendor de um trono terrestre, mas com a glória de Deus e as hostes do Céu. E então, disse Ele, "dará a cada um segundo as suas obras". E, para animá-los, fez a promessa: "Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no Seu reino." Mat. 16:27 e 28. Mas os discípulos não compreenderam Suas palavras. A glória parecia muito distante. Tinham os olhos fixos na visão mais próxima – a vida terrena de pobreza, humilhação e sofrimento. Deverá ser abandonada sua