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O Desejado de Todas as Nações
LivrosAutor: Ellen White
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Tradição
Capítulo: 041 042043
Pág. 397

a tradição dos anciãos. Ensinavam ao povo que a dedicação de sua propriedade ao templo era um dever mais sagrado que o próprio sustento dos pais; e que, por maior que fossem a necessidade, seria sacrilégio dar ao pai ou à mãe qualquer parte do que fora assim consagrado. Um filho desobediente só tinha que proferir a palavra "Corbã" acerca de seus bens, dedicando-os assim a Deus, e podê-los-ia conservar enquanto vivesse, e por sua morte ficariam pertencendo ao serviço do templo. Estava assim, tanto em vida como na morte, na liberdade de desonrar e prejudicar os pais, sob a capa de pretendida devoção a Deus.

Nunca, por palavra ou ato, diminuiu Jesus a obrigação do homem de apresentar dádivas e ofertas a Deus. Fora Cristo que dera todas as instruções da lei quanto a dízimos e ofertas. Quando na Terra, louvou a mulher pobre que deu ao tesouro do templo tudo que tinha. Mas o aparente zelo dos sacerdotes e rabis, era um fingimento para acobertar seu desejo de se engrandecerem a si mesmos. O povo era enganado por eles. Estava suportando pesados encargos que Deus lhe não impusera. Os próprios discípulos de Cristo não estavam libertos, inteiramente, do jugo sobre eles posto pelos preconceitos herdados e pela autoridade dos rabinos. Manifestando agora o verdadeiro espírito desses rabis, buscava Cristo livrar da escravidão da tradição todos quantos na verdade desejassem servir a Deus.

"Hipócritas", disse Ele dirigindo-Se aos espias, "bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-Me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Mas em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." As palavras de Cristo eram uma acusação a todo o sistema de farisaísmo. Declarou que, pondo suas próprias exigências acima dos preceitos divinos, os rabis se estavam colocando a si mesmos acima de Deus.

Os delegados de Jerusalém encheram-se de raiva. Não podiam acusar a Cristo de transgressor da lei dada no Sinai, pois Ele falava como defensor da mesma, contra as tradições deles. Os grandes preceitos da lei, apresentados por Ele, apareciam em chocante contraste com as insignificantes regras de origem humana.

Ao povo, e depois, mais plenamente, aos discípulos, Jesus explicou que a contaminação não procede do exterior, mas do interior. Pureza e impureza pertencem à alma. É o mau ato, a palavra ou o pensamento mau, a transgressão da lei de Deus, não a negligência de cerimônias externas criadas pelo homem, o que contamina.

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