- O Desejado de Todas as Nações IV. Dias Promissores
Em Cafarnaum
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Todavia, era mais fervoroso do que veemente. Falava como alguém que tem definido propósito a cumprir. Estava apresentando as realidades do mundo eterno. Em todos os temas, Deus era revelado. Jesus procurava quebrar o encantamento da cega preocupação que mantém os homens absorvidos com o terrestre, colocava as coisas desta vida em sua verdadeira relação, como subordinadas às de interesse eterno; não lhes passava, contudo, por alto a importância. Ensinava que o Céu e a Terra se achavam ligados, e que o conhecimento da divina verdade prepara melhor os homens para o cumprimento dos deveres da vida diária. Falava como uma pessoa familiarizada com o Céu, cônscia de Suas relações com Deus, e todavia reconhecendo Sua unidade com cada membro da família humana.
Suas mensagens de misericórdia variavam, a fim de ajustar-se ao Seu auditório. Sabia "dizer a seu tempo uma boa palavra ao que está cansado" (Isa. 50:4); pois nos lábios Lhe era derramada a graça, a fim de que transmitisse aos homens, pela mais atrativa maneira, os tesouros da verdade. Possuía tato para Se aproximar do espírito mais cheio de preconceitos, surpreendendo-o com ilustrações que lhe prendiam a atenção. Por intermédio da imaginação, chegava-lhes à alma. Suas ilustrações eram tiradas das coisas da vida diária, e, conquanto simples, encerravam admirável profundeza de sentido. As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas – com essas coisas ilustrava Cristo a verdade imortal; e sempre, posteriormente, quando Seus ouvintes viam essas coisas da Natureza, elas Lhe evocavam as palavras. As ilustrações de Cristo repetiam-Lhe continuamente as lições.
Cristo nunca lisonjeava os homens. Não dizia o que lhes fosse exaltar as fantasias e imaginações, nem os louvava pelas invenções inteligentes; mas pensadores profundos, livres de preconceito, recebiam-Lhe os ensinos, e verificavam que estes lhes punham à prova a sabedoria. Maravilhavam-se ante a verdade espiritual expressa na mais simples linguagem. Os mais altamente instruídos ficavam encantados com Suas palavras, e os incultos tiravam sempre delas benefício. Tinha uma mensagem para os iletrados; e levava os próprios gentios a compreender que tinha para eles uma mensagem.
Sua terna compaixão caía como um toque de saúde nos corações cansados e aflitos. Mesmo entre a turbulência de inimigos furiosos, era circundado por uma atmosfera de paz. A beleza de Seu semblante, a amabilidade de Seu caráter e, sobretudo, o amor expresso no olhar e na voz, atraíam para Ele todos quantos não estavam endurecidos na incredulidade. Não fora o espírito suave, cheio de simpatia, refletindo-se em cada olhar e palavra, e Ele não teria atraído as grandes congregações que atraiu. Os