- Atos dos Apóstolos IV. O Ministério de Paulo
Paulo Perante Nero
Capítulo: 047 048049
Pág. 493
de Roma, quem viesse à frente para estar a seu lado nesta hora de prova.
O único relato certo desta ocasião é dado pelo próprio Paulo, em sua segunda carta a Timóteo. "Ninguém me assistiu na minha primeira defesa", escreveu ele, "antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão." II Tim. 4:16 e 17.
Paulo perante Nero – como se salienta o contraste! O soberbo rei, diante de quem o homem de Deus devia responder por sua fé, tinha alcançado o mais alto poder terreno, autoridade e riqueza, bem como as mais baixas profundezas da iniqüidade e do crime. Em poder e grandeza ele não tinha rival. Ninguém havia que pusesse em dúvida sua autoridade nem que lhe resistisse à vontade. Reis depunham as coroas a seus pés. Exércitos poderosos marchavam ao seu mando, e as insígnias de seus navios significavam vitórias. Sua estátua foi erguida nas salas dos tribunais, e os decretos dos senadores e as decisões dos juízes eram apenas o eco de sua vontade. Milhões se curvavam em obediência a suas ordens. O nome de Nero fazia o mundo tremer. Cair em seu desagrado era perder a propriedade, a liberdade, a vida; e a sua carregada fisionomia era para temer mais que a pestilência.
Sem dinheiro, sem amigos, sem conselho, o idoso prisioneiro estava perante Nero – apresentando a fisionomia do imperador o relato vergonhoso das paixões que no interior combatiam, e exprimindo o semblante do acusado um coração em paz com Deus. A vida de Paulo