- Atos dos Apóstolos II. O Cristianismo na Palestina e Síria
De Perseguidor a Discípulo
Capítulo: 011 012013
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trabalho especial que desejavam fosse feito em Damasco, Saulo ofereceu os seus serviços: "Respirando ainda ameaças, e mortes contra os discípulos do Senhor", ele "dirigiu-se ao sumo sacerdote, e pediu-lhe cartas para Damasco para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém." Atos 9:1 e 2. Assim, "com poder e comissão dos principais dos sacerdotes" (Atos 26:12), Saulo de Tarso, na força e vigor da varonilidade, e ardendo em um zelo mal entendido, pôs-se a caminho naquela memorável jornada, cujas estranhas ocorrências deveriam mudar todo o curso de sua vida.
No último dia da viagem, "ao meio-dia" (Atos 26:13), quando os cansados viajantes se aproximavam de Damasco, seus olhos contemplaram o cenário de amplas extensões de terras férteis, belos jardins e pomares frutíferos, banhados pelas refrigerantes correntes das montanhas ao redor. Depois da longa viagem por áreas desoladas, tais cenas eram na verdade aprazíveis. Enquanto Saulo e seus companheiros se deleitavam na contemplação da planície frutífera e da bela cidade abaixo, "subitamente" (Atos 9:3), como ele mais tarde declarou, "envolveu a mim e aos que iam comigo" "uma luz do céu, que excedia o esplendor do Sol" (Atos 26:13), por demais gloriosa para que os olhos mortais a suportassem. Cego e desorientado, Saulo caiu prostrado ao chão.
Enquanto a luz continuava a resplandecer em redor deles, Saulo ouviu "uma voz que... falava... em língua hebraica" (Atos 26:14), e "que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que Me persegues? E Ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões". Atos 9:4 e 5.